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terça-feira, 12 de junho de 2018

E3 2018: Quem ganhou?


É aquela época do ano de novo quando todos nos reunimos ao redor da fogueira para queimar os jogos que não gostamos, a E3 2018. A feira esse ano foi extremamente morna, algo que eu já esperava para plataformas como o PlayStation 4 e Xbox One, porém que foi uma surpresa para o Nintendo Switch que deveria estar com mais força neste momento em sua vida.

Uma característica incomum dessa E3 é que todas as três grandes erraram bastante em suas conferências, cada uma de uma forma diferente, além de oferecer shows meio curtos, com exceção da Microsoft que se alongou um pouco (porém menos cansativa que a do ano passado). Houve poucas surpresas e sobraram anúncios de sequência sem qualquer gameplay mostrado. Algumas delas sequer existem ainda, estão em pré-produção como The Elder Scrolls 6.

Vamos ver como foram as conferências de cada uma das empresas.

Microsoft

O show da Microsoft começou de cara com um trailer que tirou uma pergunta da frente: "Vai ter Halo?", bom... vai, mas né... não é o 6, o que é estranho. Halo Infinite revelado sem nenhum gameplay. Basicamente a Microsoft voltou a sua trindade de Halo, Gears e Forza nessa E3 porém com cada vez menos relevância a cada ano.

Pra variar a empresa esticou muito a definição de "exclusivo" pra fazer parecer que jogos de third party sairiam apenas para consoles Xbox quando na verdade são jogos que já estavam disponíveis antes no PS4 como NieR: Automata, jogos que serão lançados ao mesmo tempo no PS4 e lançamentos com exclusividade temporária. Muitos jogos de Thirds foram revelados na conferência da Microsoft, vou inclusive marcar com um asterisco todos os títulos que não são exclusivos.


Tivemos Ori and the Will of the Wisps (sequência de Ori and the Blind Forest) em um momento pouco propício logo depois de Halo, seguido pelo anúncio de Sekiro: Shadows Die Twice* da From Software (Dark Souls). Aqui entra o primeiro jogo de Third extremamente desnecessário: Fallout 76, o qual aparece na conferência mas sequer menciona que é na verdade um jogo online, algo que só ouviríamos na conferência da própria Bethesda. O que diabos sequer estava fazendo na conferência da Microsoft pra isso?

Captain Spirit* (me erra com esses jogos pseudo-emocionais da Dontnod), um port atrasado de NieR: Automata que já saiu para PS4 e PC há tempos, Metro: Exodus que não parece lá muito bom e finalmente um exclusivo... mas é Crackdown 3. Nem mesmo o carisma de Terry Crews disfarça o fato que esse jogo foi anunciado na E3 2014 e o mínimo que poderia fazer é ser lançado em 2018, mas... fevereiro de 2019. Sem grandes novidades para a série pelo gameplay mostrado, exceto pelo veículo de ataque.

O anúncio de que Kingdom Hearts 3* levaria a série pela primeira ao Xbox parece uma boa conquista, mas... ela está no PlayStation há duas gerações. Do que adianta anunciar o terceiro capítulo sem as coletâneas dos jogos anteriores? Para piorar a Sony ainda mostrou um trailer melhor no qual foi revelado que o mundo de Piratas do Caribe estará no jogo. Tivemos também um trechinho ignorável de Battlefield 5* com apenas alguns segundos, assim como uma atualização com extras pra Sea of Thieves.


Então a Microsoft trouxe seu exclusivo de maior peso da conferência: Forza Horizon 4. O jogo realmente está lindo e promete entregar a experiência que os fãs esperam, agora com um sistema de estações que muda o visual das pistas, porém... viagens demais ao poço, muitos jogos um atrás do outro sem muita necessidade.

Aqui vem uma parte que eu não gostei nem um pouco, Microsoft sendo Microsoft e comprando quatro estúdios, além de fundar um extra. Quando o Xbox One estava vendendo mal a empresa deixou de lado a produção de exclusivos e agora se desesperou e resolveu compensar isso com compras, o que já sabemos como termina com o exemplo da Rare e como Minecraft foi deixado de lado nesse ano, aparecendo mais na conferência da Nintendo que na da própria Microsoft.

Eles fundaram o novo estúdio The Initiative, compraram a Undead Labs de State of Decay, a Playground Games de Forza Horizon (não de Motorsport), a Ninja Theory de Hellblade: Senua's Sacrifice (que tinha vários discursos anti-AAA) e a Compulsion Games de We Happy Few. Em seguida a mepresa mostrou um pouco de We Happy Few, o qual agora não sabemos mais se sai no PS4 já que a Microsoft comprou o estúdio.

PlayerUnknown's Battlegrounds mostrado como exclusivo... um pouco difícil de engolir, com novo mapa, o War Mode e alguns segundos de um possível mapa no gelo que eu duvido que chegue antes no Xbox One que no PC. Tales of Vesperia: Definitive Edition* um dos melhores jogos da saga e que merecia muito esse remake, seguido por um logo gameplay de The Division 2* claramente ensaiado e com pessoas se comunicando de maneira nada natural pelos microfones, porque... eu não sei por que eles fazem isso.


Tivemos um pouco de falatório sobre o Xbox Game Pass, que é a mais nova empreitada da Microsoft que parece genial... mas tem gosto de doce oferecido por um tiozão em uma van. Forza 4 e Crackdown 3 serão lançados no mesmo dia para quem quiser comprar e para quem assina Xbox Game Pass, o que significa quase dá-los de graça. A Microsoft não tem dado muito valor a seus exclusivos, principalmente depois que começou a lançá-los simultaneamente no PC.

O Xbox Game Pass ainda vai receber Fallout 4, The Elder Scrolls Online e The Division, mas o assunto desse segmento da conferência era explicar que trabalharam em uma tecnologia pra começar a jogar antes, duas vezes mais rápido em alguns títulos. Em outras palavras, alguns jogos para algumas pessoas que assinam o serviço, algo que nem era assunto pra E3.

Vários games indies que não sei se são exclusivos como Session e Pearl Abyss, Shadow of the Tomb Raider* que dessa vez não terá exclusividade temporária como Rise, revelação de Devil May Cry 5* que vamos ser sinceros, em matéria de Capcom perde pra revelação de Resident Evil 2 na conferência da Sony, DLC de Cuphead que eu poderia ficar animado se já não imaginasse que deve ser focado na dificuldade.

Tunic, um jogo indie que parece muito bom, um zelda minimalista com uma raposinha. Jump Force*, jogo de luta no padrão de J-Stars Victory VS+ com Goku, Naruto, Luffy e mais uma galera. Dying Light 2* que eu fiquei bem animado de anunciarem mas não gostei da direção em que o jogo evoluiu. Just Cause 4* que já havia vazado antes e aqui entra uma grande surpresa, a revelação de um novo Battletoads, porém anunciado sem gameplay e um pouco engraçadinho demais no anúncio. Se houvesse gameplay de Battletoads e data pra esse ano eu poderia estar muito mais satisfeito com a Microsoft.


Então tivemos o anúncio de Gears of War 5, o que não teve o impacto esperado, e cá pra nós a Microsoft se embananou na hora de apresentar. O problema é que eles apresentaram dois jogos de Gears antes de confirmarem o 5: Gears Tactics, o que não faz sentido algum, e Gears Pop, uma ideia que até é legal como os games da série LEGO, mas que talvez não seja uma boa pegar uma série violenta e tentar transformar em algo mais simples e talvez até infantil. O timing foi ruim.

O final da conferência foi legal com uma simulação como se a transmissão tivesse sido hackeada, levando para a revelação de Cyberpunk 2077* da CD Projekt Red, um jogo que não é exclusivo mas por ser grande poderia sim fechar a conferência bem. Em outras palavras de todos esses títulos multiplaforma exibidos, apenas uns dois ou três não pareceram completamente fora do lugar e não pega bem pra Microsoft ficar tentando convencer o público que tem mais do que tem com "exclusivos" entre aspas.

Sony

A apresentação da Sony começou com uma intensa lambança que quase estragou tudo, mas depois apenas ficou esquisito. Inicialmente os jornalistas foram levados para uma igreja que era uma reprodução do cenário do primeiro jogo que seria apresentado: The Last of Us Part 2, com um pouco de gameplay do jogo, o qual não faz muito meu estilo. Já esperava que eles fossem abrir com esse jogo por ser o de maior impacto.

Depois disso eles foram movidos para o palco principal onde ocorreria o resto da conferência e enquanto os jornalistas transitavam tivemos tipo uma mesa redonda, um pre-show da própria Sony que não fazia sentido nenhum e cortou completamente o ritmo da coisa. Felizmente depois que eles chegaram no palco principal as coisas voltaram ao normal, mas demorou um pouco.


Durante o pre-show falaram algo que a Sony já tinha dito antes, sobre se focar apenas em 4 jogos e não ter muitas surpresas, mas quebrou demais o fluxo da conferência. E é realmente um feito conseguir ser chato quando você também oferece Call of Duty: Black Ops 3 gratuitamente para os assinantes da PS Plus durante o mesmo segmento.

Days Gone apareceu apenas rapidamente, o que é uma pena porque eu acho que era a hora de botar um gameplay realmente intenso com animais zumbis pra vender o jogo. Depois disso Twin Mirror, outro jogo pseudo-emocional e misterioso da Dontnod que sairá também no Xbox One e PC, dois títulos de VR, Ghost Giant e Beat Saber, que parecem muito bons e por fim encerramos essa parte com a expansão Forsaken de Destiny 2.

No palco principal um músico com uma flauta de bambu tocava com um enorme, mas xicante mesmo, telão ao fundo com campos de trigo balançando. Faltou tato da Sony pra ver que não era hora pra um cara tocando no bambu dele em público, quando já tinha passado 30 minutos de quase nada.

Pelo menos o que veio depois me agradou bastante, um longo gameplay de Ghost of Tsushima, um jogo de samurais que já estava anunciado há algum tempo mas agora teve uma boa porção do show dedicado a ele. Não é a coisa mais supimpa como Horizon Zero Dawn, mas é um jogo original e bacana.


Ver jogos originais é sempre bom, especialmente quando não esperamos por eles, como o jogo Control que veio logo a seguir. Apesar de eu gostar do que vi, ele é da Remedy, mesma produtora de Alan Wake e Quantum Break e exala Quantum Break por todos os seus poros. E então veio uma parte muito boa da conferência, o remake de Resident Evil 2, o qual fez o público vibrar mesmo sendo multiplataforma.

Teve um novo jogo chamado Trover Saves the Universe estilo Rick & Morty e com algumas pessoas da equipe de Rick & Morty envolvidas que eu simplesmente não vi propósito de fazer um jogo tão parecido com o show mas sem a marca. O já mencionado trailer de Kingdom Hearts 3 com Piratas do Caribe que meio que deu uma rasteira no da Microsoft e ainda anunciou um PS4 temático e uma coletânea com todos os jogos da série pra PS4.

Aí a coisa ficou muito estranha mesmo com Death Stranding, o novo jogo de Hideo Kojima. Já são três E3 sem entender como é o jogo, qual sua história, quando ele lança e o mais importante: se alguém ainda vai ter vontade de jogar quando sair. Eu gosto de certos elementos dos trailers como a tensão, mas a bizarrice está exagerada demais na trajetória do jogo. Foram quase 10 minutos de algo que não fazia sentido.

Pelo menos logo em seguida tivemos o anúncio de Nioh 2, o qual eu acho que ficou muito largado nesse ponto da conferência e merecia mais atenção. Então entramos para o grand finale, um grande gameplay de Spider-Man que será lançado ainda esse ano, daqui a poucos meses. É um jogo com o qual eu tenho uma série de problemas e por isso não me anima muito.


Depois que a conferência "acabou", voltou para o pre-show onde os apresentadores falaram sobre o que mais gostaram da apresentação e revelou-se o último jogo, um jogo de realidade virtual da From Software chamado Déraciné. Este modelo de apresentação acabou virando uma bagunça e não deu nada certo, para não mencionar que os fãs sentiram falta do remake de Final Fantasy 7 que deu uma sumida.

Nintendo

A conferência da Nintendo como de costume foi pré-gravada e liberada online com apenas 42 minutos. Ela foi bem mais ameana do que outras conferências da empresa e houve momentos de certa estranheza com Reggie falando sozinho sem qualquer som de fundo. No entanto a Nintendo começou extremamente bem, o perfeito contraponto ao começo enrolado da conferência da Sony.

Eles simplesmente começaram com o anúncio de um novo título da Marvelous cheio de ação chamado Daemon X Machina com mechs voando, atirando, atacando com espadas e destruindo com um visual de desenho animado belíssimo. É o tipo de anúncio que eu espero de uma E3 da Nintendo e praticamente nunca tenho. Mais dois ou três desse e eu compraria um Switch. Felizmente não era só um spin-off de Xenoblade apesar de parecer e um DLC de Xenoblade Chronicles 2 ser anunciado logo em seguida.


Reggie tomou tempo para falar tudo sobre Pokémon: Let's Go, Pikachu & Eevee que já havia sido dito antes em outra Nintendo Direct. Depois mostraram Super Mario Party, que é basicamente a mesma experiência de sempre mas com a facilidade de ter automaticamente dois joy-cons para multiplayer. Houve ainda uma ideia de unir dois Switchs para criar uma área de jogo maior, o que até é interessante de um ponto de vista técnico mas pouco prático.

Tivemos o anúncio de Fire Emblem: Three Houses, um novo jogo da série que inicialmente não impressionou muito com gráficos meio fracos, mas depois mostrou um pouco de exploração livre e mais detalhes nas batalhas. Ainda assim, é uma fórmula que vem se repetindo há um tempo e demonstra algum cansaço.


Alguns ports importantes como Fornite para Nintendo Switch, um jogo que está bem popular, e a chegada de Dragon Ball FighterZ, a qual eu não pensava ser tecnicamente possível mas aconteceu. É tardia como tantos jogos de Switch, mas é um bom sinal que as produtoras ainda estão atendendo pedidos de fãs sobre jogos para o console. Se você reparar, quase nada da E3 terá versão para Switch, menos de 1/3 dos jogos.

Houve alguns indie sem graça como Overcooked 2, um jogo que não precisava de sequência tão cedo, Killer Queen Black, que não me despertou interesse algum, e Hollow Knight que já foi lançado de surpresa junto com a conferência. Falaram rapidamente sobre Octopath Traveller, mas é outro jogo que também não consigo me interessar, imagino que seja bacana como Bravely Default, mas não entra na minha lista de prioridades.

Depois disso um único vídeo com vários jogos como Starlink (com nave de Star Fox de Bônus e agora eu quero um Star Fox pela Ubi), Minecraft, Sushi Striker, DLC de Donkey Kong para Mario+Rabbids, Just Dance 2019, Dragon Ball FighterZ, DLC de Splatoon 2, Captain Toad, Crash Bandicoot N. Sane Trilogy, Ninjala (parece interessante), Fifa 19, Ark: Survival Evolved, Paladins, Fallout Shelter, Dark Souls, SNK Heroines Tag Team Frenzy, Monster Hunter Generations Ultimate, Wolfenstein 2, The World Ends With You, Mega Man 11, Mario Tennis Aces e outros.


Veja que aqui há um sério problema, uma quantidade enorme de ports. Pouquíssimos jogos originais e muitos ports atrasados que não têm muito motivo de existir. Com exceção de Dragon Ball FighterZ que realmente é uma boa adição, muitos desses jogos não fazem muita diferença no Switch.

Depois disso entramos em uma forte entubada de Super Smash Bros., o qual foi batizado de Super Smash Bros. Ultimate. Antes da E3 foi comentado que seria um novo jogo e não uma versão melhorada do Wii U mas confesso que eu não vi diferença, me parece o mesmo jogo. Mesmo que não seja, mais uma vez parece que quem comprou o Wii U comprou a versão beta de um jogo da Nintendo.

Foram 25 minutos meus amigos, de coisas que eu não vou detalhar por completo. O resumão é que todos os personagens estão de volta, desde o primeiro Smash até o mais recente, incluindo os personagens convidados. Isso significa o que? Ice Climbers, Pokémon Trainer, Ryu, Sonic, Bayonetta, Pac-Man, além de alguns novos como Inkling e Ridley.


Uma coisa que não rolou no entanto foi um modo single como foi o Adventure em Melee ou o Subspace Emissary em Brawl, uma das coisas que eu mais sinto falta. Quando Ridley estava para ser anunciado houve uma cutscene que ainda me deu esperanças de que fosse rolar, mas foi por água abaixo. O mais estranho foi quando a conferência acabou em Smash Bros., eu pensava que haveria algo mais depois.

Não tivemos nada de Metroid Prime 4, nada de F-Zero, nada de Star Fox, nem mesmo o jogo de Yoshi e nenhum jogo de Nintendo 3DS. Foi bem caído, ainda mais porque mais da metade foi dedicada apenas a detalhes sobre Super Smash Bros. Ultimate.

Ubisoft e Bethesda

Tanto Ubisoft quanto Bethesda tiveram também boas conferências esse ano, mas sofrendo de alguns males de anunciar coisas que não estavam bem prontas. Algumas nem mesmo estarão prontas pelos próximos anos como é o caso de The Elder Scrolls 6. Beyond Good and Evil 2 teve um bom momento, mas não surpreendeu o suficiente para ganhar destaque.


A Ubisoft sempre ganha muitos pontos pela apresentação, eles fazem realmente um bom show com várias maneiras diferentes de mostrar cada um dos jogos, com direito até mesmo a uma participação especial de Miyamoto... que apareceu mais na conferência da Ubisoft que na da Nintendo... Square Enix, EA e Devolver não se destacaram esse ano.

Quem ganhou?

A conferência da Microsoft foi inflada novamente para parecer que eles contam com muito conteúdo em seu console, porém o que menos temos é motivo para comprar um Xbox One agora no final de sua vida. Muitos trailers de jogos multiplataforma que eram desnecessários, não precisavam estar lá e fazem tanta propaganda para o PlayStation 4 quanto fazem para o Xbox One.

A Sony teve um começo muito ruim com a bagunça que foi a mudança de cenário, mas ofereceu alguns bons gameplays. Foi uma das poucas que teve um bom tempo dedicado a gameplays, como The Last of Us Part 2, Ghost of Tsushima, Death Stranding (apesar de ninguém entender) e Spider-Man. Enquanto a Nintendo mostrou pouco e basicamente se resumiu a Super Smash Bros. Ultimate.

Não é difícil entender que jogos são desenvolvidos em ciclos. Alguns anos desenvolvendo e então são lançados. Todo o marketing ocorre durante os 2 ou 3 anos em que o jogo é desenvolvido e normalmente não se fala sobre o jogo durante seu primeiro ano, quando ele ainda está tomando forma. Porque isso significa um lançamento apenas 2 ou 3 anos depois, como um No Man's Sky, o que é tempo demais para deixar o público na vontade e especulando, prejudicando a recepção.


Esta era uma E3 de ciclo de desenvolvimento. Época para os próximos grandes jogos de PlayStation 4 e Xbox One ainda estarem no forno e assim estarem ausentes do show ou aparecessem mostrando muito pouco, sem data de lançamento, o qual só ocorreria uns 2 anos depois. Era uma oportunidade também para jogos menores aparecerem e serem lançados em breve. Mas a indústria meio que matou os jogos de notas 7 e 8 pra deixar só os AAA de 9 e 10.

Vale lembrar que apenas o PS4 e Xbox One estão nesse ciclo, consoles que chegam ao seu quinto ano já cansados. Era a oportunidade para o jovem Nintendo Switch que ainda está abrindo seu segundo ano mostrar grandes títulos que já deviam estar em desenvolvimento um ano antes do console ser lançado ou ao menos algumas promessas para 2019. Estranhamente isso não aconteceu, o que deu à feira em geral um clima bem caído.

Eu diria que todas as três empataram nessa E3 e não de um jeito positivo. Todas as empresas decepcionaram bastante e nem mesmo thirds se projetaram como foram em outros anos. Esperava bastante que a Nintendo usasse esse vácuo pra se promover e confesso que estou desapontado de não ter visto nada de relevante.

Porém em meio a todos esses anúncios de jogos que não veremos tão cedo a Nintendo é a única que tem um título grande para sair agora com Super Smash Bros. Ultimate, então acho que para 2018 ela é realmente a vencedora, mas não por uma boa margem.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

E3 2015: Quem ganhou? (Spoilers: Sony)


O maior evento de jogos do mundo, a E3 2015, foi realizada nos últimos dias 16 e 18 de junho em Los Angeles, apresentando alguns dos jogos e anúncios mais esperados do ano. Talvez pela primeira vez em anos, eu passei o evento saudável, cobrindo-o no TechTudo como de costume. Ao fim do evento resta a pergunta: Quem ganhou a E3 2015? Sony, Nintendo ou Microsoft? (Spoilers, foi a Sony).

Diferente da E3 2014, que foi bastante entediante, Sony e Microsoft trouxeram boas armas para a disputa. A Microsoft seguiu por uma direção um pouco ruim, a qual falaremos daqui a pouco, enquanto a Sony conseguiu surpreender com bombas nucleares, megatons, de tal forma que talvez não vejamos mais por muitos anos. Esta E3 pode ter sido uma das melhores de todos os tempos.

Até mesmo a E3, que vinha perdendo espaço em relevância, se recuperou bastante e foi palco para grandes anúncios como deveria ser. A única que realmente demonstrou uma forte queda de qualidade em relação à E3 2014 foi a Nintendo, a qual se mostrou muito desconectada da realidade, jogando a toalha esse ano.

Vamos analisar as três grandes e uma surpresa.

Microsoft

Mais uma vez, entre as três grandes, a conferência da Microsoft foi quem abriu a E3. Não foi uma conferência particularmente empolgante e as coisas que não estavam presentes nela diziam mais do que as que realmente estavam.

A conferência teve Rise of the Romb Raider, Forza 6, Halo 5, Plants Vs. Zombies 2, um novo Gears of War e um remake do primeiro, coisas bastante previsíveis e em alguns casos franquias até um pouco cansadas. Mas onde estava Call of Duty? A principal série cuja exclusividade a Microsoft pagava não estava na conferência.

Retrocompatbilidade é vantajoso, mas não era a hora certa para o Xbox One

As coisas começaram a ficar interessante quando Phil Spencer anunciou que o Xbox One receberia retrocompatibilidade com o Xbox 360. Após uma geração tão longa quanto a do Xbox 360 e PlayStation 3, foi muito chato os novos consoles não terem suporte aos jogos antigos. Porém, valem algumas ressalvas.

No momento do anúncio é como se fosse uma retrocompatbilidade total. Depois é anunciado que será para apenas alguns jogos e então chegamos a apenas umas duas dúzias. Este é o jeito tradicional da Microsoft fazer as coisas. O Xbox 360 tinha retrocompatibilidade com o Xbox original também, mas ela era restrita e nem sempre funcionava bem.

Apesar de uma boa notícia, não é algo exatamente positivo. A Microsoft está perdendo feio para o PlayStation 4 e sua E3 deveria ser mais focada no que ela vai fazer daqui para frente, não em rodar jogos antigos de quando ela era líder do mercado. Seria ótimo se ambos tivessem retrocompatiblidade, mas essa janela já se fechou.

Vale também mencionar que essa é mais uma mudança na filosofia do console que antes já exigia conexão permanente com a internet, não permitia venda de jogos usados nem trocas com amigos e só funcionava com o Kinect conectado. Podem parecer mudanças para melhor, mas no fundo indicam o que a Microsoft realmente quer fazer com seu console.

Mas nem tudo foi negativo sobre a retrocompatibilidade, pois ela ajudou a trazer Rare Replay, uma coletânea comemorativa da Rare que traz alguns dos jogos mais legais da empresa para o Xbox One. São 30 jogos por US$ 30 e por volta da metade são ótimos títulos.

Com mais jogos esta coletânea poderia ter sido perfeita

A coleção traz Nomes como Banjo-Kazooie, Conker's Bad Fur Day, Viva Piñata, Perfect Dark, Blast Corps e Battletoads. Há a ausência monstruosa de Goldeneye 007, e sem dúvida a maioria dos melhores títulos é da época do Nintendo 64, mas ainda parece um ótimo negócio. Se a coletânea fosse um pouco melhor, eu compraria um Xbox One só por ela.

Alguns jogos indie bem charmosos foram mostrado, como Unravel e Cuphead, porém Unravel sairá também para PlayStation 4 e Cuphead decepciona um pouco pois apesar de ser muito bonito, aparenta trazer apenas luta contra chefes, sem fases. Poucos dos outros jogos originais da Microsoft empolgaram, não vi potencial em Recore, por exemplo.

A série Gears of War apareceu no show com dois títulos. O primeiro é um remake (não remaster) do primeiro Gears of War, um bom jogo que sem dúvida pode usar a camada extra de tinta, mas que perde o sentido devido ao segundo título. O segundo é Gears of War 4, um novo jogo de uma série que não precisava realmente de mais capítulos.

Tanto Halo quanto Gears of War já estão se estendendo demais, ultrapassando seus arcos originalmente planejados em nome da popularidade das franquias. O mesmo provavelmente pode ser dito também de Uncharted 4. As empresas precisam investir em criar novas séries.

O show terminou com o HoloLens, um óculos de realidade aumentada da Microsoft, demonstrado com Minecraft. Muitas pessoas ficaram impressionadas com a tecnologia, mas se você se lembra do Kinect, sabe que não há muito motivo para isso. A Microsoft costuma demonstrar a tecnologia e não realizar o seu potencial.

O HoloLens não traz uma experiência muito diferente da Realidade Virtual

Um dos problemas do HoloLens é que, diferente do Oculus Rift ou Morpheus, ele possui hardware próprio para rodar os jogos, não faz apenas stream. Isso irá encarecê-lo bastante, ao ponto de ninguém cogitar a compra. Muito menos por um "God Mode" de Minecraf como mostrado no vídeo.

Sony

Apesar de alguns altos e baixos na conferência da Microsoft, a impressão geral da apresentação havia sido bem positiva, melhor que todas as de 2014, com certeza. A retrocompatibilidade parecia um fator determinante que a Sony precisaria responder em sua conferência e havia uma boa chance de não haver uma resposta satisfatória, como não houve.

No entanto, os rumores da conferência da Sony estavam muito fortes. Assim que a conferência começou vimos a concretização do primeiro deles, The Last Guardian estava vivo, respirando e seria lançado no próximo ano. Exigiu culhões da Sony colocar um jogo tão antigo logo no início.

Sony apostou alto ao abrir a conferência com The Last Guardian

The Last Guardian não faz o meu estilo, é o tipo de jogo artístico demais como o Team ICO costuma fazer, mas é importante para uma empresa ter um certo nível de compromisso. Quem viu esse jogo ser revelado, agora terá como jogá-lo. Independente de atender ou não as expectativas, isso demonstra respeito.

Em seguida veio uma surpresa bem agradável. Horizon: Zero Dawn, novo jogo da Guerrilla Games, criadora de Killzone. Apesar de alguns vazamentos anteriores, ele surpreendeu bastante com um jogo promissor onde você caça grandes criaturas mecânicas usando vários artifícios inteligentes, com dano de partes e armas que reduzem a mobilidade do inimigo. É difícil acreditar que a mesma empresa que cria Killzone tenha tato para desenvolver isso na direção certa, mas podemos pagar para ver.

O novo Hitman também vazou antes do show e não teve um grande impacto. Hitman Absolution foi bacana, mas não o suficiente para nos empolgarmos com uma sequência, um pouco como em Deus Ex. Enquanto isso, Street Fighter 5 não estava apresentando nada muito impressionante.

Horizon é bastante promissor, mas precisa crescer na direção certa

Voltamos então para outro grande promissor título do PlayStation 4 e PC, No Man's Sky, que oferece um universo gigantesco com vários planetas gerados aleatoriamente. Ainda há muito pouca informação sobre o que fazer no jogo e quando finalmente vamos jogá-lo, e a produtora perdeu mais uma oportunidade de nos empolgar com isso. É promissor, mas está distante demais.

A Media Molecule, criadores de LittleBigPlanet, trouxe Dreams, um jogo onde você pode criar sonhos. Lembra um pouco um antigo jogo do PlayStation One chamado LSD: Dream Simulator e a impressão é realmente de que os produtores usaram LSD. Definitivamente a E3 não é o lugar certo para esse tipo de jogo ser apresentado.

A E3 não é o lugar para ficar mostrando jogos experimentais de nicho

Destiny teve um pouco de espaço para falar de seu novo DLC. The Taken King, o que não é muito interessante para nós, mas tem lá seu público norte-americano. Falando em DLCs, mais tarde Call of Duty: Black Ops 3 afirmou que a nova casa da série era o PlayStation 4. Este foi um golpe pesado na Microsoft, que pagou por exclusividade temporário pelos DLCs por muitos anos.

A maior surpresa no entanto, viria logo depois. Adam Boyes, vice-presidente da Sony América, confirmou um remake de Final Fantasy 7 para o PlayStation 4. (revelaram também um jogo chamado World of Final Fantasy que pareceu bonitinho porém ordinário, deixemos de lado por ora).

Não chegou a aparecer quase nada do remake de Final Fantasy 7, mas é um anúncio que fãs estão esperando há umas duas gerações. Por incrível que pareça, esse era um jogo que eu já esperava que fosse aparecer. Porém, nada poderia me preparar para a próxima surpresa.

Yu Suzuki, uma das antigas mentes da Sega aparece para anunciar Shenmue 3. Para jogadores mais jovens, Shenmue é uma franquia de RPG complexa que começou no Dreamcast, passou pelo Xbox e ficou incompleta desde então. Shenmue 3 supostamente irá encerrar essa trilogia que imaginava-se que ficaria em aberto para sempre.

Shenmue 3 tirou lágrimas de alguns jornalistas no local

Há vários problemas sobre o anúncio de Shenmue 3. O que foi anunciado não era o jogo em desenvolvimento, mas uma campanha de financiamento coletivo no site Kickstarter. Ele foi financiado rapidamente, porém levantou várias questões se uma empresa deveria anunciar um Kickstarter, ainda mais na E3.

Apesar de tudo, assim como The Last Guardian, não importa a qualidade que Shenmue 3 possa ficar, pois se trata de um sonho realizado para os fãs. Mesmo que daqui para frente várias empresas comecem a abusar do Kickstarter, a Sony o usou como uma boa ferramenta no exato momento em que ele está no seu ápice.

Alguns jogos foram apresentados em vídeo e se tem uma coisa que acontece todos os anos é que a Sony sabe montar melhor vídeos para excitar os fãs. Jogos para o PS Vita foram mostrados, porém no exato momento em que eles estavam sendo exibidos, a câmera se afastou, tornando impossível identificá-los. Acredito que esse vídeo oficial mostre alguns deles. A Devolver Digital também apresentou títulos bem legais, mas foi difícil diferenciá-los uns dos outros devido a estilos gráficos semelhantes.

Sony deixou o PS Vita de lado durante a apresentação, como de costume

A apresentação se encerrou com Uncharted 4: A Thieve's End, porém não sem imprevistos. Na hora que a demo começou a ser apresentada, o personagem não se movia na tela e precisou ser reiniciada. No início pensei ser um problema técnico causado por wireless, pois a Nintendo já teve muitos desses, mas foi apenas confusão de bastidores.

Os gráficos de Uncharted 4 estão bonitos e deverão agradar um pouco os fãs, mas assim como Halo, é uma franquia que está se estendendo desnecessariamente porque não surgiu ainda uma opção melhor. Apesar disso, as surpresas da apresentação da Sony surpreenderam a ponto de torná-la uma das melhores de todos os tempos.

Nintendo

A conferência da Microsoft havia sido agradável e no mesmo dia a Sony havia batido um Home Run para fora do estádio. A Nintendo... o que falar da Nintendo... Há alguns anos a empresa não tem mais uma conferência física na E3. Eles estão lá, oferecem demos para jornalistas, fazem campeonatos, mas não há apresentação, é soltado apenas um vídeo na internet, uma Nintendo Direct especial.

Alguns jogadores ficaram animados com o Nintendo World Championship, uma antiga competição que a Nintendo realizava e resolveu trazer de volta durante essa E3 2015. Ouvi coisas positivas sobre a competição, mas não me agradou, pois não me parece algo que combine com a cultura da Nintendo atualmente. Me soa falso apelar para valores que atualmente ela não pratica.

No dia seguinte às conferências da Microsoft e Sony, a Nintendo soltou o seu evento digital e foi simplesmente "meh". A falta de contato com o público está deixando a empresa isolada em um mundo a parte onde tudo está bem para ela. Um dos principais pontos da E3 é que sua conferência pode ser ajustada para contra-atacar adversários se necessário. Com o evento digital da Nintendo isso não é possível.

De todas as coisas mostradas na E3 da Nintendo, eu compraria esses bonecos

Enquanto as outras empresas têm executivos que vem ao palco para dar a cara a tapa, o evento da Nintendo começou com fantoches, tipo Muppets, do Presidente da empresa, Satoru Iwata, o game designer Shigeru Miyamoto e o presidente da filial americana, Reginald Fils-Aime. Nada contra os bonecos, até gostei, mas quem eles acreditam ser o público para isso?

Star Fox finalmente foi revelado para o Wii U e apesar de até parecer interessante, com transformações dos veículos, é difícil encarar os gráficos mostrados e a baixa velocidade da Arwing. Mais tarde saberíamos que a Platinum Games está envolvida na produção.

Parece haver muitos elementos do clássico Star Fox 2 cancelado que não encaixam realmente com a série. Corneria foi mostrado no trailer, mas outros vídeos de áreas disponíveis para jogar na E3 apresentam um jogo muito diferente do que se esperaria da série, e muito monótono em vários momentos.

Uma parceria sem sal com a Activision foi anunciada para colocar novos amiibos de Donkey Kong e Bowser como personagens especias da série Skylanders. Considerando como a Nintendo não está conseguindo produzir amiibos suficientes, parece má ideia continuar anunciando novos.

Um jogo inesperado foi anunciado depois, The Legend of Zelda: Triforce Heroes, uma espécie de "Four Swords" porém apenas com 3 pessoas. Apesar da boa intenção, a série Zelda já está sendo explorada demais e um novo jogo multiplayer com um mundo voltado para moda sem dúvida não ajudará a torná-la mais relevante.

Agora além de ter nome de menina, o Zelda também usa vestido

Felizmente logo depois tivemos Hyrule Warriors Legends, uma conversão do jogo Hyrule Warriors do Wii U para o Nintendo 3DS. Ainda resta ver quão bem o 3DS vai encarar as hordas de inimigos, mas é um jogo que eu estou verdadeiramente animado. É um jogo que eu gostaria de ter no Wii U, mas que não compraria o videogame apenas para isso.

Voltando a jogos irrelevantes e que mais insultam suas franquias do que ajudam, temos Metroid Prime Federation Force, um jogo multiplayer que traz elementos esportivos e... ah deixa pra lá. É raro eu ver um título para videogames e pensar que a empresa ficaria melhor sem lançá-lo. Federation Force invoca essa rara ocasião. A recepção foi tão negativa que o trailer do jogo tem 10 vezes mais dislikes do que likes no YouTube (mais de 60 mil dislikes no momento que escrevo).

Xenoblade Chronicles X apareceu com uma data um pouco decepcionante para dezembro, mas pelo menos sai esse ano. Por outro lado, o novo Animal Crossing: Amiibo Festival me fez perguntar "Por que?", transformando a franquia em uma coletânea de minigames, um deles sendo uma espécie de tabuleiro como Mario Party.

Yoshi Woolly World é o tipo de jogo que não empolga, assim como o antigo Kirby Epic Yarn. São jogos onde o objetivo é apenas olhar para os gráficos e interagir com objetos enquanto pensa: "Que bonitinho os personagens feitos de lã", "Olha ele se transformando porque é feito de lã" e "Haha! Essa interação com o cenário é diferente porque ele é feito de lã".

Uma fase incrivelmente chata do novo Star Fox para Wii U

Yo-Kai Watch é uma aposta arriscada da Nintendo para o 3DS. No Japão a série ficou muito popular, acompanhando um anime, assim como Pokémon. No entanto, se você achava que acusações populistas de que alguns desenhos animados japoneses são satânicos era algo comum, espere até Yo-Kai Watch ficar popular e as pessoas descobrirem que youkais são como demônios no Japão.

Mario & Luigi: Paper Jam foi uma surpresa agradável, por mesclar os mundos de dois RPGs da série Mario, por um lado a cômica Mario & Luigi e por outro a mais criativa Paper Mario. Apesar de um potencial interessante, ambas as séries tiveram capítulos bem fracos recentemente, então há de se manter um pé atrás.

O final da apresentação veio com Super Mario Maker, um software de criação e edição de fases para Super Mario comemorando os 30 anos do mascote. Como sempre falamos aqui no blog, foco em conteúdo criado pelos usuários só significa falta de conteúdo criado por profissionais. As possibilidade podem parecer incríveis, mas na prática não é divertido.

Bethesda

A grande surpresa dessa E3 2015 foi a presença da Bethesda com uma conferência. Enquanto a maioria das empresas está tentando escapar de fazer uma apresentação, a Bethesda entrou no circuito e mostrou que veio para brigar. Seus principais jogos foram Fallout 4 e o reboot da série Doom.

Aqui vemos a Minecraftização de Fallout 4

Fallout 4 aparenta ser tudo que os fãs poderiam querer, um pouco mais do mesmo em relação a Fallout 3, mas também com algumas novidades significativas, como a possibilidade de criar sua própria casa montando-a nos mínimos detalhes. Houve ainda outros anúncios interessantes, como uma edição especial com um Pip-Boy real e o lançamento de Fallout Shelter, um minigame para iOS (e futuramente Android).

Doom me decepcionou um pouco, pois apesar de ter sido anunciado como gameplay, não me pareceu ser uma pessoa jogando de verdade. A empresa mostrou também Dishonored 2, que deverá agradar aos fãs do primeiro jogo, e o menos relevante Battlecry, um jogo multiplayer online gratuito. Fallout 4 roubou o show com uma apresentação extensa e interessante com lançamento já no final do ano.

Conclusão

Caso as conferências da Microsoft, Sony e Nintendo tivessem sido tão fracas quanto as da E3 2014, não seria difícil imaginar a Bethesda levando a vitória, um baita azarão. Porém a E3 2015 se recuperou bem, voltando a se tornar relevante para novos anúncios e exibição de gameplay de verdade, ao invés de apenas trailers.

Não há dúvidas que a vitoriosa esse ano foi a Sony devido a uma convergência de fatores que tornou essa uma das melhores conferências da E3 em muitos anos. A trindade formada por The Last Guardian, o remake de Final Fantasy 7 e Shenmue 3 foi grandiosa, porque eram grandes títulos que sumiram há anos e ninguém esperava mais vê-los. Trazê-los de volta foi algo grande e ganhou tantos pontos com os fãs quanto um MMORPG de Pokémon ganharia.

Claro, essas grandes bombas que foram mostradas na conferência da Sony são para 2016 e até mesmo 2017, e ainda vão aparecer em futuras E3, o que normalmente tira um pouco o impacto desse tipo de anúncio. No entanto, eles eram exatamente o que o público queria e precisava, promessas e esperanças para o futuro do console.

Diferente de consoles Nintendo, que quando um The Legend of Zelda sofre atraso não há nada mais para compensar, tanto PlayStation 4 quanto Xbox One receberão muitos jogos ainda esse ano, como Batman: Arkham Knight, Fallout 4, Star Wars: Battlefront 3, Just Cause 3, além dos tradicionais Call of Duty e Assassin's Creed. Ninguém ficará sem jogar esse ano apenas porque os maiores anúncios da conferência são para o ano que vem.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

The Elder Scrolls V: Skyrim e o medo do Tio Zilla

Video feito por mim para aqueles que, como eu, acham que ler é coisa do século passado. XD

Enjoy!

sábado, 27 de agosto de 2011

Qual o segredo de Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion?



Ou título alternativo: "Por que há tantos jogos de mundo aberto ultimamente?"

Qualquer um acompanhando a indústria ultimamente vai reparar uma nova moda, jogos "sandbox", que ocorrem em um mundo aberto, mas eles não são o tipo de "sandbox" de Grand Theft Auto, então vamos chamá-los de Open World ou mundo aberto mesmo.

Quem liderou o movimento foi a Bethesda Softworks, com Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion, jogos que após publicados criaram um efeito cascata. Agora temos, The Elder Scrolls V: Skyrim, Dragon's Dogma, RAGE, Red Dead Redemption, entre vários outros jogos que deixam você em um mundo aberto para se aventurar.



Mas eu não preciso dizer que tem algo errado aqui, não? Sempre que a indústria se encaminhar em massa em uma direção, desconfie. Este é mais um caso de uma empresa tropeçando em ouro e outras cavando em volta. Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion fizeram algo certo, mas não o suficiente.

Sabemos que os jogos de hoje em dia perderam os valores de antigamente, os que nos faziam nos divertir por longas horas. Um jogo de aventura antigamente realmente nos prendia por muito tempo e não apenas seguindo uma história.

Pense em The Legend of Zelda do NES. Não há objetivo no jogo, eles te dão uma espada e deixam você vagar pelo mundo. Eventualmente você descobrirá os dungeons e todos os seus segredos, cada vez ficando mais poderoso.

Nos dias atuais ninguém consegue mais fazer um jogo como o primeiro The Legend of Zelda, mas títulos de mundo aberto são uma simulação dessas antigas sensações. Por isso estão vendendo feito água no deserto, os jogadores estão sedentos por algo assim.

Eles ainda não são "The Real Thing", eles são apenas uma simulação. Isso porque os jogos de antigamente eram feitos com um extremo cuidado que já não existe mais.

Não basta ter um mundo aberto, ele tem que ser convincente e relevante. Não basta ter escolhas, elas tem que ser interessantes. Jogos como Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion raspam a superfície desses elementos, como no ditado, "em terra de cego, quem tem um olho é rei". Não existe mais algo como os jogos de antigamente nos dias de hoje, eles não tem competição.

The Legend of Zelda seria o exemplo ideal de mundo aberto. Nada está lá deliberadamente, você não pode retirar parte alguma de Zelda e ao mesmo tempo não precisa passar por parte nenhuma específica para se divertir. Há algo maior ali do que explorar aquele mundo.

Nos jogos da Bethesda você tem um grande mundo para explorar e evoluir, mas é tudo muito artificial, não natural como antigamente. Você pode retirar um pedaço inteiro do jogo e ele ainda pareceria o mesmo. Você consegue apontar um momento que diz: "esta foi a melhor parte do jogo".


Você não consegue fazer isso no primeiro The Legend of Zelda porque há uma experiência, maior do que o mundo a ser explorado, maior do que a evolução do seu personagem, há algo acontecendo do lado de fora da tela, um sentimento de aventura.

Atualmente os jogos só conseguem reproduzir um ou outro elemento dessas grandes jornadas de outrora. Jogos como Minecraft nos dão medo e sensação de aventura pois não é seguro sair à noite. Mundos abertos nos dão a impressão de que pode haver qualquer coisa lá fora e nos permitem usar nossa imaginação.

Mas no fundo, só existem as mesmas coisas que estamos cansados de ver no mundo dos jogos, pois só mudou-se a forma que elas são dosadas. A atitude na criação de conteúdo ainda é a mesma. Eles não respeitam a nossa imaginação, eles não querem que façamos parte do jogo, apenas nos deixam percorrê-lo.

O verdadeiro segredo por trás dos jogos da Bethesda é que eles não brilham com a mesma intensidade das aventuras de antigamente, mas para quem está na escuridão por muito tempo, até mesmo uma fraca luz pode ser confundida com o sol.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Eu joguei: Fallout 3

Joguei. E por razões estranhas continuo a jogar mesmo depois de 2 anos. =P

Eu tinha ouvido falar de Fallout a muito tempo atrás com um amigo que tinha tentado jogar o primeiro da franquia. E ele falou mal do jogo. O cenário era legal, mas o jogo em si era meu bizarro. Por isso a franquia ficou desconhecida para mim por um bom tempo por causa disso.

Até eu viajar para os US and A e ver exibições do jogo em Xboxes espalhados em algumas lojas. Nada "OHHH MY GOD!!! SIXTY FOOOOOOOOURRRR!!!", mas descente até. E essa descencia me levou a compra-lo, já que eu tinha um laptop zerinho, sem jogo e sem internet nas mãos.

Para o meu espanto o jogo é bom. Tem suas falhas, mas digamos que a voz do Qui-gon Jinn (Liam Neeson) me chamando de filho nos primeiros momentos do jogo foram o suficiente para me cativar.

Diferente de Oblivion, Fallout 3 tem um certo carisma difícil de descrever, não sei se é o cenário retrô-pós-apocalíptico inspirado em quase todos os filmes do gênero que eu já vi, se são os NPCs bem distintos, ou mesmo as musicas dos anos 40/50 que tocam na única estação de rádio do Capital Wasteland. Só sei que é agradável poder percorrer toda aquela destruição pela primeira vez, sem saber o que esperar e revisitar os mesmos locais sem um motivo aparente.

A história do jogo é bem simples, você é um residente do Vault 101 e como todos está fadado a passar o resto de sua vida lá dentro, porque do Vault 101 ninguém nunca entrou e ninguém jamais saiu. Bom é nisso que você acredita até que do nada seu pai foge do Vault o que faz com que você seja visto como cúmplice o que te obriga a também fugir do Vault atrás do seu pai, para descobrir porque diabos ele saiu de lá. E assim que você sai, tem a bela vista de toda a Washington DC em ruínas por uma guerra que aconteceu a quase 200 anos atrás.

E a partir desse ponto o mundo é seu limite. Apesar de você ter a quest principal para seguir você tem total liberdade para interagir com o mundo, até mesmo de ignorar a quest principal e achar o seu pai do seu jeito ou de simplesmente explorar as ruínas da capital do Ex-Estados Unidos da América

Não há empecilhos, o mundo não tem lei, não tem governo, a sua moral é puramente sua, você pode simplesmente chegar em uma cidade meter bala na cabeça de cada um, roubar seus pertences, suas casas e sair para fazer o mesmo em qualquer outro amontoado de sobrevivente, ou poder fazer das tripas coração para tornar a vida desses mesmos sobreviventes menos sofrida e sequer se preocupar com recompensa, sem que nenhuma dessas escolhas te impeça de progredir no jogo, elas apenas moldam como será esse seu progresso.

É nisso que entra o sistema de Karma do jogo, ações tidas como boas aumentam seu karma enquanto ações consideradas ruins o reduzem e você nunca está preso ao seu karma, você pode ser a melhor coisa que pisou na face da terra desde Jesus Cristo e simplesmente decidir explodir uma cidade inteira apenas pelo prazer de ver os fogos. Porém seu karma pode determinar alguns diálogos e ou te permitir/impedir de contratar um companheiro para as suas aventuras.

O armamento do jogo não é muito vasto, e depois de um tempo você vai acabar por escolher as suas armas favoritas e perceber que não há muita variedade quanto a elas. Porém diferente do Oblivion, aonde você só poderia adquirir uma arma ou armadura descente quando tivesse nível para isso, em Fallout você pode achar uma Power Armor no corpo de algum paladino da Brotherhood of Steel que caiu em combate ou mesmo um lançador de ogivas nucleares perdido em alguma instalação abandonada pelo mundo e sequer estar acima do nível 5. Nem por isso ache que a diversão do jogo acaba quando você por as mão nessas relíquias, pois muitos desse equipamento estão em péssimo estado de conservação, podendo travar ou mesmo quebrar a qualquer momento, sem falar da limitação de munição e o simples fato de seu personagem não ter skill suficiente para usar a arma com o mínimo de eficiência. Essa sacada que ajuda a manter o equilíbrio do jogo, pelo menos até você ter nível e habilidade para se auto declarar Rei da Wastland.

Basicamente acho que é justamente isso que me mantem jogando Fallout 3 por tanto tempo, escolhas. Você escolhe como você quer jogar, quer um personagem que ande pelas sombras, use armas de longo alcance e ajude a manter a lei na capital? Você pode ser. Mas se preferir ser um brutamontes, burro, que esmaga crânios primeiro e balbucia alguma coisa depois, também pode. O jogo não vai ficar mais ou menos zerado, ou você vai ficar impedido de ir a algum lugar por causa de suas escolhas. Os desafios podem até mudar, mas o jogo não tenta te obrigar a jogar do jeito X ou Y. Eu por exemplo gosto de jogar com personagens furtivos, uma bala uma morte, já um amigo descobriu que pra ele é mais fácil pegar um Sledgehammer e maçarocar crânios e ambos nos divertimos com o jogo.

Em uma época de jogos lineares, que acham que a história que eles vão contar é a coisa mais maravilhosa do mundo desde o pão com maionese e por medo de você perder alguma coisa que eles julgam ser importante ou Awesome demais, eles te limitam as escolhas, é reconfortante ver que ainda há jogos que preferem ter dar escolhas e o conseguem sem estragar a ideia deles de contar uma história.

Bom, nem tudo são Rosas de Hiroshima em Fallout 3.

Uma coisa que me incomoda são os companions. Por ser um RPG eu esperava que houvesse algum desenvolvimento desses NPCs. Sabe, historinhas secretas deles, que você vai conseguindo se aprofundar durante o jogo, é algo que dá mais vida ao npc. Coisa que a Bioware faz muito bem e sinto falta pois me faz não me importar com os NPCs ao ponto de que eu fico muito melhor agindo solo. Afinal, na minha opinião eles não me ajudam em um estilo de jogo mais furtivo e nem tem um algo a mais que me mesmo me atrapalhando me faça preferir me arriscar e te-los no meu time só pelo motivo de ver até aonde eu posso descobrir mais sobre esse personagem.

Outra coisa é o modo furtivo do jogo que trouxe os mesmos vícios de Oblivion. Claro que, uma arma barulhenta chama a atenção, mas se você tiver um arma silenciada, se posicionar bem, você varre uma sala cheia de Raiders sem que eles jamais suspeitem de coisa alguma. Felizmente há um mod que concerta isso.

E por ultimo, assim que você pegar o nível 20, você pode se sagrar como semi-deus ao comprar o perk Grim Reaper. Esse perk faz com que assim que você matar alguém usando o VATS, todos os seus action points sejam recuperados, te permitindo repetir a operação. E por que isso me incomoda? Pelo simples fato de você não receber dano enquanto estiver em VATS, ou seja God Modeproporcionado pelo próprio jogo.

Bom, falando em mods, há alguns que eu acho que aqueles que pretendem jogar precisam ter, que podem ser baixados nos mesmo site em que eu recomendei os mods de Oblivion, o http://www.fallout3nexus.com, se você se cadastrou pro Nexus do TES IV, pode usar o mesmo login pro do Fallout 3.

Responsive Kill Reactions: Esse mod muda a forma como os inimigos reagem à morte de um companheiro. Em resumo, se você mata alguém quem estiver próximo paraver essa morte vai começar a procurar quem o matou. Torna a furtividade mais estratégica e desaficadora, pois uma arma silenciada vai apenas ajudar para que seja mais difícil para os inimigos saberem de onde veio o tiro, mas eles ainda assim vão saber que alguem por ali matou o amigo deles.

Enhanced Blood Textures: Por um mundo mais sangrento. Pode deixar o jogo mais pesado.

GNR -- More Where That Came From: Eu devo dizer que depois desse jogo eu fiquei incrivelmente fissurado por musicas dos anos 40/50 e se você ficou como eu e acabou decorando Butcher Pete ou Way Back Home e quer algo "novo" esse mod adiciona mais 100 musicas à lista do Tree Dog. E não se preocupem, todas são de domínio público.

Realistic Death Physics: Esse é mais estético que qualquer outra coisas, mas é muito bem vindo. O que ele faz é simples, ao invés daquele Super Mutante sair voando 10 metros depois de levar um tiro de Sniper Rifle na testa, ele só vai cair no chão mantendo a inercia que já tinha, como realmente acontece quando alguem leva um tiro. Pra mim deixa as mortes menos falsas.

DK_BulletTime: Adiciona Bullet Time ao jogo, o que pode ser uma boa alternativa ao VATS, principalmente para aqueles que querem ter uma experiencia mais FPS pra Fallout 3.

Diferente de Oblivion, os modelos de Fallout não se parecem tando com macacos anoréxicos e dá pra viver muito bem sem modificações para corpos e existem vários pra Fallout. Eu recomendo o Type 3 para personagens femininos, já que ele possui uma compatibilidade maior com outros mods que modificam armaduras e roupas, porém sempre há a alternativa do EXNEM tem uma gama menor de compatibilidade com outros mods, mas ainda assim é muito bom. E claro Breezes para personagens masculinos, mas podemos viver sem isso, né? XD

Eu uso uma tonelada de mods que fui instalando depois que zerei a primeira vez e para ser honesto, poucos valem a pena e dá para se curtir o jogo muito bem sem eles. Claro que, tem sempre um ou outro que torna o jogo mais divertido.

E pra não perder o costume aqui vai umas dicas de sobrevivência de seu amigo lagarto radioativo:

O jogo depende mais do sistema de skills do que do equipamento que você usa em si. E os pontos que você ganham para aumentar as suas skills são relativos à inteligencia do seu personagem. Então para obter o máximo de pontos de skill permitidos pelo pelo jogo, você pode começar o jogo 10 de inteligencia, ou se preferir começar com 9 e ir até Rivet City para pegar o Bobblehead de Inteligencia sem sequer sair do level 2 é difícil mas é possível. Outras coisas que você deve fazer para maximizar seus pontos de skill é comprar os perks Educated e Comprehension respectivamente assim que possível. Educated vai te dar +3 pontos de skills a cada passagem de nível e Comprehension vai permitir que cada livro de skill lido te de 2 ao invés de 1 ponto a mais de skill, por isso guarde os livros de skill até você ter esse Perk.

Falando em perk, passe muito longe do Here and Now, por mais mágico que possa parecer passar de nível instantaneamente, você vai simplesmente perder 1 perk atoa além do que passar de nível não é tão difícil nesse jogo e nem muito essencial

Não importa se você é o cão chupando manga do avesso e mascando mariolá, por mais que você queria explodir Megaton, tente ao menos terminar as quest que Moira Brown te dá antes. Acho que dá para fazer essas quests com a cidade explodida, mas nunca tentei e o perk que ela dá assim que você termina as quests é bem útil.

Não vai conseguir matar o inimigo nem se gastar todos os seus action points no VATS? Atire no braço dele, de preferencia o direito, se você conseguir desabilitar o braço dele, ele vai largar a arma no chão te dando um tempo para respirar e quando ele recuperar a arma vai estar com a precisão bem debilitada.

Lockpicking e Science vão abrir o seu caminho pelas ruínas da Capital, é interessante você almejar ter pelo menos 50 nas duas para poder fazer boa parte das quests do jogo ou 75 para ter quase total acesso a qualquer lugar de Washington, se bem que com 100 nas duas skills, você só não vai conseguir abrir uma porta ou hackear um computador se não quiser (ou se o jogo não deixar XD).

Falando em hackear computadores, você sempre tem 4 tentativas, mas falhando nelas você vai trancar o computador para sempre e será impossível hackea-lo depois. E para evitar que você compre o perk Computer Wiz atoa eis uma dica legal: antes de usar sua ultima chance, saia do computador e tente novamente, apesar da senha mudar, você vai ter suas 4 chances de volta.

Ainda sobre hackear computadores, há mais neles do que só descobrir uma palavra no meio de um emaranhado de caracteres sem sentido aparente. Na verdade alguns desses caracteres sem sentido formam uma linha de código que pode ou remover uma senha que seja incorreta ou até mesmo renovar suas chances de descobrir a senha sem que você tenha que sair do terminal. Como? Procure sempre por colchetes, chaves sinais de menor que se fechem, se você passar o mouse em algo desses e de repente algo como "[%&**!#]" aparecer selecionado, click nele, não irá consumir as suas chances e pode acabar te ajudando bastante.

Evite gastar pontos na skill Barter, comprar coisas mais barato não é tão vantajoso e você praticamente não vai precisar comprar nada de ninguém. E mesmo que precise, esse "mais barato" nem é tão mais barato assim.

Repair é uma skill super útil. Não se sinta mau por almejar pô-la no 100 o quanto antes, afinal manutençãoa de suas armas é essencial prara sua sobrevivência ou, como diz Tree Dog, "the only Wastelander ass hole it's gonna kill is you. This is Tree Dog! AAAAUUUUUUU!!! Bringing you the truth, no matter how bad it hurts."

Enfim, Fallout 3 é um jogo divertido e a mistura de FPS com RPG deu certo. Sofre do mau de só parecer completo com o uso de modificações, não que sejam ruins, mas isso colabora para que mais jogos sejam lançados as pressas, incompletos e com inúmeros bugs, com a intenção de concertar depois ou deixar pra lá já que os próprios jogadores acabam fazendo isso... E de graça.

De você eu me despeço agora, preciso ir andando, ouvi dizer que em New Vegas estão precisando de alguem para entregar um pacote importante. Grana fácil e quem sabe depois o eu possa dar uma parada na Strip, afinal, já sobrevivi à Capital entupida de super mutantes, o que pode dar errado em um simples trabalho de entrega em New Vegas?

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eu joguei: The Elder Scrolls IV: Oblivion


Joguei e não estou feliz. =/

Pra começar nunca fui fã da série The Elder Scrolls (TES), pra ser honesto, eu nunca tinha ouvido falar da série até jogar Oblivion, que pra mim sempre foi apenas Oblivion, me assustei quando vi que era o quarto de um série.

Mas porque você não está feliz Zilla, você me pergunta. E essa é umas questão um tanto quando longa para se responder, mas eu tenho tempo. XD

O fato é, antes de Oblivion, eu joguei Fallout 3. E apesar de ser uma franquia diferente, Fallout 3 é meio que um sucessor espiritual do TES IV e como todo o bom sucessor que se preze, ele melhorou tudo que havia de ruim ao seu predecessor, além é claro de ter um cenário mais carismático e ser mais leve graficamente, porém falemos de Fallout em outra ocasião.

Enfim, Oblivion me tomou umas 4 tentativas para eu começar a jogar. As três primeiras foram bem frustradas, aonde a terceira conseguiu me levar a até fechar, com muito custo, um dos portais do Oblivion, mas não tinha me cativado e desinstalei o jogo.

Um dia desses me deu a louca de instalar o jogo mais uma vez, desta vez eu estava mais preparado e baixei alguns mods básicos apenas para me animar com o jogo.

Na verdade eu acho que é isso que está errado com o jogo, não que modificações sejam algo errado, mas quando um jogo só se torna jogável quando você o enche de modificação é sinal de que tem algo errado.

Enfim, estou jogando e... bom... o jogo é bonito, mas ele é muito punitivo. Eu só consegui começar a jogar mesmo quando baixei a dificuldade para 25%, pois descobrir que o desafio está apenas na quantidade de HP que os oponentes possuem e cá entre nós, o sistema de combate já é demasiado longo sem esse HP extra.

Falando em combate, este é um saco. Não há estratégia e nem gameplay é simplesmente "bloqueio-ataque-repete" e nem mesmo as "skills" que você aprende com o passar dos níveis mudam muito o combate. E essa mesmice é durante o jogo inteiro, não há bosses, só inimigos um pouco mais "fortes", mas nada que sequer tente dar um tom épico à batalha. É pedir demais um pouco de inteligencia aos inimigos? Formas diferentes de combate ou pelo menos situações que te impossibilite de usar as mesmas táticas de sempre? Vamos lá, até Zelda I no NES tinha mais variedade que TES IV.

Que a propósito isso é algo que me irrita com muitos jogos recentes. São lindo graficamente, possuem física realista e o escambau, mas a jogabilidade é bem... como dizer... desinteressante. Sabe, eles tacam o Havoc ali e pensam que já basta pro jogo ser jogável. Até é, mas num mundo tão bonito eu sinto falta de pulos mais precisos, de resposta mais rápida nos comando, de variedade de táticas que podem ser aplicadas com a jogabilidade que lhe é dada.

A musica é bem esquecível, não é ruim, mas se estiver tocando ou não, não faz diferença. Ela não cria clima e nem te dá aquela felicidade de ir para um lugar só pra ouvir a musica... Ah! Saudades da Vila Kakariko.

A atuação das vozes não é ruim também, mas é bem monótona e repetitiva. Se você não ouvir a mesma voz por vezes seguidas, provavelmente vai ouvir o mesmo texto por vezes seguidas.

Mas não só isso, os textos são em si pouco interessantes. Nada é visto com profundidade é tudo superficial e muitas quests acabam virando um mero vá do ponto A ao B e faça coisa X, onde X pode ser matar, falar e/ou pegar um objeto, e depois é só voltar pro ponto A.

Não que eu ache que dê pra fugir muito disso, mas ao menos dá para tornar mais interessante, criar mais roteiro, mais conteúdo para cada quest. Tudo bem que ia ser demorado e cara botar os atores pra todo esse conteúdo, mas quem precisa de voz para cada linha de texto? Eu posso ler e se for interessante eu leio mesmo, se não fosse assim não teria zerado nenhum RPG até hoje. O esquema é só fazer um texto leve e interessante, que tá resolvido, não precisa ser falado.

Enfim... O jogo deixa muito a desejar. A jogabilidade é cansativa, os texto são cansativos e a história não é interessante, o que pra um RPG é mais do que motivos suficientes para não jogá-lo.

Provavelmente, eu estou perdendo algo por não conhecer a série. Mas se for só esse o motivo eu não vou me forçar a jogar os anteriores.

Porém se vocês conseguirem jogar aqui vai algumas dicas de seu lagarto favorito:

- Ao criar um personagem, evite signos que possuam apenas poderes que só podem ser usados uma vez por dia (entenda dia como "o período entre uma cochilada e outra em jogo"), ou seja, passe longe do The Lover, o poder de paralisia aparenta ser muito bom, mas o limite de um por dia e a falta de qualquer outro bônus para o signo o torna bem inútil, você ficará melhor com The Aprentice ou The Warrior.

- Faça uma classe customizada. Basicamente você precisa de praticamente todas as skills do jogo para poder avançar e explorar o mundo livremente. Então é bom você ter um personagem mais adaptado ao seu estilo de jogo do que "tentar o desafio de se jogar com a classe X". Em suma, as Major Skills são mais fáceis de upar e são atraves delas que você passa de nível, apenas lembre-se que isso não reduz a funcionalidade das Minor Skills que apenas progridem mais lentamente e não influenciam no seu nível.

- Falando em classe customizada, as skills mais importantes do jogo serão:

A) Restoration, para te poupar de comprar ou fazer poções de cura, liberá espaço no seu inventory e te poupa de no meio de uma dungeon ter que sair só porque você acabou de usar a ultima poção. Além do mais, diferente do HP, MP recupera com o tempo;

B) Security, porque sempre há uma porta fechada e sem chave no seu caminho ou você pode substituir a skill por Alteration, que possui magias que abrem trancas (o que eu recomendo, já que o minigame de abrir fechaduras é um saco), porém Alteration te limita ao nível de dificuldade das trancas enquanto Security te permite tentar abri as fechaduras mesmo a níveis baixos da skill;

C) Sneak, porque é sempre bom ter a chance de matar alguem sem que ele possa reagir, além de te dar vantagem estratégica e evita de que todos o goblins da dungeon caiam em cima de você de uma vez; e

D) Marksmanship, porque diferente das armas de fogo em Fallout, arcos não fazem barulho, ou seja, se você tiver uma mira boa e estiver em Sneak, será capaz de matar os oponentes antes mesmo que eles entendam que aquelas flechadas doem (o que a propósito é um bug muito chato do jogo, com uma boa distancia, você consegue ficar atirando flechas nos inimigos constantemente sem que eles sequer descubram a sua presença, mesmo que tenha uns 5 outros inimigos ao lado do alvo).

- E falando em skills importantes, vamos às que você não precisará sequer olhar para elas:

A) Speachcraft, totalmente inútil até aonde eu consegui chegar com a skill. Não é necessário valores altos para o minigame e os NPC normalmente vão te dar a informação que você quer sem precisar chegar muito longe com a "reação" dele. Tirando que mesmo assim, são poucas as vezes que você vai precisar realmente usar essa skill e mesmo assim você pode subornar o NPC caso qualquer coisa;

B) Merchantile, não vi utilidade, tirando a possibilidade de barganhar por preços mais baixos, porem, depois de um certo ponto, você raramente vai precisar comprar algo das lojas já que os inimigos e as dungeons irão te prover da maioria dos itens que você irá precisar durante o jogo. Infelizmente, magias só comprando mesmo. Há também a possibilidade de se investir nas lojas em níveis mais altos da skill, porém não sei dizer o quanto isso é bom ou não; e

C) Light Armor, nada haver você diz? Eu discordo. Todas as vantagens por ter níveis mais altos com essa skill ou Heavy Armor são praticamente as mesmo, com a diferença de que as Heavy dão muito mais proteção logo de início. Mas e a diferença de peso, você deve estar perguntando. Simples, a um certo nivel de skill, todo o peso da armadura que você está usando é ignorado. Em uma light armor isso já ajuda, mas em uma heavy é a melhor coisa que poderia te acontecer. Então desista de ser um elfo alegre, serelepe que usa armaduras leves e seja um elfo alegre, serelepe que usa armaduras pesadas, pois no fim do jogo é tudo a mesma coisa.

- De resto, todas as skills têm a sua utilidade, mas poucas são as que precisam ser postas como Major, a grande maioria você irá viver muito bem sem sequer tocar nelas. Eu mesmo levei sneak a 100 antes mesmo de qualquer major skill que eu tinha.

- Magias importantes são as de cura, visão noturna e detect life. Abuse delas e nunca mais se preocupe em usar uma tocha novamente na sua vida.

- Carregue sempre martelos. Mesmo que armorer não seja uma major skill sua. Seu equipamento vai sempre precisar de manutenção e tudo que você precisa é de um martelo (ou muitos caso a skill seja muito baixa), mesmo que seja pra concertar um vestido. Além de que, em níveis altos, você vai poder "concertar" o seu equipamento além dos 100% o que aumenta a eficiência deles, tirando que você também vai pode concertar itens mágicos.

- Entre para guilda de magos o mais rápido possível, mesmo que você não seja um mago, pois assim que você conseguir acesso a academia arcana, onde você poderá encantar os seus itens usando soul gems. E acredite, ter um regenzinho na armadura ajuda muito.

- Ajuste a dificuldade para 25% ou até menos. Não existe diferença real entre as dificuldades tirando a quantidade de HP dos inimigos, ou seja, mais difícil significa que o inimigos são mais resistentes, mas isso só alonga o combate e o combate é muito chato.

E para que suas aventuras seja um pouco mais agradáveis, eis uma lista de mods que eu recomendo que vocês peguem antes mesmo de começarem a jogar:

Adrenaline Oblivion: O jogo funciona em um sistema no qual o mundo ganha níveis junto com você, porém o desafio continua o mesmo. Com esse mod não só os inimigo evoluem com você como também crescem em números. Ou seja em um lugar que você acharia 2 inimigos independente do seu nível, você corre o risco de encontrar 6 ou mais dependendo do seu nível. Esse mod deixou o jogo mais desafiante e interessante depois que eu o instalei. Como uma vez em que eu usei o fast travel para ir a um lugar e como sempre o cavalo veio junto estava chuvendo forte pacas e eu tava me amarrando no cenário e quando eu percebo uma matilha de lobos aparece para atacar o meu cavalo. Foi sofrivel matar quase 8 lobos sem ferir o cavalo. Coisas assim não rolam com o jogo normal.

Less Annoying Magic Experience (LAME): Muda um pouco da mecânica das magias, torna as magias de quest mais uteis, cria mais algumas e as subdivide por escolas no seu tomo. Um must have pra que usa magias e pra que não as usa tanto assim. (PS: O link está certo, mas quando eu testei tava dando erro =/)

Oblivion PolyGone Overhaul [OPO]: Reduz o numero de polignos de certos elementos do cenário, sem a perda de qualidade e com um certo ganho de FPS.

Modificação de corpos como o HG EyeCandy Body: Sério, os personagem parecem macacos anorexos e aidéticos nesse jogo e essa modificações, apesar de pesarem um pouco no jogo, são bem vindas, afinal o mundo é do jogo é muito bonito, por que o seu personagem não pode ser?

KSTN Stylized Stance e KSTN Heavy Blade Stance: O melhor animation replacer que eu vi até agora. As animações são muito boas, possuem o peso certo e não deixam o combate parecido com uma briga de macacos com paus, como no default e nem como um balé de quinta como muitos outros replacers que têm por ai.

Existem muitos outros por ai que você podem gostar ou achar indispensáveis. Esses não são todos que eu uso, mas são os que eu acredito que deixaram o jogo bem mais interessante de se jogar.

Qualquer coisa entrem no www.TESNEXUS.com, se registrem, gratuitamente, e procurem por outros mods. Tem muita coisa boa por lá.

Oblivion não é um jogo de todo ruim eu só o acho totalmente desinteressante, ele poderia ser bem melhor se a Bethesda tivesse posto um pouco mais de esforço nele. É jogável do jeito que está, melhora com algumas modificações, mas ainda assim, ficou muito aquém para um jogo que poderia ser muito mais.

Agora tenho que voltar para Cyrodil, tenho mais de 100 horas de jogo e sequer cheguei perto de um portão do Oblivion. Só os deuses sabem como é que esse mundo não acabou ainda.