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sábado, 20 de julho de 2019

O que significa o Nintendo Switch Lite?


A Nintendo anunciou recentemente o Nintendo Switch Lite como eu já havia previsto e agora as coisas estão começando a ficar interessantes. Eu já falo que veríamos um novo portátil da Nintendo apesar de todo o papo do Switch ser um híbrido há algum tempo. Aqui no blog acredito que falei pela primeira vez a respeito disso em abril de 2018.

"Um dos motivos que eu acho que levará ao desaceleramento do Nintendo Switch é o eventual lançamento de um novo portátil da Nintendo, assim que ela se der conta de que pelo Switch não ser um portátil, ele não faz o trabalho de um portátil, tanto para o público quanto para a empresa."
A reação dos jogadores hardcores ao Nintendo Switch Lite foi o esperado, repulsa. Por que comprar um aparelho por 200 dólares se por um pouco mais eu compro um aparelho igual mas que também pode transmitir os jogos para a TV? Porém nem todos estão dispostos a gastar tanto com videogames e nem todos pretendem utilizá-lo como um console, especialmente no Japão.

O Nintendo Switch Lite supre a demanda de uma parcela do mercado que estava comprando portáteis e não comprou o Switch, talvez porque ele é muito caro. Contrário ao que esperariam os jogadores hardcores, o Nintendo Switch Lite deverá se tornar o modelo mais vendido no futuro.

No artigo "O novo portátil da Nintendo" eu citei quatro modelos que a empresa poderia seguir. O Nintendo Switch Lite é o terceiro, mencionado no artigo como "Nintendo Switch Jr." ou "Nintendo Switch Pocket". Para complicar um pouco as coisas eu chamei a quarta opção de "Nintendo Switch Lite", que acabou sendo o nome do console, mas não do conceito que eu expliquei no artigo.


O nome Nintendo Switch Lite é um erro da Nintendo e fará com que as pessoas pensem que o Switch Lite tem todas as funções do atual mas menor, o que não é verdade. Mencionei no artigo que esse modelo novo seria um portátil mais barato, menor, sem joycons destacáveis e com um nome que não o distanciasse o suficiente do Nintendo Switch atual. Uma confusão semelhante a do Wii e do Wii U que a Nintendo parece não ter aprendido.

Como eu sempre disse, o Switch não é um portátil e o fato de que a Nintendo está lançando uma versão portátil dele, irá abrir os olhos das pessoas pra isso. Demorou mais do que eu esperava, provavelmente por toda a confusão de troca de presidentes, a morte de Satoru Iwata, como já mencionado antes. Toda a agenda da Nintendo parece estar meio atrasada e o Switch Lite deveria ter sido mostrado na E3 quando todos esperavam e não depois.

Então vamos falar das grandes questões que teremos daqui para frente. Para continuar analisando o Nintendo Switch precisamente, será necessário que tenhamos acesso aos números de vendas de ambas as versões separadamente. A Nintendo e outros sites podem não considerar ambos plataformas separadas e somar suas vendas, o que seria um grande problema para nós.

É preciso medir a desaceleração do modelo atual e o crescimento do novo modelo, sendo que provavelmente jamais teremos informações adequadas a respeito de sobreposição, pessoas que terão mais de um modelo de Switch na mesma casa.


Por que é tão importante que tenhamos as vendas separadas? Porque agora temos dois Switchs no mercado, um que é console e um que é portátil, mas ao mesmo tempo pode ser considerado uma única plataforma. A pergunta que precisaremos nos fazer no futuro é: vale a pena para a Nintendo manter uma única plataforma?

Até então a Nintendo tinha consoles e portáteis e apesar de alguns tropeços nos consoles e no 3DS, seus portáteis sempre venderam muito bem. O desafio do Switch console é só vender tão bem quanto outros consoles Nintendo, o desafio do Switch portátil no entanto é vender tão bem quanto seus outros portáteis.

Como uma plataforma única no entanto, para valer a pena para a Nintendo manter apenas um aparelho e não dois, o Switch precisaria vender mais do que a soma de vendas dos consoles e portáteis da empresa. Dependendo da geração esse número pode ser de 100 milhões na pior das hipóteses (3DS + Wii U) como pode ser de 250 milhões (Wii + DS).

Eu não consigo ver o Nintendo Switch Portátil chegando a alturas tão altas, principalmente porque acho que parte de seu mercado foi canibalizado pelo Switch padrão, por pessoas que caíram no papo do híbrido. No momento não estou com tempo de fazer uma análise mais profunda que leve em consideração todos os fatores desse cenário inédito que estamos vivendo, mas imagino que pelo menos 120 milhões ambas as plataformas vão alcançar no pior dos cenários. Acredito em uma explosão de vendas do Switch Lite, mas não posso afirmar ainda.


Agora vamos falar um pouco dos problemas que o novo Switch portátil enfrenta, os mesmos problemas do Nintendo 3DS e do PSP. Seus jogos são em maioria jogos de console reduzidos para uma tela pequena. The Legend of Zelda: Breath of the Wild é um ótimo jogo, mas não é um jogo para se jogar em uma telinha pequena, assim como Xenoblade Chronicles não era para estar no Nintendo 3DS. Inclusive no post "Por que o Nintendo Switch vai falhar" (título irônico), mencionei:

"Um portátil cuja ideia de bons jogos seja apenas o de jogos de consoles para jogar em uma tela menor, está fadado a fracassar. A experiência que as pessoas procuram em um portátil, o trabalho que ele deve realizar, é completamente diferente do que um jogo para um console de mesa realiza. Caso o Switch tente realizar dois trabalhos, provavelmente deixará a peteca cair em um deles".
Para promover o Nintendo Switch Lite a Nintendo resolveu preparar o remake de The Legend of Zelda: Link's Awakening, provavelmente um dos jogos mais emblemáticos do Game Boy e provavelmente Super Mario Maker vá ganhar um tema de Super Mario Land para entrar nessa onda. Agora é a época de vender o Switch Lite como um portátil.

Mas... como? Com toda a bagagem que ele está carregando do Switch padrão como console? Com todos os jogos de console atualmente em desenvolvimento para ele? Com todos os jogos de console já lançados para ele? A mensagem do Nintendo Switch Lite é a menos clara possível e será um desafio homérico para a Nintendo vendê-lo ao público que deveria. Se ele pelo menos ficar no mercado por mais de três anos, provavelmente o boca a boca ajudarão ele a vender.

Porém já sabe o que vai acontecer nos próximos anos né? Isso mesmo, o Nintendo Switch Pro.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Lavender Town meets Metal


Eu gosto bastante de Heavy Metal, pra mim músicas pedem pra ser tocadas de forma bem rápida e pesada, então eu curto particularmente remixes metal de músicas inusitadas. Há todo um nicho para essas coisas no YouTube e um dos caras mais famosos desde o início dessa onda é o Erick "331Erock", um guitarrista super talentoso que adapta várias músicas de jogos, animes e mais. Ele só costuma fazer o instrumental, para opções com vocal recomendo o Jonathan Young.

Uma coisa curiosa é que as músicas de Pokémon, dos originais Red & Blue do GameBoy, são algumas das melhores para se fazer remixes de metal. Os temas de batalha ficam incríveis. Mas quando o Erock mencionou que faria um remix da música de Lavender Town eu não liguei muito. Não parecia uma música que ficaria boa ao ser mais agitada e parecia que iria perder seu significado.

No entanto o arranjo que ele fez me surpreendeu bastante com umas interpretações bem criativas que deram uma vida extra à música mas ainda fazendo referência ao material de base. Virou rapidamente um dos meus remixes favoritos de Pokémon.



Amazon:

domingo, 3 de março de 2019

O novo portátil da Nintendo


Quando a Nintendo revelou o Nintendo Switch eu tive certeza de uma coisa: "Isto não é um híbrido, isso é um console". Desde a revelação tive total certeza de que o Switch não era um portátil por uma série de fatores. Muito grande, muito caro, pouca bateria, filosofia de console. Toda essa certeza me levou a considerar um fator quando eu fiz minha previsão de vendas do Nintendo Switch: "Daqui a dois anos a Nintendo vai lançar um novo portátil".

Se eu achasse que o Switch era um portátil, até o pior portátil da empresa, o Nintendo 3DS, vendeu 80 milhões, não haveria porque achar que o Switch não atingiria esses níveis. O que eu vejo no Switch porém é o legado de vendas do Wii U, do GameCube, do Nintendo 64, videogames que majoritariamente venderam para fãs da Nintendo, em maior ou menor escala.

Ainda assim muitas pessoas acabariam achando que ele é um portátil por um tempo e isso ajudaria em suas vendas. Isso era esperado, pois Super Mario 3D Land, um "falso híbrido" de Mario 2D e 3D tinha vendas exatamente no meio entre as vendas de Mario 2D e 3D, o que dá a entender que parte do público compra a ideia de um híbrido, mas não todo ele.


O que faria essa imagem de híbrido se perder por completo? O anúncio de um novo portátil de verdade da Nintendo. Vamos ser sinceros, a Nintendo é conhecida por sua famosa estratégia de tiro no pé e o que seria mais tiro no pé do que lançar um "híbrido" que diz que é portátil e logo depois lançar um portátil de fato?

A questão para eu ter tanta certeza sobre o lançamento do portátil é que o Switch não atende uma parcela enorme do público da Nintendo. O alto preço do Switch de US$ 300 cria uma lacuna para um portátil mais barato do que ele na casa dos $150 ou menos, preço aliás que era o do Nintendo DS. O 3DS lançou por US$ 250 e foi um fracasso, exigindo um corte de preço seis meses depois para US$ 170.

Dá pra ver que as pessoas têm expectativas bem diferentes sobre cada tipo de plataforma. O Nintendo 3DS era um absurdo por US$ 250, cem dólares mais que o do DS, enquanto o Switch de US$ 300, o dobro do preço, não causou nenhuma revolta e vendeu bem. Porque as pessoas o estavam comparando a um console, cujo preço de lançamento costuma ser US$ 400. Na mesma época que o Switch foi lançado o PlayStation 4 custava US$ 350 e o Xbox One US$ 250, o que o deixou numa boa média.

Isso significa que a Nintendo precisa de um portátil para preencher essa lacuna que o Switch não preenche e eu tinha certeza que já teríamos ouvido falar dele no ano passado, não um anúncio oficial, mas falas suspeitas de que algo iria acontecer. Ao invés disso tudo que tivemos foram rumores sobre um novo modelo do Switch. Como outros sinais continuavam caminhando me questionei o que houve, até perceber todo o atraso da agenda da Nintendo como um todo, como já mencionei em outros posts.


Agora parece que finalmente o anúncio oficial está vindo, talvez até para a E3, quem sabe. Pela primeira vez desde que o Switch foi lançado a Nintendo está preparando jogos de portátil para o Switch. jogos como The Legend of Zelda: Link's Awakening e Pokémon Sword & Shield são primariamente jogos portáteis e Link's Awakening especificamente é simbólico do GameBoy.

Então como será o novo portátil da Nintendo? Aí está uma pergunta interessante, eu não sei. Há coisas que não dá pra prever, como qual caminho a Nintendo irá seguir. Eu imagino quatro possibilidades, duas delas baseadas no que eu acredito que vá acontecer, uma pouco provável e uma que negaria tudo que eu falo. Vamos olhar uma a uma.

1- Nintendo 4DS, Nintendo 3DS Next, ou qualquer que seja o nome dele. Neste caso seria um portátil completamente novo, uma sequência direta da linha do Nintendo 3DS, ou até da linha GameBoy, sem ligação com o Switch. Novo hardware, novos jogos, Zelda e Pokémon talvez até saiam nele, mas seriam ports e assim por diante. Adeus papo de híbrido.


Seria o pior tiro no pé para a Nintendo, mas eu não acho que seja o que ela vai fazer. Afinal, ela unificou seus estúdios de portátil e console por um motivo... apesar de eu não ter visto os resultados disso ainda. Não houve aumento na produção de jogos para o console e não houve mais jogos portáteis saindo, o que é estranho.

2- GameBoy Switch, ou Nintendo 3DS Switch ou qualquer coisa que tenha Switch no nome mas também seja um portátil separado. No caso seria uma versão portátil do Switch, hardware semelhante, algumas coisas cortadas como tela menor, sem joycons, tudo para baratear e entregar um aparelho pequeno e barato que rode os jogos do Switch. Mantém toda a linha unificada e ainda preenche aquela lacuna, apesar de ter alguns problemas de foco.


Essa é uma das que eu aposto. Acho que o nome não seria tão próximo do Switch como, sei lá, Switch Jr. para não haver a mesma confusão que foi o Wii e o Wii U. Para solucionar esse problema ela pode até ressuscitar a marca GameBoy que sempre foi sinônimo de portátil. Nesse caso Zelda e Pokémon fazem ainda mais sentido.

3- Nintendo Switch Jr. ... Tá, digamos que a Nintendo não tenha aprendido a lição do Wii/Wii U e ela resolva lançar um novo portátil chamado Switch Jr. ou algum outro nome muito próximo do Switch como Switch Pocket, entre outros. Mais barato, menor, tudo que o GameBoy Switch é como eu falei acima, mas com o mesmo nome do Switch basicamente. Na verdade eu acho esse cenário bastante provável, tanto quanto o GameBoy Switch, se não mais.


Aqui o maior problema seria explicar para as pessoas que o Switch e o Switch Jr. seriam plataformas separadas. Muitos fãs da Nintendo e muitos sites somariam as vendas de ambos para contabilizar como se fossem apenas um videogame e isso atrapalharia muito as coisas. Para a Nintendo não, seria ótimo, afinal faria parecer que sua plataforma é ainda maior.

Se pensarmos nas vendas da Nintendo por geração, somando consoles e portáteis, como seria mais ou menos esse cenário? Super Nintendo e GameBoy com aproximadamente 150 milhões, ou poderia ser Nintendo 64 e GameBoy com 130 milhões. GameCube e GameBoy Advance com 120~130 milhões. Nintendo Wii e Nintendo DS com 250 milhões. Wii U e Nintendo 3DS com 90 milhões.

Estaríamos olhando para um Switch e Switch Jr com capacidade de 100 milhões pelo menos, vendas que seriam um sucesso para um console, mas nem tanto assim para um portátil. Vale lembrar que esses números mencionados não significam um total de consumidores pois não sabemos o quanto os donos de console e portátil se sobrepõem.

4- Nintendo Switch Lite? Digamos que eu esteja errado. Então a Nintendo lançaria o Nintendo Switch Lite, ou Slim, ou Plus, qualquer coisa assim. Exatamente o mesmo Switch de antes, apenas levemente alterado. Uma revisão de hardware, sem focar-se na portabilidade. Neste caso eles estariam investindo pesadamente na proposta do híbrido.

A Nintendo estaria praticamente provando que eu estou errado ao afirmar que o Switch é um console durante todo esse tempo, não fosse por um problema. A lacuna. Mesmo uma versão revisada do Switch não atingiria o valor de um portátil como um DS ou 3DS e continuaria a não vender para esse público.

Não resta muito senão aguardar e ver qual caminho será tomado, então vamos ver se a Nintendo se organiza para revelar logo seu próximo passo.

sexta-feira, 1 de março de 2019

Nintendo revela Pokémon Sword & ZZzzzz


No dia 27 de fevereiro, aniversário de Pokémon Red & Green no Japão, a Nintendo realizou uma Nintendo Direct para revelar o próximo título da franquia. Os novos jogos são Pokémon Sword & Shield para Nintendo Switch, espada e escudo basicamente. O mais impressionante é que eu fui para a Direct esperando pouco e ainda assim saí decepcionado.


A Direct começou com uma cena rápida de recapitulação com cenas de vários jogos passando. Como eu estava com expectativas baixas até pensei: "Sabe, se a Nintendo lançasse uma coletânea dos jogos passados para o Switch, eu acharia legal". Afinal, seria bacana jogar os Pokémons do Nintendo DS e 3DS em uma resolução decente.

Então veio a revelação de Pokémon Sword e Shield propriamente dita. Vamos analisar rapidamente coisas que não interessam muito para tirá-las do caminho. Eu apostaria que a temática do jogo é baseada na cidade de Londres, como rumores já disseram antes, mas ainda adiciono algo. Acredito que será uma versão steampunk, um tema que vem crescendo nos últimos anos no Japão. Gosto de Londres, fish and chips mate, mas acho que essa versão antiga pode ser um pouco melancólica para um jogo de Pokémon.

Não tenho praticamente nada a dizer sobre o mapa e os iniciais, tudo parece um pouco genérico e formulaico. Esta revelação teve o mesmo impacto de um "Pokémon Bambolê & Bilboquê", é exatamente o que é esperado, sem qualquer surpresa. Poderia ser a revelação de qualquer um dos jogos anteriores de Pokémon, os iniciais poderiam ser de qualquer jogo, sem nada de especial, e esse sentimento podia ser sentido no ar durante a Direct.


Ao contrário de Astral Chain que elogiei recentemente, Pokémon está extremamente sem ambição, contente em sempre acatar ao mesmo público, sem crescer e sem evoluir. Pokémon é uma das séries da Nintendo com maior êxodo de jogadores, sempre crescendo com novas crianças que têm contato com o desenho, mas sempre perdendo velhos fãs que cansam de sempre ser mais do mesmo.

A série foi de um jogo de impressionantes 30 milhões decaindo até estagnar nos meados de 15 milhões, o que ainda é uma boa vendagem mas longe do seu total potencial. Muitos podem dizer que as vendas altas de Pokémon foram devido à febre de quando ele foi lançado, mas vimos uma febre de igual intensidade com Pokémon Go há poucos anos. O público está lá, os jogos é que não estão cativando sua imaginação.

O mais importante que Pokémon precisa no momento é: Horizonte. Por Arceus, chega de câmera aérea! Esse estilo serviu bem à série na época do GameBoy mas já passou do seu tempo. Eu quero ser capaz de enxergar a linha do horizonte no jogo.

A visão aérea, mesmo com gráficos 3D, é basicamente uma movimentação 2D. A câmera em terceira pessoa adiciona uma terceira dimensão de exploração, é todo um passo a frente. É poder enxergar algo distante, ter sua imaginação instigada e dizer "eu quero explorar aquilo". Assim como na época de Pokémon X & Y há certos momentos em que a câmera muda um pouco pra dar uma dramaticidade e exibir algum cenário bonito, mas sem a liberdade no resto do jogo.

Parece uma das minhas imagens, não é? Mas vi no Twitter

Conseguem imaginar onde GTA estaria hoje se nunca tivesse deixado sua câmera aérea? Talvez não muitas pessoas saibam, mas GTA 3 ainda tinha a visão de cima como nos originais. Recentemente com o remake de Resident Evil 2 a Capcom ficou na dúvida se deveria deixar a câmera fixa do jogo original. Podem imaginar como teria sido decepcionante?

Pokémon está estagnado há muito tempo, assim como muitas séries da Nintendo. A primeira vez que a franquia evoluiu de Red & Blue para Gold & Silver era palpável a diferença, era claramente um passo a frente, era ambicioso. Desde Ruby & Sapphire a série não dá mais passos pra frente, só para os lados, mudando levemente sua posição e andando em círculos. Quando você diz para um fã de Pokémon que a série não está indo pra frente, então ele retruca: "Como não? Veja quantos passos ela já deu".

A maioria das adições dos jogos são "gimmicks" que sustentam um jogo ou uma geração e depois acabam sendo deixados de lado como se não fossem importantes ou nunca tivessem acontecido. Como as Mega Evoluções, os Z-Moves, e assim por diante. Isso é um problema que acontece também com Mario e The Legend of Zelda.


Zelda quebrou esse ciclo de andar apenas para os lados com uma real evolução: Breath of the Wild. Eu passei anos reclamando de Zelda, que aquilo que Aonuma estava fazendo não era condizente com a franquia, que havia um Zelda muito melhor esperando para ser feito com base nos próprios valores básicos da franquia. Que um Zelda bem feito superaria até mesmo o sucesso de Skyrim. A resposta para essas reclamações foi Breath of the Wild.

Já passou da hora de Pokémon ter seu Breath of the Wild, a série merece isso. Muitas pessoas estão pensando isso e até ironizaram no Twitter: "Por que as pessoas estavam esperando por um Breath of the Wild de Pokémon se isso nunca foi prometido?". Exatamente por isso, por Breath of the Wild. Este jogo instigou a imaginação de quem comprou um Switch e essa imaginação está faminta por mais jogos desse nível, os quais a Nintendo até agora falhou em prover. É um público que não vai ficar ansioso por esse Pokémon.

Vai vender bem? Provavelmente. Pokémon sempre vende bem. A série não está falindo, porque como dito antes o grande êxodo é compensado por constantes ondas de novos fãs entrando. No entanto todo o potencial desse bolsão de fãs apenas esperando um passo pra frente para dar muito dinheiro à Pokémon Company, continuará adormecido.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Nintendo Direct: Mario Maker 2, Astral Chain e Link's Awakening


Andei muito ocupado ultimamente, então não tive muita chance de comentar a última Nintendo Direct na qual foram anunciados títulos como Super Mario Maker 2, Fire Emblem: Three Houses, o estreante Astral Chain da Platinum e um remake de The Legend of Zelda: Link's Awakening para o Nintendo Switch. Então vou falar um pouco mais sobre esses principais anúncios agora.

Houve também uma série de jogos de thirds mais antigos que tiveram ports anunciados para o Switch. Me senti na E3 vendo a lista de trailers de jogos "exclusivos" da Microsoft.

Super Mario Maker 2

Lembram-se como mencionei que Super Mario Maker falhou? O jogo de criação de fases de Mario tinha como alvo os fãs de Mario 2D e para esses fãs ele era uma péssima escolha. Tratava-se de um jogo confuso, algumas vezes frustrante e sem a real experiência do que era Mario 2D, a qual poderia ser encontrada até mesmo em um New Super Mario Bros. U, apesar de diluída.


Por todos esses problemas o jogo não vendeu tão bem quanto um Mario 2D, ele atingiu 4 milhões no Wii U e quase 3 milhões no 3DS. Não sabemos o quanto esses números se sobrepõem para calcular quantas pessoas realmente jogaram, mas 4 milhões é um número muito fraco para um Mario 2D. Até mesmo o fraco New Super Mario Bros. 2 vendeu mais de 13 milhões.

Porém, o que muda com a sequência? Super Mario Maker falhou porque as pessoas comprariam o jogo pensando ser Mario 2D e se decepcionariam, porém ninguém comprará Super Mario Maker 2 ainda esperando Mario 2D. Quem comprar Super Mario Maker 2 é porque espera mais de Super Mario Maker.

Caso o segundo jogo venda mais que o primeiro, podemos ver o nascimento de uma nova série "Maker" da Nintendo, algo fora do universo de Mario 2D e de um universo próprio. Teria poder suficiente para se estender para outras séries como um The Legend of Zelda Maker, sem causar tanta confusão. Há desvantagens, claro, como ordenhar um pouco mais a franquia Mario.


Não achei uma ideia muito boa inserir o power-up de gato de Super Mario 3D World nem elementos 3D que saem do fundo da tela para a frente. Tudo isso parece um pouco deslocado no jogo.

Super Mario Maker 2 vai sair em junho de 2019 no Switch.


Fire Emblem: Three Houses

Basicamente, Fire Emblem encontra o sistema de casas de Harry Potter. Você poderá jogar com casas diferentes e será um professor que lidera alunos em batalha. Não parece ruim, não parece excepcional, porém não posso deixar de lamentar que a série perdeu um pouco sua identidade e não tem mais aquela simplicidade concisa pela qual era conhecida.

Não Rafael, este não são Harry, Hermione e Ron

Quanto mais Fire Emblem fica complicado, mais eu percebo que ele não é complicado o bastante. Quando a série oferece simplicidade, é valor excepcional, eu posso curtir isso. Mas quando ela começa a se complicar, fica difícil não compará-la com outros jogos de estratégia mais complexos como Disgaea ou Valkyria Chronicles.

Eu fico feliz que Fire Emblem tenha encontrado um público com seu foco maior em relacionamentos após tantos jogos que vendiam aquém do esperado. Já não gostei muito de Fire Emblem: Awakening e Fates torrou o resto da minha paciência com a franquia. Ainda assim é melhor do que ter sido engavetada para sempre como outras séries da Nintendo.


Fire Emblem: Three Houses sai em 26 de julho.


Astral Chain

Quando eu vejo um jogo como Astral Chain eu vejo que não é tão difícil assim me agradar. Eu vivo reclamando dos jogos que a Nintendo apresenta, que não são ambiciosos o suficiente, que não têm ideias novas. Basta um jogo como Astral Chain aparecer que eu já tou batendo palmas de pé. Se houvesse garantia de sempre receber jogos como Daemon X Machina e Astral Chain em um console Nintendo, eu os compraria no lançamento.

No entanto, aqui está a questão: eu não acho que Astral Chain vai ser tão bom assim e nem que vá vender muito. Tem cara de ser um jogo na casa das notas 8 e 8.5 e não mais puxado para os 9 e 10. Eu tenho certeza, porém, que não importa qual a qualidade do jogo, iria me satisfazer, simplesmente porque está fazendo um esforço para tentar.

Estou montado em um tigre robô, seu argumento é inválido

Para mim, um jogo como Astral Chain tem o peso de um The Legend of Zelda: Breath of the Wild ou um Horizon: Zero Dawn, mesmo que não chegue no nível desses jogos, simplesmente porque dá pra ver que ele almeja chegar lá. Esse tipo de ambição parece faltar nos jogos da própria Nintendo que muitas vezes parece fazer um gimmick qualquer e dizer "já tá bom".

Vale lembrar, a Platinum é excepcional em jogos de ação, mas sempre que sai um pouco disso, da pancadaria linear, ela meio que não se acerta. Okami tem muito charme e originalidade na jogabilidade, mas a aventura em si se estende e quase ninguém têm paciência para terminá-lo. Star Fox Zero... bom, não vamos nem entrar nesse vespeiro.

O principal que eu espero de Astral Chain é bom combate, um mundo aberto para explorar e algumas coisas para fazer upgrade. Não curto tanto a temática futurista nem o fato que seu personagem é de uma força policial, mas isso é o de menos. Tem monstros gigantes, tem uns robôs esquisitos que são praticamente Stands de Jojo, tem tigre cibernético pra montar, tem Kamiya, isso que importa.


Está marcado para 30 de agosto, mas... eu tou achando que vai atrasar. Vamos ver.


The Legend of Zelda: Link's Awakening

O remake de The Legend of Zelda: Link's Awakening do GameBoy para o Switch foi uma ótima surpresa, mas particularmente eu não gostei tanto. Primeiro, porque acho que Link's Awakening é um dos jogos que menos precisa de um remake, ele representa muito bem o GameBoy do seu jeito e refazê-lo com gráficos modernos tira um pouco de seu charme. Segundo, porque eu não acho que o estilo gráfico escolhido combine tanto com o jogo.


Link's Awakening é bem perfeito do jeito que é e acho que qualquer fã da Nintendo de respeito com vontade de rejogá-lo já deveria tê-lo feito no 3DS, como eu fiz com Link's Awakening e os dois Oracles. Tudo bem, poderia ser um jogo para atrair novos fãs, mas então... porque Link's Awakening? Que é um jogo relativamente curto e com jeito de portátil.

Presumo que haja algo mais no jogo além da campanha de Link's Awakening porque o que vimos até agora foi uma transposição de 1:1 do original com novos gráficos, o que não acredito que seja suficiente para justificar um novo produto. Seria interessante no mínimo ter um modo multiplayer ou um modo cooperativo como em Pokémon Let's Go.

Focando agora no estilo gráfico, vamos analisar um pouco. É um estilo muito fofo, eu achei o visual em si legal e se fosse outro jogo da série Zelda estaria ótimo. Um instante para sonhar: este jogo poderia ser The Legend of Zelda Maker, com esses gráficos, e de brinde um remake de Link's Awakening. Eu toparia muito isso.

O problema com os gráficos vem quando os comparamos com os originais do GameBoy. Apesar das limitações do portátil, não há dúvidas de que aquele é um Link adolescente estilo A Link to the Past ou forçando a barra um Link cartoon estilo Minish Cap.


Não combina então termos um Link que mais parece um boneco, um brinquedo percorrendo dioramas de plástico. Comparando então com a abertura estilo anime do jogo, combina menos ainda. Acredito que isso não prejudicará em nada a venda do jogo, até atrairá novo público, porém não é uma boa representação do jogo original do GameBoy e não é o remake que ele merecia.

The Legend of Zelda: Link's Awakening sai ainda em 2019.


Conclusão

Foi uma boa Direct com bons jogos anunciados e especialmente boas surpresas. Eu não acho que nenhum desses jogos vá fazer milagres pelo Switch, mas deve manter os fãs da Nintendo saciados e afirmando que esse foi o melhor ano de todos, mesmo que mais uma vez não esteja à altura do ano de lançamento com Breath of the Wild.

Eu não acho que a escolha do remake de Link's Awakening foi a esmo, acho que em breve veremos uma surpresa da Nintendo... sobre a qual eu vou falar uma outra hora. De resto, aguardarei pela E3 para ver se surgem mais jogos interessantes. Tenho ouvido rumores curiosos sobre um possível F-Zero.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Por que não podemos ter Zeldas legais?


Recentemente a Capcom anunciou uma parceria com a Nintendo para trazer um pacote especial de The Legend of Zelda para um de seus novos jogos para Nintendo 3DS, Monster Hunter Stories. A questão é que... por que essa mera colaboração tinha que parecer tão melhor do que todos os jogos de The Legend of Zelda lançados para o Nintendo 3DS?

Não me entendam mal, The Legend of Zelda: A Link Between Worlds foi incrível, porém nada ambicioso. The Legend of Zelda: Ocarina of Time e Majora's Mask meros remakes. Em momento algum tivemos um novo The Legend of Zelda em 3D nos moldes desses do Nintendo 64 ou que sequer parecessem como esse pacote temático de Monster Hunter Stories.


Se não ficar claro, quando eu falo desse tipo de coisa eu nunca estou me referindo a gráficos. Ser 2D ou 3D não importa, mas ser capaz de ver um horizonte ou não em um jogo de aventura faz toda a diferença, e é uma das minhas maiores críticas a Pokémon, por exemplo, que mantém sua câmera aérea. Falta ambição, falta vontade de ser épico.

Basicamente a Nintendo ou não tem ambição de criar uma aventura épica em um portátil como antigamente, só conseguindo pensar em como o próximo Zelda ficará lindo nos consoles, ou não acredita no lucro obtido em investir um pouco mais em um jogo portátil, algo que a Capcom claramente acredita existir, então talvez a Nintendo não devesse ignorar.

Isso é ainda mais estranho quando nos lembramos da época do GameBoy Color e GameBoy Advance. Esta é a mesma Capcom que antigamente cuidou de alguns dos melhores capítulos da série The Legend of Zelda portáteis para a Nintendo. Para quem não sabe, a Capcom fez em parceria com a Nintendo os jogos The Legend of Zelda: Oracles of Seasons/Ages e The Legend of Zelda: The Minish Cap.

Quando eu vejo esse vídeo de Monster Hunter Stories, eu vejo muito desses jogos nas imagens. Apenas nas imagens, pois cá entre nós, o jogo em si é um RPG bem diferente de Zelda, mas o vídeo foi feito para captar a alma de um The Legend of Zelda, desde o garoto Zelda e suas roupas verdes, até sua eguinha Pocotó e aos triângulos locões que caem do céu.


Este vídeo nos mostra uma alternativa, um caminho que a Nintendo não toma, como poderia ser épico um novo The Legend of Zelda com ambição no Nintendo 3DS. Normalmente aqui no blog apenas trabalhamos com hipóteses, "imaginem como poderia ser legal", mas aqui a Capcom nos mostrou exatamente o que estamos perdendo.

Onde está a Triforce da Coragem para dar à Nintendo a ambição de levar suas franquias adiante?

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Uma história tocante em cartas de Pokémon

Este é um artigo que eu escrevi há muitos anos para um site chamado Video Game Brasil que não existe mais e encontrei aqui mexendo em arquivos antigos. Ele conta sobre uma curiosa história de uma sequência de cartas Pokémon com um significado por trás e eu achei legal relembrá-la. Deem só uma olhada:


Uma série de três cartas de Pokémon publicadas no Japão, parte do jogo de cartas Pokémon Trading Card Game (TCG), lançou uma luz diferente sobre a franquia dos monstros de bolso. Em uma sequência de apenas três fotos, Pokémon apresentou o que uma velha piada da internet chama de: "uma história de amor melhor do que Crepúsculo".

As cartas fazem parte do pacote de expansão EX Battle Boost, lançado no Japão no início de 2013 e tendo chegado nos Estados Unidos em novembro sob a alcunha de Legendary Treasures. Elas foram publicadas pela primeira vez na internet por volta da época do lançamento japonês, no fórum nipônico 2ch.

Porém, elas ganharam uma popularidade excepcional entre o público oriental após um usuário do Twitter chamado @yoroisan, postá-las com os dizeres "泣いた", algo como "eu chorei". O post original recebeu mais de 4 mil retweets e foi favoritado 3 mil vezes.

As imagens são para as cartas do Pokémon Tepig e suas duas evoluções, Pignite e Emboar. Tepig é o Pokémon inicial de fogo nos jogos Pokémon Black e Pokémon White para o Nintendo DS, e seria o equivalente ao Charmander em Pokémon Red e Pokémon Blue para jogadores mais antigos.


A foto da primeira carta, a do Pokémon inicial Tepig, mostra uma cena simples. Nela, há uma família, com um pai à esquerda, a mãe à direita e uma criança no centro, abraçando um Tepig.


Na segunda imagem, da primeira evolução Pignite, a família começa a crescer e além do pai, mãe e o filho, agora representados mais velhos, há também uma nova filha, abraçada ao Pignite.


Na terceira carta, da evolução final Emboar, não apenas todos os membros da família são apresentados mais velhos, como o filho aparentemente já teria se casado, e os pais por sua vez, já viraram avós.

Para jogadores mais casuais da franquia, que acompanham Pokémon através do desenho animado, por exemplo, a história das cartas é bem diferente. A versão animada de Pokémon está no ar desde 1997, quando o protagonista Ash Ketchum foi apresentado com 10 anos. Mesmo após tantos anos no ar o mundo e o personagem sofreram alterações muito pequenas, aparentemente nem mesmo tendo atingido a maioridade.

Na série de jogos para portáteis, e consequentemente nos jogos de cartas, há grandes saltos na cronologia, histórias que se passam muitos anos depois dos primeiros títulos. A personagem Misty, muito presente nas primeiras temporadas do desenho por exemplo, aparecia bem mais velha em Pokémon Gold e Pokémon Silver para GameBoy Color.

As cartas levantam certas questões sobre a série que apenas são abordadas superficialmente, como por exemplo: Quantos anos de vida tem um Pokémon? Eles envelhecem como os seres humanos? O que os Pokémons fazem depois que seus treinadores morrem?

Talvez como na história contada em O Homem Bicentenário, se houvesse mais quatro ou cinco cartas, o Pokémon permaneceria sempre jovem no centro das fotos enquanto todos a sua volta envelhecem?

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Um Metroid, um remake e um NX


A série Metroid, que já foi considerada uma das mais relevantes da Nintendo ao lado de Super Mario e The Legend of Zelda, completou 30 anos em agosto de 2016 e para a surpresa de ninguém, a Nintendo deixou a data passar totalmente em branco.

No entanto, um fã resolveu aproveitar para lançar um fan game que ele estava desenvolvendo há anos. O nome do projeto era AM2R, sigla que significava "Outro Remake de Metroid 2" em inglês, e como o próprio nome já dizia, era um remake do jogo Metroid II: Return of Samus, lançado originalmente em 1991 para o GameBoy.

Metroid II: Return of Samus era um jogo incrivelmente profundo para o nível do portátil mas também bem pouco acessível que poderia usar muitos recursos extras, assim como aconteceu com o remake de The Legend of Zelda: Majora's Mask no Nintendo 3DS. Seria ótimo se a própria Nintendo fizesse um remake do jogo, mas já sabemos que esperar por isso dela só iria nos decepcionar.


Então após a Nintendo mostrar que não tem interesse em fazer um novo Metroid e um fã trabalhar por anos em um remake de um jogo para lançá-lo, o que ela faz? Obviamente, ela manda tirar do ar. Eu poderia estar aqui escrevendo sobre como vocês poderiam baixar um jogo bacana que relembra valores nostálgicos do GameBoy, como foi o remake Adventures of Mana no PS Vita, mas ao invés disso, estou só reclamando.

Tem quem ache que a Nintendo tem o direito de fazer o que quiser com suas franquias, porém os direitos autorais e de cópia não foram criados para autores e empresas sentarem em cima do que criam e não deixarem mais ninguém mexer, muito pelo contrário, esta é uma subversão da lei que se estendeu através dos tempos e permite absurdos.

Enquanto a Nintendo está nessa saga para retirar tudo do ar, de fangames a vídeos do YouTube, a Sega por exemplo, lida com fangames no extremo oposto, a ponto de permitir que as pessoas façam jogos com personagens como Sonic the Hedgehog e até contratar fangamers excepcionais, como Christian Whitehead, para trabalhar em seus jogos como Sonic Mania.

Para piorar, a Nintendo parece que pede para ser criticada, pois logo após tirar o remake de Metroid 2 do ar, ela posta um novo vídeo de Metroid Prime: Federation Force, um jogo bomba que os fãs estão odiando e enchendo de dislikes a cada trailer.


Ao invés de trazer uma tradicional aventura de Metroid com Samus, como foi o razoável Metroid Prime Hunters, em Federation Force você tem uma espécie de esporte multiplayer chamado Metroid Prime Blast Ball misturado com uma campanha apressada com soldados da Federação, que só foi criada devido à reação negativa dos jogadores ao fato de que era apenas um jogo multiplayer.

Pra mim, essa é a cara da Nintendo. Você quer Metroid? Vai ter um Metroid multiplayer esquisito com campanha sem Samus. Quer Star Fox? Toma a mesma história refeita pela terceira vez, com controles estranhos obrigatórios que você não pediu. Quer F-Zero? Foi mal, a gente tá sem ideias ridículas para inventar no momento, mas te avisamos assim que tivermos uma.

Dá medo de pedir um jogo pra essa Nintendo, pois os jogos vêm deformados e para muitas deles isso pode significar o fim de suas franquias ou a entrada em um hiato de 5 a 10 anos. Quando veremos outro Star Fox depois do fracasso de Star Fox Zero? Será que ainda veremos outro Metroid depois que Federation Force afundar? Faz sentido termos medo de quem deveria estar nos dando alegria?

Os únicos jogos que eu sei que continuarão sendo feitos são os que a própria Nintendo gosta, como Super Mario em 3D, The Legend of Zelda, Kirby, Animal Crossing, e mais alguns, porém se você gosta de Donkey Kong, Star Fox, F-Zero, Metroid, franquias pelas quais a Nintendo já foi conhecida, você está com azar e tem que sempre ficar com medo por hiatos ou cancelamentos.


Então eu vejo o outro lado, jogos como The Legend of Zelda: Breath of the Wild que fazem tudo certo. Ultimamente eu tenho visto várias ideias minhas aparecerem em jogos da Nintendo, o que deveria ser um sinal positivo de que eles estão pensando na direção certa. Porém, eu não vejo realmente a Nintendo envolvida nos acertos que tenho visto.

Por exemplo, criar novas versões dos pokémons clássicos para Pokémon Sun & Moon foi bem legal, mas essa ideia partiu da Nintendo? Provavelmente não. O próprio conceito de Pokémon Go não veio da Nintendo, mas da Niantic. Até mesmo a forma como o novo Zelda acerta não parece ter a ver com Miyamoto ou Eiji Aonuma, mas com alguém na equipe que parece saber o que está fazendo (talvez o mesmo cara de The Legend of Zelda: A Link Between Worlds?)

Às vezes as pessoas me dizem "Devemos ficar animados pelo Nintendo NX, a Nintendo está mudando", com base nesses acertos isolados. Eu sou o primeiro que gostaria de acreditar nisso, eu adoraria ver a Nintendo mudar e me fazer comprar um NX, porém eu não vejo evidência suficiente para essa mudança. Eu não vejo a humildade que precede a mudança.

Por exemplo, recentemente o presidente da Nintendo da América, Reginald Fils-Aime afirmou sobre o fracasso do Wii U: "Quando lançamos o Wii U, perdemos a oportunidade de seremos claros sobre o conceito, de mostrar suas capacidades e o que os usuários poderiam fazer. E isso nos feriu (...) o que nos agrada mais é que o Wii U tem os jogos com as melhores reviews e avaliações de fãs".


Em outras palavras, a Nintendo não acredita que errou com o Wii U, ela apenas não mostrou suas incríveis capacidades direito. Na verdade ela está muito satisfeita com os jogos que fez nele. Você acha que alguém admitiu que Star Fox Zero não estava bom o bastante? Claro que não, Miyamoto até afirmou que se pudesse, esse é o jogo que gostaria que as pessoas dessem uma segunda chance. "Ah, mas quem falou foi o Reggie, não a Nintendo", ele fala pela Nintendo, além do fato que a NoA é apenas um marionete da Nintendo do Japão, nada é falado lá sem passar antes pela matriz.

A Nintendo que eu vejo é essa, arrogante, que se recusa a dar os jogos que queremos, não reconhece que errou com um videogame desinteressante, nunca reconheceria que errou e fez um jogo ruim, que nem mesmo queria lançar Xenoblade Chronicles no ocidente, que nunca lançou Mother 3 em inglês, que tira jogos baseados em seus personagens do ar e disputa vídeos do YouTube por centavos de AdSense.

É uma Nintendo que não entendeu o legado de Satoru Iwata; que acredita que "Please Understand" é uma ordem e não um pedido de desculpas.

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sexta-feira, 29 de julho de 2016

O aniversário é do Kirby, mas quem ganha o bolo é você


O mês de agosto marcará o aniversário ocidental de um dos personagens mais famosos da Nintendo, a bolinha rosa Kirby, cujo primeiro jogo foi lançado ainda para o GameBoy em 1992. Para comemorar eles vão relançar vários jogos do personagem no Wii U, como Kirby’s Epic Yarn do Wii e Kirby's Mass Attack do Nintendo DS, e também no Nintendo 3DS, com Kirby's Dream Course do Super Nintendo.

Nós comemoramos de outra forma, obviamente, nosso estilo é afundar a cara do aniversariante no bolo. Desde seu sucesso, Kirby virou um dos personagens mais experimentais da empresa e isso começou a se refletir na qualidade de seus jogos como um todo, tanto nos spin-offs quanto na série principal. Vamos dar uma conferida no que aconteceu.

Kirby foi criado por Masahiro Sakurai e desenvolvido pelo estúdio HAL Laboratory, onde o ex-presidente da Nintendo, Satoru Iwata, trabalhava como programador e eventualmente se tornaria o CEO do estúdio em 1993. Sakurai é mais conhecido por ter sido o criador da série Super Smash Bros., caso alguém ache o nome familiar.

Em 1992 Kirby estrela sua primeira aventura no GameBoy, ainda com um desgin simples, mas já carismático. Em 1993 ele é um dos últimos jogos a ser lançado para o NES, o Nintendo 8 Bits, levando o videogame ao limite com gráficos bem coloridos e animados. Foi aqui também que ele ganhou sua característica habilidade de copiar os poderes dos inimigos.

O sucesso de Kirby deu origem a uma série de spin-offs nos próximos anos, um atrás do outro: Kirby's Pinball Land em 1993, Kirby's Dream Course e Kirby's Avalanche em 1995, Kirby's Block Ball em 1996, Kirby Star Stacker em 1997. Nem todos excelentes, mas alguns muito bons. Veja que o uso de Kirby em spin-offs se acentua no mesmo ano que Satoru Iwata se torna CEO da HAL Laboratory.


Nos anos 2000, Satoru Iwata entra então para a equipe de planejamento interno da Nintendo, pouco antes de se tornar CEO da empresa em 2002. A partir desse momento, Kirby novamente está envolvido em spin-offs, porém de repente eles não parecem mais apenas jogos paralelos, tratam-se de jogos experimentais.

Em 2001, temos Kirby Titlt 'n' Rumble, em 2003, Kirby Air Ride, em 2005 Kirby Canvas Curse, em 2010 Kirby's Epic Yarn e em 2011 Kirby's Mass Attack. Se compararmos a lista acima dos spin-offs do Super Nintendo, com os spin-offs que foram lançados depois, uma coisa fica bem clara, Kirby virou um piloto de testes da Nintendo.

A aparência de bola rosa genérica de Kirby me lembra um pouco outro personagem de outra série da Nintendo, o Pokémon Ditto. Segundo rumores e creepypastas, dizem que de tanto fazerem experiências com Ditto, ele se transformou nessa massa disforme que apenas copia aquilo que vê. Isso é pura especulação, mas talvez fosse Satoru Iwata que se sentia confortável em usar o personagem de seu antigo estúdio na linha de frente.

Quando as sementes do Wii começaram a ser plantadas ainda no meio da vida do GameCube, lá estava Kirby com Kirby Air Ride. A Nintendo queria tentar fazer um jogo onde só se usasse um botão, o gigantesco "A" do joystick do GameCube, para tentar recobrar mecânicas mais simples de jogabilidade. Eu sou a favor de acessibilidade e reconquistar jogadores que acham controles atuais muito complicados, mas essa ideia foi mal executada.

Kirby Air Ride era tipo um Mario Kart de um botão só

Porém nenhum jogo fala mais sobre como a Nintendo vem usando Kirby como um coringa do que Kirby's Epic Yarn. Inicialmente ele não era nem mesmo um jogo de Kirby, se chamava Fluff of Yarn e contava as aventuras do príncipe Fluff, personagem que foi reduzido a coadjuvante dentro do seu próprio jogo.

O maior problema de Kirby's Epic Yarn é que ele não tem desafio nenhum, não é nem mesmo possível morrrer no jogo. Ele já era assim quando era Fluff of Yarn e a galera da Nintendo jogou e achou o jogo muito fraco, monótono. Qual a resposta para isso? Colocar Kirby no jogo. É sério, é o mesmo jogo que eles acharam chato, mas com o Kirby, e garanto que ainda é chato. Depois a ideia foi reaproveitada também em Yoshi's Woolly World.

Quando foi que Kirby virou isso? Uma massa rosa disforme que pode ser usada para tapar qualquer buraco? Ele era um personagem de qualidade nos anos 90, com jogos como Kirby's Dream Land e o fantástico Kirby Superstar, mas de repente, seus jogos se tornaram tão desprovidos de desafio que chegam a me dar sono.

Há algum tempo a Nintendo também passou a adotar gimmicks em seus jogos, truques e mudanças na jogabilidade que para eles fazem valer um jogo novo de cada personagem. Por exemplo, o Fludd em Super Mario Sunshine, o grande oceano e visual de desenho animado em The Legend of Zelda: The Wind Waker, a antigravidade em Mario Kart 8 ou o controle em duas telas de Star Fox Zero. Por este mesmo motivo eles não fazem um novo F-Zero, porque não têm "ideias novas".

O uso das super habilidades é super scriptado em Kirby's Return to Dream Land

Com isso Kirby passou a receber vários gimmicks também. Em Kirby's Return to Dream Land são "Super habilidades" que destroem tudo, em Kirby: Triple Deluxe é o Hypernova Kirby que pode sugar coisas enormes de maneira exagerada e em Kirby: Planet Robobot são robôs que ele pode pilotar. A maioria dessas adições deixa a jogabilidade lenta, scriptada e faz com que as únicas seções do jogo originais sejam feitas ao redor delas. O resto do jogo parece exatamente a mesma coisa desde os anos 90.

Eesses gimmicks trazem algo novo, mas não necessariamente algo relevante. Como já falamos neste outro artigo, a Nintendo está obcecada com o "novo" e "surpresas". Cada novidade vai sendo descartada no próximo jogo em favor de outra, pois nenhuma delas é pensada como uma evolução da jogabilidade, apenas como uma novidade. Veja a diferença de pensamento para 1993 quando a habilidade de copiar de Kirby foi introduzida e evoluiu o personagem a ponto de se tornar sua marca registrada.

O mais curioso é que apesar de todos os poréns os jogos atuais de Kirby não são de todo ruins, a maioria deles é bem competente, porém eles são também muitas vezes monótonos e não tem aquele algo mais para torná-los excepcionais. Falta a eles ambição de conquistar um pouco mais do que Kirby já tem.

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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Review: Adventures of Mana pega as melhores páginas do manual de Zelda


Adventures of Mana era um dos meus mais esperados jogos do ano, ou ao menos era até a Square Enix dizer que não o lançaria no ocidente. Então de repente, no final de junho, o jogo simplesmente aparece na PS Store sem qualquer aviso prévio e por um preço supimpa. Sem desapontar, Adventures of Mana trouxe uma aventura épica em moldes clássicos para o PS Vita.

Ele é um remake de um jogo de GameBoy da série "Mana", conhecida por títulos como Secret of Mana de Super Nintendo e Legend of Mana do PlayStation One. Porém, quando ele foi lançado, a série era pouco conhecida, então a Square Enix deu uma carteirada e o chamou de "Final Fantasy Adventure", com algumas pequenas alterações, que no fundo acabaram enriquecendo o título.

Mana Mana

Por se tratar de um jogo originalmente portátil de uma época de ouro, Adventures of Mana partiu de uma base muito forte arcade, a qual só ficou melhor com os gráficos atualizados. Por exemplo, apesar de ser um RPG não tem nada de começar acordando na cama e passar horas falando com a vizinhança.

Assim que a aventura começa você é jogado de cara em uma luta contra um monstro com jeito de chefão. Na história você é um prisioneiro que luta como gladiador para entretenimento das massas e acha nessa luta uma chance para escapar. Eventualmente você conhece uma menina que precisa proteger e o roteiro se desenrola mais.

Um RPG que já te joga de cara em uma batalha!

Inicialmente o enredo é bastante superficial e você pode pensar que isso é de se esperar de um RPG portátil. No entanto, a história vai ganhando camadas, personagens secundários interessantes e reviravoltas bem inesperadas. Tudo isso sem atrapalhar a ação em si.

Tchu Tchu Tchururu

A jogabilidade básica é de um Action RPG, com um botão de ataque e alguns atalhos na tela. É bem óbvio que o jogo saiu também para smartphones e tablets, pois dá pra jogar ele todo através da tela de toque e os menus funcionam também como botões virtuais. Porém, o PS Vita ganha fácil pela simples presença de botões físicos.

O jogo em si pega algumas das melhores páginas do manual de The Legend of Zelda, com um grande mundo para explorar através de pequenas telas que você vai atravessando. Há também uma variedade de dungeons repletas de inimigos, com saídas secretas e também alguns quebra-cabeças simples, tudo lembrando muito The Legend of Zelda do Nintendo 8 Bits.

No entanto, como na maioria dos RPGs, você pode subir de nível e ficar mais forte. É possível evoluir seu personagem de várias maneiras diferentes, no caminho do guerreiro, do monge, do mago ou do sábio, os dois primeiros voltados para ataques físicos e os dois últimos para magia. É possível também misturá-los. Essas classes são apresentadas como personagens clássicos de Final Fantasy: Warrior, Monk, Black Mage e Sage.


Há também uma grande quantidade de armas diferentes para encontrar e uma das maiores surpresas é que elas interagem com o cenário. Claro que você está acostumado a encontrar espadas mais fortes em um RPG, mas imagine encontrar um machado e além de aumentar seu ataque poder cortar árvores ou uma foice que pode remover plantas com espinhos do caminho.

Dungeons & Dráculas

Os dungeons são tanto onde Adventures of Mana brilha quanto onde ele é ofuscado. A maioria dos dungeons é interessante, como um bizarro castelo de um vampiro onde você vai parar acidentalmente, mas muitos deles são cavernas, muito iguais visualmente. A repetição do cinza cansa bastante e faz você se perguntar por que as cavernas não podem ter paredes marrons, tons de azul escuro ou qualquer outra cor.

Porém, o que eles perdem em visual, ganham em design. Há muitos locais não obrigatórios dentro dos dungeons, alcançados por quebra-cabeças opcionais ou paredes que precisam ser derrubadas com uma picareta. Nesses locais você pode encontrar armas, armaduras, escudos, magias e até mesmo chefes extras.

O sistema de menus é um pouco complicado e claramente feito para telas de toque. Ele não funciona muito bem quando você usa botões, mas é algo que pode ser relevado. O sistema de itens por outro lado, pode ser um pouco confuso para essa geração de jogadores. As lojas vendem picaretas e chaves para usar dentro dos dungeons e você precisa se equipar antes de se aventurar.


Graficamente é tudo muito simples, porém competente e bem limpo, com direito a cores vivas e algumas cenas relativamente belas, porém aquém do padrão do PS Vita. Uma coisa que incomoda é que os inimigos não surgem na tela de cara, eles são gerados um instante após você entrar e demora até se acostumar com isso.

Conclusão

Adventures of Mana traz uma aventura soberba de aproximadamente 12 horas de duração, praticamente perfeita do início ao fim pois seus defeitos não chegam a diminui-la. Simples em conceito, porém desafiador, ele é claramente inspirado por alguns dos melhores jogos de sua época das formas mais incríveis. É um jogo extremamente recomendado, um dos melhores do ano.

8,5/10