Recentemente a Devolver Digital realizou sua apresentação "Devolver Direct 2020", uma paródia das apresentações da E3 que eles já fazem há alguns anos. O mais legal da conferência é que ela é caótica, cheia de humor e trazia um pouco de crítica às outras empresas maiores. Algo que era apenas um toque legal em meio a E3 se tornou exatamente o que precisávamos na ausência dela.
A conferência começa com a continuação do ano passado, de certa forma, na qual os empregados da Devolver Digital precisam impedir um futuro apocalíptico de acontecer: o Futuro do Futuro do Futuro. Para isso precisam desbancar a executiva malvada Linda e libertar a antiga executiva Nina Struthers de uma simulação virtual. Para entender o contexto é recomendado acompanhar todas as dos anos anteriores desde 2017, quando começaram essa loucura.
O primeiro anúncio de jogo foi Shadow Warrior 3, o qual acho que está realmente bem impressionante. Eu achei o reboot ok, um pouco repetitivo, mas com potencial, enquanto o segundo com foco em multiplayer e conteúdo gerado aleatoriamente não pareceu tão legal. Com o terceiro jogo eles parecem estar inspirados pela ação frenética de jogos como o reboot de Doom enquanto mantêm um estilo próprio. Há bastante potencial aqui. Será lançado em 2021 para PlayStation 4, Xbox One e PC.
Linda apareceu com algumas frases que eu adorei como: "Temos milhares de pessoas assistindo e eu quero enfiar tanto hype no crânio deles que suas intenções de compra vazem pelo traseiro". Até que foi avisada que não havia E3 e visivelmente chateada desdenhou: "Sem E3? Bem... pro inferno com eles. Eu não ligo para eventos ao vivo de videogame... eles são bobos... para idiotas... o futuro do futuro está em apresentações de alto conceito super focadas".
Um dos executivos da Devolver porém, apontou a saturação do mercado de Directs: "Todo mundo está fazendo apresentações digitais. Só na última hora houve 5 apresentações digitais com algo em torno de 200... a 350 e alguma coisa de jogos anunciados. ninguém consegue acompanhar isso. É uma total saturação do mercado.
"Coisas estão sendo anunciadas só por anunciar. (...) Eu assisti a Konami apresentar 2 horas de 4 novos jogos da série Metal Gear, durante as quais eles tiveram um evento surpresa para anunciar o cancelamento de 3 deles... durante a mesma transmissão! Isso é loucura!".
Linda então solta um insight: "Pessoas adoram marketing. Quanto mais melhor. O mundo roda por hype agora. Hype! E nada mais. Você acha que as pessoas ainda gostam dos jogos que elas jogam? Elas não gostam. Elas gostam dos anos de amontoados de teasers, trailers, primeiras impressões e revelações para dissecar. É a campanha. Cada pequenina screenshot, cada vazamento de loja. Os jogos em si são só um efeito colateral. Um estorvo. As pessoas ficam obcecadas por jogos por 2 anos e então em uma sentada eles os queimam como se fosse uma pizza de microondas".
Na sequência para falar de Fall Guys apareceu Shuhei Yoshida, que já foi presidente da Sony Worldwide Studios e hoje trabalha como chefe da seção de Indies do PlayStation. O mais legal é que Shuhei entrou totalmente na brincadeira junto com a Devolver, falou que não sabia que os caras do Fall Guys se devoravam se fossem deixados sozinhos e disse que ia mostrar um trailer do jogo que ele mesmo editou. Nina pergunta: "Sério?" e ele responde "Não".
Fall Guys é tipo um Battle Royale cômico de corrida para 60 jogadores que parecia legal mas não me parecia nada exatamente excepcional. Porém a beta do jogo para PC angariou impressões muito positivas e uma semana depois foi anunciado que ele estaria gratuito na PlayStation Plus de Agosto, mesmo mês que já nos deu Rocket League. Não entendo por que o anúncio não foi feito na apresentação, teria me impressionado mais. Fall Guys sai em 4 de agosto para PS4 e PC.
Logo depois tivemos a besta de Carrion, um boneco animatrônico, falando de seu jogo. Eu confesso que achei que Carrion já havia até lançado. Phil Spencer, chefe do Xbox, aparece para falar que o jogo estará disponível no Xbox Game Pass no lançamento. Ele sairá em 23 de julho para Xbox One, Nintendo Switch e PC, provavelmente só em 6 meses ou 1 ano no PS4 como costumam ser os acordos de exclusividade temporária.
Eis que surge então o apresentador Geoff Keighley no papel de "O Arquiteto", provavelmente uma referência a Matrix, o qual detém a chave para destruir toda a simulação. Enquanto isso Linda perde o controle e não liga mais se os jogos que vai anunciar existem de verdade e começa a revelar um monte de jogos falsos. Esse é o Futuro do Futuro do Futuro, apenas hype, apenas anúncios, sem jogos.
Tivemos uma participação especial de Bennett Foddy (Getting Over It) anunciando um jogo de dança que não existe: Getting Down with Bennett Foddy, e o pro player SonicFox anunciando Sonic Fox's Furry Fighters 4, apesar de não existirem nem os três anteriores. Um novo estúdio chamado Coolbeans apareceu dizendo que não tinha nada para anunciar mas abrindo as portas para contratar novos membros com um link para inscrição.
Quando parecia que eles já não tinham mais nada, eles chamam quem? "Meu tio que trabalha na Nintendo", um conceito que curiosamente é internacional e não algo que apenas se falava no Brasil. Ele comenta que Kirby teve um jogo cancelado porque está enrolado em um caso de divórcio no Canadá e que veremos Pikmin Battle Royale. Tudo para então revelar um jogo de verdade, Olija, um indie em pixel art um pouco parecido demais com outros tantos outros para Switch e PC. Não houve data, mas a demo já estava disponível.
O próximo anúncio me agradou bastante. Um dos caras sem cabeça de Serious Sam apareceu para falar sobre Serious Sam 4 para PC e Stadia em agosto de 2020. Infelizmente as versões para PS4 e Xbox One estão sendo seguradas pelo Stadia e só devem sair um ano depois. Eu gosto da série e acho que assim como Shadow Warrior 3 eles se inspiraram na parte frenética do reboot de Doom, com mais liberdade para serem exagerados.
Por fim finalmente é anunciado o jogo que liberta Nina da simulação: Devolverland Expo. Trata-se de um jogo de verdade que pode ser jogado no Steam gratuitamente. Um jogo sobre a E3 vazia com estandes para ver trailers da Devolver Digital, alguns não presentes na conferência, e desbloquear anúncios secretos. Simplesmente genial.
Nina fala: "Por anos você, idiota consumidor, com mais dinheiro para gastar do que bom senso, tem se reunido para ouvir pessoas poderosas de verdade como eu te dizer o que gostar, pelo que ficar animado, e mais importante, o que comprar. Você olha de maneira idiota para sua tela, babando, esperando por instruções... você implora por vazamentos sem fundamento, demos orquestrados de forma barata".
"Você engole primeiras impressões sem o menor pensamento sobre o que seria uma coisa real na vida real que você poderia realmente ter e realmente interagir. Chega! Chega dessa besteira! Você foi enganado! Feito de trouxa! Você fez um passeio de ônibus dirigido pela ganância e pagou por ele com seu dinheiro super suado! Você merece mais. Nós merecemos mais". E então o evento se encerra com uma música super anos 80, "Play the Game" do Stemage.
As conferências da Devolver Digital sempre foram muito divertidas, mas como uma distração em meio a E3. Agora que não temos a E3, toda essa energia caótica e críticas de verdade aos hábitos da indústria de jogos simplesmente parecem muito mais verdadeiros. Em uma época sem E3, nunca precisamos tanto de uma conferência da Devolver Digital como agora.
Por isso este ano eu vou dar à Devolver Digital o prêmio de melhor conferência da Não-E3 2020.
Final Fantasy 7... o jogo mais empolgante da E3 2019... pode falhar. Não é uma previsão concreta de que vai dar errado, mas uma preocupação de que possa. Mas como? A demo apresentada pela Square Enix na E3 desse ano foi tão impressionante. Parece uma reimaginação perfeita de um dos maiores clássicos dos videogames. Por este motivo mesmo, está perfeito.
Perfeição custa caro, custa tempo de produção e a Square Enix não parece ciente do que significa isso para um jogo da dimensão de Final Fantasy 7. Quando foi anunciado que o jogo viria em capítulos é porque fazer um remake dessas proporções de FF7 significa literalmente que cada trecho do jogo original terá a complexidade de um jogo inteiro atual.
As coisas começam a ficar preocupantes quando um jornalista do site Kotaku pergunta em uma entrevista ao produtor do jogo, Yoshinori Kitase, quantos capítulos serão no jogo completo e ele responde: "Infelizmente não podemos dizer nada sobre os jogos futuros, porque nós mesmos não sabemos". Isso não soa muito bem planejado.
Isso me trouxe flashbacks da época da criação de jogos amadores e fangames, quando víamos projetos começar, mas nunca serem terminados. Um dos maiores problemas era sempre esse, a escala do projeto. Acabava se tornando uma piada recorrente porque montar um "demo" em alguns meses e receber elogios era fácil, realizar toda a obra sem receber um apoio moral constante era extremamente difícil.
Eu mesmo tenho um projeto de larga escala que nunca terminei, o jogo Pokémon Jumper. Minha ideia era relativamente simples, um jogo sobre os 84 episódios da primeira temporada de Pokémon. O problema é que eu levava meses para criar os gráficos e a jogabilidade de cada episódio e em muitos anos apenas consegui terminar 14 deles.
Em algum momento você faz as contas sobre o tempo de produção e chega a conclusões que inviabilizam o projeto: "Se eu levei 3 meses para adicionar 1 episódio e são 84 episódios no total... multiplica por três... sobe o um... corta o zero... move a vírgula... noves fora... eu levaria mais de 20 anos para terminar! D=". Contas essas que deveriam ter sido feitas bem antes, mas não foram devido à empolgação.
Agora voltemos para Final Fantasy 7 e pensemos. Levará entre dois a três anos para a Square Enix terminar apenas a parte de Midgard do jogo, a qual é de longe a mais simples e linear em todo o game. Final Fantasy 7 é um jogo de mais de 40 horas, se considerarmos que Midgard equivale a aproximadamente 5 horas de jogo ou mais, quantos anos a Square levaria para refazer todo o jogo?
Meu maior problema é a "perfeição" apresentada. Observem o gameplay da E3 2019, ele está perfeito. Essa é a questão, como poderiam fazer o resto do jogo com esse nível de perfeição? Não estou falando apenas de visual, mas de design, a complexidade da luta. Conseguem imaginar quanto tempo se leva para atingir esse nível de qualidade em um simples trecho de jogo que levará menos de uma hora para ser completado? São meses.
Tudo bem, a Square Enix é uma empresa grande. Se ela quiser dedicar, sei lá, 10 anos da agenda dela para publicar vários capítulos do remake de Final Fantasy 7, ela pode, não é mesmo? Eu comecei o Pokémon Jumper muito cedo, ainda no meu IBM 486 de 100 mhz com 8 MB de RAM e 256 cores, se contássemos desde aquela época até hoje eu poderia tê-lo terminado mesmo com a requisição de 20 anos de desenvolvimento.
Porém sabe o que também acontece em um período de tempo tão longo? As coisas mudam. O estilo de jogo que eu queria fazer com 15 anos é diferente do que eu queria fazer com 25, prioridades mudam, o jeito de fazer as coisas muda, a vida acontece. Eu ainda faço o jogo por hobby a propósito, mas como isso se aplica a Final Fantasy 7?
Uma agenda longa de desenvolvimento e lançamento significa que os capítulos poderão ser afetados pela época em que serão desenvolvidos, pelas pessoas que estarão tabalhando neles, pelo estado do mercado no momento, pela performance dos capítulos anteriores, entre outros. Se o Capítulo 2 vender abaixo do esperado o planejamento e orçamento do 3 permaneceria o mesmo? Provavelmente não.
Por alguns desses motivos eu estou preocupado que Final Fantasy 7 acabe virando outra coisa no meio do projeto. Ao invés de um remake do jogo completo, um revival de melhores momentos, uma reimaginação profunda que não tenha mais como objetivo trazer a mesma experiência jogável do original, apenas relembrar alguns de seus melhores momentos com partes jogáveis.
Algo semelhante aconteceu com Final Fantasy Versus XIII que de tantos atrasos e reviravoltas virou Final Fantasy 15. Apesar de eu ter adorado o jogo, dá pra ver que o projeto original tinha muito mais coisa originalmente planejada e que não teve tempo, ou orçamento, para ser produzido, levando a história a ser conectada através de capítulos.
A ideia de capítulos interligados de maneira mais solta funciona completamente em FF15 porque a história que eles querem contar ainda é contada e não vimos o que foi cortado. O mesmo acontece no segundo CD de Xenogears, no qual a história é contada através de narração para interligar partes de jogabilidade soltas. Agora imaginem se cortassem pedaços de FF7, se partes inteiras fossem substituídas por narração.
Meu estado de preocupação no momento é maior que meu estado de esperança, mas como sempre, espero estar errado. Seria ótimo se a Square Enix conseguisse entregar um remake fantástico de Final Fantasy 7, porque cá pra nós, é um jogo que merece como Resident Evil 2. Se não der, a gente joga logo o Cloud fora e revisita Crisis Core para fazer justiça pelo Zack.
Avengers é o mais novo jogo dos Vingadores apresentado pela Square Enix durante a E3 2019 e após uma produção de dois anos... tá horroroso. Essa foi a reação de praticamente todos os jogadores vendo a apresentação do jogo após tanta expectativa. Anunciado pela primeira vez em janeiro de 2017 apenas como The Avengers Project, o resultado final apresentado na E3 simplesmente não estava à altura do mínimo que se esperaria de um grande estúdio de games em parceria com a Marvel.
Toda essa repercussão negativa causou muito barulho nas redes sociais, muitos memes (culpado) falando mal sobre os gráficos e sobre como o jogo em si parece a pior coisa desde Homem-Aranha 3, tanto o filme quanto o jogo. Porém essa revolta acabou por abafar um ponto muito interessante do jogo que tem potencial para deixá-lo incrível: Nós só vimos metade.
Esse novo jogo dos Vingadores é como se fosse um 2 em 1, dois jogos diferentes mesclados em uma mesma experiência para atender a diferentes tipos de jogadores. Segundo Noah Hughes, diretor criativo da Crystal Dynamics, que está desenvolvendo o jogo: "É uma mistura entre single-player cinematográfico narrativo e uma experiência multiplayer rejogável". Mas o que isso significa?
A experiência que vimos na E3 é o single-player cinematográfico, muito provavelmente a pior das duas metades, mas que alguém deve ter pensado que era a melhor porque era mais... bem, cinematográfica. Talvez a Marvel tenha insistido em mostrar esse lado, nunca se sabe. Essas sessões do single-player são extremamente scriptadas porque o jogo sabe exatamente quem está ali, é como jogar LEGO no modo história antes de liberar o Free Play.
Como você já deve saber, o elenco do jogo começa com Capitão América, Homem de Ferro, Thor, Hulk e Viúva Negra (Gavião quem?) e a experiência cinematográfica é como acompanhar uma cena de batalha dos filmes dos Vingadores. A ação corta de um personagem para outro, mostrando diferentes pontos de vista da mesma batalha, cada personagem dando seu showzinho. Lindo de ver, mas soa como um tédio de jogar. Tem desde Quick Time Events (apertar botão na hora certa) até partes sobre trilhos.
No multiplayer aparentemente a experiência será mais livre. Primeiro, você poderá escolher quais personagens irá levar para a batalha. Segundo, eles sobem de nível, ganham habilidades e podem ter equipamentos, o que significa diferentes jeitos de jogar. E terceiro, o jogo continuará a receber missões e heróis futuramente, gratuitamente, como em Overwatch.
Note que nada do que descreve o multiplayer se encaixaria na parte cinematográfica do jogo. Se você pode escolher qualquer herói, a ação não pode ser scriptada. Em uma entrevista foi mencionado que as fases do multiplayer serão não-lineares. Evitaram usar o termo "mundo aberto" porque o público se confunde fácil. Você não tem um mundo contínuo para explorar, mas na prática as fases são abertas, arenas com inimigos dentro para onde você pode ir em várias direções.
Essa é uma descrição que soa extremamente semelhante à série Earth Defense Force. Os Vingadores sempre enfrentam exércitos de criaturas criadas em computação gráfica nos filmes, inimigos numerosos para que eles possam exibir seus poderes impressionantes. Isso não é tão diferente de como EDF coloca centenas de insetos gigantes em tela para que você os exploda.
EDF é um jogo multiplayer onde 4 jogadores de classes diferentes enfrentam exércitos de inimigos. Troque os personagens pelos heróis da Marvel e suas armas pelos poderes especiais dos heróis e você tem facilmente um dos mais promissores jogos de super-herói dos últimos tempos. Resta saber se esse multiplayer que nos foi descrito é de fato o que será apresentado e se será executado tão bem quanto EDF.
Essa semana tivemos a E3 2019, a maior feira de jogos do mundo... por enquanto. As coisas andam meio ruins para a E3. Já andavam antes, é verdade, mas chegaram a melhorar e agora parecem estar piorando de novo bem rápido. Muitas empresas estão deixando de se apresentar na feira, seja de propósito ou porque têm estratégias próprias, e isso acabou por diluir um pouco o show.
A Microsoft foi a única das três grandes com uma conferência, a qual até foi razoável. Nintendo como nos últimos anos teve apenas uma Direct e Sony não teve absolutamente nada, ficou ausente do evento por completo. Algumas outras empresas chegaram a se destacar nesse vácuo, como Square Enix e principalmente a Devolver Digital.
Vamos dar uma olhada no que rolou nas conferências para ver quem ganhou.
Microsoft
A verdinha foi praticamente quem deu a largada com a primeira conferência da E3 no Domingo, dia 9. A Electronic Arts teve um evento antes no sábado mas não estava tão no clima assim. Sem a Sony na jogada a Microsoft só precisava atacar com força e poderia levar fácil essa E3, mas ela se segurou e acabou decepcionando um pouco. Acho que quase todos estavam apostando em um show forte para a Microsoft e não rolou nada além do "Ok".
A conferência foi boa até, longa mas bem menos cansativa que em outros anos, apesar de ter ficado um pouco mais chata perto do final. Como de costume há muito destaque para títulos multiplataforma apresentados como se fossem exclusivos, sempre com os avisos: Xbox, PC, lançamento no Game Pass, mesmo quando todos sabem que saem em outras plataformas também.
Houve um grande foco no Game Pass esse ano. Foram apresentados 60 jogos na conferência, destes, 34 já estrearão direto no Game Pass e o serviço agora está também disponível no PC. Não precisa ser um gênio da matemática pra ver que tem algo errado com essa conta. Mesmo um jogo Indie em seu lançamento custaria mais do que um mês de assinatura do serviço com acesso a dezenas de jogos, jogos entre os quais estaria esse Indie se ele for um dos que estreia direto no Game Pass.
A conferência abriu com The Outer Worlds da Obsidian, o jogo da Obsidian que parece meio que um Fallout: New Vegas no espaço, dito isso de uma maneira positiva. Ele será lançado em 25 de outubro no Xbox, PS4 e PC. Em seguida a Ninja Theory revelou um jogo multiplayer competitivo 4 vs 4 chamado Bleeding Edge, o qual me parece que já vai nascer morto nesse mercado tão disputado.
Ori and the Will of the Wisps apareceu com um bom trailer que demonstra um jogo um pouco mais interessante e animado que o original. Logo depois tivemos Minecraft Dungeons, com um trailer até razoável, mas ainda acho que a franquia não está mais com aquele charme todo para encantar o público que eles gostariam. Coop local e online para quatro pessoas é legal, claro, mas o jogo como um todo tem cheiro de franquia morta, como se alguém tivesse vestido a pele do cadáver de Minecraft. O mesmo aconteceu com Fable Heroes.
Entre esses primeiros jogos apresentados, Phil Spencer, o chefão do Xbox, apareceu para dar o discurso sobre o Game Pass que mencionou anteriormente. Porém o que ele falou a seguir foi ainda mais interessante: revelariam o próximo Xbox naquela conferência... mas sabe quando dizem "mostre, não fale"? Poisé, eles falaram porque não tinham intenção de mostrar.
Star Wars Jedi Fallen Order apareceu rapidamente com meio que um compilado do que já havia sido mostrado no sábado no evento da Electronic Arts. Ele será lançado em 15 de novembro no Xbox, PS4 e PC. Então surgiu uma surpresa interessante, um jogo de terror em que um sujeito avançava por uma floresta com uma câmera. Era um jogo baseado na franquia "Bruxa de Blair", chamado de "Blair Witch". Me parece que o jogo está marcado para Xbox One e PC, não tem cara de ser exclusivo, mas não sei. O jogo não parecia nem ruim nem muito bom, mas jogos de filmes sempre preocupam um pouco mais.
breathtaking
Até então a conferência estava bem legal e então veio um dos pontos altos da apresentação da Microsoft: Cyberpunk 2077. Porque o jogo era muito legal? Não, porque eles chamaram o Keanu Reeves para apresentar! Foi divertido, ele se saiu bem, se divertiu com a plateia e anunciou que estará no jogo. Cyberpunk 2077 não é muito minha praia mas promete ser um bom jogo. Lançamento para 16 de Abril de 2020 no Xbox, PlayStation 4 e PC.
Após um jogo tão pesado entrou um Indie mais fofinho, Spiritfarer, toda com animações 2D de alta qualidade. Simpático, me lembrou da clássica série Wonder Project J. É do mesmo estúdio de Jotun e sai em 2020 para Xbox, PlayStation 4, Switch e PC. Falando em 2D bem animado, logo em seguida vimos o novo Battletoads e... não empolgou muito.
Para um retorno de uma franquia tão esperada, o trailer foi bem fraco. O jogo parece ser melhor do que o trailer mostrou pelo menos. Eu gostei do visual em 2D de alta resolução, levemente deformado em proporções atarracadas, mas a jogabilidade não me parecia muito com o clássico Battletoads. Parece que abraçaram mesmo o estilo Beat'em Up frenético, mais para o Ninja Baseball Bat Man, algo que eu pensava que nunca poderia ser ruim, mas é quando se trata de descaracterizar Battletoads. Ele sai ainda em 2019 para Xbox com cooperativo pra até 3 pessoas.
Em seguida veio outro Indie de aparência bem legal, The Legend of Wright, um jogo com aparência de um livro de história feito em lápis, no qual o jogador interage diretamente também usando um lápis. Parecia legal, resta saber se só se sobressai no visual. Sai em 2020 para Xbox e PC, com versões também para Android e iOS.
Hora do compiladão, um vídeo com vários jogos Indies apresentados em sequência, todos no Xbox Game Pass, mesmo não sendo exclusivos: Dead Static Drive, Pathologic 2, Star Renegades, Afterparty, TABS: Totally Accurate Battle Simulator, The Good Life, Cross Code, Creature in the Well, Killer Queen Black, Riverbond, Unto the End, Blazing Chrome, Felix the Reaper, UnderMine, Supermarket Shriek, Secret Neighbor, Ikenfell, The Lord of the Rings: Living Card Game, Night Call e Totem Teller.
E adivinha? Mais sobre o Game Pass. Alguns jogos foram adicionados bem no dia da E3: Batman: Arkham Knight, Metro Exodus, Hollow Knight e Borderlands: The Handsome Collection. Neste momento anunciaram também um upgrade no Xbox Game Pass Ultimate, que oferecia Xbox Live Gold e Game Pass para o Xbox One, ao adicionar o Game Pass para PC sem aumento de custo.
O Game Pass para PC foi anunciado com a coletânea Halo: The Master Chief Collection finalmente para computadores, além de jogos como Forza Horizon 4, Gears of War 5, Prey, Ark: Survival Evolved e alguns pensados mais pro púbico de PC como Imperial Rome e Football Manager 2019.
Tivemos então o anúncio de algumas franquias clássicas da Microsoft retornando. Microsoft Flight Simulator, o qual sairá também no Xbox One além do PC, e Age of Empires 2 Definitive Edition, remake do clássico com gráficos em 4K e áudio remasterizado. Ele terá ainda uma nova campanha chamada The Last Khans e será lançado no final do ano. Wasteland 3 apareceu um pouco também com matança em Colorado, sem fazer muito alarde.
Então vem uma parte que me deixou bem chateado... a Microsoft comprou a Double Fine. Esse farra da Microsoft comprando vários estúdios apenas porque pode é uma das piores coisas que poderia acontecer com a indústria e um medo que existia desde o primeiro instante em que ela entrou no mercado. Com dinheiro suficiente ela pode forçar a tendência que quiser e as outras são praticamente obrigadas a seguirem, sendo que ela própria não é primariamente uma empresa de jogos.
Dito isso, Tim Schafer apareceu no palco e fez uma brincadeira que se a Microsoft precisar eles podem fazer Halo, Forza, Excel... foi engraçado, mas não deixa de ter um tom subserviente nessa frase. Então tivemos um pequeno trailer de Psychonauts 2 que não mostrava muito, mas para quem já espera por esse jogo há tantos anos não importa tanto.
Dois ótimos anúncios vieram em seguida com LEGO Star Wars: The Skywalker Saga que reunirá os 9 filmes em um pacote só e Dragon Ball Z Kakkarot, um jogo de ação focado em toda a trajetória de Goku. LEGO parece bem promissor, enquanto Dragon Ball Kakkarot parece explorar demais uma mesma história que já foi explorada à exaustão, mas ainda deverá ser legalzinho. Ambos serão multiplataforma e lançados em 2020.
Do outro lado do espectro, dois outros Indies pareceram meio pretensiosos. 12 Minutes, um jogo todo em visão aérea sobre um cara preso em um looping de tempo e Way to the Woods, um jogo em que você controla dois cervos em um mundo que mescla algo fantasioso com um mundo real devastado. Nenhum dos dois empolgou muito.
Gears of War 5 apareceu com um teaser bem conceitual e em seguida falaram sobre um novo modo de jogo chamado Escape no qual você tem que escapar de um lugar repleto de inimigos com a ajuda de outros jogadores. Parece estranho, mas esse tema de "escapar" parece que vai aparecer em mais jogos multiplayer daqui pra frente. O jogo sai em 10 de setembro e não vejo muito motivo para ainda estar empolgado com a franquia Gears desde que a Epic Games a vendeu.
A Microsoft mostrou uma evolução do seu controle Elite, chamada Series 2, com mais extras e etc. Me parece ter um público bem específico em mente de jogadores Pro então nada muito relevante. Dying Light 2 apareceu com um pouco de gameplay e volto a dizer que provavelmente vai ser estragado pela direção. Resolveram se focar na parte mais fraca do estúdio. Dying Light tem uma jogabilidade ótima e história ignorável, é um ótimo jogo. Pra que lançar uma sequência focada na história?
Agora para alguns exclusivos da Microsoft que me interessaram. Forza Horizon 4 com um pacote de expansão chamado LEGO Speed Champions que já está disponível. É uma parceria com o filme Uma Aventura Lego 2 e traz carros de LEGO para o jogo. Eu gosto como as expansões de Forza costumam ir atrás de coisas inesperadas para outros púbicos, como foi aquele pacote de pistas da Hot Wheels. Vejo muito menos crianças jogando jogos de carro e moto hoje em dia do que na época dos 16 Bits e isso é um bom incentivo.
Gears Pop que era um conceito que eu tinha esperança que ficasse legal, pegar Gears e reduzi-lo ao seu formato mais simples, como os jogos de LEGO funcionam perfeitamente para várias franquias. Porém será um jogo para Android e iOS. Eu simplesmente não entendo que público deseja pegar. Uma franquia madura reduzida a bonecos para smartphones? Pra quem é esse jogo?
Expansão de State of Decay 2, o jogo é bem legal mas anda bastante apagado ultimamente. CrossFire X para o Xbox One, essa sim foi uma boa parceria da Microsoft. Como o Xbox tem em si a cultura do PC, faz mais sentido se aproximar de fenômenos do PC como PlayerUnknown's Battlegrounds ou CrossFire, porque eles combinam com a filosofia deles.
Phantasy Star Online 2 finalmente para o ocidente, gratuito na primavera de 2020, nosso outono. Por ora apenas no Xbox e nos Estados Unidos, PS4, Switch e Europa de fora, o que é uma pena. O jogo já demorou séculos para ser lançado por aqui, o mínimo que poderia fazer é ter um lançamento decente. A Sega já confirmou que eventualmente ele chegará a outras plataformas.
Tales of Arise da Bandai Namco parece trazer um mundo mais aberto para a série Tales of, o que talvez ajude a atrair novos fãs. Os últimos jogos da série são bons, mas estão um pouco sem relevância, apenas se empilhando. Borderlands 3 também ganhou uma data de lançamento para 13 de setembro, envolto em diversas controvérsias.
Por fim foi revelado o jogo Elden Ring, que já tinha vazado uns dias antes da E3. É um RPG de mundo aberto do criador de Dark Souls e consultoria de ninguém menos que, ele mesmo, Georginho R.R. Martin da dança das cadeiras. O tema será mitologia nórdica, o que é sempre uma armadilha, mas recentemente parece que produtos com essa temática tem se saído melhor do que o esperado.
Finalmente Phil Spencer vem para "encerrar" a conferência mas na verdade começa a apresentar o próximo Xbox, codinome Project Scarlet. O problema é que nada é mostrado, chamam pessoas que trabalharam no projeto para falar de especificações técnicas e soltar termos como "120 FPS" e "next-gen ray tracing" que acabam sendo chatas. O console sairá no final de 2020, o que significa que terá mais uma E3 pela frente.
Para completar tivemos um novo trailer de Halo Infinite, sem qualquer gameplay, que estará presente no lançamento do novo Xbox. Faz você se perguntar se automaticamente ao comprar o próximo Xbox e ser assinante do Game Pass vai ter acesso a Halo e vários outros jogos de lançamento, como se jogos não custassem dinheiro para serem feitos.
Bethesda
A Bethesda tinha muito chão pra percorrer com sua conferência depois do lançamento desastroso de Fallout 76, o qual ela basicamente admitiu que não estava pronto mas lançou mesmo assim. Ela conseguiu melhorar um pouco sua imagem, sem mostrar nada de muito novo. Doom Eternal e Wolfenstein: Youngblood chamaram atenção, mas no fim as pessoas queriam algo de The Elder Scrolls 6, o que eles já haviam falado que não ia rolar mesmo.
Havia uma galera vibrando descontroladamente na conferência da Bethesda que não parecia nada natural. Costuma acontecer na conferência da Microsoft também, mas na da Bethesda estava muito pior. Chegou ao ponto de realmente incomodar, quebrar o ritmo da conferência e atrapalhar o áudio.
O ponto alto da conferência da Bethesda foi a revelação de um novo jogo da Tango Gameworks, estúdio de Shinji Mikami, criador de séries como Resident Evil e The Evil Within. O jogo é chamado GhostWire Tokyo e parece ter um conceito interessante, porém não foi o jogo que chamou a atenção e sim sua apresentadora. Uma discípula de Mikami chamada Ikumi Nakamura roubou o show com carisma e animação.
Tirando isso não houve nada particularmente empolgante na conferência da Bethesda.
Ubisoft
A conferência da Ubisoft foi bastante morna, mostrando jogos que em sua maioria já eram esperados. Nada de Aisha Tyler, nada muito fora do comum. Os maiores anúncios foram Watch Dogs Legion, terceiro jogo da franquia, e Gods & Monsters, um novo jogo de aventura inspirado por The Legend of Zelda: Breath of the Wild.
Watch Dogs Legion é o tipo de jogo que eu adorei o conceito mas não curti a execução. A ideia de poder controlar qualquer um em um exército de hackers me lembra bastante a ideia por trás do Anonymous e cria situações interessantes como a velhinha do trailer. Tem um toque de Rogue Legacy no sentido que você nunca sabe quais vantagens e desvantagens vai receber.
No entanto a cidade de Londres tomada por um governo autoritário pareceu muito claustrofóbica e depressiva. Distopias são bem menos divertidas como fantasias quando já estamos vivendo uma na vida real. Depois de algo tão colorido como a São Francisco de Watch Dogs 2 me pareceu um passo para trás ir para um cenário tão mais cinza e sóbrio no terceiro jogo.
Uma questão sobre jogos bons é que eles inspiram outros a seguirem seus passos. Gods & Monsters segue os passos de The Legend of Zelda: Breath of the Wild com uma pegada de mitologia grega que é bastante promissora. São os mesmos desenvolvedores de Assassin's Creed Odyssey basicamente saindo do modelo fechado de seguir eventos históricos para investir em algo fantasioso. Pode acabar não sendo excepcional, ainda é cedo pra dizer, mas há potencial e é o tipo de jogo que o público mais jovem precisa.
Square Enix
Esse ano a Square Enix estava com tudo e por muito pouco não levou a E3 sozinha nas costas. Final Fantasy 7 Remake apareceu, e ok, é um jogo que já está em desenvolvimento há alguns anos, mas exibiu um gameplay longo e de alta qualidade, algo que praticamente ninguém mais fez na feira. A Square também anunciou várias boas novidades, entre elas jogos da série Mana para o ocidente.
Então o que deu errado? Bom... vamos dizer apenas que a vingança nunca é plena, mata a conferência e a envenena. "Avengers: A-Day", o jogo dos Vingadores, foi finalmente revelado durante a conferência da E3 e... nossa... estava horroroso. Os gráficos estavam feios, os atores não são os mesmos dos filmes, a Viúva Negra parece o príncipe do Shrek disfarçado como já bem apontaram no Twitter.
Para piorar, meio que não havia gameplay, era mais como uma simulação de gameplay. A portas fechadas a Square Enix mostrou um gameplay exclusivamente para alguns poucos jornalistas, controlado por um desenvolvedor. Alguém gravou e o gameplay vazou. Após vê-lo, eu acho que era aquilo que ela deveria ter mostrado na conferência.
Vingadores foi um tropeço feio e acabou com todas as outras coisas positivas da conferência da Square Enix. Ainda assim, Final Fantasy 7 Remake foi o melhor jogo apresentado no evento, mesmo que sua produtora não tenha conseguido ganhar a E3. Inclusive, de toda essa E3 eu só pretendo falar mais a fundo sobre dois jogos, e eles são: Final Fantasy 7 Remake e Avengers: A-Day.
Nintendo
A Direct da Nntendo foi legal, começou direto (get it?) já jogando a gente pra Super Smash Bros. Ultimate e revelando o protagonista de Dragon Quest XI no jogo. Naquele momento não poderia estar mais desapontado porque não era bem quem eu esperava. Passaram alguns instantes e aí sim, revelam que vários protagonistas de Dragon Quest estarão no jogo dividindo o mesmo personagem. Entre eles o que conhecemos aqui pelo desenho "Fly" (que quer a paz que o inimigo destrói).
Talvez abrir a conferência com um anúncio mais voltado para o público japonês não tenha sido a melhor das ideias, mas ok, passou rápido. Então tivemos uma rápida zueira com o novo presidente da Nintendo da América, Doug Bowser, sobre o fato de ele dividir o mesmo nome com o vilão Bowser de Mario. "Vocês são parentes?" perguntam. Divertidinho, mas tenho mais a falar sobre isso depois.
Chegamos então a Luigi's Mansion 3, uma série que meio que não tem motivo de existir mas a Nintendo continua a produzir. A jogabilidade parece melhor, com mais formas de combate contra os fantasmas, podendo bater eles no chão e contra objetos. A ideia de Gooigi, uma versão de gosma do personagem, é legal, mas deve limitar o coop já que parece ser algo mais usado para resolver puzzles e não para ter um segundo jogador. Uma coisa boa é que adicionaram um modo online, pois é uma série que precisa de mais extras.
Na sequência a Nintendo deu um bom espaço pra um jogo chamado The Dark Crystal: Age of Resistance Tactics que terá também uma série na Netflix e eu não sei o que estava fazendo na Direct porque é um título bem ignorável.
The Legend of Zelda: Link's Awakening reapareceu e mostrou qual elemento irá "compensar" o fato de que o jogo é meio curto e sem extras por ser um remake do GameBoy. Haverá um novo modo com Dampé no qual o jogador pode criar Dungeons para explorar e obter recompensas. Não deu pra entender quão bom esse modo será, pode até ser um protótipo de Zelda Maker, mas eu preferia que colocassem alguns extras na campanha mesmo. O jogo sai em 20 de setembro.
Trials of Mana apareceu em sequência junto com a Collection of Mana, com a surpresa de que estava disponível no mesmo dia da conferência. The Witcher 3 também apareceu para o Switch e impressionou como o videogame conseguiu rodar um jogo tão pesado sem downgrades drásticos aparentes. Basta olhar Mortal Kombat 11 para ver como a versão Switch pode ficar aquém das outras. Ainda mais impressionante é que tudo virá em um único "cartucho" de 32 GB, sem downloads extras.
Fire Emblem Three Houses apareceu com um trailer, bem longo até, que foi o primeiro a me fazer interessar pelo jogo. Até então tudo que víamos era uma escola, professores, uma ambientação muito parada, rica em fazer o jogador viver em um mundo mágico como Hogwarts é para Harry Potter, mas no geral monótono. Este novo trailer dá um salto de tempo e mostra o futuro dessa turma, com guerra e fogo, algo bem mais legal. Sai em 26 de julho.
Veio um momento meio chato na conferência, um casal entrando em uma casa abandonada para jogar Resident Evil no Switch. Por um instante eu pensei que pudesse ser um anúncio de Resident Evil 7 ou Resident Evil 2 Remake pro console, já que The Witcher 3 meio que abriu as portas pra um novo mundo de ports. E o que era? Resident Evil 5 e 6 pro Switch... baita desperdício de tempo e atenção na Direct, são jogos que pode só lançar uma semana qualquer e pronto.
No More Heroes 3 foi anunciado e eu sou um grande fã da série e de Suda 51, mas... o que havia ali para se empolgar? Um trailer com Travis falando algumas coisas, simulação de gameplay clássica do Wii, mas nenhum sinal real sobre a direção que o jogo vai (além de que provavelmente será contra aliens). Com lançamento já para 2020 não poderiam mostrar algo mais? Ainda mais depois daquele gosto amargo que Travis Strikes Again deixou na boca.
O próximo jogo foi uma surpresa, Contra: Rogue Corps. Visualmente ele não é muito bonito, mas isso não importaria com uma jogabilidade frenética como é de se esperar de Contra. Na apresentação eu não vi nada de errado, mas houve comentários sobre o jogo depois que as armas superaquecem se forem muito usadas e isso pode ser a morte pra um jogo desses. Vale a pena ficar de olho até ter certeza.
Daemon X Machina continua supimpástico mas já poderia ter sido lançado, não precisava de mais uma apresentação. O remake de Panzer Dragoon foi uma boa surpresa, sai ainda esse ano, não sei se sairá para outras plataformas mas tem cara. Houve então uma rápida recapitulação da Direct de Pokémon, sem falar tudo de novo nessa direct da E3.
Astral Chain também apareceu, ainda bem legal, e melhorou sendo que nem precisava. Uma das poucas coisas que eu não gostava em Astral Chain e estava super disposto a ignorar era o combate com aquela "stand" de Jojo ao seu lado, mas agora explicaram que elas são inimigos capturados, o que é bem mais legal e dá o contexto certo para aquilo funcionar. Sai em 30 de agosto.
Eu comecei a ficar com um pouco de sono nesse momento porque começou a ficar entediante. Foi revelado o jogo de gângsters Empire of Sin para 2020, mostraram mais de Marvel Ultimate Alliance 3 que sai em 19 de julho, Cadence of Hyrule já disponível no mesmo dia para o Switch e só acordei um pouco em Mario & Sonic at the Olympic Games Tokyo 2020 para novembro por causa dos mamilos do Dr. Robotnik.
Porém ao menos eu acordei, pois o jogo a seguir me dá sono mas de um jeito muito mais positivo, Animal Crossing: New Horizons. Aqui em casa temos várias histórias de cochilar jogando Animal Crossing de tão sereno que é o jogo. Uma coisa legal é que finalmente parece que vão te dar mais coisas pra fazer. Ao invés de só cuidar da cidade você vai estar criando uma cidade em uma ilha deserta, e ainda poderá colocar itens a céu aberto, sem se limitar só a sua casa.
Então hora do compiladão de jogos: Spyro Reignited Trilogy, Hollow Knight: Silksong, Ni no Kuni: Wrath of the White Witch, Minecraft Dungeons, The Elder Scrolls: Blades, My Friend Pedro, Doom Eternal, The Sinking City, Wolfenstein Youngblood, Dead by Daylight, Alien Isolation, Final Fantasy Chrystal Chronicles Remastered Edition, Dragon Quest Builders 2, Strangers Things 3, Just Dance 2020, Catan, New Super Lucky's Tale, Dauntless e Super Mario Maker 2.
Então duas últimas surpresas para acabar a conferência em uma nota alta. A primeira, a surpreendente revelação de Banjo e Kazooie para Super Smash Bros. Ultimate, com direito a serem recebidos pelos membros de Donkey Kong Country e uma zueira do cachorro de Duck Hunt. A revelação foi bm legal, mas os fãs piraram um pouco demais como se isso fosse gigantesco.
Revelar Banjo e Kazooie foi inesperado, mas como eu mencionei alguns dias atrás no Twitter, é só legal, é apenas um DLC para um jogo já existente. Ok, que é um jogo que celebra a Nintendo e os videogames, mas quem queria comprar, já comprou, ninguém ficaria animado assim por um DLC de Street Fighter 5.
Para ser realmente "Wow" precisamos de jogos e isso não nos foi entregue. Poderia ser um novo Banjo-Kazooie para Xbox One, poderia ser Rare Replay vindo para o Switch, poderia até mesmo ser apenas as versões HD de Banjo-Kazooie e Tooie sendo relançadas para o Switch. Mas nada disso aconteceu, então a adição de Banjo sem dúvida é algo apenas legal.
Por fim a conferência acabou com um teaser bem curto de uma sequência para The Legend of Zelda: Breath of the Wild, o qual eu achei que não mostrou o suficiente para nos animarmos com a direção que o jogo vai tomar. Apenas foi mostrada uma força sombria abstrata, poderiam nos dar algo mais sólido que falasse sobre qual será o conceito do próximo jogo. De qualquer jeito deverá ser ótimo.
Aqui vou abrir um adendo porque a mera existência de Breath of the Wild 2 pra mim não é uma surpresa, eu já sabia que nessa E3 veríamos uma sequência ou de Zelda ou de Mario Odyssey, mas acreditava que Mario era mais provável. Porém fiz uma enquete no Twitter e segundo o resultado absolutamente ninguém esperava ver um novo Zelda esse ano. Então talvez eu apenas não tenha me surpreendido e por isso o anúncio teve bem menos impacto pra mim.
Devolver Digital
Se eu tivesse que dizer quem teve a melhor conferência, sem dúvida seria a Devolver Digital... o problema é que isso não teve nada a ver com videogames. Eu adorei o que eles fizeram, mas jogos mesmo eles tinham poucos e não eram tão impactantes, apesar de eu ter gostado de alguns. A questão aqui no entanto era outra.
Nos dois primeiros anos a Devolver Digital começou a fazer conferências bizarras e era engraçado, então eu já fui para o terceiro ano esperando novamente algo bizarro, mas cá pra nós, uma piada repetida três anos em sequência começa a perder a graça. O que eu não esperava encontrar era uma crítica tão certeira sobre o estado da indústria.
Devolver motherfucking Direct
É bom dar uma olhada nas conferências anteriores da Devolver Digital já que essa terceira começa diretamente após o final da segunda. Nina Struthers recebeu uma saraivada de tiros e ficou entre a vida e a morte. Para consertá-la fizeram algo como em Robocop, exceto que... ela não funciona. Como apresentar uma conferência na E3 sem a porta-voz da Devolver? Era hora do plano B: Devolver Direct.
A solução foi entrar na mente de Nina e apresentar um evento em vídeo com os novos jogos. Enquanto isso a personagem Linda que trabalha no Marketing falava coisas como: "Conferências para a imprensa são uma coisa do passado, a maioria das companhias nem as estão fazendo mais. Elas são velhas, ultrapassadas, irrelevantes".
Alguns indies legais como Fall Guys, Carrion, My Friend Pedro, mas principalmente a coletânea "Devolver Bootleg" que traz várias versões piratas dos próprios jogos deles, uma piada sensacional que eu adoraria ver outras empresas fazerem. Imagine um novo WarioWare com versões piratas de jogos da Nintendo.
Quem ganhou?
Um dos maiores problemas dessa E3 é que ninguém queria mostrar nada. Sony, Nintendo e Microsoft não queriam mostrar seus consoles, provavelmente pelo risco de serem eclipsadas umas pelas outras, então provavelmente teremos um evento só para anunciar o PlayStation 5, uma direct só para falar do Nintendo Switch e outro evento para falar do novo Xbox (ou a próxima E3).
Ninguém queria mostrar gameplay de seus jogos em um telão, fora de um ambiente controlado de uma apresentação por vídeo ou trailer. Há um artigo interessante na VG247 sobre como isso pode na verdade até ser culpa nossa, dos espectadores, por todas as vezes em que mostrar gameplay na E3 prejudicou imensamente a recepção de um jogo, citando casos como Watch Dogs. Eu mesmo me lembro recentemente da repercussão que uma poça de água causou em Spider-Man (puddlegate).
Estamos vivendo a época das narrativas e do excesso de controle, como em Watch Dogs Legion. Criam-se narrativas sobre as coisas e um grupo de pessoas sempre irá acreditar nelas, independente de ser verdade ou não. Então ao invés de as empresas terem que lidar com narrativas negativas como "A conferência desse ano foi fraca", elas estão se retraindo, tomando controle das narrativas, de seus serviços, de seus jogos. Em breve cada empresa vai ter sua "direct", cada empresa vai ter seu serviço de assinatura e por que não seu próprio evento.
O formato de vídeo "diretamente ao consumidor" é um sinal desse controle. Posso não ter gostado da plateia vibrando em conferências que não mereciam, como Bethesda, mas tivemos bons momentos com Keanu Reeves, com Ikumi Nakamura, momentos que, mais importante que tudo, pareciam orgânicos. Seres humanos interagindo com seres humanos, algo que deveríamos ter cada vez mais, mas pelo contrário, cada vez temos menos.
Na Direct da Nintendo? Doug Bowser fazendo trocadilho com um Bowser em 3D, super artificial. As Directs da Nintendo são impessoais, são informações dadas hierarquicamente, de cima para baixo, sem ouvir o que a parte de baixo tem a dizer. Como Linda da Devolver Digital disse: "Um vídeo de marketing tão destilado que as pessoas sofrem overdose de intenção de compra antes de ter sequer acabado". É isso que Directs são, marketing precisamente direcionado. Por mais que as empresas quisessem que a E3 fosse apenas marketing direcionado, estavam presas à percepção pública. Não mais.
Quanto mais as empresas exigem controle, menos elas combinam com uma feira como a E3. Novamente citando Linda da Devolver Digital, conferências são coisas do passado: "Podemos anunciar jogos para as massas a qualquer hora que quisermos. Libertos das limitações de uma conferência anual". Porém assim como Super Smash Bros. Ultimate não é só um jogo de luta, mas uma celebração, a E3 também não é só uma feira e deixar de celebrar esse momento enfraquece a indústria.
Tivemos uma E3 extremamente fraca onde havia mais coisas escondidas do que à mostra. A maioria dos jogos anunciados e exibidos tinham pouco ou nenhum gameplay exibido, a maioria das revelações foi feita fora da feira. Isso nos fez sair com uma sensação desagradável de que houve muitos anúncios, mas de que não queremos jogar particularmente nenhum, não havia nada para mexer com a nossa imaginação de estar jogando algo.
Quem ganhou a E3 2019? Eu diria que ninguém, mas quando ninguém faz nada excepcional, a Nintendo sempre ganha com o básico, assim como foi em 2018. Porém se as coisas continuarem andando assim podemos nem ter um E3 2020: Quem ganhou? porque esse ano definitivamente todos saímos perdendo um pouco.
É aquela época do ano de novo quando todos nos reunimos ao redor da fogueira para queimar os jogos que não gostamos, a E3 2018. A feira esse ano foi extremamente morna, algo que eu já esperava para plataformas como o PlayStation 4 e Xbox One, porém que foi uma surpresa para o Nintendo Switch que deveria estar com mais força neste momento em sua vida.
Uma característica incomum dessa E3 é que todas as três grandes erraram bastante em suas conferências, cada uma de uma forma diferente, além de oferecer shows meio curtos, com exceção da Microsoft que se alongou um pouco (porém menos cansativa que a do ano passado). Houve poucas surpresas e sobraram anúncios de sequência sem qualquer gameplay mostrado. Algumas delas sequer existem ainda, estão em pré-produção como The Elder Scrolls 6.
Vamos ver como foram as conferências de cada uma das empresas.
Microsoft
O show da Microsoft começou de cara com um trailer que tirou uma pergunta da frente: "Vai ter Halo?", bom... vai, mas né... não é o 6, o que é estranho. Halo Infinite revelado sem nenhum gameplay. Basicamente a Microsoft voltou a sua trindade de Halo, Gears e Forza nessa E3 porém com cada vez menos relevância a cada ano.
Pra variar a empresa esticou muito a definição de "exclusivo" pra fazer parecer que jogos de third party sairiam apenas para consoles Xbox quando na verdade são jogos que já estavam disponíveis antes no PS4 como NieR: Automata, jogos que serão lançados ao mesmo tempo no PS4 e lançamentos com exclusividade temporária. Muitos jogos de Thirds foram revelados na conferência da Microsoft, vou inclusive marcar com um asterisco todos os títulos que não são exclusivos.
Tivemos Ori and the Will of the Wisps (sequência de Ori and the Blind Forest) em um momento pouco propício logo depois de Halo, seguido pelo anúncio de Sekiro: Shadows Die Twice* da From Software (Dark Souls). Aqui entra o primeiro jogo de Third extremamente desnecessário: Fallout 76, o qual aparece na conferência mas sequer menciona que é na verdade um jogo online, algo que só ouviríamos na conferência da própria Bethesda. O que diabos sequer estava fazendo na conferência da Microsoft pra isso?
Captain Spirit* (me erra com esses jogos pseudo-emocionais da Dontnod), um port atrasado de NieR: Automata que já saiu para PS4 e PC há tempos, Metro: Exodus que não parece lá muito bom e finalmente um exclusivo... mas é Crackdown 3. Nem mesmo o carisma de Terry Crews disfarça o fato que esse jogo foi anunciado na E3 2014 e o mínimo que poderia fazer é ser lançado em 2018, mas... fevereiro de 2019. Sem grandes novidades para a série pelo gameplay mostrado, exceto pelo veículo de ataque.
O anúncio de que Kingdom Hearts 3* levaria a série pela primeira ao Xbox parece uma boa conquista, mas... ela está no PlayStation há duas gerações. Do que adianta anunciar o terceiro capítulo sem as coletâneas dos jogos anteriores? Para piorar a Sony ainda mostrou um trailer melhor no qual foi revelado que o mundo de Piratas do Caribe estará no jogo. Tivemos também um trechinho ignorável de Battlefield 5* com apenas alguns segundos, assim como uma atualização com extras pra Sea of Thieves.
Então a Microsoft trouxe seu exclusivo de maior peso da conferência: Forza Horizon 4. O jogo realmente está lindo e promete entregar a experiência que os fãs esperam, agora com um sistema de estações que muda o visual das pistas, porém... viagens demais ao poço, muitos jogos um atrás do outro sem muita necessidade.
Aqui vem uma parte que eu não gostei nem um pouco, Microsoft sendo Microsoft e comprando quatro estúdios, além de fundar um extra. Quando o Xbox One estava vendendo mal a empresa deixou de lado a produção de exclusivos e agora se desesperou e resolveu compensar isso com compras, o que já sabemos como termina com o exemplo da Rare e como Minecraft foi deixado de lado nesse ano, aparecendo mais na conferência da Nintendo que na da própria Microsoft.
Eles fundaram o novo estúdio The Initiative, compraram a Undead Labs de State of Decay, a Playground Games de Forza Horizon (não de Motorsport), a Ninja Theory de Hellblade: Senua's Sacrifice (que tinha vários discursos anti-AAA) e a Compulsion Games de We Happy Few. Em seguida a mepresa mostrou um pouco de We Happy Few, o qual agora não sabemos mais se sai no PS4 já que a Microsoft comprou o estúdio.
PlayerUnknown's Battlegrounds mostrado como exclusivo... um pouco difícil de engolir, com novo mapa, o War Mode e alguns segundos de um possível mapa no gelo que eu duvido que chegue antes no Xbox One que no PC. Tales of Vesperia: Definitive Edition* um dos melhores jogos da saga e que merecia muito esse remake, seguido por um logo gameplay de The Division 2* claramente ensaiado e com pessoas se comunicando de maneira nada natural pelos microfones, porque... eu não sei por que eles fazem isso.
Tivemos um pouco de falatório sobre o Xbox Game Pass, que é a mais nova empreitada da Microsoft que parece genial... mas tem gosto de doce oferecido por um tiozão em uma van. Forza 4 e Crackdown 3 serão lançados no mesmo dia para quem quiser comprar e para quem assina Xbox Game Pass, o que significa quase dá-los de graça. A Microsoft não tem dado muito valor a seus exclusivos, principalmente depois que começou a lançá-los simultaneamente no PC.
O Xbox Game Pass ainda vai receber Fallout 4, The Elder Scrolls Online e The Division, mas o assunto desse segmento da conferência era explicar que trabalharam em uma tecnologia pra começar a jogar antes, duas vezes mais rápido em alguns títulos. Em outras palavras, alguns jogos para algumas pessoas que assinam o serviço, algo que nem era assunto pra E3.
Vários games indies que não sei se são exclusivos como Session e Pearl Abyss, Shadow of the Tomb Raider* que dessa vez não terá exclusividade temporária como Rise, revelação de Devil May Cry 5* que vamos ser sinceros, em matéria de Capcom perde pra revelação de Resident Evil 2 na conferência da Sony, DLC de Cuphead que eu poderia ficar animado se já não imaginasse que deve ser focado na dificuldade.
Tunic, um jogo indie que parece muito bom, um zelda minimalista com uma raposinha. Jump Force*, jogo de luta no padrão de J-Stars Victory VS+ com Goku, Naruto, Luffy e mais uma galera. Dying Light 2* que eu fiquei bem animado de anunciarem mas não gostei da direção em que o jogo evoluiu. Just Cause 4* que já havia vazado antes e aqui entra uma grande surpresa, a revelação de um novo Battletoads, porém anunciado sem gameplay e um pouco engraçadinho demais no anúncio. Se houvesse gameplay de Battletoads e data pra esse ano eu poderia estar muito mais satisfeito com a Microsoft.
Então tivemos o anúncio de Gears of War 5, o que não teve o impacto esperado, e cá pra nós a Microsoft se embananou na hora de apresentar. O problema é que eles apresentaram dois jogos de Gears antes de confirmarem o 5: Gears Tactics, o que não faz sentido algum, e Gears Pop, uma ideia que até é legal como os games da série LEGO, mas que talvez não seja uma boa pegar uma série violenta e tentar transformar em algo mais simples e talvez até infantil. O timing foi ruim.
O final da conferência foi legal com uma simulação como se a transmissão tivesse sido hackeada, levando para a revelação de Cyberpunk 2077* da CD Projekt Red, um jogo que não é exclusivo mas por ser grande poderia sim fechar a conferência bem. Em outras palavras de todos esses títulos multiplaforma exibidos, apenas uns dois ou três não pareceram completamente fora do lugar e não pega bem pra Microsoft ficar tentando convencer o público que tem mais do que tem com "exclusivos" entre aspas.
Sony
A apresentação da Sony começou com uma intensa lambança que quase estragou tudo, mas depois apenas ficou esquisito. Inicialmente os jornalistas foram levados para uma igreja que era uma reprodução do cenário do primeiro jogo que seria apresentado: The Last of Us Part 2, com um pouco de gameplay do jogo, o qual não faz muito meu estilo. Já esperava que eles fossem abrir com esse jogo por ser o de maior impacto.
Depois disso eles foram movidos para o palco principal onde ocorreria o resto da conferência e enquanto os jornalistas transitavam tivemos tipo uma mesa redonda, um pre-show da própria Sony que não fazia sentido nenhum e cortou completamente o ritmo da coisa. Felizmente depois que eles chegaram no palco principal as coisas voltaram ao normal, mas demorou um pouco.
Durante o pre-show falaram algo que a Sony já tinha dito antes, sobre se focar apenas em 4 jogos e não ter muitas surpresas, mas quebrou demais o fluxo da conferência. E é realmente um feito conseguir ser chato quando você também oferece Call of Duty: Black Ops 3 gratuitamente para os assinantes da PS Plus durante o mesmo segmento.
Days Gone apareceu apenas rapidamente, o que é uma pena porque eu acho que era a hora de botar um gameplay realmente intenso com animais zumbis pra vender o jogo. Depois disso Twin Mirror, outro jogo pseudo-emocional e misterioso da Dontnod que sairá também no Xbox One e PC, dois títulos de VR, Ghost Giant e Beat Saber, que parecem muito bons e por fim encerramos essa parte com a expansão Forsaken de Destiny 2.
No palco principal um músico com uma flauta de bambu tocava com um enorme, mas xicante mesmo, telão ao fundo com campos de trigo balançando. Faltou tato da Sony pra ver que não era hora pra um cara tocando no bambu dele em público, quando já tinha passado 30 minutos de quase nada.
Pelo menos o que veio depois me agradou bastante, um longo gameplay de Ghost of Tsushima, um jogo de samurais que já estava anunciado há algum tempo mas agora teve uma boa porção do show dedicado a ele. Não é a coisa mais supimpa como Horizon Zero Dawn, mas é um jogo original e bacana.
Ver jogos originais é sempre bom, especialmente quando não esperamos por eles, como o jogo Control que veio logo a seguir. Apesar de eu gostar do que vi, ele é da Remedy, mesma produtora de Alan Wake e Quantum Break e exala Quantum Break por todos os seus poros. E então veio uma parte muito boa da conferência, o remake de Resident Evil 2, o qual fez o público vibrar mesmo sendo multiplataforma.
Teve um novo jogo chamado Trover Saves the Universe estilo Rick & Morty e com algumas pessoas da equipe de Rick & Morty envolvidas que eu simplesmente não vi propósito de fazer um jogo tão parecido com o show mas sem a marca. O já mencionado trailer de Kingdom Hearts 3 com Piratas do Caribe que meio que deu uma rasteira no da Microsoft e ainda anunciou um PS4 temático e uma coletânea com todos os jogos da série pra PS4.
Aí a coisa ficou muito estranha mesmo com Death Stranding, o novo jogo de Hideo Kojima. Já são três E3 sem entender como é o jogo, qual sua história, quando ele lança e o mais importante: se alguém ainda vai ter vontade de jogar quando sair. Eu gosto de certos elementos dos trailers como a tensão, mas a bizarrice está exagerada demais na trajetória do jogo. Foram quase 10 minutos de algo que não fazia sentido.
Pelo menos logo em seguida tivemos o anúncio de Nioh 2, o qual eu acho que ficou muito largado nesse ponto da conferência e merecia mais atenção. Então entramos para o grand finale, um grande gameplay de Spider-Man que será lançado ainda esse ano, daqui a poucos meses. É um jogo com o qual eu tenho uma série de problemas e por isso não me anima muito.
Depois que a conferência "acabou", voltou para o pre-show onde os apresentadores falaram sobre o que mais gostaram da apresentação e revelou-se o último jogo, um jogo de realidade virtual da From Software chamado Déraciné. Este modelo de apresentação acabou virando uma bagunça e não deu nada certo, para não mencionar que os fãs sentiram falta do remake de Final Fantasy 7 que deu uma sumida.
Nintendo
A conferência da Nintendo como de costume foi pré-gravada e liberada online com apenas 42 minutos. Ela foi bem mais ameana do que outras conferências da empresa e houve momentos de certa estranheza com Reggie falando sozinho sem qualquer som de fundo. No entanto a Nintendo começou extremamente bem, o perfeito contraponto ao começo enrolado da conferência da Sony.
Eles simplesmente começaram com o anúncio de um novo título da Marvelous cheio de ação chamado Daemon X Machina com mechs voando, atirando, atacando com espadas e destruindo com um visual de desenho animado belíssimo. É o tipo de anúncio que eu espero de uma E3 da Nintendo e praticamente nunca tenho. Mais dois ou três desse e eu compraria um Switch. Felizmente não era só um spin-off de Xenoblade apesar de parecer e um DLC de Xenoblade Chronicles 2 ser anunciado logo em seguida.
Reggie tomou tempo para falar tudo sobre Pokémon: Let's Go, Pikachu & Eevee que já havia sido dito antes em outra Nintendo Direct. Depois mostraram Super Mario Party, que é basicamente a mesma experiência de sempre mas com a facilidade de ter automaticamente dois joy-cons para multiplayer. Houve ainda uma ideia de unir dois Switchs para criar uma área de jogo maior, o que até é interessante de um ponto de vista técnico mas pouco prático.
Tivemos o anúncio de Fire Emblem: Three Houses, um novo jogo da série que inicialmente não impressionou muito com gráficos meio fracos, mas depois mostrou um pouco de exploração livre e mais detalhes nas batalhas. Ainda assim, é uma fórmula que vem se repetindo há um tempo e demonstra algum cansaço.
Alguns ports importantes como Fornite para Nintendo Switch, um jogo que está bem popular, e a chegada de Dragon Ball FighterZ, a qual eu não pensava ser tecnicamente possível mas aconteceu. É tardia como tantos jogos de Switch, mas é um bom sinal que as produtoras ainda estão atendendo pedidos de fãs sobre jogos para o console. Se você reparar, quase nada da E3 terá versão para Switch, menos de 1/3 dos jogos.
Houve alguns indie sem graça como Overcooked 2, um jogo que não precisava de sequência tão cedo, Killer Queen Black, que não me despertou interesse algum, e Hollow Knight que já foi lançado de surpresa junto com a conferência. Falaram rapidamente sobre Octopath Traveller, mas é outro jogo que também não consigo me interessar, imagino que seja bacana como Bravely Default, mas não entra na minha lista de prioridades.
Depois disso um único vídeo com vários jogos como Starlink (com nave de Star Fox de Bônus e agora eu quero um Star Fox pela Ubi), Minecraft, Sushi Striker, DLC de Donkey Kong para Mario+Rabbids, Just Dance 2019, Dragon Ball FighterZ, DLC de Splatoon 2, Captain Toad, Crash Bandicoot N. Sane Trilogy, Ninjala (parece interessante), Fifa 19, Ark: Survival Evolved, Paladins, Fallout Shelter, Dark Souls, SNK Heroines Tag Team Frenzy, Monster Hunter Generations Ultimate, Wolfenstein 2, The World Ends With You, Mega Man 11, Mario Tennis Aces e outros.
Veja que aqui há um sério problema, uma quantidade enorme de ports. Pouquíssimos jogos originais e muitos ports atrasados que não têm muito motivo de existir. Com exceção de Dragon Ball FighterZ que realmente é uma boa adição, muitos desses jogos não fazem muita diferença no Switch.
Depois disso entramos em uma forte entubada de Super Smash Bros., o qual foi batizado de Super Smash Bros. Ultimate. Antes da E3 foi comentado que seria um novo jogo e não uma versão melhorada do Wii U mas confesso que eu não vi diferença, me parece o mesmo jogo. Mesmo que não seja, mais uma vez parece que quem comprou o Wii U comprou a versão beta de um jogo da Nintendo.
Foram 25 minutos meus amigos, de coisas que eu não vou detalhar por completo. O resumão é que todos os personagens estão de volta, desde o primeiro Smash até o mais recente, incluindo os personagens convidados. Isso significa o que? Ice Climbers, Pokémon Trainer, Ryu, Sonic, Bayonetta, Pac-Man, além de alguns novos como Inkling e Ridley.
Uma coisa que não rolou no entanto foi um modo single como foi o Adventure em Melee ou o Subspace Emissary em Brawl, uma das coisas que eu mais sinto falta. Quando Ridley estava para ser anunciado houve uma cutscene que ainda me deu esperanças de que fosse rolar, mas foi por água abaixo. O mais estranho foi quando a conferência acabou em Smash Bros., eu pensava que haveria algo mais depois.
Não tivemos nada de Metroid Prime 4, nada de F-Zero, nada de Star Fox, nem mesmo o jogo de Yoshi e nenhum jogo de Nintendo 3DS. Foi bem caído, ainda mais porque mais da metade foi dedicada apenas a detalhes sobre Super Smash Bros. Ultimate.
Ubisoft e Bethesda
Tanto Ubisoft quanto Bethesda tiveram também boas conferências esse ano, mas sofrendo de alguns males de anunciar coisas que não estavam bem prontas. Algumas nem mesmo estarão prontas pelos próximos anos como é o caso de The Elder Scrolls 6. Beyond Good and Evil 2 teve um bom momento, mas não surpreendeu o suficiente para ganhar destaque.
A Ubisoft sempre ganha muitos pontos pela apresentação, eles fazem realmente um bom show com várias maneiras diferentes de mostrar cada um dos jogos, com direito até mesmo a uma participação especial de Miyamoto... que apareceu mais na conferência da Ubisoft que na da Nintendo... Square Enix, EA e Devolver não se destacaram esse ano.
Quem ganhou?
A conferência da Microsoft foi inflada novamente para parecer que eles contam com muito conteúdo em seu console, porém o que menos temos é motivo para comprar um Xbox One agora no final de sua vida. Muitos trailers de jogos multiplataforma que eram desnecessários, não precisavam estar lá e fazem tanta propaganda para o PlayStation 4 quanto fazem para o Xbox One.
A Sony teve um começo muito ruim com a bagunça que foi a mudança de cenário, mas ofereceu alguns bons gameplays. Foi uma das poucas que teve um bom tempo dedicado a gameplays, como The Last of Us Part 2, Ghost of Tsushima, Death Stranding (apesar de ninguém entender) e Spider-Man. Enquanto a Nintendo mostrou pouco e basicamente se resumiu a Super Smash Bros. Ultimate.
Não é difícil entender que jogos são desenvolvidos em ciclos. Alguns anos desenvolvendo e então são lançados. Todo o marketing ocorre durante os 2 ou 3 anos em que o jogo é desenvolvido e normalmente não se fala sobre o jogo durante seu primeiro ano, quando ele ainda está tomando forma. Porque isso significa um lançamento apenas 2 ou 3 anos depois, como um No Man's Sky, o que é tempo demais para deixar o público na vontade e especulando, prejudicando a recepção.
Esta era uma E3 de ciclo de desenvolvimento. Época para os próximos grandes jogos de PlayStation 4 e Xbox One ainda estarem no forno e assim estarem ausentes do show ou aparecessem mostrando muito pouco, sem data de lançamento, o qual só ocorreria uns 2 anos depois. Era uma oportunidade também para jogos menores aparecerem e serem lançados em breve. Mas a indústria meio que matou os jogos de notas 7 e 8 pra deixar só os AAA de 9 e 10.
Vale lembrar que apenas o PS4 e Xbox One estão nesse ciclo, consoles que chegam ao seu quinto ano já cansados. Era a oportunidade para o jovem Nintendo Switch que ainda está abrindo seu segundo ano mostrar grandes títulos que já deviam estar em desenvolvimento um ano antes do console ser lançado ou ao menos algumas promessas para 2019. Estranhamente isso não aconteceu, o que deu à feira em geral um clima bem caído.
Eu diria que todas as três empataram nessa E3 e não de um jeito positivo. Todas as empresas decepcionaram bastante e nem mesmo thirds se projetaram como foram em outros anos. Esperava bastante que a Nintendo usasse esse vácuo pra se promover e confesso que estou desapontado de não ter visto nada de relevante.
Porém em meio a todos esses anúncios de jogos que não veremos tão cedo a Nintendo é a única que tem um título grande para sair agora com Super Smash Bros. Ultimate, então acho que para 2018 ela é realmente a vencedora, mas não por uma boa margem.
Senhoras e senhores, meninas e meninos, é aquela época do ano de novo onde iremos ver qual das empresas que se apresentaram na grande feira Electronic Entertainment Expo, E3 2017. O evento realizo entre os dias 13 e 15 de junho teve suas pré-conferências alguns dias antes e apesar de termos tido algumas surpresas o evento no geral foi fraco.
Entramos meio cegos para a maioria das empresas, sem muita noção do que iríamos ver com exceção de um ou outro vazamento. A Microsoft tinha um certo foco em seu novo Xbox One Scorpio, que agora virou Xbox One X (& Knuckles) porém ela também lidou muito melhor com ele do que era o esperado e fez o básico: "Não encheu o saco".
A conferência da Microsoft teve uma hora e quarenta de duração, o que é bastante para os padrões pré-E3 pós-déficit de atenção, mas não foi tão chata quanto uma transmissão de uma hora e quarenta soa. A da Sony conseguiu ser mais cansativa com apenas 1 hora e a da Nintendo acabou deixando a desejar com apenas 25 minutos, os quais ela suplementa com transmissões ao vivo também cansativas e que mostram demais dos jogos.
Porém, sem mais delongas, analisemos uma a uma as conferências para decidir quem venceu realmente a E3 2017.
Microsoft
A Microsoft abriu com uma rápida retrospectiva e logo depois trouxe Phil Spencer, chefe em matéria de Xbox para o palco. Logo de cara ele veio falar de Xbox One Scorpio, especialmente seu novo nome Xbox One X. Eu aqui comprando um bolinho, com meu mumicate e Phil Spencer vem me falar de Xbox One X... gráficos melhorados, data de lançamento, mas preço? Ahhhh não, 1 hora e 40 de pílula sendo dourada.
Até aí tudo dentro do esperado. Claro que a Microsoft ia mostrar o Scorpio, esse era o foco dela. Porém uma coisa linda e maravilhosa aconteceu: Ela não me encheu o saco com isso. O Scorpio foi mostrado, foi dito que os jogos seriam melhores nele e vida que segue, vamos mostrar quais são esses jogos.
Assim como o PlayStation 4 Pro, essa é a atitude correta com esses consoles melhorados pois eles são produtos de nicho para uma parcela muito pequena do público entusiasta que já vai ficar sabendo deles de qualquer jeito, então não tem por que dedicar um tempão como se todos que estão assistindo fossem sair correndo para comprar um.
Um problema que afetou bastante a conferência foi o uso da palavra "exclusivo" com a maior liberdade criativa possível. "Exclusivo nos consoles", "Exclusivo no lançamento", "Exclusivo primeiro trailer". Já há algum tempo a Microsoft tenta enganar o público com falsos exclusivos e é simplesmente feio.
Depois disso tivemos Forza Motorsport 7, provavelmente a melhor série de corrida atualmente, com gráficos bem impressionantes no Xbox One X por rodar a 4K e a 60 FPS simultaneamente, sem precisar escolher um ou o outro como costuma acontecer no PS4 Pro. Gran Turismo Sport nem deu as caras na conferência da Sony, o que é bem ruim para fãs de corrida.
Na sequência um gameplay completamente scriptado, porém interessante em conceito, de um jogo de tiro pós-apocalíptico. Aí toda a esperança se esvaiu quando veio o nome: "Metro Exodus". A série Metro é bem fraca e eu teria facilmente me interessado um mínimo por esse jogo se ele simplesmente não tivesse o nome Metro.
Ei! Assassin's Creed Origins! Todo mundo já sabia que estava vindo e sobre o que seria, com a origem dos assassinos no Egito. Com certeza será um capítulo divisivo para fãs, mas isso é uma coisa boa, o jogo não parou por um ano apenas para ficar igual quando voltasse. Como todos sabem, será um jogo multiplataforma, sai em 27 de outubro.
A seguir a Microsoft começou a mostrar alguns Indies, o que deixou uma certa falta por mais títulos grandes e acho que diminuiu o anúncio seguinte. Battlegrounds para Xbox One no final do ano (exclusivo temporário). Foi uma ótima sacada da Microsoft perceber o sucesso de Battlegrounds e trazê-lo para o seu lado, porém é um jogo para um tipo muito específico de jogador e que ainda está muito mal otimizado no PC. Há potencial mas o fenômeno mesmo deverá permanecer no PC, como foi Day-Z.
Uma série de indies depois disso como Deep Rock Galactic, um FPS multiplayer com terreno que pode ser destruído, The Darwin Project, uma espécie de Let it Die da Microsoft, e o bem mais interessante State of Decay 2. O primeiro State of Decay foi um jogo bacana e os produtores parecem estar com a mentalidade certa para a sequência. Porém, Play Anywhere... falemos mais sobre isso depois.
Minecraft teve algumas novidades anunciadas como a possibilidade de unificar o multiplayer através de várias plataformas. É realmente bizarro ver a Xbox Live chegando ao Nintendo Switch mesmo antes do próprio serviço da Nintendo. O PlayStation 4 ficou de fora. Outro anúncio bacana é que ele vai receber um pacote de gráficos melhorados, que é uma coisa que os mods já fazem pelo jogo no PC e agora será oficial.
Logo depois tivemos Dragon Ball FighterZ, um novo jogo de Dragon Ball Z em 3D que utiliza a tecnologia da Arc System Works para simular 2D em alta resolução. A jogabilidade parece ter um toque de Marvel vs. Capcom mais do que Guilty Gear e o lançamento está marcado pro início de 2018. Só não te muito motivo para estar estar na conferência da Microsoft já que é multiplataforma.
Tivemos o MMORPG Black Desert com um trailer que empolga muito mais que o jogo, depois alguns indies em sequência como The Last Night, que parece quase uma reimaginação de Flashback. Então chegamos finalmente aos jogos First Party da Microsoft e estúdios secundários. Sea of Thieves abusou de nossa paciência com mais um gameplay e nada mais da Rare esteve no show para sua redenção.
Ainda games como o espacial Tacoma, o muito atrasado Cuphead para setembro e o bonitinho Super Lucky's Tale para novembro. Por ter uma aparência fofinha demais, Super Lucky's Tale pareceu bastante deslocado, mas não parece de todo mal. Já Cuphead deverá ser bem divertido, pois atrasaram o jogo para adicionar mais conteúdo e agora ele tem fases completas e não só lutas contra chefes. Ainda assim, é um jogo que já atrasou bastante.
Sabe quem mais estava muito atrasado? Crackdown 3. O jogo teve um trailer divertido por contar com a participação de Terry Crews, mas mostra basicamente o mesmo conceito de evolução da época do primeiro Crackdown para o Xbox 360, sem grandes diferenciais. O jogo sai em 7 de novembro e pelo menos tem uma coisa boa: eu podia jurar que a Microsoft o tornaria exclusivo do Xbox One X, o que não aconteceu.
O programa ID@Xbox mostrou alguns indies que serão lançados para o console, mas novamente temos o problema de não saber quais são multiplataforma (provavelmente a maioria) e a Microsoft apenas está tentando nos convencer que são exclusivos. Lembram de Unravel em 2015? Não foi um segmento tão chamativo, mas considerando que a Sony sequer deu espaço para os indies, acaba sendo um ponto para a Microsoft.
Foram mostrados títulos como: Osiris: New Dawn, Raids of the Broken Planet, Unruly Heroes (de olho na versão PS4), Path of the Exile, Battlerite, Surviging Mars, Fable Fortune, Observer, Robotract infinity, Dunk lords, Minion Masters, Forced to Duel, Brawlout, Ooblets, Ark and Light, Strange Brigade, Riberbond, Hello Neighbor, Shift e Conan Exiles.
Um jogo estranho chamado Ashen também foi mostrado, parece um indie comum, personagens "artísticos" sem rosto e etc. Life is Strange: Before the Storm, prequel do primeiro Life is Strange também estava lá e realmente parecia um desperdício de tempo usar a conferência da Microsoft para um jogo que estará em tantas plataformas.
Middle-earth: Shadow of War (Terra-média: Sombras da Guerra) também ganhou um espaço desnecessário para mostrar coisas que qualquer trailer lançado em qualquer outro momento da vida do jogo poderia mostrar. Ori and the Will of Spirits trouxe a sequência do aclamado indie Ori, porém é um jogo de continuidade, só interessa o mesmo público do primeiro. Uma coisa legal é que o anúncio teve um pianista tocando ao vivo.
O assunto se volta para a retrocompatibilidade do Xbox One e há uma certa tensão no ar. Recentemente pesquisas demonstraram que pouquíssimas pessoas utilizam a retrocompatibilidade do Xbox One, então Phil Spencer teve que basicamente dizer que era tudo mentira, que as pesquisas não tinham os dados corretos. Então veio o anúncio de que jogos do primeiro Xbox também virão para a retrocompatibilidade ainda esse ano, entre eles Crimson Skies. No entanto, não mostraram mais nenhum jogo, o que foi estranho.
Retrocompatibilidade é uma coisa bacana e eu ficaria bastante satisfeito se pudesse baixar jogos de PS1, PS2 e PS3 no PS4, mas o fato de que jogar games antigos é um dos pontos mais fortes do Xbox One não é legal para ele como console. Retrocompatibilidade pode ser legal para amenizar a transição de consoles e nostalgia, mas ela simboliza também o "olhar para trás".
Apenas no final da conferência a Microsoft voltou a falar do Xbox One X, sobre os jogos que irão receber atualizações para rodarem a 4K no console, como: Gears of War 2, Killer Instinct, Halow Wars 2, Minecraft, Final Fantasy 15, Ghost Recon Wildlands e Rocket League. Finalmente veio então o preço: US$ 499, um valor que meio que o condena antes mesmo de ser lançado.
O evento se encerrou com uma nova franquia da EA que havia sido mostrada apenas como teaser na conferência da empresa no dia anterior: Anthem, desenvolvido pela BioWare. Aparentemente é uma mistura de RPG com ação que lembra bastante os moldes de Destiny com uma pitada de Halo, Porém é um pouco difícil dizer o que era real e o que era scriptado na demonstração que foi apresentada. E adivinhem só? Não é exclusivo.
Sony
A conferência da Sony começou um dia após a da Microsoft com um breve vídeo mostrando alguns jogos e aqui tiro um instante para destacar algo. Até hoje, ninguém faz melhores vídeos com pequenos trechos de jogos do que a Sony. Já temos tantos anos de evento com Microsoft e Nintendo exibindo seus produtos e mesmo que tenha games piores, a Sony consegue fazer um vídeo mais atraente com eles que as concorrentes.
Uma coisa bem legal é que o palco desse ano era meio vivo e dinâmico, com vários elementos que mudavam de acordo com a temática de cada jogo. Pessoas penduradas no meio de Days Gone, efeitos pirotécnicos, papel simulando neve, fumaça, pessoas tocando música zen com flauta, violino e shamisen, entre tantos outros. Esses dois últimos parágrafos são praticamente as únicas coisas que eu tenho de positivas para falar da Sony.
Uncharted: The Lost Legacy apareceu, mas é bem difícil se importar com um novo capítulo sem Drake, já que era o carisma dele que segurava toda a estrutura do jogo. Horizon: Zero Dawn receberá um novo DLC, o que é bom para mantê-lo na imprensa daqui pra frente já que seu lançamento foi muito ofuscado por Legend of Zelda: Breath of the Wild.
Uma decepção foi quando Days Gone apareceu. Days Gone deverá ser um jogo mediano mas importante para o line-up da Sony pois tem bons conceitos e parece ter uma jogabilidade interessante com hordas de zumbis frenéticas. Porém o demo da E3 se focou na história e ignorou justamente esse ponto alto do jogo que foi o destaque do ano passado. Days Gone poderia pegar o público de Dead Rising com esforços certos.
Uma boa surpresa foi Monster Hunter World, um jogo que parece trazer mais elementos singleplayer para a franquia, como um mundo mais aberto e a possibilidade de montar armadilhas para lutar com os monstros. Tem potencial de atrair novos fãs para a série. Monster Hunter é uma boa conquista para o PS4 no Japão e esse pode ser o jogo que o torne relevante também no ocidente.
Shadow of the Colossus teve um remake anunciado, o que foi bacana porém não exatamente um arrasa-quarteirão. O estúdio responsável é um pouco pequeno e até agora só cuidava de Remasters, então vai ficar algo meio The Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D do Nintendo 3DS, um remake que não está bem à altura do original, só o atualiza. Eu gostaria que mexessem bastante e adicionassem coisas para deixar os fãs da parte artística do jogo de cabelo em pé.
Marvel vs. Capcom Infinite esteve presente para confirmar um modo história novo bem bacana, porém multiplataforma como já sabemos. Assim como Call of Duty WWII apareceu também, o qual apesar de multiplataforma faz bastante peso quando aparece numa conferência, uma das vantagens de estar na frente no mercado.
Então começou a parte mais chata da conferência, o foco no PSVR, o visor de realidade virtual. A questão é que o PSVR já foi lançado, até com boas vendas para seu estilo de produto, ele é uma flecha já lançada, a Sony já devia poder dizer se acertou algo ou não. Não é o tipo de produto que precisava desse tempo todo na feira ou desse tipo de apresentação.
Foram mostrados jogos como Skyrim em VR, Star Child, The Inpatient, Bravo Team, Moss e o mais fácil de satirizar: Monster of the Deep Final Fantasy 15. Imagine começar mostrando um Final Fantasy 15 para a realidade virtual e aí revelar que na verdade ele é um jogo de pesca... dá para estar mais desconectado com o público do que isso?
O novo God of War veio após esse trecho e ele poderia ser um alívio, não fosse o fato de que não há mais nada dele que tornava God of War a série de sucesso que era. Quando o combate aparece no vídeo é simplesmente patético ver o que o jogo se tornou. As declarações em entrevistas posteriores são ainda piores, claramente renegando tudo que God of War era para supostamente evoluir ou avançar a série.
Já o próximo vídeo foi do jogo Detroit: Become Human, o qual até teve um trailer decente, mas em que nada reflete a real vibe do jogo. A Quantic Dream é uma empresa que foca-se em experiências lineares, então todo aquele papo de "você pode fazer várias escolhas e alterar os rumos da história" sempre levam aos mesmos enredos limitados.
O penúltimo jogo apresentado foi Destiny 2 e há pouco a se falar sobre ele. É um jogo que ao mesmo tempo que é completamente direcionado ao público do primeiro, joga fora tudo que eles fizeram, então... meio complicado. Apesar de parecer interessante é difícil imaginar Destiny 2 atingindo um público ainda maior que o primeiro.
A conferência se encerrou com o novo Spider-Man da Insomniac Games. Foi uma apresentação custosa porque trouxeram uma segunda tela gigante para ficar acima da tela onde todo o resto da conferência estava sendo apresentada, como as duas telas fossem um efeito de revistas em quadrinhos. Então começou a grande decepção.
Mais uma vez temos um Homem-Aranha com os piores erros de design para o personagem. Um jogo scriptado, com stealth e Quick Time Events (aqueles momentos em que você tem que apertar um botão senão falha). Vemos nele um Homem-Aranha extremamente ineficiente que deixa a cidade inteira ser destruída, a famosa escola Man of Steel de Zack Snyder.
O helicóptero está fugindo, siga-o para capturá-lo? Não, siga-o para desencadear a próxima cutscene, o próximo diálogo engraçadinho com uma voz que diz o que você tem que fazer e só o capture quando o jogo disser que é a hora de fazer isso... apertando apenas alguns botões, não querem que você, o jogador, estrague essa belíssima cena cinematográfica.
Um jogo que tinha potencial para ser o melhor do Homem-Aranha desde o icônico Spider-Man 2 agora vai se perder nos erros de The Amazing Spider-Man 2.
Nintendo
Como já virou costume, a Nintendo não tem mais conferência na E3 e 2017 não foi exceção. Ela apenas libera uma espécie de Nintendo Direct especial, dessa vez chamada de Nintendo Spotlight 2017. O evento foi extremamente curto, com apenas 25 minutos. Já a vi dedicar muito mais apenas para Pokémon ou Fire Emblem, então esse tempo pareceu bem pouco.
Talvez o mais estranho é que o evento foi todo focado no Nintendo Switch, sem qualquer anúncio para o Nintendo 3DS. Poderia significar que agora o foco dela é o Switch, porém logo depois no seu show ao vivo Nintendo Treehouse anunciou vários jogos para o 3DS, jogos que não tem qualquer motivo para não saírem também no Switch. Para que a empresa unificou seus estúdios de console e portátil se ia continuar fazendo jogos separadamente?
O vídeo abriu com um compilado de alguns títulos novos para o Switch. Rocket League foi uma boa surpresa, mas a Nintendo chegou muito atrasada nessa festa. Uma coisa que a maioria das pessoas não deve saber também é que Rocket League não fica bacana em uma tela pequena. Então tivemos o difícil de engolir Fifa 18, uma versão Frankenstein sem campanha que não será a mesma do PlayStation 4, Xbox One e PC.
Chega então Reggie para nos apresentar os jogos inciais em dois trailers: Xenoblade Chronicles 2, um jogo que é difícil de se justificar no Switch já que os dois outros títulos foram pouco jogados. O videogame precisa de versões atualizadas, ou uma coletânea, do primeiro Xenoblade Chronicles do Wii e do Xenoblade Chronicles X do Wii U.
Uma "surpresa" é que tivemos um novo Kirby anunciado para o Switch. Kirby é um estilo de jogo leve e acessível que combina bastante com portátil, no entanto não parece ter muitas novidades em relação aos outros. Kirby Return to Dreamland era tão monótono que me dava sono e Kirby Epic Yarn não tinha desafio nenhum. Os últimos Kirby do 3DS foram razoáveis porém também sem desafio.
Então tivemos Shinya Takashi, presidente da The Pokémon Company. Recentemente Pokkén Tournament DX foi anunciado para o Switch, então falaram um pouco disso, porém o grande anúncio mesmo era que o Switch terá um Pokémon "da série principal". Infelizmente foi só isso que tivemos, palavras, com direito a falarem que levaria mais de um ano para o jogo sair.
É meio óbvio que eles não querem fazer sombra nos novos Pokémon Ultra Sun e Pokémon Ultra Moon, mas aqui começamos a ver o Switch e o 3DS canibalizando um ao outro. Daqui a um ano a situação do Switch pode ser bem diferente e a Nintendo se lamentar que não lançou um Pokémon quando teve a chance. Segundo rumores, esse jogo se chama Pokémon Stars e já deveria estar engatilhado há muito tempo.
O próximo anúncio também foi uma surpresa: Metroid Prime 4! Era algo que ninguém estava esperando e poderia ter sido muito positivo... se houvesse algo. Havia apenas um logo do jogo e um aviso que ele estava em desenvolvimento, o que no mínimo dá uns 2 anos até ele sair. Ele também não será feito pela Retro Studios, mas pela própria Nintendo.
Assim como Kirby, o dinossauro Yoshi também teve um novo jogo anunciado de surpresa, com uma vibe semelhante de falta de desafio como Yoshi's Wolly World. Os gráficos têm aparência de papelão e o gimmick dessa vez é que você pode ir para a parte de trás do cenário, o que dá um certo charme mas não segura o jogo. Esse também é para 2018.
Fire Emblem Warriors apareceu com o mesmo estilo de Dynasty Warriors de sempre. Não acredito que a série Fire Emblem mova tantos fãs a ponto de ter um spin-off se antes mesmo de Fire Emblem: Awakening a série estava para ser encerrada. Hyrule Warriors foi uma escolha muito melhor, a ideia de fazer um jogo do estilo musou com Star Fox era muito mais curiosa, Fire Emblem é apenas óbvio demais nesse contexto e não empolga.
Depois disso Eiji Aonuma aparece para falar sobre os itens de The Legend of Zelda em The Legend Scrolls 5: Skyrim e dos novos DLCs de The Legend of Zelda: Breath of the Wild. Não dá pra reclamar né, o jogo é brilhante, deixa os caras venderem uns DLCs pra ele. Minha única reclamação é que eles poderiam ter mais substância para realmente darem longevidade ao jogo, mas ele já é perfeito como é. Also, Amiibos.
Reggie falou sobre alguns torneios que seriam realizados durante a E3 e esse é o tipo de coisa que não interessa muito para 90% das pessoas assistindo a conferência. Depois tivemos Mario + Rabbids, uma surpresa que poderia ser agradável mas que já vazou demais na internet e também já havia aparecido mais cedo na conferência da Ubisoft. É um jogo que seria legal se fosse mais voltado para a ação, estratégia não combina muito com o estilo desses personagens.
Finalmente Super Mario Odyssey! Este é um jogo que me dá muita curiosidade, pois há mentes novas trabalhando nele e elas estão fazendo coisas diferentes do que estamos acostumados. Porém, ao mesmo tempo é um jogo que não me interessa jogar, pois a direção que estão levando o encanador é completamente errada.
O grande destaque do trailer mostrado (ao som de um remix bacana) é que Mario agora é capaz de possuir inimigos e assim usar suas habilidades. Soa familiar, não? Isso muda a relação do jogador com os inimigos e eles deixam de ser desafios para virarem ferramentas. Há muito para se falar de Super Mario Odyssey, então vamos torcer para termos um post só para ele depois.
Conclusão
Esse foi um ano muito morno para todos, porém especialmente negativo para a Sony, que vinha de uma sequência de vitórias e então resolveu sentar confortável no seu trono sem fazer esforço. A conferência da Microsoft foi um pouco grande demais, porém ainda foi 1 hora e 40 minutos interessantes, diferente da conferência da Sony que me entediou com 1 hora. A Nintendo se apressou demais, não deu pra mostrar o suficiente em 25 minutos e ficou claro que ela não tinha outras coisas para mostrar.
A Microsoft teve alguns jogos bacanas em sua conferência, porém houve o problema dos exclusivos que não eram exclusivos. Mesmo alguns "exclusivos" que são... "exclusivos", não são... exclusivos, graças ao programa Play Anywhere que permite jogar tanto no Xbox One quanto no PC. Nos últimos anos a Microsoft estava tomando um sabugo da Sony, ficou nervosa e anunciou que lançaria seus jogos tanto para o Xbox One quanto para o PC, com lançamentos simultâneos e cross-buy (compre uma versão, ganhe ambas).
Então apesar de a Microsoft não ter feito uma conferência muito ruim, os motivos para comprar um Xbox One continuam sendo nulos. É mais negócio jogar esses títulos no PC. Sim, eu vivo dizendo que PC não é uma boa plataforma de jogos, mas se a alternativa for comprar um console de R$ 1 mil para poder jogar um "exclusivo", as pessoas vão comprá-lo para PC.
Até mesmo se o fato de jogar no PC as desanimar e não permitir que aproveitem o jogo ao seu máximo, inconscientemente, elas ainda não comprariam um Xbox One e dariam preferência à solução que permitiria jogar com o menor investimento financeiro possível. A longo prazo o Play Anywhere acabou por prejudicar a Microsoft por tirar todo o valor da plataforma dela.
A Sony foi entediante demais. Jogos que não empolgaram, realidade virtual fora de hora, ausências fortíssimas como Gran Turismo Sport, The Last of Us: Part 2, Final Fantasy 7 Remake, Death Stranding, entre tantos outros anúncios dos últimos anos. Segundo a empresa alguns exclusivos foram guardados para o evento PS Experience, mas sem um line-up forte mostrado na E3, o PlayStation 4 pode perder alguns meses em vendas para o Xbox One como foi na época do lançamento do Xbox One S.
Normalmente quando Sony e Microsoft estão ruins, considera-se automaticamente uma vitória para a Nintendo. No entanto mesmo a Nintendo esteve muito caída nessa E3. O Nintendo Switch teve um bom lançamento, mas e depois? O que será a vida dela pós-The Legend of Zelda: Breath of the Wild? Essa é uma pergunta que a Nintendo ainda não conseguiu responder.
Para quem comprou o videogame por uma aventura épica como The Legend of Zelda pode ser difícil viver agora de Arms, Pokkén Tournament DX, Kirby e Yoshi. Não há frescor nesse line-up, parece exatamente os mesmos tipos de jogos que poderiam estar sendo feitos para o Wii U, porém sem a bola de ferro amarrada no pé que o Wii U era.
Fora da conferência a Nintendo ainda anunciou um jogo extremamente promissor chamado Metroid: Samus Returns para o Nintendo 3DS. Trata-se de um remake de Metroid 2: Return of Samus do GameBoy original agora com gráficos em 3D mas mantendo a movimentação 2D. Automaticamente já tem potencial para virar um dos melhores jogos do 3DS ao lado de Kid Icarus Uprising e The Legend of Zelda: A Link Between Worlds. Porém, por que esse jogo não está no Switch?
Segundo Reggie é porque o Nintendo 3DS tem maior base instalada, o que significa que ele não entende em nada a função dos jogos First Party (jogos produzidos pela própria fabricante), que é a de aumentar a base instalada. Além disso, nem quis dizer que o jogo não devesse sair apara o 3DS, mas que tenha duas versões, uma também para Switch. De que adiantou essa unificação dos estúdios da Nintendo se os jogos estão saindo em plataformas diferentes quando não existe limitação para isso?
Infelizmente os melhores anúncios da Nintendo foram anúncios vazios, como Metroid Prime 4 (duvido que esse nome fique) e o novo Pokémon RPG. Sem um teaser, sem imagens, não há nada para realmente ficar animado, ou mesmo para ter certeza de que esses jogos seguirão a direção que esperamos, e o anúncio acaba não realizando sua função principal que é de criar demanda pela plataforma.
Basicamente, Nintendo e Microsoft tiveram conferências fracas e a Sony teve uma péssima... então obviamente a vencedora só pode ser...
Ubisoft
A Ubisoft. Foi de longe a melhor conferência de todo o evento, talvez a única coisa memorável dessa E3. Apesar de sentir falta de Aisha Tyler como apresentadora, a Ubisoft trouxe desenvolvedores carismáticos e animados para falar de seus jogos.
Tivemos momentos incríveis como Miyamoto no palco ao lado de Yves Guillemot, presidente da Ubisoft, brincando com armas para anunciar Mario + Rabbids. Miyamoto não estava sequer na conferência da Nintendo e essa falta de espontaneidade da presença física, de interação entre duas pessoas ao vivo foi algo que a Nintendo decidiu abrir mão com suas conferências pré-gravadas.
Claro que tivemos jogos "anuais" como Assassin's Creed e Far Cry 5 que não são particularmente criativos apesar de populares, porém Mario + Rabbids foi uma boa surpresa, a presença de Beyond Good and Evil 2 após o anúncio de que o jogo não estaria na E3 para despistar foi agradável e há o ponto chave da conferência: The Crew 2.
Por que The Crew 2? Essa E3 foi extremamente previsível, muito mais do mesmo, e a Ubisoft é uma das poucas empresas que não está com essa mentalidade. Há jogos anuais como Assassin's Creed, Far Cry e Just Dance, mas há também coisas bizarras e inesperadas como Mario + Rabbids, Starlink (o jogo de nave em que você a monta como um brinquedo) e South Park: A Fenda que Abunda Força.
Porém é em The Crew 2 que vemos melhor como isso se reflete em um jogo. O primeiro The Crew era um jogo de corrida de carros em mundo aberto meio inexpressivo, ousado para a Ubisoft, mas só isso. Então vem The Crew 2 e aquele jogo de corrida de carros passa a incorporar também aviões e barcos. Não que eu esteja dizendo que The Crew 2 vai ser sensacional, mas a mentalidade por trás dele é ótima, é ambiciosa.
Em qualquer outra produtora a sequência de um jogo de corrida de carros é um jogo de corrida de carros "maior e melhor". Nunca a sequência de um jogo de corrida de carros seria um jogo de corrida de carros, aviões e barcos. The Crew 2 me lembrou de como Diddy Kong Racing tentou avançar mais o estilo de jogo de Mario Kart do que a Nintendo jamais tentou, a ambição que havia nos olhos da Rare.
Por seu estilo de pensar único, pelos bons jogos apresentados, pela presença de desenvolvedores carismáticos, e uma das palavras-chave aqui é presença, a Ubisoft merece muito ser considerada a vencedora dessa E3 2017 enquanto todos os outros ficaram presos no óbvio. Em 2º lugar temos obviamente a Devolver Digital.