Mostrando postagens com marcador Nintendo NX. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Nintendo NX. Mostrar todas as postagens

sábado, 20 de julho de 2019

O que significa o Nintendo Switch Lite?


A Nintendo anunciou recentemente o Nintendo Switch Lite como eu já havia previsto e agora as coisas estão começando a ficar interessantes. Eu já falo que veríamos um novo portátil da Nintendo apesar de todo o papo do Switch ser um híbrido há algum tempo. Aqui no blog acredito que falei pela primeira vez a respeito disso em abril de 2018.

"Um dos motivos que eu acho que levará ao desaceleramento do Nintendo Switch é o eventual lançamento de um novo portátil da Nintendo, assim que ela se der conta de que pelo Switch não ser um portátil, ele não faz o trabalho de um portátil, tanto para o público quanto para a empresa."
A reação dos jogadores hardcores ao Nintendo Switch Lite foi o esperado, repulsa. Por que comprar um aparelho por 200 dólares se por um pouco mais eu compro um aparelho igual mas que também pode transmitir os jogos para a TV? Porém nem todos estão dispostos a gastar tanto com videogames e nem todos pretendem utilizá-lo como um console, especialmente no Japão.

O Nintendo Switch Lite supre a demanda de uma parcela do mercado que estava comprando portáteis e não comprou o Switch, talvez porque ele é muito caro. Contrário ao que esperariam os jogadores hardcores, o Nintendo Switch Lite deverá se tornar o modelo mais vendido no futuro.

No artigo "O novo portátil da Nintendo" eu citei quatro modelos que a empresa poderia seguir. O Nintendo Switch Lite é o terceiro, mencionado no artigo como "Nintendo Switch Jr." ou "Nintendo Switch Pocket". Para complicar um pouco as coisas eu chamei a quarta opção de "Nintendo Switch Lite", que acabou sendo o nome do console, mas não do conceito que eu expliquei no artigo.


O nome Nintendo Switch Lite é um erro da Nintendo e fará com que as pessoas pensem que o Switch Lite tem todas as funções do atual mas menor, o que não é verdade. Mencionei no artigo que esse modelo novo seria um portátil mais barato, menor, sem joycons destacáveis e com um nome que não o distanciasse o suficiente do Nintendo Switch atual. Uma confusão semelhante a do Wii e do Wii U que a Nintendo parece não ter aprendido.

Como eu sempre disse, o Switch não é um portátil e o fato de que a Nintendo está lançando uma versão portátil dele, irá abrir os olhos das pessoas pra isso. Demorou mais do que eu esperava, provavelmente por toda a confusão de troca de presidentes, a morte de Satoru Iwata, como já mencionado antes. Toda a agenda da Nintendo parece estar meio atrasada e o Switch Lite deveria ter sido mostrado na E3 quando todos esperavam e não depois.

Então vamos falar das grandes questões que teremos daqui para frente. Para continuar analisando o Nintendo Switch precisamente, será necessário que tenhamos acesso aos números de vendas de ambas as versões separadamente. A Nintendo e outros sites podem não considerar ambos plataformas separadas e somar suas vendas, o que seria um grande problema para nós.

É preciso medir a desaceleração do modelo atual e o crescimento do novo modelo, sendo que provavelmente jamais teremos informações adequadas a respeito de sobreposição, pessoas que terão mais de um modelo de Switch na mesma casa.


Por que é tão importante que tenhamos as vendas separadas? Porque agora temos dois Switchs no mercado, um que é console e um que é portátil, mas ao mesmo tempo pode ser considerado uma única plataforma. A pergunta que precisaremos nos fazer no futuro é: vale a pena para a Nintendo manter uma única plataforma?

Até então a Nintendo tinha consoles e portáteis e apesar de alguns tropeços nos consoles e no 3DS, seus portáteis sempre venderam muito bem. O desafio do Switch console é só vender tão bem quanto outros consoles Nintendo, o desafio do Switch portátil no entanto é vender tão bem quanto seus outros portáteis.

Como uma plataforma única no entanto, para valer a pena para a Nintendo manter apenas um aparelho e não dois, o Switch precisaria vender mais do que a soma de vendas dos consoles e portáteis da empresa. Dependendo da geração esse número pode ser de 100 milhões na pior das hipóteses (3DS + Wii U) como pode ser de 250 milhões (Wii + DS).

Eu não consigo ver o Nintendo Switch Portátil chegando a alturas tão altas, principalmente porque acho que parte de seu mercado foi canibalizado pelo Switch padrão, por pessoas que caíram no papo do híbrido. No momento não estou com tempo de fazer uma análise mais profunda que leve em consideração todos os fatores desse cenário inédito que estamos vivendo, mas imagino que pelo menos 120 milhões ambas as plataformas vão alcançar no pior dos cenários. Acredito em uma explosão de vendas do Switch Lite, mas não posso afirmar ainda.


Agora vamos falar um pouco dos problemas que o novo Switch portátil enfrenta, os mesmos problemas do Nintendo 3DS e do PSP. Seus jogos são em maioria jogos de console reduzidos para uma tela pequena. The Legend of Zelda: Breath of the Wild é um ótimo jogo, mas não é um jogo para se jogar em uma telinha pequena, assim como Xenoblade Chronicles não era para estar no Nintendo 3DS. Inclusive no post "Por que o Nintendo Switch vai falhar" (título irônico), mencionei:

"Um portátil cuja ideia de bons jogos seja apenas o de jogos de consoles para jogar em uma tela menor, está fadado a fracassar. A experiência que as pessoas procuram em um portátil, o trabalho que ele deve realizar, é completamente diferente do que um jogo para um console de mesa realiza. Caso o Switch tente realizar dois trabalhos, provavelmente deixará a peteca cair em um deles".
Para promover o Nintendo Switch Lite a Nintendo resolveu preparar o remake de The Legend of Zelda: Link's Awakening, provavelmente um dos jogos mais emblemáticos do Game Boy e provavelmente Super Mario Maker vá ganhar um tema de Super Mario Land para entrar nessa onda. Agora é a época de vender o Switch Lite como um portátil.

Mas... como? Com toda a bagagem que ele está carregando do Switch padrão como console? Com todos os jogos de console atualmente em desenvolvimento para ele? Com todos os jogos de console já lançados para ele? A mensagem do Nintendo Switch Lite é a menos clara possível e será um desafio homérico para a Nintendo vendê-lo ao público que deveria. Se ele pelo menos ficar no mercado por mais de três anos, provavelmente o boca a boca ajudarão ele a vender.

Porém já sabe o que vai acontecer nos próximos anos né? Isso mesmo, o Nintendo Switch Pro.

domingo, 3 de março de 2019

O novo portátil da Nintendo


Quando a Nintendo revelou o Nintendo Switch eu tive certeza de uma coisa: "Isto não é um híbrido, isso é um console". Desde a revelação tive total certeza de que o Switch não era um portátil por uma série de fatores. Muito grande, muito caro, pouca bateria, filosofia de console. Toda essa certeza me levou a considerar um fator quando eu fiz minha previsão de vendas do Nintendo Switch: "Daqui a dois anos a Nintendo vai lançar um novo portátil".

Se eu achasse que o Switch era um portátil, até o pior portátil da empresa, o Nintendo 3DS, vendeu 80 milhões, não haveria porque achar que o Switch não atingiria esses níveis. O que eu vejo no Switch porém é o legado de vendas do Wii U, do GameCube, do Nintendo 64, videogames que majoritariamente venderam para fãs da Nintendo, em maior ou menor escala.

Ainda assim muitas pessoas acabariam achando que ele é um portátil por um tempo e isso ajudaria em suas vendas. Isso era esperado, pois Super Mario 3D Land, um "falso híbrido" de Mario 2D e 3D tinha vendas exatamente no meio entre as vendas de Mario 2D e 3D, o que dá a entender que parte do público compra a ideia de um híbrido, mas não todo ele.


O que faria essa imagem de híbrido se perder por completo? O anúncio de um novo portátil de verdade da Nintendo. Vamos ser sinceros, a Nintendo é conhecida por sua famosa estratégia de tiro no pé e o que seria mais tiro no pé do que lançar um "híbrido" que diz que é portátil e logo depois lançar um portátil de fato?

A questão para eu ter tanta certeza sobre o lançamento do portátil é que o Switch não atende uma parcela enorme do público da Nintendo. O alto preço do Switch de US$ 300 cria uma lacuna para um portátil mais barato do que ele na casa dos $150 ou menos, preço aliás que era o do Nintendo DS. O 3DS lançou por US$ 250 e foi um fracasso, exigindo um corte de preço seis meses depois para US$ 170.

Dá pra ver que as pessoas têm expectativas bem diferentes sobre cada tipo de plataforma. O Nintendo 3DS era um absurdo por US$ 250, cem dólares mais que o do DS, enquanto o Switch de US$ 300, o dobro do preço, não causou nenhuma revolta e vendeu bem. Porque as pessoas o estavam comparando a um console, cujo preço de lançamento costuma ser US$ 400. Na mesma época que o Switch foi lançado o PlayStation 4 custava US$ 350 e o Xbox One US$ 250, o que o deixou numa boa média.

Isso significa que a Nintendo precisa de um portátil para preencher essa lacuna que o Switch não preenche e eu tinha certeza que já teríamos ouvido falar dele no ano passado, não um anúncio oficial, mas falas suspeitas de que algo iria acontecer. Ao invés disso tudo que tivemos foram rumores sobre um novo modelo do Switch. Como outros sinais continuavam caminhando me questionei o que houve, até perceber todo o atraso da agenda da Nintendo como um todo, como já mencionei em outros posts.


Agora parece que finalmente o anúncio oficial está vindo, talvez até para a E3, quem sabe. Pela primeira vez desde que o Switch foi lançado a Nintendo está preparando jogos de portátil para o Switch. jogos como The Legend of Zelda: Link's Awakening e Pokémon Sword & Shield são primariamente jogos portáteis e Link's Awakening especificamente é simbólico do GameBoy.

Então como será o novo portátil da Nintendo? Aí está uma pergunta interessante, eu não sei. Há coisas que não dá pra prever, como qual caminho a Nintendo irá seguir. Eu imagino quatro possibilidades, duas delas baseadas no que eu acredito que vá acontecer, uma pouco provável e uma que negaria tudo que eu falo. Vamos olhar uma a uma.

1- Nintendo 4DS, Nintendo 3DS Next, ou qualquer que seja o nome dele. Neste caso seria um portátil completamente novo, uma sequência direta da linha do Nintendo 3DS, ou até da linha GameBoy, sem ligação com o Switch. Novo hardware, novos jogos, Zelda e Pokémon talvez até saiam nele, mas seriam ports e assim por diante. Adeus papo de híbrido.


Seria o pior tiro no pé para a Nintendo, mas eu não acho que seja o que ela vai fazer. Afinal, ela unificou seus estúdios de portátil e console por um motivo... apesar de eu não ter visto os resultados disso ainda. Não houve aumento na produção de jogos para o console e não houve mais jogos portáteis saindo, o que é estranho.

2- GameBoy Switch, ou Nintendo 3DS Switch ou qualquer coisa que tenha Switch no nome mas também seja um portátil separado. No caso seria uma versão portátil do Switch, hardware semelhante, algumas coisas cortadas como tela menor, sem joycons, tudo para baratear e entregar um aparelho pequeno e barato que rode os jogos do Switch. Mantém toda a linha unificada e ainda preenche aquela lacuna, apesar de ter alguns problemas de foco.


Essa é uma das que eu aposto. Acho que o nome não seria tão próximo do Switch como, sei lá, Switch Jr. para não haver a mesma confusão que foi o Wii e o Wii U. Para solucionar esse problema ela pode até ressuscitar a marca GameBoy que sempre foi sinônimo de portátil. Nesse caso Zelda e Pokémon fazem ainda mais sentido.

3- Nintendo Switch Jr. ... Tá, digamos que a Nintendo não tenha aprendido a lição do Wii/Wii U e ela resolva lançar um novo portátil chamado Switch Jr. ou algum outro nome muito próximo do Switch como Switch Pocket, entre outros. Mais barato, menor, tudo que o GameBoy Switch é como eu falei acima, mas com o mesmo nome do Switch basicamente. Na verdade eu acho esse cenário bastante provável, tanto quanto o GameBoy Switch, se não mais.


Aqui o maior problema seria explicar para as pessoas que o Switch e o Switch Jr. seriam plataformas separadas. Muitos fãs da Nintendo e muitos sites somariam as vendas de ambos para contabilizar como se fossem apenas um videogame e isso atrapalharia muito as coisas. Para a Nintendo não, seria ótimo, afinal faria parecer que sua plataforma é ainda maior.

Se pensarmos nas vendas da Nintendo por geração, somando consoles e portáteis, como seria mais ou menos esse cenário? Super Nintendo e GameBoy com aproximadamente 150 milhões, ou poderia ser Nintendo 64 e GameBoy com 130 milhões. GameCube e GameBoy Advance com 120~130 milhões. Nintendo Wii e Nintendo DS com 250 milhões. Wii U e Nintendo 3DS com 90 milhões.

Estaríamos olhando para um Switch e Switch Jr com capacidade de 100 milhões pelo menos, vendas que seriam um sucesso para um console, mas nem tanto assim para um portátil. Vale lembrar que esses números mencionados não significam um total de consumidores pois não sabemos o quanto os donos de console e portátil se sobrepõem.

4- Nintendo Switch Lite? Digamos que eu esteja errado. Então a Nintendo lançaria o Nintendo Switch Lite, ou Slim, ou Plus, qualquer coisa assim. Exatamente o mesmo Switch de antes, apenas levemente alterado. Uma revisão de hardware, sem focar-se na portabilidade. Neste caso eles estariam investindo pesadamente na proposta do híbrido.

A Nintendo estaria praticamente provando que eu estou errado ao afirmar que o Switch é um console durante todo esse tempo, não fosse por um problema. A lacuna. Mesmo uma versão revisada do Switch não atingiria o valor de um portátil como um DS ou 3DS e continuaria a não vender para esse público.

Não resta muito senão aguardar e ver qual caminho será tomado, então vamos ver se a Nintendo se organiza para revelar logo seu próximo passo.

quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Como a Nintendo pretende inflar as vendas do Switch


Em Julho de 2018 o Nintendo Switch atingiu a marca de 20 milhões de unidades vendidas, uma boa marca que deveria ter sido atingida um pouco antes em março, mas aqui entramos em uma questão. Um ano após o lançamento do Switch as vendas estão desacelerando devido a falta de jogos e a Nintendo deve estar ficando preocupada, pois a boa vontade do público e da imprensa podem se virar rapidamente.

Percebi recentemente que a Nintendo ligou o modo desespero pra esse final de ano, pois não parece acreditar que vão atingir a meta de vendas a menos que deem um jeito de inflar as vendas do Switch, artificialmente aumentar as vendas através de um custo para eles. Logo em seu segundo ano a Nintendo já pretende encher o Switch de bundles e cá pra nós, alguns são estranhos.

Se o Switch estivesse indo tão bem quanto as notícias e os fãs gostariam de acreditar, esta não seria uma temporada de festas com bundles, seria uma época para se produzir o máximo de unidades padrão possíveis para atender uma demanda desenfreada, como aconteceu com o Wii que vivia esgotado. Bundles por outro lado são quando você já não acredita tanto no valor do seu produto e oferece algo mais para que as pessoas o vejam como um "bom negócio".

Só neste final de ano o Switch terá bundles com seus maiores lançamentos: Super Smash Bros. Ultimate e Pokémon Let's Go Pikachu & Eevee (dois bundles). Além de criar um quarto bundle bem estranho com... Fortnite. A popularidade de Fortnite é inegável, mas ele é um jogo gratuito. A Nintendo está vendendo um bundle que é um console, um jogo e moeda virtual para esse jogo, algo que se aproveita do nome mas não necessariamente oferece bom valor ao consumidor.


Esta estratégia de inflar vendas com bundles foi muito usada na época do Nintendo 3DS, mas não foi algo que aconteceu de cara (apesar que ele teve o corte de preço monstro), apenas quando as vendas desaceleraram começamos a ver incontáveis versões do videogame. Bundles agitam colecionadores que queiram ter versões exclusivas do videogame, espertalhões que compram para revenda no eBay sabendo que eles valorizarão e até mesmo compras de impulso por pessoas que talvez não comprassem o videogame em outra ocasião.

Tudo isso é um reflexo do Switch não estar expandindo seu público e sua principal fonte de alimentação ser de fãs da Nintendo, um grupo que tem um teto. Se você comprou um Switch por The Legend of Zelda: Breath of the Wild já está na seca há mais de um ano sem outra grande aventura épica em mundo aberto, e se BOTW for o único jogo que interessar um certo tipo de consumidor no Switch é de se esperar que ele esteja desanimado.

Pessoas que jogavam Wii Sports rapidamente se converteram em público para coletâneas de minigames, para games musicais e assim por diante. Um público que compra um console por Breath of the Wild não vai se converter em público para ports de Wii U, para jogos de plataforma sem desafio nenhum como Kirby e Yoshi ou para spin offs como Luigi's Mansion 3.


O excesso de ports do Wii U para o console como o recém anunciado Super Mario Bros. U, um jogo de lançamento do antigo videogame, e agora o anúncio de um novo Luigi's Mansion 3 que ninguém estava pedindo, pinta um quadro muito óbvio de uma Nintendo da fase Wii U e 3DS agora no Switch. No entanto, este ainda não é o caso.

Mencionei antes como vários jogos de "segundo ano" da Nintendo estavam ausentes e como recentemente temos tido muitos anúncios apenas com logos e "em breves" como Metroid Prime 4, Animal Crossing, Pokémon, jogos que apenas existem em conceito até agora. Para não mencionar que mesmo jogos já lançados estão estranhos, com pouca confiança, como é o caso do Nintendo Labo que é uma boa ideia mal vendida.

A resposta para isso tudo é um pouco triste. A Nintendo ainda está sofrendo consequências do inesperado falecimento de Satoru Iwata. Todas as decisões que estamos vendo agora não são necessariamente fruto de uma Nintendo incompetente como da época do Wii U e 3DS, mas uma Nintendo um pouco sem direção e com muitos cozinheiros temperando a sopa.

Aparentemente Kimishima não tinha tanta autonomia em seu papel como presidente e algumas de suas ideias podem até ter sido aprovadas, mas sem aquele empurrãozinho que apenas um presidente pode dar ao seu produto favorito. Iwata deu empurrões monumentais na época do Wii e DS pois ele sabia qual tipo de software precisava ser lançado para seu sucesso, mas esse não era o papel de Kimishima como um presidente de transição.


Então temos a entrada do novo presidente e para quem sabe enxergar também o espaço negativo, a ausência de anúncios e de jogos, vemos que houve um vácuo durante esse período na Nintendo. Não é apenas a Nintendo não anunciando coisas, houve um vácuo de autoridade no qual ninguém parecia ter cacife para aprovar projetos que deveriam ser aprovados ou botar ênfase em projetos já lançados. Tão raro de acontecer quanto com o trem bala, a Nintendo está atrasada em sua agenda.

O videogame vai vender muito por causa de Super Smash Bros. Ultimate e Pokémon Let's Go e a Nintendo vai passar como se tudo estivesse bem com essa cortina de fumaça (e com ajuda dos fãs), mas se as coisas estivessem tão boas, o consumidor teria que gastar mais para obter o console e esses jogos, como é de costume com quem escolhe Nintendo.

O terceiro ano do Nintendo Switch será sem dúvida seu mais decisivo pois só então começaremos a ver algumas das ações do novo presidente Shuntaro Furukawa e veremos também os seus jogos de segundo ano que deveriam ter consolidado a mensagem do console mas que chegarão atrasados. Isso atrasará um pouco a agenda da Nintendo e talvez crie outro ano com muitos lançamentos como foi o primeiro do Switch, de Zelda e Mario no mesmo ano.

Normalmente o segundo ano de um console Nintendo é a segunda martelada que mostra que o prego do primeiro ano continua reto. Já o terceiro ano é deixado para jogos menores e remakes para dar espaço para Third Parties com parcerias. Agora todos esses jogos poderão acabar colidindo e gerar um efeito cascata bem mais complexo do que a maioria dos jogadores pode imaginar.

terça-feira, 12 de junho de 2018

E3 2018: Quem ganhou?


É aquela época do ano de novo quando todos nos reunimos ao redor da fogueira para queimar os jogos que não gostamos, a E3 2018. A feira esse ano foi extremamente morna, algo que eu já esperava para plataformas como o PlayStation 4 e Xbox One, porém que foi uma surpresa para o Nintendo Switch que deveria estar com mais força neste momento em sua vida.

Uma característica incomum dessa E3 é que todas as três grandes erraram bastante em suas conferências, cada uma de uma forma diferente, além de oferecer shows meio curtos, com exceção da Microsoft que se alongou um pouco (porém menos cansativa que a do ano passado). Houve poucas surpresas e sobraram anúncios de sequência sem qualquer gameplay mostrado. Algumas delas sequer existem ainda, estão em pré-produção como The Elder Scrolls 6.

Vamos ver como foram as conferências de cada uma das empresas.

Microsoft

O show da Microsoft começou de cara com um trailer que tirou uma pergunta da frente: "Vai ter Halo?", bom... vai, mas né... não é o 6, o que é estranho. Halo Infinite revelado sem nenhum gameplay. Basicamente a Microsoft voltou a sua trindade de Halo, Gears e Forza nessa E3 porém com cada vez menos relevância a cada ano.

Pra variar a empresa esticou muito a definição de "exclusivo" pra fazer parecer que jogos de third party sairiam apenas para consoles Xbox quando na verdade são jogos que já estavam disponíveis antes no PS4 como NieR: Automata, jogos que serão lançados ao mesmo tempo no PS4 e lançamentos com exclusividade temporária. Muitos jogos de Thirds foram revelados na conferência da Microsoft, vou inclusive marcar com um asterisco todos os títulos que não são exclusivos.


Tivemos Ori and the Will of the Wisps (sequência de Ori and the Blind Forest) em um momento pouco propício logo depois de Halo, seguido pelo anúncio de Sekiro: Shadows Die Twice* da From Software (Dark Souls). Aqui entra o primeiro jogo de Third extremamente desnecessário: Fallout 76, o qual aparece na conferência mas sequer menciona que é na verdade um jogo online, algo que só ouviríamos na conferência da própria Bethesda. O que diabos sequer estava fazendo na conferência da Microsoft pra isso?

Captain Spirit* (me erra com esses jogos pseudo-emocionais da Dontnod), um port atrasado de NieR: Automata que já saiu para PS4 e PC há tempos, Metro: Exodus que não parece lá muito bom e finalmente um exclusivo... mas é Crackdown 3. Nem mesmo o carisma de Terry Crews disfarça o fato que esse jogo foi anunciado na E3 2014 e o mínimo que poderia fazer é ser lançado em 2018, mas... fevereiro de 2019. Sem grandes novidades para a série pelo gameplay mostrado, exceto pelo veículo de ataque.

O anúncio de que Kingdom Hearts 3* levaria a série pela primeira ao Xbox parece uma boa conquista, mas... ela está no PlayStation há duas gerações. Do que adianta anunciar o terceiro capítulo sem as coletâneas dos jogos anteriores? Para piorar a Sony ainda mostrou um trailer melhor no qual foi revelado que o mundo de Piratas do Caribe estará no jogo. Tivemos também um trechinho ignorável de Battlefield 5* com apenas alguns segundos, assim como uma atualização com extras pra Sea of Thieves.


Então a Microsoft trouxe seu exclusivo de maior peso da conferência: Forza Horizon 4. O jogo realmente está lindo e promete entregar a experiência que os fãs esperam, agora com um sistema de estações que muda o visual das pistas, porém... viagens demais ao poço, muitos jogos um atrás do outro sem muita necessidade.

Aqui vem uma parte que eu não gostei nem um pouco, Microsoft sendo Microsoft e comprando quatro estúdios, além de fundar um extra. Quando o Xbox One estava vendendo mal a empresa deixou de lado a produção de exclusivos e agora se desesperou e resolveu compensar isso com compras, o que já sabemos como termina com o exemplo da Rare e como Minecraft foi deixado de lado nesse ano, aparecendo mais na conferência da Nintendo que na da própria Microsoft.

Eles fundaram o novo estúdio The Initiative, compraram a Undead Labs de State of Decay, a Playground Games de Forza Horizon (não de Motorsport), a Ninja Theory de Hellblade: Senua's Sacrifice (que tinha vários discursos anti-AAA) e a Compulsion Games de We Happy Few. Em seguida a mepresa mostrou um pouco de We Happy Few, o qual agora não sabemos mais se sai no PS4 já que a Microsoft comprou o estúdio.

PlayerUnknown's Battlegrounds mostrado como exclusivo... um pouco difícil de engolir, com novo mapa, o War Mode e alguns segundos de um possível mapa no gelo que eu duvido que chegue antes no Xbox One que no PC. Tales of Vesperia: Definitive Edition* um dos melhores jogos da saga e que merecia muito esse remake, seguido por um logo gameplay de The Division 2* claramente ensaiado e com pessoas se comunicando de maneira nada natural pelos microfones, porque... eu não sei por que eles fazem isso.


Tivemos um pouco de falatório sobre o Xbox Game Pass, que é a mais nova empreitada da Microsoft que parece genial... mas tem gosto de doce oferecido por um tiozão em uma van. Forza 4 e Crackdown 3 serão lançados no mesmo dia para quem quiser comprar e para quem assina Xbox Game Pass, o que significa quase dá-los de graça. A Microsoft não tem dado muito valor a seus exclusivos, principalmente depois que começou a lançá-los simultaneamente no PC.

O Xbox Game Pass ainda vai receber Fallout 4, The Elder Scrolls Online e The Division, mas o assunto desse segmento da conferência era explicar que trabalharam em uma tecnologia pra começar a jogar antes, duas vezes mais rápido em alguns títulos. Em outras palavras, alguns jogos para algumas pessoas que assinam o serviço, algo que nem era assunto pra E3.

Vários games indies que não sei se são exclusivos como Session e Pearl Abyss, Shadow of the Tomb Raider* que dessa vez não terá exclusividade temporária como Rise, revelação de Devil May Cry 5* que vamos ser sinceros, em matéria de Capcom perde pra revelação de Resident Evil 2 na conferência da Sony, DLC de Cuphead que eu poderia ficar animado se já não imaginasse que deve ser focado na dificuldade.

Tunic, um jogo indie que parece muito bom, um zelda minimalista com uma raposinha. Jump Force*, jogo de luta no padrão de J-Stars Victory VS+ com Goku, Naruto, Luffy e mais uma galera. Dying Light 2* que eu fiquei bem animado de anunciarem mas não gostei da direção em que o jogo evoluiu. Just Cause 4* que já havia vazado antes e aqui entra uma grande surpresa, a revelação de um novo Battletoads, porém anunciado sem gameplay e um pouco engraçadinho demais no anúncio. Se houvesse gameplay de Battletoads e data pra esse ano eu poderia estar muito mais satisfeito com a Microsoft.


Então tivemos o anúncio de Gears of War 5, o que não teve o impacto esperado, e cá pra nós a Microsoft se embananou na hora de apresentar. O problema é que eles apresentaram dois jogos de Gears antes de confirmarem o 5: Gears Tactics, o que não faz sentido algum, e Gears Pop, uma ideia que até é legal como os games da série LEGO, mas que talvez não seja uma boa pegar uma série violenta e tentar transformar em algo mais simples e talvez até infantil. O timing foi ruim.

O final da conferência foi legal com uma simulação como se a transmissão tivesse sido hackeada, levando para a revelação de Cyberpunk 2077* da CD Projekt Red, um jogo que não é exclusivo mas por ser grande poderia sim fechar a conferência bem. Em outras palavras de todos esses títulos multiplaforma exibidos, apenas uns dois ou três não pareceram completamente fora do lugar e não pega bem pra Microsoft ficar tentando convencer o público que tem mais do que tem com "exclusivos" entre aspas.

Sony

A apresentação da Sony começou com uma intensa lambança que quase estragou tudo, mas depois apenas ficou esquisito. Inicialmente os jornalistas foram levados para uma igreja que era uma reprodução do cenário do primeiro jogo que seria apresentado: The Last of Us Part 2, com um pouco de gameplay do jogo, o qual não faz muito meu estilo. Já esperava que eles fossem abrir com esse jogo por ser o de maior impacto.

Depois disso eles foram movidos para o palco principal onde ocorreria o resto da conferência e enquanto os jornalistas transitavam tivemos tipo uma mesa redonda, um pre-show da própria Sony que não fazia sentido nenhum e cortou completamente o ritmo da coisa. Felizmente depois que eles chegaram no palco principal as coisas voltaram ao normal, mas demorou um pouco.


Durante o pre-show falaram algo que a Sony já tinha dito antes, sobre se focar apenas em 4 jogos e não ter muitas surpresas, mas quebrou demais o fluxo da conferência. E é realmente um feito conseguir ser chato quando você também oferece Call of Duty: Black Ops 3 gratuitamente para os assinantes da PS Plus durante o mesmo segmento.

Days Gone apareceu apenas rapidamente, o que é uma pena porque eu acho que era a hora de botar um gameplay realmente intenso com animais zumbis pra vender o jogo. Depois disso Twin Mirror, outro jogo pseudo-emocional e misterioso da Dontnod que sairá também no Xbox One e PC, dois títulos de VR, Ghost Giant e Beat Saber, que parecem muito bons e por fim encerramos essa parte com a expansão Forsaken de Destiny 2.

No palco principal um músico com uma flauta de bambu tocava com um enorme, mas xicante mesmo, telão ao fundo com campos de trigo balançando. Faltou tato da Sony pra ver que não era hora pra um cara tocando no bambu dele em público, quando já tinha passado 30 minutos de quase nada.

Pelo menos o que veio depois me agradou bastante, um longo gameplay de Ghost of Tsushima, um jogo de samurais que já estava anunciado há algum tempo mas agora teve uma boa porção do show dedicado a ele. Não é a coisa mais supimpa como Horizon Zero Dawn, mas é um jogo original e bacana.


Ver jogos originais é sempre bom, especialmente quando não esperamos por eles, como o jogo Control que veio logo a seguir. Apesar de eu gostar do que vi, ele é da Remedy, mesma produtora de Alan Wake e Quantum Break e exala Quantum Break por todos os seus poros. E então veio uma parte muito boa da conferência, o remake de Resident Evil 2, o qual fez o público vibrar mesmo sendo multiplataforma.

Teve um novo jogo chamado Trover Saves the Universe estilo Rick & Morty e com algumas pessoas da equipe de Rick & Morty envolvidas que eu simplesmente não vi propósito de fazer um jogo tão parecido com o show mas sem a marca. O já mencionado trailer de Kingdom Hearts 3 com Piratas do Caribe que meio que deu uma rasteira no da Microsoft e ainda anunciou um PS4 temático e uma coletânea com todos os jogos da série pra PS4.

Aí a coisa ficou muito estranha mesmo com Death Stranding, o novo jogo de Hideo Kojima. Já são três E3 sem entender como é o jogo, qual sua história, quando ele lança e o mais importante: se alguém ainda vai ter vontade de jogar quando sair. Eu gosto de certos elementos dos trailers como a tensão, mas a bizarrice está exagerada demais na trajetória do jogo. Foram quase 10 minutos de algo que não fazia sentido.

Pelo menos logo em seguida tivemos o anúncio de Nioh 2, o qual eu acho que ficou muito largado nesse ponto da conferência e merecia mais atenção. Então entramos para o grand finale, um grande gameplay de Spider-Man que será lançado ainda esse ano, daqui a poucos meses. É um jogo com o qual eu tenho uma série de problemas e por isso não me anima muito.


Depois que a conferência "acabou", voltou para o pre-show onde os apresentadores falaram sobre o que mais gostaram da apresentação e revelou-se o último jogo, um jogo de realidade virtual da From Software chamado Déraciné. Este modelo de apresentação acabou virando uma bagunça e não deu nada certo, para não mencionar que os fãs sentiram falta do remake de Final Fantasy 7 que deu uma sumida.

Nintendo

A conferência da Nintendo como de costume foi pré-gravada e liberada online com apenas 42 minutos. Ela foi bem mais ameana do que outras conferências da empresa e houve momentos de certa estranheza com Reggie falando sozinho sem qualquer som de fundo. No entanto a Nintendo começou extremamente bem, o perfeito contraponto ao começo enrolado da conferência da Sony.

Eles simplesmente começaram com o anúncio de um novo título da Marvelous cheio de ação chamado Daemon X Machina com mechs voando, atirando, atacando com espadas e destruindo com um visual de desenho animado belíssimo. É o tipo de anúncio que eu espero de uma E3 da Nintendo e praticamente nunca tenho. Mais dois ou três desse e eu compraria um Switch. Felizmente não era só um spin-off de Xenoblade apesar de parecer e um DLC de Xenoblade Chronicles 2 ser anunciado logo em seguida.


Reggie tomou tempo para falar tudo sobre Pokémon: Let's Go, Pikachu & Eevee que já havia sido dito antes em outra Nintendo Direct. Depois mostraram Super Mario Party, que é basicamente a mesma experiência de sempre mas com a facilidade de ter automaticamente dois joy-cons para multiplayer. Houve ainda uma ideia de unir dois Switchs para criar uma área de jogo maior, o que até é interessante de um ponto de vista técnico mas pouco prático.

Tivemos o anúncio de Fire Emblem: Three Houses, um novo jogo da série que inicialmente não impressionou muito com gráficos meio fracos, mas depois mostrou um pouco de exploração livre e mais detalhes nas batalhas. Ainda assim, é uma fórmula que vem se repetindo há um tempo e demonstra algum cansaço.


Alguns ports importantes como Fornite para Nintendo Switch, um jogo que está bem popular, e a chegada de Dragon Ball FighterZ, a qual eu não pensava ser tecnicamente possível mas aconteceu. É tardia como tantos jogos de Switch, mas é um bom sinal que as produtoras ainda estão atendendo pedidos de fãs sobre jogos para o console. Se você reparar, quase nada da E3 terá versão para Switch, menos de 1/3 dos jogos.

Houve alguns indie sem graça como Overcooked 2, um jogo que não precisava de sequência tão cedo, Killer Queen Black, que não me despertou interesse algum, e Hollow Knight que já foi lançado de surpresa junto com a conferência. Falaram rapidamente sobre Octopath Traveller, mas é outro jogo que também não consigo me interessar, imagino que seja bacana como Bravely Default, mas não entra na minha lista de prioridades.

Depois disso um único vídeo com vários jogos como Starlink (com nave de Star Fox de Bônus e agora eu quero um Star Fox pela Ubi), Minecraft, Sushi Striker, DLC de Donkey Kong para Mario+Rabbids, Just Dance 2019, Dragon Ball FighterZ, DLC de Splatoon 2, Captain Toad, Crash Bandicoot N. Sane Trilogy, Ninjala (parece interessante), Fifa 19, Ark: Survival Evolved, Paladins, Fallout Shelter, Dark Souls, SNK Heroines Tag Team Frenzy, Monster Hunter Generations Ultimate, Wolfenstein 2, The World Ends With You, Mega Man 11, Mario Tennis Aces e outros.


Veja que aqui há um sério problema, uma quantidade enorme de ports. Pouquíssimos jogos originais e muitos ports atrasados que não têm muito motivo de existir. Com exceção de Dragon Ball FighterZ que realmente é uma boa adição, muitos desses jogos não fazem muita diferença no Switch.

Depois disso entramos em uma forte entubada de Super Smash Bros., o qual foi batizado de Super Smash Bros. Ultimate. Antes da E3 foi comentado que seria um novo jogo e não uma versão melhorada do Wii U mas confesso que eu não vi diferença, me parece o mesmo jogo. Mesmo que não seja, mais uma vez parece que quem comprou o Wii U comprou a versão beta de um jogo da Nintendo.

Foram 25 minutos meus amigos, de coisas que eu não vou detalhar por completo. O resumão é que todos os personagens estão de volta, desde o primeiro Smash até o mais recente, incluindo os personagens convidados. Isso significa o que? Ice Climbers, Pokémon Trainer, Ryu, Sonic, Bayonetta, Pac-Man, além de alguns novos como Inkling e Ridley.


Uma coisa que não rolou no entanto foi um modo single como foi o Adventure em Melee ou o Subspace Emissary em Brawl, uma das coisas que eu mais sinto falta. Quando Ridley estava para ser anunciado houve uma cutscene que ainda me deu esperanças de que fosse rolar, mas foi por água abaixo. O mais estranho foi quando a conferência acabou em Smash Bros., eu pensava que haveria algo mais depois.

Não tivemos nada de Metroid Prime 4, nada de F-Zero, nada de Star Fox, nem mesmo o jogo de Yoshi e nenhum jogo de Nintendo 3DS. Foi bem caído, ainda mais porque mais da metade foi dedicada apenas a detalhes sobre Super Smash Bros. Ultimate.

Ubisoft e Bethesda

Tanto Ubisoft quanto Bethesda tiveram também boas conferências esse ano, mas sofrendo de alguns males de anunciar coisas que não estavam bem prontas. Algumas nem mesmo estarão prontas pelos próximos anos como é o caso de The Elder Scrolls 6. Beyond Good and Evil 2 teve um bom momento, mas não surpreendeu o suficiente para ganhar destaque.


A Ubisoft sempre ganha muitos pontos pela apresentação, eles fazem realmente um bom show com várias maneiras diferentes de mostrar cada um dos jogos, com direito até mesmo a uma participação especial de Miyamoto... que apareceu mais na conferência da Ubisoft que na da Nintendo... Square Enix, EA e Devolver não se destacaram esse ano.

Quem ganhou?

A conferência da Microsoft foi inflada novamente para parecer que eles contam com muito conteúdo em seu console, porém o que menos temos é motivo para comprar um Xbox One agora no final de sua vida. Muitos trailers de jogos multiplataforma que eram desnecessários, não precisavam estar lá e fazem tanta propaganda para o PlayStation 4 quanto fazem para o Xbox One.

A Sony teve um começo muito ruim com a bagunça que foi a mudança de cenário, mas ofereceu alguns bons gameplays. Foi uma das poucas que teve um bom tempo dedicado a gameplays, como The Last of Us Part 2, Ghost of Tsushima, Death Stranding (apesar de ninguém entender) e Spider-Man. Enquanto a Nintendo mostrou pouco e basicamente se resumiu a Super Smash Bros. Ultimate.

Não é difícil entender que jogos são desenvolvidos em ciclos. Alguns anos desenvolvendo e então são lançados. Todo o marketing ocorre durante os 2 ou 3 anos em que o jogo é desenvolvido e normalmente não se fala sobre o jogo durante seu primeiro ano, quando ele ainda está tomando forma. Porque isso significa um lançamento apenas 2 ou 3 anos depois, como um No Man's Sky, o que é tempo demais para deixar o público na vontade e especulando, prejudicando a recepção.


Esta era uma E3 de ciclo de desenvolvimento. Época para os próximos grandes jogos de PlayStation 4 e Xbox One ainda estarem no forno e assim estarem ausentes do show ou aparecessem mostrando muito pouco, sem data de lançamento, o qual só ocorreria uns 2 anos depois. Era uma oportunidade também para jogos menores aparecerem e serem lançados em breve. Mas a indústria meio que matou os jogos de notas 7 e 8 pra deixar só os AAA de 9 e 10.

Vale lembrar que apenas o PS4 e Xbox One estão nesse ciclo, consoles que chegam ao seu quinto ano já cansados. Era a oportunidade para o jovem Nintendo Switch que ainda está abrindo seu segundo ano mostrar grandes títulos que já deviam estar em desenvolvimento um ano antes do console ser lançado ou ao menos algumas promessas para 2019. Estranhamente isso não aconteceu, o que deu à feira em geral um clima bem caído.

Eu diria que todas as três empataram nessa E3 e não de um jeito positivo. Todas as empresas decepcionaram bastante e nem mesmo thirds se projetaram como foram em outros anos. Esperava bastante que a Nintendo usasse esse vácuo pra se promover e confesso que estou desapontado de não ter visto nada de relevante.

Porém em meio a todos esses anúncios de jogos que não veremos tão cedo a Nintendo é a única que tem um título grande para sair agora com Super Smash Bros. Ultimate, então acho que para 2018 ela é realmente a vencedora, mas não por uma boa margem.

sábado, 28 de abril de 2018

O primeiro ano do Nintendo Switch


A Nintendo lançou nesta última semana seu relatório financeiro do ano fiscal de 2017, o qual inclui suas operações entre Março de 2017 e Março de 2018. O Nintendo Switch vendeu 17,79 milhões de unidades, emplacou 12 títulos com vendas acima de 1 milhão, tornou The Legend of Zelda: Breath of the Wild o game mais vendido da série com quase 10 milhões de unidades... e vamos ver por que isso tudo é uma coisa ruim =D

Por favor entoem este mantra comigo: "O primeiro ano não prova nada". O Nintendo Switch pode ser um sucesso estrondoso? Sim, mas não vão ser as vendas do primeiro ano que vão apontar isso. Infelizmente os fãs da Nintendo são muito precipitados em comemorar e eu nem mesmo estou falando isso por ir contra a ideia do console ser um sucesso, mas simplesmente contra a ideia de achar que o primeiro ano de vendas define algo.

A todo novo console ou portátil as pessoas esquecem a história do Nintendo DS que vendeu mal em seu primeiro ano e até perdeu para o PSP, soletrando "Nintendo doomed", antes de se tornar o portátil mais vendido de todos os tempos e a mais vendida plataforma Nintendo com mais de 150 milhões de unidades. Se más vendas no primeiro ano podem ser sinais de quebra de recorde, por que boas vendas no primeiro ano seriam sinal de algo positivo? É algo que venho falando desde o Nintendo 3DS.

Os números do Nintendo Switch podem estar inflados graças a The Legend of Zelda: Breath of the Wild, um jogo com tamanha qualidade como nunca vimos no lançamento de um console. Imaginem se o Nintendo 64 fosse lançado com Ocarina of Time. Não mudaria o destino do videogame e o resto da coleção que ele receberia nos próximos anos, mas sem dúvida faria ele parecer um sucesso estrondoso no início.


Em seu primeiro ano o Nintendo Switch teve Mario, Zelda e Mario Kart, e a grande questão é que essas são as maiores franquias da empresa. Super Smash Bros. e Pokémon ainda tem um bom peso, mas é um fato que a Nintendo descarregou seus mais potentes canhões logo no início da vida do console, o que faz com que nos questionemos o que virá a seguir para mantê-lo vendendo nesse ritmo como eles esperam.

Eu esperava que o Switch vendesse entre 10 a 15 milhões no primeiro ano, mais ou menos a mesma previsão da Nintendo, a qual foi revisada. No próximo ano eles esperam vender 20 milhões e aí discordamos bastante, porque eu não acho que o Switch irá vender cada vez mais, eu acredito que ele possa ainda vender bem em seu segundo ano, mas desacelere.

Isso porque eu estou vendo uma limitação muito grande das pessoas que o console atinge. Vamos falar sobre cada Tier desse público. O Tier 1, jogadores hardcore, estão comprando muitos consoles. Assim como aconteceu com a queda de preço do Nintendo 3DS que adiantou a adesão deles ao portátil mas depois desacelerou suas vendas porque as pessoas que comprariam o videogame em anos seguintes quando houvesse mais jogos de qualidade, já o haviam comprado.

Não sou apenas eu que estou preocupado que o primeiro ano possa ter sido apenas de fãs e que deva haver uma expansão do público, mas o próprio presidente da Nintendo, Tatsumi Kimishima: "No primeiro ano teremos fãs de jogos e da Nintendo comprando. Para o segundo ano e em diante é importante criar uma estrutura para que os jogos lançados possam ser jogados ainda além [desse público já conquistado]".


Super Mario Odyssey está com 10 milhões de unidades, Mario Kart 8 e The Legend of Zelda Breath of the Wild estão também perto dos 10 milhões e aqui entra uma questão interessante sobre quanto eles se sobrepõem. O Attach Rate, a proporção de jogos por console, está alto como na época do GameCube, maior que 3 jogos por console e há um boa chance de que ao lado de Splatoon 2 que vendeu 6 milhões, esses sejam os jogos que a grande maioria das pessoas têm.

Isso pinta uma figura muito hardcore do console e muito voltada para os fãs da Nintendo. O Switch já tem 12 títulos que ultrapassaram a marca de 1 milhão, entre eles: Super Mario Odyssey, The Legend of Zelda: Breath of the Wild, Mario Kart 8 Deluxe, Splatoon 2, 1-2 Switch, Arms, Xenoblade Chronicles 2, Kirby Star Allies e Pokkén Tournament. São 9 títulos da própria Nintendo, o que não é um bom sinal para as thirds.

Ele ainda está ganhando alguns ports atrasados. Wolfenstein 2 vai sair no Switch bastante tempo depois dos outros, Dark Souls Remastered foi adiado mas ainda virá, Crash Bandicoot N.Sane Trilogy. Porém quando o assunto são novos jogos, ele continua sendo deixado de fora e isso não é legal como um sinal do suporte futuro. Não temos Fortnite no console, não temos PlayerUnknown's Battlegrounds, títulos que foram lançados para smartphones, e com certeza não teremos blockbusters de consoles como Call of Duty e Battlefield. Se o Swich for mais um videogame só de jogos da Nintendo, as vendas irão refletir isso.

Voltando a Super Mario Odyssey, 58% da base do Nintendo Switch possui o jogo, e obviamente este número não é apenas de hardcores. Aí entra o Tier 2 do mercado, pessoas que jogam casualmente e até estão cientes do Switch, mesmo que não sejam bitoladas por ele. aqui entra um questionamento. O que acontece se essas forem todas as pessoas dispostas a comprar um videogame Nintendo por um Mario 3D? O que as fariam comprar um console depois disso?


Não temos Tier 3, os não jogadores, completos casuais ou desistentes, pessoas que não costuma jogar videogame ou pararam de jogar videogame em algum ponto de sua vida. Não temos um Wii Sports para chamar sua atenção. Jogos como Breath of the Wild e Super Mario Odyssey apesar de sua aclamação crítica, não são capazes de atingi-los. Mesmo o curioso Nintendo Labo não chegará até eles. Isso dificulta muito que o console chegue a números tão altos.

Vivemos em uma era de pós-verdade na internet, onde a aparência é tudo. Por exemplo, as manchetes são "Lucro da Nintendo cresce 505%". Porcentagens são usadas para disfarçar fatos como o de que o lucro da Nintendo no ano anterior foi baixo, em torno de US$ 265 milhões e foi bom nesse ano, por volta de US$ 1,6 bilhão. Um número como 505% dá a ideia de proporções Wiiescas e não estamos lá.

Não é algo que uma pessoa comum poderia notar pelas notícias que vemos. A maioria das pessoas está pensando que o Nintendo Switch é um fenômeno na escala do Wii, quando na verdade suas vendas estão abaixo do PlayStation 4 no mesmo período. Há um pico no lançamento, outro no Natal e vários meses em que o Switch vendeu pouco mais de meio milhão e o PS4 vendeu quase o dobro disso.

Mas não precisam pensar que essa é uma questão de enaltecer a Sony, pois o próprio PlayStation 4 está abaixo de uma plataforma Nintendo, o Wii. Em outras palavras, temos em primeiro lugar as vendas do Wii, depois as do PS4 e então as do Switch. E por algum motivo a percepção pública é que o Switch está vendendo mais do que o Wii, que é um fenômeno ainda maior que ele.


Talvez eu esteja errado, talvez quase 18 milhões de unidades seja um resultado fantástico, mas então entraríamos em uma outra questão: são boas vendas para um console ou são vendas normais para um portátil? Toda essa história de plataforma híbrida cria alguns problemas para medição. Se o Nintendo Switch for um console, como eu sempre afirmei, seu potencial máximo ao agradar os Tier 1 e um pouco ao Tier 2 seria de 40 milhões de unidades.

No entanto se ele fosse um portátil ele poderia chegar a 80 milhões, como o Nintendo 3DS, e ainda assim ao lado do mesmo ser um dos portáteis menos vendidos da empresa. Porque 80 milhões é ótimo para um console, mas não é tão bom assim para um portátil, pois portáteis naturalmente vendem mais. Eu não acredito que o Switch seja um portátil, por motivos que falarei a seguir, mas a Nintendo pode me provar errado, redefinir o que significa ser portátil, o que inutilizaria todo meu conhecimento sobre esse segmento.

Quando as pessoas me dizem que o Switch é um portátil, eu o comparo com duas plataformas. A primeira é o Nintendo 3DS. Como o Switch poderia atender os mesmos requisitos do público do Nintendo 3DS sendo tão diferente? Como ele poderia ser fácil de levar no bolso daquele tamanho? Como ele pode ser bom para jogar na rua se sua bateria dura pouco? Como ele poderia ser bom para uma diversão rápida se seus jogos são em maioria jogos de console em uma tela pequena? Como ele pode atender o mesmo público do 3DS custando mais de 100 dólares a mais do que as pessoas estavam dispostas a pagar pelo portátil?

Por esses motivos eu não vejo o Switch como portátil, acredito que suas vendas são fortes para um console. A segunda plataforma que ele me lembra é o PSP e a questão que levou a sua derrota. O Nintendo DS tinha jogos de portátil e o PSP tinha jogos de console em uma tela pequena. Total de vendas do PSP? 80 milhões. Não há muito como escapar disso. No entanto, isso não é um problema quando se é um console.


Um dos motivos que eu acho que levará ao desaceleramento do Nintendo Switch é o eventual lançamento de um novo portátil da Nintendo, assim que ela se der conta de que pelo Switch não ser um portátil, ele não faz o trabalho de um portátil, tanto para o público quanto para a empresa. Um novo Nintendo 3DS, DS ou até mesmo GameBoy, tiraria muito o foco do Switch.

Infelizmente com a mudança de presidente agora temos uma pitada de imprevisibilidade na Nintendo. O segundo ano do Nintendo Switch ainda deverá ser estável como legado de Kimishima, mas a partir do terceiro ano as coisas podem ficar turbulentas... assim como pode não acontecer nada, é o problema de não sabermos qual o jeito desse novo presidente.

Se o Nintendo Switch provar que eu não sei nada sobre o mercado de jogos ou de portáteis, tudo bem, mas não serão essas vendas do primeiro ano que vão dizer isso.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Analisando Super Mario Odyssey em quase 3 minutos


Super Mario Odyssey foi uma das grandes surpresas no trailer de revelação do Nintendo Switch pois contrariou a impressão inicial de que seguiria os moldes de Super Mario 3D Land / 3D World e retornou com o conceito de fases em mundo aberto para explorar, como Super Mario 64, Sunshine e até certo ponto Galaxy.

Como nós já sabemos, Mario em 3D não vende consoles, não é tão popular quanto Mario 2D e isso será um ponto negativo para o Switch. Então como essa parte está muito óbvia, vamos pular diretamente para coisas mais interessantes, sobre o que o trailer de Super Mario Odyssey nos diz com aquela destoante cidade e o que isso significa para Mario.

No Mario's Land

O choque de ver Mario em uma cidade foi muito grande, pois quase sempre o personagem está em um reino de fantasia. Por um lado eu fiquei satisfeito de ver a Nintendo arriscando e quebrando o Status Quo, porém não posso deixar de lamentar que provavelmente esta seja a direção errada para o personagem.

Este é um daqueles momentos em que parece que nada que a Nintendo faz me agrada e eu só reclamo. Se não mexer em Mario, eu reclamo, se mexer em Mario, eu reclamo. Mario está vendado e amarrado na linha do trem, eu não quero que ele fique ali parado esperando ser atropelado, mas não quero também que ele tente sair indo em direção ao trem.

O que temos aqui é uma situação que me lembra muito Super Mario Land 2. Antes de a Nintendo começar a engessar o personagem, ela fez essa versão portátil pelo diretor Hiroji Kiyotake ao invés de Shigeru Miyamoto, que é no mínimo bizarra. Mario tem poderes como orelhas de coelho, visita zonas estranhas como Pumpkin Zone e Space Zone, enfrenta inimigos como vampiros, ratos de esgoto, porcos e assim por diante.

A primeira impressão ao jogar Super Mario Land 2 é de que é um jogo divertido e que distrai, mas ao mesmo tempo que aquele conteúdo não pertence a Super Mario. A sensação é a mesma com Super Mario Odyssey, uma sensação de desconforto em relação ao que é apresentado. Não estou nem falando apenas da cidade, tudo apresentado no jogo até agora parece deslocado para o que se espera de Mario.

Entenda o trailer

Recentemente o canal GameXplain do YouTube postou uma análise sobre o trailer de Super Mario Odyssey com 1h 20m de análise para extrair o máximo de informação possível do vídeo e eles fizeram realmente um trabalho excepcional. Aqui vou tentar explicar um pouco coisas que valem a pena saber do vídeo antes de nos aprofundarmos mais e sem que você precise ficar 1 hora assistindo.


O estilo da cidade parece Nova York porém há uma grande quantidade de elementos que nos lança nas mais diversas direções. Por exemplo, a cidade é um mapa relativamente pequeno, apenas um trecho, com uma rua principal e algumas transversais, recheado com prédios para se subir. Há também andaimes vermelhos de construção, lembre-se deles.

Segundo as propagandas nas ruas a cidade se chama "New Donk City"... Donk, como em Donkey Kong. Coincidência? Nem um pouco. Durante o trailer todos os nomes das ruas e lojas são referêcias a Donkey Kong. Cada uma das ruas tem o nome de um macaco da família de Donkey Kong, como Cranky, algumas referenciam montarias como Expresso e Rambi, e há até uma rua K. Roll, como o vilão de Donkey Kong Country.

Além de Nova York a cidade é bastante semelhante também à antiga Big Ape City, uma cidade dos kongs apresentada em Donkey Kong Land do GameBoy. No entanto é possível ver em New Donk City algo que parece uma versão da Ponte do Brooklyn e até um prédio que aparenta ser uma cópia do Empire State Building.

Recentemente Shigeru Miyamoto disse em uma entrevista que acredita que Pauline, a donzela em perigo de Donkey Kong que Mario tinha que salvar, vive em New Donk City. Não se sabe com quanto de seriedade ele fez esse comentário, mas parece reconhecer que a teoria dos fãs está correta.

New Donk City não seria apenas uma cidade, mas a cidade onde Mario enfrentou Donkey Kong. Por isso há andaimes vermelhos por lá, assim como os que Mario subia para enfrentar o macaco na época. O trailer mostra quatro fases no total, duas identificadas pelos fãs, como Kogwald (floresta) e Mt. Volbono (legumes), porém a mais chocante é realmente New Donk City.

Em todas as fases parece haver uma loja chamada Crazy Cap, a qual aparentemente vende chapéus, os quais devem ser meio malucos para serem tão importantes. É possível que Mario possa adquirir power-ups na forma de chapéus nesse jogo, pois a loja conta com vários tipos de chapéu diferentes na entrada.

O trailer nos mostra também os vilões, quatro coelhos que parecem estar ajudando Bowser a raptar Peach e se casar com ela. Não é preciso ser um gênio para ver uma correlação aqui. Chapéus, coelhos... coelhos saem de chapéus... uma teoria de fã ainda vai mais longe e sugere que o chapéu de Mario, o qual aparece com olhos no trailer, na verdade tem um coelho dentro.

A Lua também parece ter algum tipo de papel no jogo porque ela é representada nas fases sempre em grande destaque, mesmo de dia, de um tamanho muito maior que na Terra. Inclusive, segundo o globo na nave de Mario, este planeta não seria a Terra. No folclore é comum essa correlação entre coelhos morarem na Lua, como em Rabbids Go Home (com os coelhos de Rayman). Outra coincidência estranha é que em Super Mario Land 2, Mario também vai à Lua.


Teorias

Infelizmente não é possível analisar o jogo só com o que já foi lançado. Tudo que sabemos é que se trata de um Mario 3D e que isso deve voltar com o sistema de resolver quebra-cabeças para obter algum colecionável. Porém há alguém novo trabalhando em Mario e está trazendo novas ideias para o jogo, o que significa que não conseguimos prever o que virá a seguir. Apesar de apreciar que eles estejam sendo ousados, eu não gosto tanto dessa nova direção.

Tendo dito isso, há um espaço enorme para teorias sobre outras partes do jogo além da jogabilidade, como seu tema e sua história. Apesar de todos os trailers até agora terem mostrado muito pouca coisa, há detalhes bem curiosos que parecem esconder coisas maiores. Cá entre nós, eu não acho que essas teorias irão de fato estar no jogo, mas acho que há algo nelas que provavelmente chega perto da verdade. Deem só uma olhada.

Alice no País das Maravilhas

Uma coisa que sempre ouvimos falar sobre Super Mario Bros do Nintendo 8 Bits é que o jogo foi inspirado em Alice no País das Maravilhas. A forma como Mario entra em um cano que o leva para um reino mágico onde ele aumenta de tamanho ao comer cogumelos é extremamente baseado no clássico de Lewis Carroll.

Porém será que o criador do personagem, Shigeru Miyamoto, se lembra disso? Como muitas de suas influências iniciais, hoje pouco de Mario ainda lembra o cássico Alice pois o personagem cresceu e se distanciou bastante de suas origens. Mas e se algum dos envolvidos, como o diretor Kenta Motokura ou o produtor Yoshiaki Koizumi, decidisse trazer essas referências de volta ao achar que elas fazem parte do personagem?

Esta é uma teoria, Mario estaria novamente recebendo influências de Alice. O dono da loja Crazy Cap não seria de certa forma um Chapeleiro Maluco? O suposto coelho no chapéu do personagem, poderia ser uma referência ao Coelho Branco da história de Alice que está sempre atrasado? "Siga o Coelho Branco"? Não é isso que Mario está fazendo ao perseguir os vilões?

Wibbly Wobbly Timey Wimey (Viagem no tempo)

Aqui as coisas começam a ficar realmente interessantes porque dá pra ver que eu não estou doido, há alguns elementos que suportam o que eu estou dizendo. O Coelho Branco de Alice no País das Maravilhas está sempre olhando para seu relógio e dizendo que está atrasado. Esta correlação entre coelhos e tempo parece ter ficado marcada desde então como algo sutil.

No filme Donnie Darko vemos uma fantasia de coelho ambulante viajar no tempo, no seriado LOST a Iniciativa Dharma tentava enviar um coelho para o futuro (por que não um rato?) e até mesmo jogos como Rayman Raving Rabbids: Time Travel e Castlevania: Aria of Sorrow, no qual o personagem Chronomage é um coelho capaz de parar o tempo totalmente inspirado no Coelho Branco de Alice.

Seria possível que os coelhos estivessem viajando no tempo e o coelho no chapéu de Mario esteja fazendo o mesmo por ele? Bom, esse é um salto muito grande de lógica, não é? Basta ver um coelho e pensar viagem no tempo. No entanto, basta prestar atenção nas pessoas de New Donk City para perceber que elas estão usando roupas de época.

New Donk City parece uma versão de Nova York, mas não qualquer versão, parece Nova York nos anos 1930. Nessa época a cidade tinha muitas obras e isso explicaria a grande quantidade de andaimes que se encontram por essa suposta versão espelhada de Nova York. Lembram-se de King Kong em 1933 que depois foi a inspiração para Donkey Kong? O período temporal se encaixa.

Outro detalhe estranho é a Lua do jogo. Não sei se isso acontece apenas por motivo estéticos, mas a Lua muda de fase de uma forma que as visitas de Mario à mesma fase em períodos de dia e noite não parecem ocorrer no mesmo dia. Como ele está passando o tempo entre uma visita e outra? Não parece provável que o jogo tenha várias luas para isso.

That's some bad hat Harry

Algo que vemos no trailer é que Bowser destrói o chapéu de Mario antes de jogá-lo para fora de sua nave. Já vimos que chapéus são o grande tema do jogo e sua importância será extrapolada. Então e se ao destruir o chapéu de Mario no passado, Bowser tivesse conseguido anular todas as vitórias do encanador? Desde Donkey Kong, até jogos mais recentes.

Isso explicaria por que Mario está em New Donk City, uma cidade que aparentemente é a mesma de seu primeiro jogo, Donkey Kong de 1981, mas totalmente dominada pelos Kongs. É como se fosse uma realidade paralela na qual Mario nunca venceu Donkey Kong e o macaco trouxe toda a família para morar na cidade.


Mas e as outras fases? O deserto seria Sarasaland de Super Mario Land, o que explicaria por que temos esfinges semelhantes aos inimigos Gaos como montaria. Mt. Volbono, a fase dos legumes poligonais seria Super Mario 2, apesar de não entender por que do visual quadradão, e a floresta Kogwald... a forma como o caminho surge subitamente poderia ser a Forest of Illusion de Super Mario World?

Talvez parte da ideia esteja certa, mas o motivo errado. Quem sabe o motivo da viagem não são chapéus, já que eles têm tanta importância? Cartolas em Nova York, Sombreros no México, chapéu de Chef na terra dos legumes, um chapéu de bruxa na floresta ou um chapéu florido para acompanhar Wiggler?

Nintendo vai falir / A Morte de Mario

Esquecendo um pouco tudo já falado, vamos voltar à New Donk City e uma cena específica do trailer. Primeiro, por que New Donk City parece estar no ano de 1930? Você sabe algo sobre essa época? Logo após a Crise de 29, a grande depressão, as perdas finaceiras eram tantas que impérios eram esmigalhados do dia para a noite... talvez como a Nintendo?


Por que estou dizendo isso? Bom, aqui as coisas ficam um pouco sombrias. Por que a Nintendo escolheu justamente os anos 30 para o jogo? Era um tempo terrível, vidas inteiras eram destruídas em segundos, os parques eram ocupados com pessoas que ficaram sem casas subitamente e principalmente por um motivo: ao perderem tudo muitas pessoas se jogavam dos prédios... exatamente como Mario faz no vídeo.

Não é no mínimo estranho? New Donk City se passa em um estado de superposição quântica no qual tanto Mario foi derrotado por Donkey Kong, o que eu imagino que não fez muito sucesso na época em que o jogo Donkey Kong foi lançado e a Nintendo faliu, como na versão em que Mario vence o macaco e a entrada da Nintendo com Donkey Kong é o início da salvação do mercado de consoles nos anos 80.

Por isso a cena corta e nunca vemos Mario tocar o chão, ele ainda não morreu e a Nintendo ainda não faliu, está tudo no ar. Tá, essa última foi um exagero apenas para ver se vocês ainda estavam prestando atenção. Mas de fato Mario aparece pulando do topo de um prédio no que parecem ser os anos 30... um pouco de falta de tato da Nintendo? Nem vou tocar no fato de que lançaram Super Mario Maker no 11 de Setembro...

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Os jogos do primeiro ano do Nintendo Switch


Assim que o Switch foi anunciado e seus jogos de lançamento confirmados eu fiz uma breve análise de todos os títulos, porém... fiquei completamente sem tempo de postá-los =( Então agora estou trazendo essa lista que já tinha feito, mas já sabendo que alguns outros jogos foram confirmados durante esse meio-tempo, como Shovel Knight, Stardew Valley, Wonder Boy, entre outros.

Utilizei também um sistema de asteriscos de 1 a 5 (*****) para classifica meu nível de interesse nos jogos e vermelho para total desinteresse.

Lançamento

The Legend of Zelda: Breath of the Wild *****

Até agora o único jogo que realmente faz valer a pena ter um Nintendo Switch, Breath of the Wild parece fantástico e cada vez que ressurge parece ainda melhor. Algumas preocupações sobre o mundo aberto ser meio vazio têm surgido conforme mais pessoas têm tido acesso a versões do jogo, mas mesmo que isso ocorra eu ainda acredito que outros elementos compensarão o suficiente.


Super Bomberman R *

Há uma boa chance da Konami estragar este retorno de BomberMan, então eu simplesmente não vou botar a menor fé. Para não mencionar que se eu quiser jogá-lo online terei que pagar uma mensalidade do serviço online do Switch, algo que eu provavelmente não faria ao já pagar a PS Plus.

Skylanders Imaginators *

Era bastante esperado, os jogos da série Skylanders vendem bem em plataformas Nintendo que sempre tiveram um certo público infantil, porém não é nada sensacional, já que o jogo já está disponível para outros consoles há mais tempo. Ele levanta uma questão no entanto: onde estão os jogos para usar Amiibos? A Nintendo já esqueceu de seus bonecos?

1, 2, Switch *

Desde Wii Sports e Wii Play a Nintendo sente que precisa botar uma coletânea de minigames com o máximo de conceitos bizarros sobre seu novo controle para vender seu videogame. O que com Wii Sports saía naturalmente, vem sendo forçado com os outros consoles, como Nintendo Land e agora 1, 2, Switch. Seria um software razoável para acompanhar o videogame, mas vendido separadamente não tem público que vá se interessar.


Just Dance 2017 **

A série Just Dance já está um pouco cansada pois a Ubisoft fez viagens demais ao poço, mas ela ainda é divertida mesmo assim. No entanto, Just Dance 2017 já está disponível em outros consoles e sobrou pouco motivo para pegá-lo especificamente no Switch. Vale ressaltar que não se pode expandir público com algo que já expandiu antes, é preciso de novas ideias. Assim como Nintendogs no 3DS não fez sucesso como no DS.

Março

Snipperclips ***

Este é um minigame 2D em que os jogadores controlam personagens de formas bizarras e precisam realizar missões simples em um mundo regido por física. É um jogo bastante divertido, apenas não tem muita cara de Nintendo. Ela basicamente pegou um jogo que já estava em desenvolvimento há 2 anos e entrou para colocá-lo no Switch, provavelmente exclusivo.


Fast RMX **

Em qualquer outro videogame eu acharia legal um jogo de corrida futurista, pois os outros videogames precisam de clones, porque apenas a Nintendo tem F-Zero. Então por que diabos a própria Nintendo continua nos dando esses clones ao invés de ela mesma fazer um novo F-Zero?

Has Been Heroes *

Um jogo indie provavelmente bacaninha, mas que não faz muito o meu estilo. É da mesma equipe de Trine e será lançado também para PlayStation 4, Xbox One e PC, então não tem tanto motivo assim para considerá-lo especificamente no Nintendo Switch. Ele não seria lançado para o Wii U no entanto.

Abril

Mario Kart 8 Deluxe ***

Aqui temos um dos principais problemas do Switch, a Nintendo achar que pode vendê-lo com os mesmos jogos do Wii U. Se Mario Kart 8 não fez do Wii U um sucesso, não tem por que achar que ele vai fazer muito pelo Switch. Aproveitando para colocar um Battle Mode e todos os DLCs para que as pessoas que o compraram no Wii U sintam que ganharam um jogo incompleto.


Primavera 2017

Disgaea 5 Complete ***

A série Disgaea traz jogos de estratégia bem completos, mas extremamente hardcore, então eles acabam sendo direcionados para um tipo muito específico de público. Esse público normalmente gosta de jogar também outras séries japonesas e baseadas em anime que têm mais chance de aparecer no PlayStation 4 que no Switch.

Puyo Puyo Tetris **

Quebra-cabeças podem se sair bem, mas Puyo Puyo não é uma série tão popular no ocidente quanto é no Japão. Uni-la com uma de sucesso universal como Tetris pode no fundo prejudicar o jogo. Como quando a Nintendo uniu os personagens de Dragon Quest com Mario em Fortune Street e todos passaram batidos pelo jogo.

Arms **

Vi muitas pessoas animadas com Arms mas não vejo de fato um público para ele. A mecânica de golpes é legal, mas o modelo de arena é um artifício para lançá-lo rápido. Este é o tipo de jogo que poderia ser bem legal com uma campanha single player se o foco não ficasse em competição.


Rime *

Um jogo indie com uma pegada artística extremamente inspirado em ICO e The Last Guardian. Obviamente a maior parte do público que ele apetece está no PlayStation 4 e mesmo esse público não deve esperar por um jogo que os atenda no mesmo nível que os do Team ICO.

Verão 2017

Splatoon 2 **

Basicamente o mesmo jogo do Wii U, mas agora com o fato que você precisará pagar para jogar online. Ainda não foi explicado se Splatoon 2 é um port do primeiro melhorado ou algo realmente novo, pois enquanto o multiplayer é basicamente a mesma coisa, umas sequência implicaria pode implicar em um novo modo single player ou até na ausência do single de Splatoon 1.


Outono

The Elder Scrolls 5: Skyrim ***

É legal termos Skyrim no Switch para mostrar que a Bethesda está apoiando o console pela primeira vez, mas Skyrim é um concorrente direto de Zelda, para não mencionar que ele vai sair muito tarde, quando todas as outras versões já saíram. Assim como quando Call of Duty: Black Ops 2 foi lançado no Wii U, é preciso relembrar aos fãs, se um Elder Scrolls 6 for anunciado, ele não sairá para o Switch, então não vale a pena fazer do console a sua casa oficial para a série.

Final de ano 2017

Super Mario Odyssey ****

Esse merece um texto dedicado. Por ora, não me parece um jogo de Mario que fará as pessoas quererem comprar o console, como Super Mario 64, Sunshine e Galaxy antes dele.

2017

Xenoblade Chronicles 2 ***

Estou duvidando bastante que a Nintendo lance Xenoblade Chronicles 2 ainda em 2017 e eu suspeito que ela já saiba disso e esteja deixando o jogo na lista para inflar. Foi o que aconteceu com Xenoblade Chronicles X. Aqui entramos no X da questão, se Xenoblade Chronicles X não vendeu o Wii U, por que o 2 venderia o Switch?


Minecraft: Switch Edition **

Apesar de ainda vender bem, a onda de Minecraft já acabou. Talvez um dia fale mais sobre isso, mas Minecraft está morto. Ainda há pesoas que jogam, mas tudo que fez do jogo um sucesso hoje em dia está ausente após ter sido enterrado em toneladas de atualizações fúteis criadas pela Microsoft.

Fifa Soccer / NBA 2K *

Não adianta o Switch ter jogos de esporte em versões genéricas e ficar de fora das versões mais parrudas para PS4 e Xbox One. Ter jogos de esporte é de suma importância para um console, mas sem capacidades multiplataforma devido a hardware mais fraco a Nintendo vai continuar sendo deixada de lado como opção.

Dragon Ball Xenoverse 2 **

É um bom jogo mas sente a cascata: já foi lançado em outros consoles então todo mundo que queria comprar o jogo já o comprou em outras plataformas onde já começaram a estabelecer seus personagens. Quem já joga online já paga um serviço como PSN ou Xbox Live (exceto no PC) então não vai estar a fim de pagar o do Switch. A base instalada será menor, então menos pessoas com quem jogar e seus amigos provavelmente já estão no PS4, Xbox One ou PC.


Syberia 3 *

Um jogo de aventura bem tanto faz, não acho que alguém tenha interesse nele.

Sonic Mania ***

Mais um jogo nostálgico bacana de se ter, Sonic Mania ainda não tem seu destino muito bem estabelecido. Ele ainda pode decepcionar como jogo, então não estou contando-o ainda como um ponto positivo na cartela do Switch. Claro que seria legal ter um Sonic 2D nos moldes clássicos em um novo console da Nintendo.

Ultra Street Fighter 2 **

Apesar de ter certo valor, Ultra Street Fighter 2 parece mais um port com extras de Super Street Fighter II Turbo HD Remix do que um novo jogo. Talvez tecnicamente não seja, não sei com certeza, mas a função dele como jogo é praticamente a mesma. É legal ter um jogo nostálgico assim no Switch, porém mais uma vez a sensação é de chegar atrasado na festa.


I am Setsuna **

Um jogo que já estava disponível no PlayStation 4 e PS Vita, não tem grande apelo para o público da Nintendo, pois antes de sair na plataforma deles provavelmente não ficaram animados pelo jogo e não devem saber que se trata de uma espécie de ode à Chrono Trigger, que muitos idolatram por nostalgia do Super Nintendo.

Steep **

Outro jogo multiplataforma que já está disponível em outras plataformas antes, que exige online que provavelmente pessoas já pagaram em outros consoles. Não me parece nada interessante e ainda me faz lembrar que a Nintendo nunca mais deu atenção à série 1080º.

2018

No More Heroes Switch ****

Me interesso pelo jogo na espera de que ele seja semelhante ao No More Heroes do Nintendo Wii e não a trabalhos mais recentes do diretor Goichi Suda. A demora para o lançamento de Let it Die no PlayStation 4, no entanto, me preocupa que esse jogo, que foi anunciado sem sequer um trailer, possa levar uns 3 anos para sair.


Dragon Quest 11 *****

Definitivamente Dragon Quest 11 está lindo no Switch e qualquer jogo da série Dragon Quest é sucesso no Japão. No fundo é isso que a Nintendo quer, o Japão. No ocidente a série não é tão popular assim. Para piorar, ele sai também no PlayStation 4, onde tem Final Fantasy 15, um jogo que está ausente no Switch e fazendo falta.

Conclusão

Eu estou achando o primeiro ano do Switch bem fraco por enquanto por não ter realmente nada de novo que empolgue. Jogos como Mario, Mario Kart e sequências estão deixando o Switch com muita cara de mesmice, sem grandes jogos que aproveitem o console. Nem mesmo seus controles de movimento parecem bem usados, com exceção de Arms.

Espero ver novos jogos na E3, mas não para 2017 e isso significa que eu posso ficar de boa sem o console por um tempo. Assim que possível eu gostaria de tê-lo para jogar The Legend of Zelda: Breath of the Wild, mas não me imagino comprando nenhum jogo em sequência e isso me faz repensar a compra por apenas um jogo.