quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Review de Citizens of Space


Citizens of Space é um jogo para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC que eu estava esperando bastante, sem nem mesmo saber que estava, pois a Eden Industries em parceria com a Sega revelaram o jogo bem em cima de sua data de lançamento. O motivo para eu esperá-lo tanto? Ele é a sequência do excelente Citizens of Earth que tinha várias inspirações de Earthbound. Então foi bem decepcionante encontrar um jogo que é basicamente uma pilha de bugs. Vamos falar um pouco em uma review bem desapontada.

Primeiro, a sequência é um pouco menos charmosa que Citizens of Earth, não dá pra negar. Espaço em geral é um tema bem mais difícil de se conectar do que simplesmente uma sátira política na Terra. Tirando isso do caminho, no entanto, não seria nenhuma catástrofe o jogo estar um pouco abaixo do original, mas este não é o maior problema do jogo.

Os diálogos ainda são cheios de carisma e humor como no jogo anterior e após algum tempo até dá pra se acostumar com o novo protagonista. A história segue um personagem político meio avoado chamado "Embaixador", assim como o jogo anterior tinha o "Vice-presidente" do mundo. A Terra está para entrar na Galactic Federation que nem mesmo conhece o planeta quando então acontece um pequeno problema... a Terra desaparece. O Embaixador precisa então sair pelo espaço com uma nave improvisada para reunir os pedaços espalhados do planeta por todo o universo e reconstrui-la.

No entanto como um bom político, o Embaixador não luta diretamente, ele recruta cidadãos para lutarem por ele. Isso também acontecia no game original, mas basta entrar em uma batalha para ver algo que realmente mudou. O sistema de batalha de Citizens of Earth era inspirado por Earthbound e era muito bom nisso. O do segundo jogo não.


As batalhas agora são mais tradicionais, algo que visualmente lembraria um Final Fantasy clássico. Porém as ações de fato parecem mais próximas de uma inspiração de Mario & Luigi do Game Boy Advance e Nintendo 3DS. Todos os ataques e defesas exigem que o jogador participe de minigames de apertar botões no ritmo ou coisas do gênero.

Começa muito divertido mas após algumas horas você só quer o doce alívio do abraço da morte. Inicialmente o sistema de combate se apresenta como algo bem profundo e isso aparenta ser uma coisa boa, mas logo as batalhas ficam repetitivas e difíceis demais. Felizmente é possível diminuir bastante a dificuldade e remover totalmente os minigames do jogo e ainda assim não se resolve toda a repetição.

Quando a nave entra as coisas ficam mais interessantes por um instante porque é a primeira vez que o tema espaço gera alguns frutos no jogo. Ha batalhas de naves há um certo ar de Star Trek mas passa rápido porque elas não têm muita profundidade. Explorar diversos planetas fora de ordem parece interessante no começo, até você perceber que os inimigos são mais fortes e há realmente uma ordem para explorá-los, o que é uma pena.

Boa parte das áreas que você precisa visitar no jogo são como dungeons e eles são complexos demais à toa. Já basta que haja tantas batalhas aleatórias pelo caminho, não precisava de diversos quebra-cabeças repletos de vai e vem. Para não mencionar que muitas vezes o jogo esperava que você volte a alguns desses lugares após recrutar certos cidadãos para realizar tarefas especiais ou encontrar pedaços da Terra.


No setor técnico as músicas são boas e a dublagem do jogo é excelente. Os gráficos são simples e haveria pouco a se falar deles, não fosse a questão que o jogo roda muito mal em alguns momentos. Em áreas maiores ou com muitos elementos gráficos grandes o jogo engasga feio, de uma forma que um jogo 2D não deveria engasgar em um console atual.

Até aqui o jogo tem bastante carisma e alguns defeitos como batalhas repetitivas, nada fora do comum, mas então entra meu principal problema com ele: bugs e crashes. Há crashes no jogo o tempo todo e como o sistema de save não é tão constante você vai perder horas de progresso. Incômodo, sim, mas poderia continuar tentando apesar dos problemas. Até porque crashes podem ser consertados em atualizações e a review ficaria datada por reclamar de algo que não está lá.

Porém há um problema seríssimo. Eu não pude terminar o jogo para fazer a review, porque ele simplesmente bugou de uma forma que não me permite mais avançar. Após 35 horas de jogo, toda vez que o jogo entra em uma batalha ele trava. Uma hora de progresso ocasionada por um crash eu posso recuperar, mas 35? Não há o que me devolva esse tempo.


Claro, assim como os crashes este bug também poderia ser consertado numa atualização futura. No entanto ficaria um eterno ar de medo de que poderia haver outro bug semelhante. Ninguém deveria ter esse tipo de preocupação ao investir dezenas de horas em um RPG e nesse ponto a produtora deixou a peteca cair feio.

Eu tenho certeza que há um jogo nota 7 ou 8 em Citizens of Space por debaixo de seus bugs e crashes, mas a presença deles infelizmente me impossibilita de encontrá-lo. Por mais que me parta o coração ser tão cruel com um jogo que eu esperei tanto e até estava gostando, essa é a nota que um jogo quebrado merece.

4/10

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