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sábado, 7 de março de 2020

Pokémon Mystery Dungeon tá bem lindão


Eu estava bem alheio a Pokémon Mystery Dungeon: Rescue Team DX para o Nintendo Switch, afinal era um remake de um jogo de Game Boy Advance e Nintendo DS com potencial bem limitado (afinal, é um Mystery Dungeon) pelo preço de US$ 60. Alguém deveria fazer um artigo sobre como a Nintendo está errando na precificação de seus jogos, só dizendo.

Uma coisa que eu ainda não havia prestado atenção no entanto é como ele estava bonito. O estilo utilizado para reproduzir mais ou menos o conceito do original mas em 3D faz parecer uma arte com lápis de cor bem simpática. Me fez imaginar como seria legal ver um jogo de Pokémon de aventura com esse mesmo estilo.


No Game Boy Advance e Nintendo DS o jogo usava tiles 2D, pedaços repetidos e meio enjoativos de cenário com uns 16x16 pixels. Nessa versão presumo que ainda haja um pouco de repetição, mas os efeitos visuais fazem os cenários parecerem desenhados à mão, muito bonitos. Teriam caído bem com algo estilo The Legend of Zelda também.

Pensando em como esses visuais tornam o jogo bem mais agradável de olhar, a ponto de aumentar pontos em uma nota de review, lembrei que eu mesmo fiz uma review do Pokémon Mystery Dungeon original em 2006 para o site CasaDosJogos.

Acho que ela ainda serve como uma análise do conceito do jogo, sem considerar possíveis mudanças que o tenham deixado melhor nessa nova versão. Editei também algumas partes datadas que falavam sobre as diferenças entre as versões do GBA e DS para não ficar confuso. Deem uma olhada:

Então você é fã de Pokémon? Talvez seja uma boa ser fã de Mystery Dungeon antes de pular neste aqui... O jogo é uma versão Pokémon da série Mystery Dungeon da produtora Chunsoft, com muito mais personalidade do que o comum. O esquema não é novidade e já ficou conhecido no PlayStation One com Chocobo, personagem da Square Enix em um jogo próprio da série. O universo Pokémon sem dúvida tem um bocado de conteúdo, e ele acaba por enriquecer um design um tanto quanto genérico.
O jogo conta a história de um humano que se tornou um Pokémon, você, e que abalou o equilíbrio do mundo, exigindo que ele parta em uma jornada para consertar tudo. Aproveitando sua condição, ele encontra um parceiro e monta um time de resgate para ajudar Pokémons que possam precisar de auxílio devido aos desastres naturais que servem de pano de fundo para o jogo. Apesar da história não ser ruim e ter lá seus momentos, muitas vezes ela é contada como se fosse vista por crianças, demorando para tirar conclusões óbvias, ou mostrando flashbacks de coisas que aconteceram dois minutos atrás, mesmo sem o jogador ter tido intervalos para salvar.
Virar Pokémon pode não ser uma escolha, mas qual deles você será, é. Há aproximadamente uma dúzia de Pokémons para você jogar, mas enquanto seu parceiro será uma escolha direta, o seu destino dependerá de perguntas que serão feitas no início do jogo. Muito calmo deverá lhe render um Bulbasaur, assim como muito corajoso, um Charmander, e muito esperto, um Squirtle. Há alguns outros, como Cubone para os solitários.
O resto do jogo se passa em uma pequena comunidade Pokémon, que particularmente, eu não gostei, achei que saiu bastante do que já foi mostrado sobre os monstrinhos até hoje. Sendo um Pokémon, você conversa com eles normalmente, e eles são tão espertos e vivem de forma tão organizada em sociedade que simplesmente destoa demais do clássico desenho que a maioria de nós assistia todas as manhãs.
Nesta pequena cidade também ficará sua base, onde você receberá pedidos de socorro, também gerados aleatoriamente, em maioria, pelo correio, entregues por um Pelipper. Fora dos labirintos a jogabilidade é mais livre, mas tenho que dizer que preferiria um mapa interligado do que o tradicional mapa central pelo qual você viaja entre pequenos pontos.
Sim, labirintos. A série Mystery Dungeon provavelmente ganhou esse nome com o genial conceito (ao menos devia ser há anos atrás) de labirintos gerados aleatoriamente, com fases que nunca são iguais, o que em teoria, e somente em teoria, traria diversão infinita. Como na prática, a teoria é outra, o jogo sofre de uma enorme falta de profundidade nas fases, sempre sendo muito monótonas e repetitivas, com Pokémons espalhados pela fase e às vezes delegando a sua sobrevivência puramente para sorte. Depois de um tempo surge um ou outro elemento novo, mas simplesmente não são suficientes para sustentar esse design.
A jogabilidade confia mais ou menos na grade de construção das fases, por assim dizer, blocos pelos quais os personagens se movem. Não há movimentação livre, ele sempre anda uma porção X de espaço com um toque na direção, e esse movimento em espaço X, é o equivalente a um turno. Conforme você anda, é montado um mapa na sua tela, e não é incômodo como pode parecer, até um pouco invisível se você não prestar atenção.
É justamente onde entra o elemento Pokémon que Mystery Dungeon consegue se segurar melhor. O sistema de batalhas pode não ser divertido ou profundo como na série principal, mas ele reproduz bem as mesmas características, desde as efetividades, até habilidades especiais e os golpes, aprendidos nos mesmos níveis. Ah sim, níveis, você ganha EXP normalmente nas lutas, mas eu realmente preferiria que não houvesse uma reprodução tão boa, pois subir de nível é um suplício sem igual. Não bastasse ser monótono, você terá que fazer isso várias vezes com outros Pokémons. Por que? Explico abaixo.
Após certos eventos da história, você terá a opção de recrutar novos membros para seu time de resgate, entrando novamente o Catch'em All, já que você pode realmente procurar e recrutar todos, mas eu não recomendo. O recrutamento é feito ao derrotar o personagem em um labirinto, ocasionalmente eles pedirão para entrar no seu time, e então você terá que cuidar dos níveis deles também. Não preciso dizer que as AIs são chatas, não? Mesmo sendo configuráveis e até mesmo podendo melhorá-las com itens, eu simplesmente não confiaria neles para não caírem no chão de nariz.
Devido aos desastres naturais, os Pokémons estão bem irritados, e você terá que enfrentá-los durante suas missões de resgate. Você pode selecionar seus golpes por um menu, o que no fundo lembra um pouco a série principal. Do Tackle ao Ember seus golpes gastarão um turno, um PP, e em seguida seu adversário atacará, o que de certa forma é entediante. Você não precisa sempre abrir o menu, pode selecionar um golpe para ficar acessível por um atalho.
Os PPs me parecem acabar muito rápido considerando o número de batalhas, mas como os labirintos são aleatórios mesmo, é uma questão de sorte para quanto tempo você leva para achar a próxima saída. No final dos labirintos você ainda costuma enfrentar alguns chefes, que não passam de Pokémons mais fortes para torrar sua paciência. Há mais coisas envolvidas nas lutas, como interligar golpes para atacar duas vezes no mesmo turno, disparar itens, mas tudo tenta disfarçar uma monotonia máxima de que você vai querer fugir das lutas depois de um tempo. A música é diferente para cada labirinto mas é igualmente repetitiva sempre, de uma forma que irrita com facilidade.
Para um jogo tão repetitivo, faltou algo que poderia tornar esse tipo de jogo um sucesso: um bom multiplayer cooperativo. A divisão em turnos tornaria possível até mesmo um fácil multiplayer online, mas não temos sequer multiplayer local, o que é bastante decepcionante.
Pokémon Mystery Dungeon não é ruim logo de início, é simplesmente a sensação de que nada acontece para mudá-lo que poderá desanimar o jogador. Assim como se você for um fã da série Mystery Dungeon, vai adorar essa mesmice característica da série, e há bastante espaço para continuar jogando, como recrutar todos os Pokémons existentes.
O ponto principal é que realmente esse jogo agradará muito mais aos fãs de Mystery Dungeon do que os fãs de Pokémon, estes com certeza preferirão esperar um jogo da série principal para capturar todos pra valer, e acho que nem encontrarão uma distração de qualidade aqui, mas os jogadores de GameBoy podem agradecer o lançamento pela escassez.
Nota: 7.5/10

domingo, 3 de março de 2019

O novo portátil da Nintendo


Quando a Nintendo revelou o Nintendo Switch eu tive certeza de uma coisa: "Isto não é um híbrido, isso é um console". Desde a revelação tive total certeza de que o Switch não era um portátil por uma série de fatores. Muito grande, muito caro, pouca bateria, filosofia de console. Toda essa certeza me levou a considerar um fator quando eu fiz minha previsão de vendas do Nintendo Switch: "Daqui a dois anos a Nintendo vai lançar um novo portátil".

Se eu achasse que o Switch era um portátil, até o pior portátil da empresa, o Nintendo 3DS, vendeu 80 milhões, não haveria porque achar que o Switch não atingiria esses níveis. O que eu vejo no Switch porém é o legado de vendas do Wii U, do GameCube, do Nintendo 64, videogames que majoritariamente venderam para fãs da Nintendo, em maior ou menor escala.

Ainda assim muitas pessoas acabariam achando que ele é um portátil por um tempo e isso ajudaria em suas vendas. Isso era esperado, pois Super Mario 3D Land, um "falso híbrido" de Mario 2D e 3D tinha vendas exatamente no meio entre as vendas de Mario 2D e 3D, o que dá a entender que parte do público compra a ideia de um híbrido, mas não todo ele.


O que faria essa imagem de híbrido se perder por completo? O anúncio de um novo portátil de verdade da Nintendo. Vamos ser sinceros, a Nintendo é conhecida por sua famosa estratégia de tiro no pé e o que seria mais tiro no pé do que lançar um "híbrido" que diz que é portátil e logo depois lançar um portátil de fato?

A questão para eu ter tanta certeza sobre o lançamento do portátil é que o Switch não atende uma parcela enorme do público da Nintendo. O alto preço do Switch de US$ 300 cria uma lacuna para um portátil mais barato do que ele na casa dos $150 ou menos, preço aliás que era o do Nintendo DS. O 3DS lançou por US$ 250 e foi um fracasso, exigindo um corte de preço seis meses depois para US$ 170.

Dá pra ver que as pessoas têm expectativas bem diferentes sobre cada tipo de plataforma. O Nintendo 3DS era um absurdo por US$ 250, cem dólares mais que o do DS, enquanto o Switch de US$ 300, o dobro do preço, não causou nenhuma revolta e vendeu bem. Porque as pessoas o estavam comparando a um console, cujo preço de lançamento costuma ser US$ 400. Na mesma época que o Switch foi lançado o PlayStation 4 custava US$ 350 e o Xbox One US$ 250, o que o deixou numa boa média.

Isso significa que a Nintendo precisa de um portátil para preencher essa lacuna que o Switch não preenche e eu tinha certeza que já teríamos ouvido falar dele no ano passado, não um anúncio oficial, mas falas suspeitas de que algo iria acontecer. Ao invés disso tudo que tivemos foram rumores sobre um novo modelo do Switch. Como outros sinais continuavam caminhando me questionei o que houve, até perceber todo o atraso da agenda da Nintendo como um todo, como já mencionei em outros posts.


Agora parece que finalmente o anúncio oficial está vindo, talvez até para a E3, quem sabe. Pela primeira vez desde que o Switch foi lançado a Nintendo está preparando jogos de portátil para o Switch. jogos como The Legend of Zelda: Link's Awakening e Pokémon Sword & Shield são primariamente jogos portáteis e Link's Awakening especificamente é simbólico do GameBoy.

Então como será o novo portátil da Nintendo? Aí está uma pergunta interessante, eu não sei. Há coisas que não dá pra prever, como qual caminho a Nintendo irá seguir. Eu imagino quatro possibilidades, duas delas baseadas no que eu acredito que vá acontecer, uma pouco provável e uma que negaria tudo que eu falo. Vamos olhar uma a uma.

1- Nintendo 4DS, Nintendo 3DS Next, ou qualquer que seja o nome dele. Neste caso seria um portátil completamente novo, uma sequência direta da linha do Nintendo 3DS, ou até da linha GameBoy, sem ligação com o Switch. Novo hardware, novos jogos, Zelda e Pokémon talvez até saiam nele, mas seriam ports e assim por diante. Adeus papo de híbrido.


Seria o pior tiro no pé para a Nintendo, mas eu não acho que seja o que ela vai fazer. Afinal, ela unificou seus estúdios de portátil e console por um motivo... apesar de eu não ter visto os resultados disso ainda. Não houve aumento na produção de jogos para o console e não houve mais jogos portáteis saindo, o que é estranho.

2- GameBoy Switch, ou Nintendo 3DS Switch ou qualquer coisa que tenha Switch no nome mas também seja um portátil separado. No caso seria uma versão portátil do Switch, hardware semelhante, algumas coisas cortadas como tela menor, sem joycons, tudo para baratear e entregar um aparelho pequeno e barato que rode os jogos do Switch. Mantém toda a linha unificada e ainda preenche aquela lacuna, apesar de ter alguns problemas de foco.


Essa é uma das que eu aposto. Acho que o nome não seria tão próximo do Switch como, sei lá, Switch Jr. para não haver a mesma confusão que foi o Wii e o Wii U. Para solucionar esse problema ela pode até ressuscitar a marca GameBoy que sempre foi sinônimo de portátil. Nesse caso Zelda e Pokémon fazem ainda mais sentido.

3- Nintendo Switch Jr. ... Tá, digamos que a Nintendo não tenha aprendido a lição do Wii/Wii U e ela resolva lançar um novo portátil chamado Switch Jr. ou algum outro nome muito próximo do Switch como Switch Pocket, entre outros. Mais barato, menor, tudo que o GameBoy Switch é como eu falei acima, mas com o mesmo nome do Switch basicamente. Na verdade eu acho esse cenário bastante provável, tanto quanto o GameBoy Switch, se não mais.


Aqui o maior problema seria explicar para as pessoas que o Switch e o Switch Jr. seriam plataformas separadas. Muitos fãs da Nintendo e muitos sites somariam as vendas de ambos para contabilizar como se fossem apenas um videogame e isso atrapalharia muito as coisas. Para a Nintendo não, seria ótimo, afinal faria parecer que sua plataforma é ainda maior.

Se pensarmos nas vendas da Nintendo por geração, somando consoles e portáteis, como seria mais ou menos esse cenário? Super Nintendo e GameBoy com aproximadamente 150 milhões, ou poderia ser Nintendo 64 e GameBoy com 130 milhões. GameCube e GameBoy Advance com 120~130 milhões. Nintendo Wii e Nintendo DS com 250 milhões. Wii U e Nintendo 3DS com 90 milhões.

Estaríamos olhando para um Switch e Switch Jr com capacidade de 100 milhões pelo menos, vendas que seriam um sucesso para um console, mas nem tanto assim para um portátil. Vale lembrar que esses números mencionados não significam um total de consumidores pois não sabemos o quanto os donos de console e portátil se sobrepõem.

4- Nintendo Switch Lite? Digamos que eu esteja errado. Então a Nintendo lançaria o Nintendo Switch Lite, ou Slim, ou Plus, qualquer coisa assim. Exatamente o mesmo Switch de antes, apenas levemente alterado. Uma revisão de hardware, sem focar-se na portabilidade. Neste caso eles estariam investindo pesadamente na proposta do híbrido.

A Nintendo estaria praticamente provando que eu estou errado ao afirmar que o Switch é um console durante todo esse tempo, não fosse por um problema. A lacuna. Mesmo uma versão revisada do Switch não atingiria o valor de um portátil como um DS ou 3DS e continuaria a não vender para esse público.

Não resta muito senão aguardar e ver qual caminho será tomado, então vamos ver se a Nintendo se organiza para revelar logo seu próximo passo.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Por que não podemos ter Zeldas legais?


Recentemente a Capcom anunciou uma parceria com a Nintendo para trazer um pacote especial de The Legend of Zelda para um de seus novos jogos para Nintendo 3DS, Monster Hunter Stories. A questão é que... por que essa mera colaboração tinha que parecer tão melhor do que todos os jogos de The Legend of Zelda lançados para o Nintendo 3DS?

Não me entendam mal, The Legend of Zelda: A Link Between Worlds foi incrível, porém nada ambicioso. The Legend of Zelda: Ocarina of Time e Majora's Mask meros remakes. Em momento algum tivemos um novo The Legend of Zelda em 3D nos moldes desses do Nintendo 64 ou que sequer parecessem como esse pacote temático de Monster Hunter Stories.


Se não ficar claro, quando eu falo desse tipo de coisa eu nunca estou me referindo a gráficos. Ser 2D ou 3D não importa, mas ser capaz de ver um horizonte ou não em um jogo de aventura faz toda a diferença, e é uma das minhas maiores críticas a Pokémon, por exemplo, que mantém sua câmera aérea. Falta ambição, falta vontade de ser épico.

Basicamente a Nintendo ou não tem ambição de criar uma aventura épica em um portátil como antigamente, só conseguindo pensar em como o próximo Zelda ficará lindo nos consoles, ou não acredita no lucro obtido em investir um pouco mais em um jogo portátil, algo que a Capcom claramente acredita existir, então talvez a Nintendo não devesse ignorar.

Isso é ainda mais estranho quando nos lembramos da época do GameBoy Color e GameBoy Advance. Esta é a mesma Capcom que antigamente cuidou de alguns dos melhores capítulos da série The Legend of Zelda portáteis para a Nintendo. Para quem não sabe, a Capcom fez em parceria com a Nintendo os jogos The Legend of Zelda: Oracles of Seasons/Ages e The Legend of Zelda: The Minish Cap.

Quando eu vejo esse vídeo de Monster Hunter Stories, eu vejo muito desses jogos nas imagens. Apenas nas imagens, pois cá entre nós, o jogo em si é um RPG bem diferente de Zelda, mas o vídeo foi feito para captar a alma de um The Legend of Zelda, desde o garoto Zelda e suas roupas verdes, até sua eguinha Pocotó e aos triângulos locões que caem do céu.


Este vídeo nos mostra uma alternativa, um caminho que a Nintendo não toma, como poderia ser épico um novo The Legend of Zelda com ambição no Nintendo 3DS. Normalmente aqui no blog apenas trabalhamos com hipóteses, "imaginem como poderia ser legal", mas aqui a Capcom nos mostrou exatamente o que estamos perdendo.

Onde está a Triforce da Coragem para dar à Nintendo a ambição de levar suas franquias adiante?