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terça-feira, 25 de junho de 2019

Por que Final Fantasy 7 vai falhar


Final Fantasy 7... o jogo mais empolgante da E3 2019... pode falhar. Não é uma previsão concreta de que vai dar errado, mas uma preocupação de que possa. Mas como? A demo apresentada pela Square Enix na E3 desse ano foi tão impressionante. Parece uma reimaginação perfeita de um dos maiores clássicos dos videogames. Por este motivo mesmo, está perfeito.

Perfeição custa caro, custa tempo de produção e a Square Enix não parece ciente do que significa isso para um jogo da dimensão de Final Fantasy 7. Quando foi anunciado que o jogo viria em capítulos é porque fazer um remake dessas proporções de FF7 significa literalmente que cada trecho do jogo original terá a complexidade de um jogo inteiro atual.

As coisas começam a ficar preocupantes quando um jornalista do site Kotaku pergunta em uma entrevista ao produtor do jogo, Yoshinori Kitase, quantos capítulos serão no jogo completo e ele responde: "Infelizmente não podemos dizer nada sobre os jogos futuros, porque nós mesmos não sabemos". Isso não soa muito bem planejado.

Isso me trouxe flashbacks da época da criação de jogos amadores e fangames, quando víamos projetos começar, mas nunca serem terminados. Um dos maiores problemas era sempre esse, a escala do projeto. Acabava se tornando uma piada recorrente porque montar um "demo" em alguns meses e receber elogios era fácil, realizar toda a obra sem receber um apoio moral constante era extremamente difícil.


Eu mesmo tenho um projeto de larga escala que nunca terminei, o jogo Pokémon Jumper. Minha ideia era relativamente simples, um jogo sobre os 84 episódios da primeira temporada de Pokémon. O problema é que eu levava meses para criar os gráficos e a jogabilidade de cada episódio e em muitos anos apenas consegui terminar 14 deles.

Em algum momento você faz as contas sobre o tempo de produção e chega a conclusões que inviabilizam o projeto: "Se eu levei 3 meses para adicionar 1 episódio e são 84 episódios no total... multiplica por três... sobe o um... corta o zero... move a vírgula... noves fora... eu levaria mais de 20 anos para terminar! D=". Contas essas que deveriam ter sido feitas bem antes, mas não foram devido à empolgação.

Agora voltemos para Final Fantasy 7 e pensemos. Levará entre dois a três anos para a Square Enix terminar apenas a parte de Midgard do jogo, a qual é de longe a mais simples e linear em todo o game. Final Fantasy 7 é um jogo de mais de 40 horas, se considerarmos que Midgard equivale a aproximadamente 5 horas de jogo ou mais, quantos anos a Square levaria para refazer todo o jogo?

Meu maior problema é a "perfeição" apresentada. Observem o gameplay da E3 2019, ele está perfeito. Essa é a questão, como poderiam fazer o resto do jogo com esse nível de perfeição? Não estou falando apenas de visual, mas de design, a complexidade da luta. Conseguem imaginar quanto tempo se leva para atingir esse nível de qualidade em um simples trecho de jogo que levará menos de uma hora para ser completado? São meses.


Tudo bem, a Square Enix é uma empresa grande. Se ela quiser dedicar, sei lá, 10 anos da agenda dela para publicar vários capítulos do remake de Final Fantasy 7, ela pode, não é mesmo? Eu comecei o Pokémon Jumper muito cedo, ainda no meu IBM 486 de 100 mhz com 8 MB de RAM e 256 cores, se contássemos desde aquela época até hoje eu poderia tê-lo terminado mesmo com a requisição de 20 anos de desenvolvimento.

Porém sabe o que também acontece em um período de tempo tão longo? As coisas mudam. O estilo de jogo que eu queria fazer com 15 anos é diferente do que eu queria fazer com 25, prioridades mudam, o jeito de fazer as coisas muda, a vida acontece. Eu ainda faço o jogo por hobby a propósito, mas como isso se aplica a Final Fantasy 7?

Uma agenda longa de desenvolvimento e lançamento significa que os capítulos poderão ser afetados pela época em que serão desenvolvidos, pelas pessoas que estarão tabalhando neles, pelo estado do mercado no momento, pela performance dos capítulos anteriores, entre outros. Se o Capítulo 2 vender abaixo do esperado o planejamento e orçamento do 3 permaneceria o mesmo? Provavelmente não.

Por alguns desses motivos eu estou preocupado que Final Fantasy 7 acabe virando outra coisa no meio do projeto. Ao invés de um remake do jogo completo, um revival de melhores momentos, uma reimaginação profunda que não tenha mais como objetivo trazer a mesma experiência jogável do original, apenas relembrar alguns de seus melhores momentos com partes jogáveis.


Algo semelhante aconteceu com Final Fantasy Versus XIII que de tantos atrasos e reviravoltas virou Final Fantasy 15. Apesar de eu ter adorado o jogo, dá pra ver que o projeto original tinha muito mais coisa originalmente planejada e que não teve tempo, ou orçamento, para ser produzido, levando a história a ser conectada através de capítulos.

A ideia de capítulos interligados de maneira mais solta funciona completamente em FF15 porque a história que eles querem contar ainda é contada e não vimos o que foi cortado. O mesmo acontece no segundo CD de Xenogears, no qual a história é contada através de narração para interligar partes de jogabilidade soltas. Agora imaginem se cortassem pedaços de FF7, se partes inteiras fossem substituídas por narração.

Meu estado de preocupação no momento é maior que meu estado de esperança, mas como sempre, espero estar errado. Seria ótimo se a Square Enix conseguisse entregar um remake fantástico de Final Fantasy 7, porque cá pra nós, é um jogo que merece como Resident Evil 2. Se não der, a gente joga logo o Cloud fora e revisita Crisis Core para fazer justiça pelo Zack.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

State of Play com Final Fantasy 7 é bem melhor


Recentemente a Sony realizou sua segunda conferência "State of Play", a qual foi muito melhor em relação à primeira que foi basicamente um desastre como falamos antes. Por um lado as expectativas estavam bem baixas, mas por outro também tivemos algumas surpresas, como um novo trailer do remake de Final Fantasy 7.

O vídeo começou com um DLC de Monster Hunter World chamado Iceborne com cenários gelados e novos monstros para caçar. Não é muito relevante se você ainda não está na onda de Monster Hunter, mas ele se tornou o jogo mais vendido da Capcom recentemente, então era de se esperar que viessem alguns DLCs para faturar mais. Iceborne chega em 6 de setembro.


Depois foi apresentado um dungeon crawler simpático para quatro pessoas chamado Riverbond. O visual era agradável, mas não parecia ter personagens muito carismáticos. Ao invés disso ele tem crossovers com vários indies como Shovel Knight, Guacamelee e até alguns não tão indies como Psychonauts. Ele será lançado no "verão" norte-americano, nosso inverno.


O próximo anúncio também foi uma surpresa com Predator: Hunting Grounds. Seria um promissor multiplayer assíncrono com o Predator caçando jogadores enquanto eles tentam sobreviver contra todas as chances, mas... é da mesma equipe do jogo de Sexta-Feira 13... então eu não espero nada tão fantástico assim. Sairá só em 2020.


Então temos o que achávamos que era o jogo principal da apresentação: MediEvil, remake de um jogo originalmente do PlayStation One. Uma questão é que MediEvil já teve uma versão reimaginada no PSP e bem, não parecia precisar de um novo remake. Ratchet & Clank ficou ótimo no PS4, mas não me parece ser o mesmo caso.


Visualmente o estilo cartunizado de MediEvil promete funcionar muito bem com os gráficos atualizados, o que daria uma dose extra de carisma ao jogo. No entanto, o design de MediEvil é extremamente limitado pelo hardware do PSOne e sua jogabilidade em si é bem velha. Promete ficar ainda mais simples do que um Knack. O lançamento está planejado para 25 de outubro e provavelmente vai passar batido.

Meu interesse aumentou com o próximo jogo, chamado Away, mas foi temporário. Aparentemente nesse jogo você encarna o papel de um esquilo em meio a natureza. Precisávamos de mais jogos sobre animais e que explorem a beleza da natureza, mas... Away não parece ser isso. Tudo parece bem scriptado e pretensioso, mais sobre mostrar um monte de coisas do que simplesmente te deixar vivenciar uma experiência diferente.


Surgiu de repente um PlayStation 4 edição limitada da campanha Days of Play que eu realmente não sei qual foi a intenção, porque era um modelo bem sem graça, com símbolos dos botões do PlayStation na carcaça e nem mesmo vem com uns jogos maneiros pra animar quem queira comprar.

Então veio uma ótima surpresa, um novo trailer de Final Fantasy 7, mesclando cutscenes e gameplay. Há muita coisa nessa nova versão que me lembra de Final Fantasy 15, o que por um lado é bom e por outro nem tanto. Cloud está parecendo bastante com Noctis e em muitas vezes o príncipe era chato, mas Cloud é meio difícil de engolir durante boa parte do jogo. Espero que equilibrem bem isso.


Trata-se muito mais de uma releitura ou reimaginação do jogo do que de um remake, a sensação será muito mais atualizada e eu acho isso positivo, mas provavelmente gerará uma revolta considerável de pessoas que gostariam que fosse um remake fiel. Ele ainda será vendido em episódios, porque aparentemente algo deu muito errado no desenvolvimento desse jogo. Promessas de mais informações em junho, provavelmente na E3, apostaria em pelo menos o primeiro episódio no final do ano.

Na verdade já era pra Final Fantasy 7 ter saído desde o ano passado, mas parece que o desenvolvimento, supostamente terceirizado para um dos estúdios secretos do Japão, não atingiu o nível que a Square esperava e a fez recomeçar tudo do zero internamente. Eu não tenho como tirar conclusões até ver os rumos de alguns outros jogos que não são relacionados com Final Fantasy, mas aprecem ter envolvimento desse mesmo estúdio secreto.

Foi uma apresentação melhor que a anterior por dois motivos: primeiro... não dava pra ser pior que a anterior... segundo, o trunfo de Final Fantasy 7 que sempre agita. É um dos poucos jogos de peso que ainda esperamos para essa geração após os sonhos açucarados do remake de Resident Evil 2. Essa apresentação ao menos já fez valer mais a pena a existência do State of Play, mesmo que por pouco.

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