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terça-feira, 25 de junho de 2019
Por que Final Fantasy 7 vai falhar
Final Fantasy 7... o jogo mais empolgante da E3 2019... pode falhar. Não é uma previsão concreta de que vai dar errado, mas uma preocupação de que possa. Mas como? A demo apresentada pela Square Enix na E3 desse ano foi tão impressionante. Parece uma reimaginação perfeita de um dos maiores clássicos dos videogames. Por este motivo mesmo, está perfeito.
Perfeição custa caro, custa tempo de produção e a Square Enix não parece ciente do que significa isso para um jogo da dimensão de Final Fantasy 7. Quando foi anunciado que o jogo viria em capítulos é porque fazer um remake dessas proporções de FF7 significa literalmente que cada trecho do jogo original terá a complexidade de um jogo inteiro atual.
As coisas começam a ficar preocupantes quando um jornalista do site Kotaku pergunta em uma entrevista ao produtor do jogo, Yoshinori Kitase, quantos capítulos serão no jogo completo e ele responde: "Infelizmente não podemos dizer nada sobre os jogos futuros, porque nós mesmos não sabemos". Isso não soa muito bem planejado.
Isso me trouxe flashbacks da época da criação de jogos amadores e fangames, quando víamos projetos começar, mas nunca serem terminados. Um dos maiores problemas era sempre esse, a escala do projeto. Acabava se tornando uma piada recorrente porque montar um "demo" em alguns meses e receber elogios era fácil, realizar toda a obra sem receber um apoio moral constante era extremamente difícil.
Eu mesmo tenho um projeto de larga escala que nunca terminei, o jogo Pokémon Jumper. Minha ideia era relativamente simples, um jogo sobre os 84 episódios da primeira temporada de Pokémon. O problema é que eu levava meses para criar os gráficos e a jogabilidade de cada episódio e em muitos anos apenas consegui terminar 14 deles.
Em algum momento você faz as contas sobre o tempo de produção e chega a conclusões que inviabilizam o projeto: "Se eu levei 3 meses para adicionar 1 episódio e são 84 episódios no total... multiplica por três... sobe o um... corta o zero... move a vírgula... noves fora... eu levaria mais de 20 anos para terminar! D=". Contas essas que deveriam ter sido feitas bem antes, mas não foram devido à empolgação.
Agora voltemos para Final Fantasy 7 e pensemos. Levará entre dois a três anos para a Square Enix terminar apenas a parte de Midgard do jogo, a qual é de longe a mais simples e linear em todo o game. Final Fantasy 7 é um jogo de mais de 40 horas, se considerarmos que Midgard equivale a aproximadamente 5 horas de jogo ou mais, quantos anos a Square levaria para refazer todo o jogo?
Meu maior problema é a "perfeição" apresentada. Observem o gameplay da E3 2019, ele está perfeito. Essa é a questão, como poderiam fazer o resto do jogo com esse nível de perfeição? Não estou falando apenas de visual, mas de design, a complexidade da luta. Conseguem imaginar quanto tempo se leva para atingir esse nível de qualidade em um simples trecho de jogo que levará menos de uma hora para ser completado? São meses.
Tudo bem, a Square Enix é uma empresa grande. Se ela quiser dedicar, sei lá, 10 anos da agenda dela para publicar vários capítulos do remake de Final Fantasy 7, ela pode, não é mesmo? Eu comecei o Pokémon Jumper muito cedo, ainda no meu IBM 486 de 100 mhz com 8 MB de RAM e 256 cores, se contássemos desde aquela época até hoje eu poderia tê-lo terminado mesmo com a requisição de 20 anos de desenvolvimento.
Porém sabe o que também acontece em um período de tempo tão longo? As coisas mudam. O estilo de jogo que eu queria fazer com 15 anos é diferente do que eu queria fazer com 25, prioridades mudam, o jeito de fazer as coisas muda, a vida acontece. Eu ainda faço o jogo por hobby a propósito, mas como isso se aplica a Final Fantasy 7?
Uma agenda longa de desenvolvimento e lançamento significa que os capítulos poderão ser afetados pela época em que serão desenvolvidos, pelas pessoas que estarão tabalhando neles, pelo estado do mercado no momento, pela performance dos capítulos anteriores, entre outros. Se o Capítulo 2 vender abaixo do esperado o planejamento e orçamento do 3 permaneceria o mesmo? Provavelmente não.
Por alguns desses motivos eu estou preocupado que Final Fantasy 7 acabe virando outra coisa no meio do projeto. Ao invés de um remake do jogo completo, um revival de melhores momentos, uma reimaginação profunda que não tenha mais como objetivo trazer a mesma experiência jogável do original, apenas relembrar alguns de seus melhores momentos com partes jogáveis.
Algo semelhante aconteceu com Final Fantasy Versus XIII que de tantos atrasos e reviravoltas virou Final Fantasy 15. Apesar de eu ter adorado o jogo, dá pra ver que o projeto original tinha muito mais coisa originalmente planejada e que não teve tempo, ou orçamento, para ser produzido, levando a história a ser conectada através de capítulos.
A ideia de capítulos interligados de maneira mais solta funciona completamente em FF15 porque a história que eles querem contar ainda é contada e não vimos o que foi cortado. O mesmo acontece no segundo CD de Xenogears, no qual a história é contada através de narração para interligar partes de jogabilidade soltas. Agora imaginem se cortassem pedaços de FF7, se partes inteiras fossem substituídas por narração.
Meu estado de preocupação no momento é maior que meu estado de esperança, mas como sempre, espero estar errado. Seria ótimo se a Square Enix conseguisse entregar um remake fantástico de Final Fantasy 7, porque cá pra nós, é um jogo que merece como Resident Evil 2. Se não der, a gente joga logo o Cloud fora e revisita Crisis Core para fazer justiça pelo Zack.
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segunda-feira, 25 de março de 2019
Aproveite sua Stadia
Essa semana foi realmente recheada de novidades, talvez a maior tenha sido a entrada do Google no mercado de games, ou a expansão pra ser mais exato, com o anúncio de seu novo serviço de streaming "Stadia". Para quem não sabe, streaming significa que seu jogo não roda no seu PC, ele roda nos super PCs do Google e você apenas recebe uma transmissão ao vivo de tudo. Dá pra ver que não é uma coisa muito legal logo de cara.
O problema com streaming de jogos é muito semelhante ao problema que o Kinect e a PS Camera enfrentaram ao tentar bater de frente com o Wii Remote. Uma câmera, por melhor que seja, apenas pode reagir depois que algo acontece. Com o avanço da tecnologia supõe-se que podemos chegar a um atraso tão mínimo de milissegundos que possa se tornar quase imediato e eliminar a estranheza, porém até agora não temos isso.
A tecnologia de streaming local do PS4 para o PS Vita funciona perfeitamente, porque são duas plataformas próximas se comunicando entre si, sem problemas. Tente fazer isso pela internet e nada funciona direito. A tecnologia que a Sony comprou do Gaikai para a PlayStation Now é bastante limitada e constantemente considerada inferior à retrocompatibilidade do Xbox One que simplesmente permite que você baixe os jogos antigos fisicamente e os jogue.
Para alguns jogos streaming não é um problema, jogos que não requeiram reflexos rápidos. Porém pegue um jogo até mesmo simples como Rocket League e um atraso de milésimos de segundo é a diferença entre você acertar uma bola e você acertar uma bola... mas ela logo depois atravessar você como se você nunca tivesse estado na frente dela. Considere alguns dos jogos mais populares hoje em dia como Fortnite, Apex Legends, Call of Duty, todos sofreriam imensamente.
Alguma vez já jogou um jogo antigo e pensou "nossa, eu costumava ser muito melhor nisso"? Descartamos apenas como falta de prática, mas na verdade muitos jogos antigos hoje sofrem delays causados pela emulação e hardware diferente do original. Talvez você não esteja errado, os jogos realmente respondam mais devagar. Por exemplo, um NES Classic ou SNES Classic tem um tempo de resposta muito melhor que uma máquina de emulação caseira montada com base em um Raspberry.
Vamos ser sinceros, se qualquer outra empresa dissesse que vai lançar jogos por stream, ninguém ligaria muito. A Microsoft mesmo anunciou seu xCloud e não houve muito interesse. estamos prestando atenção porque é o Google. Normalmente o Google não brinca com tecnologias e tem poder suficiente para dar o máximo de suporte para o que interessa à empresa.
Por ora o serviço apenas vai ser lançado em alguns países mais ricos e de conexões melhores, o que já significa uma taxa de exclusão para a maior parte do mundo. Porém se funcionasse neles já seria um ponto de partida. O Google pode ter mais servidores, mais potentes e mais próximos do que a maioria das empresas poderia pagar. Se a internet de algum país fosse uma barreira, ele consegue até mesmo melhorar a conexão daquele país se tiver vontade.
Porém digamos que se tratasse apenas de uma questão de força bruta. Que o Google vai botar sua força ao máximo para fazer isso funcionar... faz sucesso onde funciona no mínimo de uma forma decente? No Japão as conexões são bem potentes e acessíveis com grande velocidade na maior parte do país e eles já tiveram experiências com jogos por Stream.
Lá foram lançadas versões de Dragon Quest X para o Nintendo 3DS por Stream, e mais recentemente o Nintendo Switch recebeu versões de Phantasy Star Online 2, Resident Evil 7 e Assassin's Creed Odyssey. Nenhum desses jogos fez sucesso, mesmo Dragon Quest X que é uma série de grande porte no Japão.
Por ora não há nada que sugira que o Stadia será algo excepcional, porém sempre há aquela ponta de mistério quando se fala de uma empresa tão grande quanto o Google. Eles têm portas diretas para 80% dos dispositivos móveis do mundo, como smartphones, e não têm medo de usá-las. não acredito que a tecnologia já tenha atingido um ponto em que possa ser considerada "boa o bastante" para o usuário final, então acredito que o Stadia fracassará a menos que algo mude ou o Google force extremamente a barra.
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sexta-feira, 21 de outubro de 2016
Por que o Nintendo Switch vai falhar
Não cara, é brincadeira, não vai falhar. Devia ter visto sua cara. Sim companheiros, após essa geração de trevas com o Wii U e 3DS a Nintendo volta a nos apresentar algo que tem potencial de ser bom. A empresa revelou hoje em um vídeo curto seu novo videogame, o Nintendo Switch, anteriormente chamado pelo seu codinome Nintendo NX.
Infelizmente muitas das informações do Switch vazaram antecipadamente, então não houve realmente grandes surpresas, apenas confirmações. O Nintendo Switch é um console de mesa em formato de tablet que quando plugado em uma base envia jogos para sua TV enquanto você joga no sofá, porém ele também possui a capacidade de virar um portátil ao desplugar as laterais do joystick e plugá-las no console, uma espécie de híbrido como os rumores mencionavam.
Eu gostei bastante do conceito do console híbrido porque é muito mais fácil me convencer a comprar uma plataforma Nintendo para aproveitar os jogos dela do que duas. No entanto, não tenha dúvida, essa é uma estratégia de "terceiro pilar", como no Nintendo DS. Caso o Switch viesse a ser um fracasso, o que eu não acredito que vá acontecer, a Nintendo rapidamente lançaria um novo portátil para fingir que o Switch nunca teve a intenção de substituir esse segmento.
Há muitos pontos positivos a respeito do Switch, como a liberdade de jogar de várias maneiras, tanto como console como portátil, com joysticks tradicionais ou não, a sensação de clicar coisas e transformar seu videogame, entre outras que eu não vou perder muito tempo falando. O Switch parece muito legal, ponto. Essa é impressão que ele passa, ele é "legal" e essa é uma grande mudança para a Nintendo. O Wii U não parecia legal e teve que lidar com má vontade do público por isso.
O que a Nintendo tem com o Switch no entanto, não é uma garantia de sucesso, é potencial, boa-fé das pessoas. O público está novamente prestando atenção na Nintendo, mas ela ainda precisa honrar essa boa-fé, ela ainda tem muitas provações para passar. O que temos no momento é uma ótica positiva sobre os próximos passos que ela irá tomar.
Vamos deixar uma coisa clara, o Switch não é concorrente do PlayStation 4 e Xbox One, porém não da forma como você provavelmente está pensando. O Switch não é como o Nintendo Wii que não era concorrente do PlayStation 3 e Xbox 360, porque o Wii era o console dominante da geração. Pessoas tinham um Wii e depois um PlayStation 3 ou Xbox 360. Jogadores hardcores podem achar que isso era ao contrário, mas não, o Wii era o essencial, os outros dois eram os secundários.
Mesmo que faça sucesso, o Switch não será um sucesso como o Wii, ele não dominará a geração, ele será um segundo console para quem tem um PlayStation 4 e Xbox One, ao oferecer uma experiência diferente desses videogames e de seus sucessores. Não quer dizer que as vendas dele serão baixas, porque no momento não sabemos bem o que o Switch se tornará.
Por enquanto o Switch tem grande apelo com dois Tiers de consumidores, os fãs da Nintendo e jogadores que conhecem a Nintendo e não andavam comprando seus produtos. O terceiro Tier, os usuários que não conhecem a Nintendo ou nunca compraram/pretenderam comprar seus produtos, essencial para o sucesso do Wii, não será fisgado pelo que o Switch mostrou até agora.
Não dá pra saber se o Switch irá de fato se tornar um híbrido, pois a Nintendo em nenhum momento confirmou que está encerrando sua linha de portáteis. Se tivermos mais um jogo da série Pokémon em 2017 ou 2018, onde ele vai sair? No Nintendo 3DS? No Switch? Em ambos? Em outro portátil da Nintendo? Esta pergunta ainda não está respondida e isso significa que estamos um pouco limitados para definir o que de fato será o Nintendo Switch na prática.
Isso significa também que não podemos arriscar números de vendas ainda, sem saber se estamos falando apenas de um console de mesa com uma função curiosa (até aí, mesmo o Wii U também é um híbrido entre console e portátil) ou de algo que irá realmente unificar as plataformas de console e portátil da Nintendo em apenas um aparelho.
Outros dois detalhes essenciais ainda não foram confirmados, mas são prováveis: controles de movimento e tela de toque. Sem esses dois perderíamos tudo que o Wii e DS significaram para a Nintendo, porém sua inclusão não trazem automaticamente a vibe desses videogames. É útil para alguns jogos, mas a Nintendo já queimou a ideia do Wii Remote, seria difícil ressuscitá-la.
A maioria desses problemas não é muito séria e não acabaria realmente com o console. Obviamente o preço precisa ser razoável, ou as pessoas não o comprarão nesse tempo de crise, o que me preocupa, pois em outras ocasiões a Nintendo já se mostrou alheia à crise. Eu vejo apenas um problema realmente sério para o Switch caso ele seja mesmo um videogame que unifica console de mesa e portátil. a filosofia.
É irônico pois trata-se do mesmo problema que levou ao fracasso do PSP frente ao Nintendo DS. Um portátil cuja ideia de bons jogos seja apenas o de jogos de consoles para jogar em uma tela menor, está fadado a fracassar. A experiência que as pessoas procuram em um portátil, o trabalho que ele deve realizar, é completamente diferente do que um jogo para um console de mesa realiza. Caso o Switch tente realizar dois trabalhos, provavelmente deixará a peteca cair em um deles.
Também me preocupa a filosofia dos jogos da Nintendo. O Switch não terá apoio Third Party para jogos multiplataforma após o segundo ano, é assim que funciona em um console Nintendo. Você viu The Elder Scrolls V: Skyrim e pensa que seria legal jogar no Switch. Você compra o console por isso e quanto The Elder Scrolls VI for anunciado, ele não vai sair para o Switch. Simples assim. Imagine as pessoas que compraram um Wii U porque curtiram a ideia de jogar Call of Duty: Black Ops 2 em coop no Game Pad.
Se o Switch fizer algum sucesso, terá jogos Third Parties feitos exclusivamente para ele, o que seria bacaninha, mas é algo que não vemos no mercado desde os tempos do Wii. A maioria dos estúdios sucateou e Capcom, Konami, Namco, não se incomodam mais tanto de fazer algo específico para um console Nintendo. Square Enix com certeza trará spin-offs e Dragon Quest, isso é batata.
Agora o que eu realmente estou preocupado é a filosofia dos jogos da própria Nintendo. Eu não vejo no Switch uma proposta, uma filosofia, algo que inspire os jogos da empresa. Eles deram um passo certíssimo com The Legend of Zelda: Breath of the Wild, mas isso significou realmente uma mudança? Vai ter um remaster de Skyward Sword logo depois? Paper Mario: Color Splash? Pikmin 4?
O Switch não pode ser um sucesso com os mesmos tipos de jogos que o Wii U recebia, pois o Wii U já os tinha e ele foi um tremendo fracasso. Não pode ser como quando a Nintendo tentou portar jogos de GameCube para o Wii, é preciso de jogos novos que aproveitem a nova proposta do videogame... uma proposta essa que aparentemente não existe.
Apesar de serem questões bem preocupantes sobre o Nintendo Switch, como já mencionado a ótica no momento é positiva, todos estão olhando para a Nintendo e esperando que ela faça mais coisas legais. Basta ela não dar nenhum tiro no pé e as coisas provavelmente ficarão bem, com um aparelho que deve vender mais que o Wii U e Nintendo 3DS, mesmo que não seja um fenômeno como o Wii.
Que o Nintendo Switch possa significar mudança para a Nintendo.
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
Por que Super Mario Maker falhou?
Super Mario Maker é um jogo comemorativo de 30 anos da franquia Super Mario que trouxe um conceito que há muito os fãs mais hardcore vinham pedindo para a série: criar suas próprias fases. Lançado sem muito tato no dia 11 de setembro, ele vendeu alguns milhões, porém muito abaixo do que era esperado para um jogo da série.
Atualmente, as vendas de Super Mario Maker estão em menos de 3 milhões, o que o coloca lá embaixo em matéria de vendas da série, à frente apenas do fracasso Super Mario Bros. 2: The Lost Levels lançado apenas no Japão (não confundir com o outro Super Mario Bros. 2). Até mesmo o fraco New Super Mario Bros. U vendeu pelo menos 5 milhões.
Jogadores hardcore estão aclamando o jogo como a oitava maravilha do mundo moderno, com um sistema de criação de fases incrível e conteúdo quase infinito para quem quiser jogar Super Mario Bros. tanto clássico quanto moderno. A imprensa especializada de games se derrete em elogios pelo jogo e não tem nada além de notas altas para dar a ele.
Mas o público não está jogando. Por que Super Mario Maker falhou?
A resposta para isso é bastante simples, resumida em uma sigla: UGC. Uma das fixações da Nintendo, o UGC significa "User Generated Content", ou Conteúdo Gerado por Usuários. Pode-se dizer que a obsessão da empresa por UGC começou quando ela passou a valorizar mais modelos de negócios do que o entretenimento que fornecia.
Por exemplo, atualmente a Nintendo está focada em lançar jogos para smartphones que sirvam como isca para usuários conhecerem suas franquias e então comprarem seus videogames. Essa é uma estratégia que vai falhar pelo mesmo motivo que o foco em UGC, a empresa está mais preocupada em procurar soluções mágicas em novos modelos de negócios do que melhorar seus jogos.
Assim como aconteceu com LittleBigPlanet, o problema do UGC é que "Conteúdo Gerado por Usuários" é apenas um nome bonito para NHCGP, "Não Há Conteúdo Gerado por Profissionais". Por que as pessoas continuam achando que jogadores sem experiência podem criar conteúdo de ótima qualidade? Simplesmente não funciona assim.
Provavelmente há pessoas lendo nesse exato momento esse texto e que não acreditam que Super Mario Maker falhou. No entanto, basta tentar jogar algumas fases para ver que você não irá se divertir e a experiência está longe do que se espera de um Mario. Vamos entender melhor os critérios de falha e por que motivo eles aconteceram.
1- Não vendeu bem. Não vendeu bem pois não vendeu para o público que compra Mario em 2D. Como a maioria dos leitores do blog já sabe, a Nintendo não gosta de fazer Mario em 2D, mas se vê sem saída já que eles vendem pra caramba. New Super Mario Bros. no Nintendo DS e Nintendo Wii venderam quase 30 milhões. Até o péssimo New Super Mario Bros. 2 do Nintendo 3DS vendeu quase 10 milhões.
Ao criar Super Mario Maker a Nintendo gostaria de ter criado uma ferramenta para nunca mais ter que fazer Mario 2D, deixando para os usuários essa responsabilidade e pegando apenas a fama e o lucro. Não é preciso ser um gênio para imaginar por que isso não daria certo e que as vendas do jogo não alcançariam as de uma aventura tradicional de Mario.
2- A grande maioria das fases é horrível. Oras, que surpresa, milhares de pessoas sem conhecimento de game design e level design criando fases adoidado acabaram criando apenas milhares de fases sem graça. Quem poderia imaginar? O próprio Takashi Tezuka, produtor da série, está dando dicas sobre como criar fases melhores.
No entanto, era para ser responsabilidade do jogador criar boas fases? Você acharia interessante ir a um restaurante onde pessoas que não sabem cozinhar fazem sua comida? Provavelmente não, mas por algum motivo quando o assunto é videogame, o conceito deixa jogadores entusiasmados. Talvez porque não vejamos criadores de jogos como chefs e sim como astros de rock e todos querem ser astros de rock.
3- Quando confrontados por sua própria inexperiência e incapacidade de criar algo de qualidade, os jogadores se voltam, assim como a Nintendo para soluções mágicas. A primeira delas, a surpresa, o novo. Não importa se o resultado será bom, apenas se ele será único.
Aqui entram criações como as bizarras fases onde você não pode pegar cogumelos, precisa desviar deles para então conseguir terminar a fase, caso contrário você não passará em algum local mais baixo onde apenas o Mario pequeno cabe. Por serem novas e oferecem surpresas elas até enganam usuários que estão matando sua fome, mas a experiência não é de Mario.
4- A segunda solução mágica que eles encontram ao perceberem que não podem criar fases que divirtam os jogadores é remover o jogador por completo da equação. Assim surgem fases que não são realmente feitas para serem jogadas, são apenas animações para você observar, nas quais Mario é empurrado por outros elementos do jogo.
Sem um jogador para realmente jogar e avaliar, ele só pode bater palmas para uma "animação bem feita". Novamente o jogador sai com fome sem ter recebido nada parecido com a experiência de Mario, com algo que mais se assemelha a um vídeo de curiosidades no YouTube.
5- Terceira solução: desafio extremo. Se não podemos fazer uma fase divertida e não sabemos dosar o desafio para que ela fique na medida, vamos apenas exagerar e fazer uma fase extremamente difícil. Aqui entram fases que exigem pulos ridiculamente precisos, estágios que precisam ser decorados, truques com o botão P e técnicas avançadas como quicar no casco.
O problema básico aqui é que essa fase é atraente para apenas uma mínima parcela dos jogadores, a qual gostaria de ser reconhecida por isso. Vamos ser sinceros, completar fases quase impossíveis em Mario não te faz nada especial, a não ser que seja uma fase oficial, como a clássica Tubular. Novamente, fases extremamente difíceis assim não são a experiência de Mario.
6- Por último temos a quarta solução: cópia. Ao encarar aquele grande quadro branco e a responsabilidade de criar algo novo e de qualidade, muitos jogadores travam e retornam para onde se sentem seguros, outros jogos. Isso é um problema para a Nintendo devido aos cuidados com Copyright que ela precisa tomar.
Aqui entram fases que copiam outros jogos, até mesmo outros jogos de Mario. Green Hill Zone? Alex Kidd in Miracle World? Fases de e-Reader do Super Mario Bros 3? Não importa, é uma forma de criadores receberem aclamação sem realmente terem tido o trabalho, é um atalho para a fama para os criadores.
Para os jogadores é apenas mais fome de fases novas e boas de Mario, já que mesmo fases de outros jogos do próprio Mario estarão deslocadas e seriam melhor aproveitadas no original. Até mesmo uma boa fase, fora de contexto não é suficiente para matar a fome, e aí chegamos a outro problema.
7- Não há contexto em Super Mario Maker. Considerando o quanto falamos no blog sobre game design, conteúdo e status quo (tudo isso traduzido nesse artigo superficialmente como contexto), você provavelmente já sabe do que estamos falando. Não é a mesma coisa você sair em um mapa de fases para salvar a princesa e você escolher um monte de fases em um menu.
Quando você joga um jogo de Mario você não escolhe o que vem a seguir, você vai pra frente e tem que encarar o que vier. Level design não é apenas a disposição de elementos como blocos e inimigos em uma fase, é todo um processo de manter o jogador entretido.
Avançar em uma grande aventura e conhecer novos mundos é uma parte muito mais importante do level design de Mario do que a disposição de blocos a serem colocados nessas fases. Super Mario Maker falha em entender isso pois a própria Nintendo não se lembra mais como é focar-se em entreter melhor os jogadores, está ocupada demais pensando em novas maneiras de surpreendê-los e em modelos de negócios.
8- Tudo isso esmaga o jogador. Além de todos esses itens numerados serem problemáticos por si só, eles simplesmente exitem em grande quantidade e misturados. O excesso de escolhas pressiona o usuário, sendo que a imensa maioria delas é errada para ele como indivíduo e o fará se sentir mal por escolher errado para si mesmo.
Tentar achar a vontade de jogar algo em Super Mario Maker é como tentar achar a vontade para assistir alguma coisa no Netflix. Você passa mais tempo encarando o menu sem encontrar uma boa escolha do que realmente assistindo algo. E assim como muitas pessoas que têm o Netflix, o menu é o suficiente para desanimar você de assistir algo.
Super Mario Maker estava fadado a falhar desde o início. Apesar de sua incrível ferramenta de criação de fases, divertida e poderosa, ele nunca teve realmente o que é ncessário para se criar um bom jogo de Mario, a capacidade de enviar jogadores em uma aventura pelo reino dos cogumelos.
No fim das contas o jogo é só uma celebração sobre a camada mais superficial de level design da série, a disposição de blocos, inimigos, power-ups, itens, etc. sem se preocupar com o que eles representam. Um reflexo de jogadores que acreditam que a fase 1-1 de Super Mario Bros. é o ápice do level design pelos motivos errados.
A fase 1-1 de Super Mario Bros. é considerada um icônico exemplo de bom level design, pois ensina ao jogador tudo que ele precisa saber de maneira intuitiva. Isso levou as pessoas a imaginarem que level design é isso, posicionar blocos, power-ups e inimigos de uma maneira intuitiva.
Porém para realmente entender o que a fase 1-1 representa e por que isso está ausente em Super Mario Maker é preciso embarcar com Alice no País das Maravilhas e enxergar o que existe além da toca do coelho, além dos simples blocos, o próprio cerne da franquia Super Mario.
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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013
Por que o Ouya vai falhar
Tanto tempo se passou e já estamos naquela época de novo, um novo console está para ser lançado em junho de 2013, o Ouya. Para quem não sabe, ele se trata de um produto criado por amadores através do Kickstarter (uma espécie de vaquinha virtual) e é um "videogame" de US$ 99 que conecta-se na sua TV e roda jogos do sistema Android 4.0. Vamos analisá-lo um pouco e entender por que ele provavelmente não dará certo.
Algumas pessoas talvez digam "É óbvio que o Ouya não vai dar certo" por sua falta de histórico, mas não é tão óbvio assim, pois ele tem uma grande força em seu conceito. A maioria dos produtos disruptores, aqueles que mudam as regras do mercado, parecem inofensivos à primeira vista, pois inicialmente não parecem fortes para os padrões da indústria atual.
E vejam bem que esta é uma das poucas vezes em que eu disse "provavelmente" vai falhar. Eu afirmei com certeza no Nintendo 3DS e Wii U que os videogames não dariam certo, mas o Ouya é uma besta mais enigmática que os aparelhos da Nintendo. No Ouya, reside uma possibilidade de ser um sucesso, ela só é pequena e fácil de ser perdida.
O que o Ouya faz certo? O preço de entrada de US$ 99 é ótimo, não custa muito para experimentar o videogame e o próprio tamanho dele reforça a imagem de que "é só uma coisinha à toa", algo que os videogames hoje em dia não compreendem, cada vez ficando maiores e exigindo um compromisso maior.
Ele está captando a cultura de jogos mobile, provenientes dos smartphones, tirada diretamente do Android. Isso é uma coisa boa, pois são jogos baratos, que já têm um grande público interessado neles e pode alcançar um novo bolsão de usuários, talvez até mesmo hardcores, por ser uma forma convencional, um videogame, de jogar títulos mobile.
Jogos mobile hoje estão mais perto de serem o que um videogame deveria ser do que consoles como Xbox 360, PlayStation 3 ou Wii U. Porém, com a morte de Steve Jobs, o próprio modelo mobile da Apple, que vinha carregando o mercado nas costas, está pronto para ruir nos próximos anos, e isso irá sabotar o possível sucesso do Ouya, assim como as mudanças internas na Nintendo sabotaram os últimos anos do Wii.
O sistema Android, produzido pelo Google, é um concorrente do iOS da Apple, e diferente deste último, aparece em vários aparelhos. Alguns até dizem que o Android faz mais sucesso que o iOS por conta disso, mas em matéria de tablets e smartphones, o iOS continua sendo a melhor opção, algo que está mudando desde que a Apple perdeu Jobs.
o iPhone era um produto de oceano azul (ver o livro A Estratégia do Oceano Azul de W. Chan Kim e Renée Mauborgne), assim como o Wii. Isso significa que o seu sucesso estava em oferecer um "valor excepcional".
No caso do iPhone, ele era muito caro no início porque sua filosofia ia contra o movimento de mercado de lançar um novo telefone anualmente, algo que os usuários não gostavam, então um telefone que não precisava ser trocado por algum tempo, oferecia um "valor excepcional" em relação aos outros, assim sendo um grande sucesso.
Dizem as noções básicas do capitalismo que um produto menos durável é melhor, pois assim as pessoas comprarão outro, mas o cliente quer ter o melhor produto possível pelo que ele pagou, com a maior durabilidade possível. Quando logo após comprar uma versão, a empresa rapidamente anuncia outra, o cliente se sente enganado e começa a boicotar os produtos da empresa (exceto pelos fãs hardcores, sempre fáceis de enrolar).
Durante o período em que o iOS mantinha esse conceito de durabilidade, com um único iPhone você sabia que teria acesso a todos os aplicativos da App Store e isso garantiu um forte público para jogos na loja. Não era necessário ficar se preocupando com qual sua versão do sistema e se o seu aparelho poderia ser atualizado para a próxima versão.
Essa é uma preocupação que as pessoas têm com o Android, começaram a ter com o excesso de aparelhos iOS e não vão querer ter com o Ouya. Imagine um videogame onde durante sua vida útil, você não sabe se ele vai rodar os próximos jogos que saírem. E os criadores do Ouya até já afirmaram que vão lançar versões anuais, assim como em um telefone. Minaram aí praticamente toda sua chance de sucesso.
Outra coisa que pode ocorrer é caso o processo de converter jogos dos smartphones para o console seja menos do que instantâneo e sem dificuldades. É preciso que as companhias não tenham necessidade de pensar se querem seus títulos no console, mas sim que o processo seja tão simples que elas o façam automaticamente. Apenas assim ele poderá garantir apoio suficiente para não ficar parado após seu primeiro ano.
O que realmente falta no Ouya é uma mensagem clara, a qual nem mesmo é culpa dele, mas de problemas atuais do mercado de smartphones. Um "Videogame Android" ou "Videogame do Google" não passa uma mensagem clara, porque as pessoas não associam o nome Google a jogos e não sabem direito o que é Android, mas sabem que precisam atualizar e que nem todos os aparelhos rodam seus Apps, não inspirando confiança.
Porém, o próprio iOS está assim também. Um "Videogame iOS", na verdade um "Videogame da Apple", que passasse a mensagem "temos os jogos que você joga no seu iPhone e iPad", faria sucesso, pois as pessoas associam a imagem da Apple a esses jogos. No entanto, mesmo um "Videogame da Apple" apenas usufruiria do valor excepcional do próprio iPhone, valor este que já vem sendo corroído pelas estratégias recentes da empresa.
Apesar de o Ouya ter conceitos interessantes e até mesmo uma chance de sucesso, ele é um sistema dependente do sucesso do setor mobile, o qual está prestes a entrar em uma crise. O Ouya está entrando no meio de uma tempestade e é pouco provável que consiga se sair bem dela.
O Ouya é apenas o primeiro de uma geração de consoles-Messias, pois a indústria está tão saturada que está forçando a criação de alternativas. Eventualmente é possível que um desses consoles seja um sucesso, agindo como uma válvula de escape para toda a pressão que os consoles atuais estão fazendo.
Mas esse sucesso seria imprevisível, inesperado, uma escolha caótica. Poderia ser o Ouya, poderia ser o Shield da Nvidia ou mesmo o Steam Box. Independente de suas qualidades ou defeitos individuais, um movimento de escape da indústria poderia levar qualquer um deles ao topo.
Assim como pode acontecer de o Messias nunca vir e vivermos uma era das trevas nos videogames, com grande desinteresse e cada vez mais empresas falindo.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Porque o Wii U vai falhar
Oi pessoal, voltando da ressaca da E3 2011, eu não acompanhei tanto quanto queria pois fiquei doente, mas estive presente nas conferências de imprensa principalmente e tive a oportunidade de ver o novo console da Nintendo, o Wii U.
E assim como avisei sobre o Nintendo 3DS antes, não será diferente com o Wii U, o caminho que a Nintendo está tomando a levará a inevitavelmente falhar em atingir seus objetivos. Objetivos de expansão e de dominação de mercado.
O Wii U venderá menos que o Nintendo Wii. Talvez não muito menos pois o próprio Nintendo Wii foi abandonado no meio da vida pela Nintendo e não realizou tanto do seu potencial quanto foi com o Nintendo DS, mas ainda assim, não atingirá o mesmo nível.
Enquanto o teto de vendas do Nintendo Wii atingiria fácil os 150 milhões, sendo que ele parou por volta dos 85 milhões, veja quanto potencial desperdiçado, o teto do Wii U será basicamente o mesmo do Xbox 360 e PlayStation 3, consoles que ele está tentando mimetizar, por volta de 60 milhões.
A diferença pode parecer pequena pelo potencial realizado, mas é bem impactante quanto comparamos os tetos de vendas. O Nintendo DS chegou mais perto do seu teto que o Nintendo Wii pois a Nintendo demorou mais a abandoná-lo.
Desde o anúncio do Nintendo Wii U, na E3 2011, as ações da Nintendo já caíram 10%, 5,7% em um dia e 5,2% em outro, levando-a aos níveis pré-Wii (era do GameCube). Mas vamos ser sinceros, parte disse se deve também ao fracasso do Nintendo 3DS.
A falta de uma resposta à altura para o novo portátil da Sony, o PS Vita, foi uma grande falha. Seu concorrente anuncia um produto mais parrudo, no mesmo preço, com jogos de peso e você anuncia Luigi's Mansion 2? Acabou de chamar seu produto de GameCube 2.
Mas voltando ao novo elefante branco... Vamos analisar por que o Nintendo Wii U irá falhar.
O novo controle tablet. Não importa que mantenha-se o Wii Remote e ele seja só uma adição, como diziam do 3D, como se você não gostasse pudesse apenas não usar. Ele é o "valor excepcional", ele é o que passa como destaque do novo console. Mesmo sendo opcional, ele se mistura e cria uma mensagem não clara.
A Nintendo afirmou que não irá utilizá-lo como um Tablet, o que eu acredito pois ele não é multi-touch, o que o tornará bem desconfortável de usar para outras coisas além de jogar.
A filosofia. Minha namorada olhou para o Wii U e soltou uma frase que resume bem: "Nintendo voltou com a filosofia do 'sentar o traseiro no sofá'", e é isso que qualquer um vendo esse vídeo vai sentir. Não é o vídeo de divulgação do produto oficial, mas é a aura impregnada nele.
Após cinco anos com o Nintendo Wii vencendo a sala de estar, levando videogames para o centro do entretenimento da família, o Wii U simplesmente pede licença e sai de fininho de volta pro cantinho dos jogos.
O nome. Note uma coisa curiosa, as pessoas estão com tanta vergonha alheia do Wii U, que enquanto muitas chamam o Wii de Nintendo Wii, ninguém quer atribuir o nome Nintendo ao novo console. Ninguém está falando Nintendo Wii U. Essa vergonha se estenderá ao Wii original a ponto de parar suas vendas por completo. Wii U é um nome bem parecido com Wii, o que causará confusão, assim como todo o resto das semelhanças.
A mensagem. O novo console passa uma mensagem tão confusa que as pessoas não viram que o console do vídeo era o Wii U até que foi mostrado separado. Isso porque ele não só é parecido com o Wii original, como ainda utiliza o Wii Remote como controle também, além do seu tablet.
Os jogos. O analista Michael Pachter, conhecido por só dar dicas erradas pra Nintendo durante anos, disse antes da conferência da empresa que ela tinha que conseguir as grandes Thirds Parties no barco, com títulos como Darksiders, Assassin's Creed, Batman: Arkham Asylum, Ninja Gaiden, etc., todos que foram anunciados na conferência da Nintendo.
Vamos analisar por um instante, o Nintendo Wii precisou da ajuda das Thirds Parties pra vencer no mercado? Claro que não, e era justamente isso que as irritava tanto sobre o console, elas o boicotavam com seus melhores jogos enquanto não se incomodavam de ganhar dinheiro com títulos de tranqueiras, era a garota feia que pegavam mas não apresentavam pros amigos.
Agora vamos analisar as vendas desses títulos: Darksiders: 1,7 Milhões; Assassin's Creed: 9,7 Milhões; Ninja Gaiden: 1,63 milhões; Batman: Arkham Asylum: 2,9 milhões.
Comparemos então com estes títulos: wii Sports Resort: 26,7 milhões; Mario Kart Wii: 27 milhões, New Super Mario Bros. Wii: 21,8 milhões, Wii Fit: 22,7 Milhões.
O Wii U conseguirá vender mais se focando no primeiro tipo de título ao invés do segundo? Ele não pode misturar os dois, como sabemos, o Oceano Roxo é um mito, se ele tentar captar os dois tipos de público, ele automaticamente perde o segundo, pois ele deixa de transmitir uma mensagem clara e direta.
Mas os jogos do primeiro grupo são considerados "melhores", não é mesmo? Acontece que este primeiro grupo continua não gostando da Nintendo.
A Nintendo é como aquele garoto gordinho que não sabe dizer quem são seus amigos de verdade, que quando tem dinheiro para comprar sorvete aparecem os garotos legais para acompanhá-lo e a largam assim que a vantagem pra eles acaba. A Nintendo ainda não percebeu que não tem amigos neste mercado.
Por que o segundo grupo de jogos é na verdade o melhor? Porque aumenta a penetração do seu videogame, faz com que mais pessoas o tenham em casa para a partir dali aproveitar qualquer outro jogo que sair para ele. O princípio do First Party, software desenvolvido pela fabricante do videogame, é vender o hardware, para que então as Third Parties possam vender mais de seus jogos nele.
No entanto, como rapidamente a indústria classificou todos que compraram o Wii de idiotas, ficou bem difícil pra que eles produzissem jogos que o público dele também gostasse.
Isso porque todos esses jogos do primeiro grupo, não tinham como atrativo nada que o Nintendo Wii não pudesse dar, mas ainda assim, boicotavam o console da Nintendo, pelo simples fato que não gostavam dele. Todos os estúdios colocaram seus piores times para trabalhar com o console e ainda culpavam elementos externos para seu jogos não venderem, como o público ser casual.
Yoshinori Kitase, produtor de Final Fantasy XIII, de longe o pior capítulo da série até hoje, afirmou que o que o público espera de Final Fantasy, são gráficos top de linha, apesar da performance recorde de Dragon Quest IX no Nintendo DS, ele vai insistir no mesmo esquema para Final Fantasy Xv, linear e com bons gráficos. Venderá mal em qualquer plataforma que for, inclusive o Wii ou o Wii U.
A iminente morte. Atualmente o Wii U tem um hardware mais potente que o Xbox 360 e PlayStation 3, permitindo que ele ganhe versões superiores de jogos dos dois consoles já estabelecidos no mercado há anos. Ou seja, o Wii U é o Dreamcast 2.
Reginald Fils-Aime, presidente da Nintendo of America, disse que as Third Parties queriam mais potência no Wii, para assim poderem preguiçosamente converter seus jogos das outras plataformas para ele.
Ele receberá suporte por algum tempo, sem decolar nas vendas, mesmo com versões superiores dos jogos, porque obviamente ter os mesmos jogos de outros consoles com gráficos superiores não é o que faz o público escolher um videogame.
Reggie parece ter esquecido do GameCube, onde havia a potência e as Third Parties abandonaram a Nintendo do mesmo jeito, só porque não gostavam dela. Acontecerá novamente, e acontecerá depois como no Wii, quando os próximos PlayStation 4 e Xbox 720 forem mais potentes que o Wii U.
O abandono dos casuais. O público que comprou o Wii e simplesmente foi largado pela Nintendo desde 2009, nunca mais confiará na empresa, pois se antes ela não sabia que estava deixando público para trás, como foi com a evolução do NES -> Super NES -> Nintendo 64 -> GameCube, com a retomada do Nintendo Wii e evolução para o Wii U, a empresa olhou nos olhos deles e deu as costas. Agora a Nintendo pensa que eles são tão idiotas quanto as produtoras.
A impossível recuperação. Quando falei do Nintendo 3DS cheguei a dizer que haveria solução para o portátil se ele oferecesse outro valor excepcional além do 3D e lançasse os jogos certos, mas eu estava errado nessa época pois ainda não tinha percebido que os produtos tem uma identidade por si só.
Não são os jogos que fazem o videogame, é a filosofia dele, os jogos só fortalecem ou enfraquecem essa filosofia. Jogos como Wii Sports e God of War estão de acordo com a filosofia de seu videogame e repelem o consumidor que não esteja de acordo com ela.
Isso significa que não há salvação para o Nintendo 3DS ou para o Wii U. A Nintendo está numa sinuca de bico maior do que em sua época pré-Wii, pois dessa vez não há um novo público para ela conquistar, pois ele se sente traído.
O mercado de jogos ficará bem menos interessante nos próximos anos.
E assim como avisei sobre o Nintendo 3DS antes, não será diferente com o Wii U, o caminho que a Nintendo está tomando a levará a inevitavelmente falhar em atingir seus objetivos. Objetivos de expansão e de dominação de mercado.
O Wii U venderá menos que o Nintendo Wii. Talvez não muito menos pois o próprio Nintendo Wii foi abandonado no meio da vida pela Nintendo e não realizou tanto do seu potencial quanto foi com o Nintendo DS, mas ainda assim, não atingirá o mesmo nível.
Enquanto o teto de vendas do Nintendo Wii atingiria fácil os 150 milhões, sendo que ele parou por volta dos 85 milhões, veja quanto potencial desperdiçado, o teto do Wii U será basicamente o mesmo do Xbox 360 e PlayStation 3, consoles que ele está tentando mimetizar, por volta de 60 milhões.
A diferença pode parecer pequena pelo potencial realizado, mas é bem impactante quanto comparamos os tetos de vendas. O Nintendo DS chegou mais perto do seu teto que o Nintendo Wii pois a Nintendo demorou mais a abandoná-lo.
Desde o anúncio do Nintendo Wii U, na E3 2011, as ações da Nintendo já caíram 10%, 5,7% em um dia e 5,2% em outro, levando-a aos níveis pré-Wii (era do GameCube). Mas vamos ser sinceros, parte disse se deve também ao fracasso do Nintendo 3DS.
A falta de uma resposta à altura para o novo portátil da Sony, o PS Vita, foi uma grande falha. Seu concorrente anuncia um produto mais parrudo, no mesmo preço, com jogos de peso e você anuncia Luigi's Mansion 2? Acabou de chamar seu produto de GameCube 2.
Mas voltando ao novo elefante branco... Vamos analisar por que o Nintendo Wii U irá falhar.
O novo controle tablet. Não importa que mantenha-se o Wii Remote e ele seja só uma adição, como diziam do 3D, como se você não gostasse pudesse apenas não usar. Ele é o "valor excepcional", ele é o que passa como destaque do novo console. Mesmo sendo opcional, ele se mistura e cria uma mensagem não clara.
A Nintendo afirmou que não irá utilizá-lo como um Tablet, o que eu acredito pois ele não é multi-touch, o que o tornará bem desconfortável de usar para outras coisas além de jogar.
A filosofia. Minha namorada olhou para o Wii U e soltou uma frase que resume bem: "Nintendo voltou com a filosofia do 'sentar o traseiro no sofá'", e é isso que qualquer um vendo esse vídeo vai sentir. Não é o vídeo de divulgação do produto oficial, mas é a aura impregnada nele.
Após cinco anos com o Nintendo Wii vencendo a sala de estar, levando videogames para o centro do entretenimento da família, o Wii U simplesmente pede licença e sai de fininho de volta pro cantinho dos jogos.
O nome. Note uma coisa curiosa, as pessoas estão com tanta vergonha alheia do Wii U, que enquanto muitas chamam o Wii de Nintendo Wii, ninguém quer atribuir o nome Nintendo ao novo console. Ninguém está falando Nintendo Wii U. Essa vergonha se estenderá ao Wii original a ponto de parar suas vendas por completo. Wii U é um nome bem parecido com Wii, o que causará confusão, assim como todo o resto das semelhanças.
A mensagem. O novo console passa uma mensagem tão confusa que as pessoas não viram que o console do vídeo era o Wii U até que foi mostrado separado. Isso porque ele não só é parecido com o Wii original, como ainda utiliza o Wii Remote como controle também, além do seu tablet.
Os jogos. O analista Michael Pachter, conhecido por só dar dicas erradas pra Nintendo durante anos, disse antes da conferência da empresa que ela tinha que conseguir as grandes Thirds Parties no barco, com títulos como Darksiders, Assassin's Creed, Batman: Arkham Asylum, Ninja Gaiden, etc., todos que foram anunciados na conferência da Nintendo.
Vamos analisar por um instante, o Nintendo Wii precisou da ajuda das Thirds Parties pra vencer no mercado? Claro que não, e era justamente isso que as irritava tanto sobre o console, elas o boicotavam com seus melhores jogos enquanto não se incomodavam de ganhar dinheiro com títulos de tranqueiras, era a garota feia que pegavam mas não apresentavam pros amigos.
Agora vamos analisar as vendas desses títulos: Darksiders: 1,7 Milhões; Assassin's Creed: 9,7 Milhões; Ninja Gaiden: 1,63 milhões; Batman: Arkham Asylum: 2,9 milhões.
Comparemos então com estes títulos: wii Sports Resort: 26,7 milhões; Mario Kart Wii: 27 milhões, New Super Mario Bros. Wii: 21,8 milhões, Wii Fit: 22,7 Milhões.
O Wii U conseguirá vender mais se focando no primeiro tipo de título ao invés do segundo? Ele não pode misturar os dois, como sabemos, o Oceano Roxo é um mito, se ele tentar captar os dois tipos de público, ele automaticamente perde o segundo, pois ele deixa de transmitir uma mensagem clara e direta.
Mas os jogos do primeiro grupo são considerados "melhores", não é mesmo? Acontece que este primeiro grupo continua não gostando da Nintendo.
A Nintendo é como aquele garoto gordinho que não sabe dizer quem são seus amigos de verdade, que quando tem dinheiro para comprar sorvete aparecem os garotos legais para acompanhá-lo e a largam assim que a vantagem pra eles acaba. A Nintendo ainda não percebeu que não tem amigos neste mercado.
Por que o segundo grupo de jogos é na verdade o melhor? Porque aumenta a penetração do seu videogame, faz com que mais pessoas o tenham em casa para a partir dali aproveitar qualquer outro jogo que sair para ele. O princípio do First Party, software desenvolvido pela fabricante do videogame, é vender o hardware, para que então as Third Parties possam vender mais de seus jogos nele.
No entanto, como rapidamente a indústria classificou todos que compraram o Wii de idiotas, ficou bem difícil pra que eles produzissem jogos que o público dele também gostasse.
Isso porque todos esses jogos do primeiro grupo, não tinham como atrativo nada que o Nintendo Wii não pudesse dar, mas ainda assim, boicotavam o console da Nintendo, pelo simples fato que não gostavam dele. Todos os estúdios colocaram seus piores times para trabalhar com o console e ainda culpavam elementos externos para seu jogos não venderem, como o público ser casual.
Yoshinori Kitase, produtor de Final Fantasy XIII, de longe o pior capítulo da série até hoje, afirmou que o que o público espera de Final Fantasy, são gráficos top de linha, apesar da performance recorde de Dragon Quest IX no Nintendo DS, ele vai insistir no mesmo esquema para Final Fantasy Xv, linear e com bons gráficos. Venderá mal em qualquer plataforma que for, inclusive o Wii ou o Wii U.
A iminente morte. Atualmente o Wii U tem um hardware mais potente que o Xbox 360 e PlayStation 3, permitindo que ele ganhe versões superiores de jogos dos dois consoles já estabelecidos no mercado há anos. Ou seja, o Wii U é o Dreamcast 2.
Reginald Fils-Aime, presidente da Nintendo of America, disse que as Third Parties queriam mais potência no Wii, para assim poderem preguiçosamente converter seus jogos das outras plataformas para ele.
Ele receberá suporte por algum tempo, sem decolar nas vendas, mesmo com versões superiores dos jogos, porque obviamente ter os mesmos jogos de outros consoles com gráficos superiores não é o que faz o público escolher um videogame.
Reggie parece ter esquecido do GameCube, onde havia a potência e as Third Parties abandonaram a Nintendo do mesmo jeito, só porque não gostavam dela. Acontecerá novamente, e acontecerá depois como no Wii, quando os próximos PlayStation 4 e Xbox 720 forem mais potentes que o Wii U.
O abandono dos casuais. O público que comprou o Wii e simplesmente foi largado pela Nintendo desde 2009, nunca mais confiará na empresa, pois se antes ela não sabia que estava deixando público para trás, como foi com a evolução do NES -> Super NES -> Nintendo 64 -> GameCube, com a retomada do Nintendo Wii e evolução para o Wii U, a empresa olhou nos olhos deles e deu as costas. Agora a Nintendo pensa que eles são tão idiotas quanto as produtoras.
A impossível recuperação. Quando falei do Nintendo 3DS cheguei a dizer que haveria solução para o portátil se ele oferecesse outro valor excepcional além do 3D e lançasse os jogos certos, mas eu estava errado nessa época pois ainda não tinha percebido que os produtos tem uma identidade por si só.
Não são os jogos que fazem o videogame, é a filosofia dele, os jogos só fortalecem ou enfraquecem essa filosofia. Jogos como Wii Sports e God of War estão de acordo com a filosofia de seu videogame e repelem o consumidor que não esteja de acordo com ela.
Isso significa que não há salvação para o Nintendo 3DS ou para o Wii U. A Nintendo está numa sinuca de bico maior do que em sua época pré-Wii, pois dessa vez não há um novo público para ela conquistar, pois ele se sente traído.
O mercado de jogos ficará bem menos interessante nos próximos anos.
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Por que vai falhar
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Porque o Nintendo 3DS vai falhar
Bom, eu já venho estudando o Nintendo 3DS desde a data de sua revelação em Março de 2010 e desde então estou incrivelmente insatisfeito. Como tantas empresas que encontraram sucesso no Oceano Azul, a Nintendo está tomando o único caminho para ser desbancada, sabotando a si mesma.
O assunto é incrivelmente longo, então ao tocar no assunto com alguns amigos fez-se necessário escrever um post, já que é uma análise de muitas informações e não dava pra explicar tudo "on the fly". A preguiça vinha me impedindo de fazê-lo até agora, mas não mais... eu acho.
Vamos começar entendendo por que o Nintendo DS e o Nintendo Wii deram certo em primeiro lugar. O Nintendo DS, um portátil mais fraco, competiu contra um portátil mais forte da Sony, o PlayStation Portátil (PSP), mas ainda assim, o fez comer poeira como nunca antes.
Isso significa que depois do GameBoy, do GameBoy Color, do GameBoy Advance, portáteis que praticamente ficaram sozinhos no mercado, o Nintendo DS, sem o nome da marca, ainda vendeu mais do que todos eles com concorrência pesada. Como isso é possível?
Vou citar um pedaço da Wikipedia para se ter idéia do fenômeno Nintendo DS:
E acredito que vocês tenham experienciado o fenômeno também. Suas irmãs que nunca ligaram pra videogame pedindo Nintendo DS, suas mães passando pela sala e olhando você jogar Wii Sports com interesse até se juntar a você, sua tia impressionada com Wii Fit e como era divertido fazer exercícios.
Na minha sala de aula de música eu via o Nintendo DS ser assunto entre pessoas que nunca antes tocariam em um videogame. Isso porque o Nintendo DS não vendeu simplesmente para o mesmo público de sempre. Pessoas que nunca tiveram um videogame antes, compraram o Nintendo DS e o Nintendo Wii.
Brain Training fez idosos comprarem videogames. Note como o Nintendo DS tem software não convencional para todos os públicos. Brain Training, Picross, Sudoku, 100 Classic Book Collection, My Japanese Coach, Flash Focus: Train your Vision, etc. No Nintendo DS você encontra softwares de culinária, como treinar seu cachorro, guias de viagem, um mercado inteiro novo e interessado.
E então o que você faz depois que isso tudo faz sucesso? Você o joga fora. É isso que o Nintendo 3DS representa, todo o fim dessa idéia de expansão. Todos os jogos de lançamento e que estão sendo desenvolvidos pra ele são jogos extremamente complexos, como Resident Evil, Metal Gear Solid, franquias que os jogadores hardcore gostam, mas que não oferecem valor para o público expandido.
Às vezes é necessário se perguntar se a Nintendo foi Oceano Azul realmente. Como o Oceano Azul atinge uma nova curva de valor?
O assunto é incrivelmente longo, então ao tocar no assunto com alguns amigos fez-se necessário escrever um post, já que é uma análise de muitas informações e não dava pra explicar tudo "on the fly". A preguiça vinha me impedindo de fazê-lo até agora, mas não mais... eu acho.
Vamos começar entendendo por que o Nintendo DS e o Nintendo Wii deram certo em primeiro lugar. O Nintendo DS, um portátil mais fraco, competiu contra um portátil mais forte da Sony, o PlayStation Portátil (PSP), mas ainda assim, o fez comer poeira como nunca antes.
Isso significa que depois do GameBoy, do GameBoy Color, do GameBoy Advance, portáteis que praticamente ficaram sozinhos no mercado, o Nintendo DS, sem o nome da marca, ainda vendeu mais do que todos eles com concorrência pesada. Como isso é possível?
Vou citar um pedaço da Wikipedia para se ter idéia do fenômeno Nintendo DS:
Com apenas 4 anos e poucos meses o Nintendo DS vendeu mais de 130,000 milhões no mundo inteiro, quase ultrapassando o playstation 2 que está no mercado há mais de 10 anos e vendeu 150 milhões.
Vários analistas disseram que o Nintendo DS pode ultrapassar o playstation 2 se tornando o videogame mais vendido do mundo, em menos tempo que o playstation 2, o Nintendo DS só teve 4 anos e pouco de vida, enquanto o playstation 2 teve 10 anos e pouco de vida.
Nintendo anunciou em 15 de Fevereiro de 2006, que no Japão o Nintendo DS atingiu 10 milhões de unidades vendidas em menos de 10 meses de seu lançamento, o que marca um recorde para um video-game no Japão.
E acredito que vocês tenham experienciado o fenômeno também. Suas irmãs que nunca ligaram pra videogame pedindo Nintendo DS, suas mães passando pela sala e olhando você jogar Wii Sports com interesse até se juntar a você, sua tia impressionada com Wii Fit e como era divertido fazer exercícios.
Na minha sala de aula de música eu via o Nintendo DS ser assunto entre pessoas que nunca antes tocariam em um videogame. Isso porque o Nintendo DS não vendeu simplesmente para o mesmo público de sempre. Pessoas que nunca tiveram um videogame antes, compraram o Nintendo DS e o Nintendo Wii.
Brain Training fez idosos comprarem videogames. Note como o Nintendo DS tem software não convencional para todos os públicos. Brain Training, Picross, Sudoku, 100 Classic Book Collection, My Japanese Coach, Flash Focus: Train your Vision, etc. No Nintendo DS você encontra softwares de culinária, como treinar seu cachorro, guias de viagem, um mercado inteiro novo e interessado.
E então o que você faz depois que isso tudo faz sucesso? Você o joga fora. É isso que o Nintendo 3DS representa, todo o fim dessa idéia de expansão. Todos os jogos de lançamento e que estão sendo desenvolvidos pra ele são jogos extremamente complexos, como Resident Evil, Metal Gear Solid, franquias que os jogadores hardcore gostam, mas que não oferecem valor para o público expandido.
Às vezes é necessário se perguntar se a Nintendo foi Oceano Azul realmente. Como o Oceano Azul atinge uma nova curva de valor?
"A Estratégia do Oceano Azul" - W. Chan Kim & Renée Mauborgne
Lembra quando diziam "A Nintendo abandonou os hardcore"? Nesses tempos o Wii estava vendendo muito bem e era assim que ela deveria continuar. Ela estava oferecendo novos valores para o público que não consumia videogame, os "não-clientes" do Oceano Azul.
Mas em algum momento, sabe-se Deus por que, ela resolveu parar. As vendas do Wii caíram e ela agora está numa bela sinuca de bico. A situação é bem parecida com a do Nintendo DS.
Ninguém sabe bem quais os motivos da Nintendo. É uma vingança pessoal contra a Sony? É um medo de sofrer uma ruptura pela Apple? É um plano suicida onde talvez ela nunca quis salvar o mercado, só queria ser a rainha desse reino destruído? São muitas possibilidades, mas o fato é que a Nintendo cedeu. Cedeu pra quem? Para a indústria. Quem é a indústria?
Há muitos anos atrás, no tempo do NES / Nintendo 8 Bits, a Nintendo tinha uma mão de ferro com a qual controlava as empresas que faziam jogos para ela. Eventualmente a Sega entrou no mercado e questionou esse monopólio. Ainda assim, Nintendo e Sega controlavam o que entrava em seus videogames.
Nessa época a Nintendo era considerada uma carrasca, cortando muita coisa e não permitindo que fossem vendidos vários jogos no Super NES / Super Nintendo por exemplo. Todos devem se lembrar como foi difícil para Mortal Kombat.
No entanto, Sega e Nintendo mantinham acorrentado um perigoso monstro, a indústria. Todas as empresas estavam sob seu domínio e precisavam passar pelo seu aval para lançarem jogos. Então chegou a Sony.
A Sony literalmente fez um pacto com o demônio, abrindo a caixa de Pandora. Com a ajuda da indústria, a Sony foi levada aos céus. O problema de se fazer acordos com um monstro é que assim que você não for mais útil, ele te descarta.
O monstro foi se alimentando na época do PlayStation 1 e 2, até estar forte o bastante para se livrar da mão que o alimentava. A indústria boicotou o PlayStation 3 em favor do Xbox 360, só para depois voltar atrás e manter o equilíbrio de poder. Sony e Microsoft agora são como dois servos se degladiando para ver quem lambe melhor os pés do mestre.
Quem é esse monstro? Como ele afeta sua vida? Bom, o monstro da indústria é um monstro que você não vê, mas as ações dele afetam muito você. Foi ele que aumentou o preço dos jogos, de $50 para $60. Foi ele que inventou a distribuição digital para diminuir os próprios custos, tirando direitos seus como revenda. É ele que quer tirar o seu direito de vender e comprar jogos usados. Ele que inventou o DLC, (Downloadable Content, conteúdo para Download), que tem deixado os jogos incompletos para serem vendidas partes extras depois, algumas até já presentes no disco, sendo só desbloqueadas.
Se você já comprou um jogo mais caro, já teve que comprar um jogo online que gostaria de ter em disco, já comprou um jogo usado, já comprou uma roupa alternativa de Street Fighter IV, então você olhou o monstro nos olhos e pagou o pedágio para atravessar a ponte.
Mas em algum momento, sabe-se Deus por que, ela resolveu parar. As vendas do Wii caíram e ela agora está numa bela sinuca de bico. A situação é bem parecida com a do Nintendo DS.
Ninguém sabe bem quais os motivos da Nintendo. É uma vingança pessoal contra a Sony? É um medo de sofrer uma ruptura pela Apple? É um plano suicida onde talvez ela nunca quis salvar o mercado, só queria ser a rainha desse reino destruído? São muitas possibilidades, mas o fato é que a Nintendo cedeu. Cedeu pra quem? Para a indústria. Quem é a indústria?
Há muitos anos atrás, no tempo do NES / Nintendo 8 Bits, a Nintendo tinha uma mão de ferro com a qual controlava as empresas que faziam jogos para ela. Eventualmente a Sega entrou no mercado e questionou esse monopólio. Ainda assim, Nintendo e Sega controlavam o que entrava em seus videogames.
Nessa época a Nintendo era considerada uma carrasca, cortando muita coisa e não permitindo que fossem vendidos vários jogos no Super NES / Super Nintendo por exemplo. Todos devem se lembrar como foi difícil para Mortal Kombat.
No entanto, Sega e Nintendo mantinham acorrentado um perigoso monstro, a indústria. Todas as empresas estavam sob seu domínio e precisavam passar pelo seu aval para lançarem jogos. Então chegou a Sony.
A Sony literalmente fez um pacto com o demônio, abrindo a caixa de Pandora. Com a ajuda da indústria, a Sony foi levada aos céus. O problema de se fazer acordos com um monstro é que assim que você não for mais útil, ele te descarta.
O monstro foi se alimentando na época do PlayStation 1 e 2, até estar forte o bastante para se livrar da mão que o alimentava. A indústria boicotou o PlayStation 3 em favor do Xbox 360, só para depois voltar atrás e manter o equilíbrio de poder. Sony e Microsoft agora são como dois servos se degladiando para ver quem lambe melhor os pés do mestre.
Quem é esse monstro? Como ele afeta sua vida? Bom, o monstro da indústria é um monstro que você não vê, mas as ações dele afetam muito você. Foi ele que aumentou o preço dos jogos, de $50 para $60. Foi ele que inventou a distribuição digital para diminuir os próprios custos, tirando direitos seus como revenda. É ele que quer tirar o seu direito de vender e comprar jogos usados. Ele que inventou o DLC, (Downloadable Content, conteúdo para Download), que tem deixado os jogos incompletos para serem vendidas partes extras depois, algumas até já presentes no disco, sendo só desbloqueadas.
Se você já comprou um jogo mais caro, já teve que comprar um jogo online que gostaria de ter em disco, já comprou um jogo usado, já comprou uma roupa alternativa de Street Fighter IV, então você olhou o monstro nos olhos e pagou o pedágio para atravessar a ponte.
Tudo estaria funcionando muito bem para o monstro, mas o Nintendo Wii mostrou que eles não precisam do monstro para obter sucesso. Obviamente isso irrita o monstro e eles entram em uma guerra fria. Em algum momento, como dito antes, sabe-se lá o motivo, a Nintendo cede ao monstro.
O Nintendo 3DS não segue a mesma linha do Nintendo DS e Nintendo Wii, ele cede à indústria. O que esperar? Jogos mais caros, DLC, quem sabe até uma trava para que o jogo só possa ser jogado em um sistema? Todos os modernismos da indústria que vem destruindo os jogos.
Não se pode descartar o fato que talvez a Nintendo queira fazer parte do clubinho da indústria, ser aceita. Este é o Oceano Vermelho, e a Nintendo está caminhando diretamente para ele.
A Estratégia do Oceano Azul se foca no não-cliente e como oferecer valor para ele através de um pico na curva de valor. Veja o exemplo do vinho Yellow Tail, um grande sucesso pois atravessa a curva de valor.
Enquanto vinhos de alta qualidade e vinhos medianos oferecem tudo que se espera deles e atingem sempre o mesmo público, sem surpresas, o Yellow Tail oferece algo diferente, mira nos clientes que não consumiam vinho e se torna mais bem sucedido do que todos os outros vinhos. Isso é Oceano Azul.
O Nintendo 3DS não segue a mesma linha do Nintendo DS e Nintendo Wii, ele cede à indústria. O que esperar? Jogos mais caros, DLC, quem sabe até uma trava para que o jogo só possa ser jogado em um sistema? Todos os modernismos da indústria que vem destruindo os jogos.
Não se pode descartar o fato que talvez a Nintendo queira fazer parte do clubinho da indústria, ser aceita. Este é o Oceano Vermelho, e a Nintendo está caminhando diretamente para ele.
A Estratégia do Oceano Azul se foca no não-cliente e como oferecer valor para ele através de um pico na curva de valor. Veja o exemplo do vinho Yellow Tail, um grande sucesso pois atravessa a curva de valor.
Enquanto vinhos de alta qualidade e vinhos medianos oferecem tudo que se espera deles e atingem sempre o mesmo público, sem surpresas, o Yellow Tail oferece algo diferente, mira nos clientes que não consumiam vinho e se torna mais bem sucedido do que todos os outros vinhos. Isso é Oceano Azul.
É quando você vê aquela pessoa dizendo: "Não me importa quanto isso custe, eu quero". É como o iPhone, o iPod, o Nintendo Wii, você não escolhe uma alternativa semelhante, pois ela não oferece o mesmo valor. O Oceano Azul torna a concorrência irrelevante.
O Oceano Vermelho envolve se focar sempre nos mesmos clientes, oferecer a eles o que eles querem, ou pensam que querem, cada vez tornando sua oferta mais específica, insossa, pois você tem custos de competição com outras empresas fazendo benchmarking, e reduzindo seu mercado em uma espiral descendente. Todos se lembram de Henry Ford quando dizia: "Se eu perguntasse aos meus clientes o que eles queriam, eles diriam: Um cavalo mais rápido".
É isso que acontecia no mercado de jogos, três consoles com pouquíssimos diferenciais visando conquistar mais público que o outro. Era uma corrida ao fundo do poço que levava para a destruição do mercado por desinteresse do público. Retire os números do Nintendo Wii da corrida e temos um encolhimento natural do mercado.
Para não mencionar o fato que o mercado não cresce desde os anos 80 com o NES / Nintendo 8 Bits, a taxa de penetração é a mesma, ficamos estagnados por mais de vinte anos acreditando que crescimento de vendas era crescimento de mercado, sem nunca considerar crescimento populacional.
O que aconteceu? O mercado entrou em crise quando houve decréscimo populacional no Japão, o que significa que o mercado não estava crescendo como se esperava. Ainda assim, no Japão, o Nintendo DS foi um enorme sucesso. Isso não vai se repetir com o Nintendo 3DS.
Vamos lembrar de uma máxima aqui. Software vende hardware. Os jogos que venderam o Nintendo Wii são Wii Sports, Wii Fit, New Super Mario Bros Wii, jogos que fizeram as pessoas pensarem: "Agora esse videogame vale a pena pra mim". New Super Mario Bros também foi um grande killer app do Nintendo DS, vendendo mais de 20 milhões.
Quando Reggie, Atual Presiente da Nintendo of America, disse que New Super Mario Bros Wii venderia mais do que Call of Duty: Modern Warfare, as pessoas riram dele, mas os números se comprovaram. Você imaginaria então que o Nintendo 3DS seria lançado com mais jogos como New Super Mario Bros Wii, mas não, ele vai ser lançado com mais jogos como Call of Duty.
Qual a lista de lançamentos do Nintendo 3DS? Temos jogos do Nintendo 64 portados, jogos que parecem ter saído diretamente do PlayStation 2 e com certeza podemos contar com a Capcom para portar tudo que eles tem em estoque.
Agora eu pergunto. Se o Nintendo DS vendeu mais do que todos os consoles da história, por que não seguir a mesma linha? Ao invés disso a Nintendo está colocando jogos de Nintendo 64 e jogos do estilo do GameCube no portátil. Aonde isso irá levá-la? A vendas de Nintendo 64 e GameCube.
Não bastasse o software ser inadequado, o próprio hardware tem falhas de conceito que apontam a direção que a Nintendo está tomando e isso não será possível reverter depois. Pra início de conversa, vamos analisar toda a obsessão da indústria com o efeito 3D.
Hollywood está em crise, há muito tempo. Ao invés de solucionarem sua crise, eles tiveram a mesma atitude que o exército americano na Guerra do Vietnã. Ao perceberem que não podiam vencer sob a ótica correta de vitória, eles inventam uma ilusão de vitória.
Na Guerra do Vietnã, como eles nunca poderiam vencer realmente, inventou-se a contagem de corpos, na qual o exército americano contava quantos vietcongs foram mortos e quantos deles foram mortos e um saldo positivo indicaria vitória. É surreal.
Mas o mercado faz a mesma coisa. Na incapacidade de vencer pela ótica correta, inventa-se uma nova. Não podendo atrair mais público, Hollywood começou a contar vitória por "arrecadação", uma ilusão conveniente que finge que o mercado está sempre em crescimento, quando na verdade está diminuindo e cada vez menos pessoas vão ao cinema.
Sem qualidade, precisam inventar algum truque pra que as pessoas ao menos vão lá e digam: "Oh, isso é novo", antes de rejeitarem de novo e irem embora. Entenda uma coisa, não-clientes normalmente estão boicotando a indústria por não tentar impressioná-los, eles são como uma namorada que não diz o que você fez de errado e se você não descobrir logo, vai continuar dormindo no sofá.
A teoria de que a Nintendo está querendo se vingar da Sony fica mais plausivel quando pensamos que ela veio com o Nintendo 3DS logo depois da Sony começar a se focar no 3D do PlayStation 3. O fato do Nintendo 3DS não usar óculos é muito legal e realmente arrasa com a estratégia da Sony, mas é irrelevante.
Você pode causar ruptura em qualquer produto, mas sem um mercado consumidor é irrelevante! É como se alguém inventasse um produto superior para competir com o N-Gage. Ninguém está comprando o N-Gage em primeiro lugar, que público você quer conquistar?
Assim como ninguém está interessado no 3D em jogos do PlayStation 3! O que está vendendo agora é o Nintendo Wii e seu Oceano Azul! Voltem pra lá! Sair de um mercado mais próspero para atacar seu concorrente é um movimento de uma estupidez fora do comum, a Nintendo está fazendo questão de sujar seus sapatos de lama só para chutar um cachorro morto.
Não bastasse o 3D por si só ser um movimento falho, ele ainda consegue destruir todos os movimentos válidos que a Nintendo fez até agora. Talvez ela ainda ache que o efeito 3D seja o que esteja faltando para o público saltar de vez para os jogos em 3D poligonal.
A Nintendo não entende que as pessoas não rejeitam Mario 3D porque ele é difícil, elas não gostam tanto de Mario 3D quanto de Mario 2D! Sabe por que? Porque são jogos diferentes! A única coisa em comum entre os dois é o personagem, mas toda a estrutura difere! Não adianta colocar um DVD com o jogo explicando como jogar, elas não querem jogar Mario 3D!
Então eles pegam o Nintendo DS e o que eles fazem? Primeiro, adicionam um analógico, para os maravilhosos jogos 3D que as pessoas não querem jogar. Segundo, colocam uma tela Widescreen, pois a indústria precisa de mais espaço para mostrar seus lindos jogos. Tornam essa tela mais cara com o efeito 3D, aumentando assim o custo de produção.
Colocam uma tela de toque, que se tornou inútil, pois agora a tela que recebe atenção é a superior, que exibe gráficos 3D, enquanto a tela de toque fica na de baixo, a qual não exibe gráficos 3D. Eles conseguiram minar seus próprios sucesso! O que aconteceu com "Touching is good?".
Nintendogs+Cats do Nintendo 3DS, sucessor de Nintendogs, um dos maiores sucessos do Nintendo DS, terá dificuldades por isso. Se antes você podia tocar no seu filhote, agora você toca em uma sombra na tela de baixo, destruindo completamente o contato.
É isso que acontecia no mercado de jogos, três consoles com pouquíssimos diferenciais visando conquistar mais público que o outro. Era uma corrida ao fundo do poço que levava para a destruição do mercado por desinteresse do público. Retire os números do Nintendo Wii da corrida e temos um encolhimento natural do mercado.
Para não mencionar o fato que o mercado não cresce desde os anos 80 com o NES / Nintendo 8 Bits, a taxa de penetração é a mesma, ficamos estagnados por mais de vinte anos acreditando que crescimento de vendas era crescimento de mercado, sem nunca considerar crescimento populacional.
O que aconteceu? O mercado entrou em crise quando houve decréscimo populacional no Japão, o que significa que o mercado não estava crescendo como se esperava. Ainda assim, no Japão, o Nintendo DS foi um enorme sucesso. Isso não vai se repetir com o Nintendo 3DS.
Vamos lembrar de uma máxima aqui. Software vende hardware. Os jogos que venderam o Nintendo Wii são Wii Sports, Wii Fit, New Super Mario Bros Wii, jogos que fizeram as pessoas pensarem: "Agora esse videogame vale a pena pra mim". New Super Mario Bros também foi um grande killer app do Nintendo DS, vendendo mais de 20 milhões.
Quando Reggie, Atual Presiente da Nintendo of America, disse que New Super Mario Bros Wii venderia mais do que Call of Duty: Modern Warfare, as pessoas riram dele, mas os números se comprovaram. Você imaginaria então que o Nintendo 3DS seria lançado com mais jogos como New Super Mario Bros Wii, mas não, ele vai ser lançado com mais jogos como Call of Duty.
Qual a lista de lançamentos do Nintendo 3DS? Temos jogos do Nintendo 64 portados, jogos que parecem ter saído diretamente do PlayStation 2 e com certeza podemos contar com a Capcom para portar tudo que eles tem em estoque.
Agora eu pergunto. Se o Nintendo DS vendeu mais do que todos os consoles da história, por que não seguir a mesma linha? Ao invés disso a Nintendo está colocando jogos de Nintendo 64 e jogos do estilo do GameCube no portátil. Aonde isso irá levá-la? A vendas de Nintendo 64 e GameCube.
Não bastasse o software ser inadequado, o próprio hardware tem falhas de conceito que apontam a direção que a Nintendo está tomando e isso não será possível reverter depois. Pra início de conversa, vamos analisar toda a obsessão da indústria com o efeito 3D.
Hollywood está em crise, há muito tempo. Ao invés de solucionarem sua crise, eles tiveram a mesma atitude que o exército americano na Guerra do Vietnã. Ao perceberem que não podiam vencer sob a ótica correta de vitória, eles inventam uma ilusão de vitória.
Na Guerra do Vietnã, como eles nunca poderiam vencer realmente, inventou-se a contagem de corpos, na qual o exército americano contava quantos vietcongs foram mortos e quantos deles foram mortos e um saldo positivo indicaria vitória. É surreal.
Mas o mercado faz a mesma coisa. Na incapacidade de vencer pela ótica correta, inventa-se uma nova. Não podendo atrair mais público, Hollywood começou a contar vitória por "arrecadação", uma ilusão conveniente que finge que o mercado está sempre em crescimento, quando na verdade está diminuindo e cada vez menos pessoas vão ao cinema.
Sem qualidade, precisam inventar algum truque pra que as pessoas ao menos vão lá e digam: "Oh, isso é novo", antes de rejeitarem de novo e irem embora. Entenda uma coisa, não-clientes normalmente estão boicotando a indústria por não tentar impressioná-los, eles são como uma namorada que não diz o que você fez de errado e se você não descobrir logo, vai continuar dormindo no sofá.
A teoria de que a Nintendo está querendo se vingar da Sony fica mais plausivel quando pensamos que ela veio com o Nintendo 3DS logo depois da Sony começar a se focar no 3D do PlayStation 3. O fato do Nintendo 3DS não usar óculos é muito legal e realmente arrasa com a estratégia da Sony, mas é irrelevante.
Você pode causar ruptura em qualquer produto, mas sem um mercado consumidor é irrelevante! É como se alguém inventasse um produto superior para competir com o N-Gage. Ninguém está comprando o N-Gage em primeiro lugar, que público você quer conquistar?
Assim como ninguém está interessado no 3D em jogos do PlayStation 3! O que está vendendo agora é o Nintendo Wii e seu Oceano Azul! Voltem pra lá! Sair de um mercado mais próspero para atacar seu concorrente é um movimento de uma estupidez fora do comum, a Nintendo está fazendo questão de sujar seus sapatos de lama só para chutar um cachorro morto.
Não bastasse o 3D por si só ser um movimento falho, ele ainda consegue destruir todos os movimentos válidos que a Nintendo fez até agora. Talvez ela ainda ache que o efeito 3D seja o que esteja faltando para o público saltar de vez para os jogos em 3D poligonal.
A Nintendo não entende que as pessoas não rejeitam Mario 3D porque ele é difícil, elas não gostam tanto de Mario 3D quanto de Mario 2D! Sabe por que? Porque são jogos diferentes! A única coisa em comum entre os dois é o personagem, mas toda a estrutura difere! Não adianta colocar um DVD com o jogo explicando como jogar, elas não querem jogar Mario 3D!
Então eles pegam o Nintendo DS e o que eles fazem? Primeiro, adicionam um analógico, para os maravilhosos jogos 3D que as pessoas não querem jogar. Segundo, colocam uma tela Widescreen, pois a indústria precisa de mais espaço para mostrar seus lindos jogos. Tornam essa tela mais cara com o efeito 3D, aumentando assim o custo de produção.
Colocam uma tela de toque, que se tornou inútil, pois agora a tela que recebe atenção é a superior, que exibe gráficos 3D, enquanto a tela de toque fica na de baixo, a qual não exibe gráficos 3D. Eles conseguiram minar seus próprios sucesso! O que aconteceu com "Touching is good?".
Nintendogs+Cats do Nintendo 3DS, sucessor de Nintendogs, um dos maiores sucessos do Nintendo DS, terá dificuldades por isso. Se antes você podia tocar no seu filhote, agora você toca em uma sombra na tela de baixo, destruindo completamente o contato.
Se você acha que os primeiros jogos do Nintendo DS ignoravam a tela de baixo, desperdiçando-a com mapas e outras besteiras, espere só até ver o que a indústria fará com o 3DS.
Ele ainda vem acompanhado de um giroscópio, que significa que ele percebe sua posição em relação a si mesmo. Inclinar o portátil pode ter efeitos no jogo, etc. Essa é uma função bem legal e que também será vastamente ignorada pelas empresas.
Veja o Nintendo Wii e como a indústria deliberadamente escolhe ignorar as capacidades dele. A indústria não gosta do Wii e DS, mas não se incomoda em pisar neles para ganhar um dinheiro a mais.
Se o Nintendo Wii fosse lançado com o mesmo poderio gráfico do Xbox 360 e PlayStation 3, teria falhado miseravelmente, pois seria inundado com conversões de jogos da indústria que só semeiam o desinteresse dos não-clientes.
Veja que nunca foi uma questão de controles de movimento contra controles convencionais, mas de jogos feitos para conquistar novos clientes e jogos que visavam só tirar cada vez mais dinheiro dos clientes já existentes. Para a indústria, você não é um consumidor, você é uma carteira ambulante.
Por isso a indústria não consegue vencer no Wii, ela quer jogar pelas suas regras de Oceano Vermelho em um mundo onde as regras são de Oceano Azul. Satoru Iwata disse: "O jogo mudou, e a forma como o jogo é jogado tem que ser mudada". Mentes pequenas verão só uma declaração de controles de movimento contra controles convencionais.
Uma questão é definir as condições da falha. Para quem a Nintendo vai perder? Em primeiro lugar, para ela mesma. Tanto o Nintendo DS quanto o Nintendo Wii não tiveram estratégias perfeitas, apesar de muitas vezes brilhantes, cometendo erros grotescos durante sua trajetória.
Isso significa que um novo DS e Wii com estratégias otimizadas poderiam atingir um sucesso ainda maior do que os produtos atuais. Obviamente não considerando uma possível mancha na imagem da marca, já que os erros grotescos podem afastar futuros clientes de comprarem um novo produto da empresa acreditando que o produto original não atendeu sua demanda.
Logo em seguida vem os concorrentes. O iPhone pode se tornar um concorrente de respeito se não cair no Oceano Vermelho também, algo que já está acontecendo, mas não se pode prever se é um movimento estável ou uma moda passageira. Se nossa experiência com videogames valer, eles se afundarão em Oceano Vermelho, mas não sabemos se as pessoas por trás do iPhone são as mesmas por trás de videogames, então elas podem ter reações inesperadas e não cair nessa armadilha.
Da parte da Sony temos um possível PSP 2, que no caso seria um portátil mais potente que o Nintendo 3DS e com perfil de jogos de console. Tal portátil apanharia do DS assim como o PSP original, mas faria uma competição ferrenha pelo mesmo mercado do 3DS, complicando a vida da Nintendo em vender seu elefante branco.
Por outro lado temos uma incógnita, o PlayStation Phone. O público não gosta de mensagens misturadas. Você é um telefone ou um videogame? Decida-se! Por um lado, o público comum não quer videogames em seus telefones, mas por outro, jogadores de videogame podem querer telefones em seus videogames. Nesse caso ele pode ter mais sucesso que o Nintendo 3DS.
E então há sempre a possibilidade de um novo competidor. Não é o competidor que diz a hora certa de entrar no mercado, são as empresas sobre as quais ele quer causar uma ruptura. Com tantas mensagens confusas, falta de foco, preços caros, surge o espaço para um novo portátil tomar as rédeas do mercado com facilidade.
Algumas pessoas consideraram que o Nintendo 3DS iria falhar por causa do preço. Mas não é assim que funciona. O preço exorbitante é só a cereja no topo do bolo para transformar nosso querido portátil no sucessor espiritual do PlayStation 3.
Quando as pessoas estão convencidas que algo lhes oferece o valor que elas querem e o preço está dentro da sua realidade, elas compram. Por isso o Nintendo Wii continuava vendendo mais que o Xbox 360 e PlayStation 3 mesmo quando os preços se emparelharam, por isso o GameCube continuava vendendo menos que o PlayStation 2 mesmo quando oferecia um pacote muito mais completo e mais barato.
O Nintendo 3DS está fadado a falhar. Mas não é inevitável. Há possibilidades para salvação se tudo que vimos até agora for alguma espécie de mentira, enganação, um embuste talvez para enganar seus concorrentes e lançá-los na direção errada.
Digamos que de repente a Nintendo anuncie que as câmeras do 3DS permitam que você interaja diretamente com os objetos "fora da tela" em 3D utilizando a caneta Stylus, preparada com algum tipo de detector (há patentes suspeitas sobre isso).
Parece utópico? Não é muito. O sistema tendo uma câmera, sabendo o que procurar, poderia fazer uma triangulação com a posição dos objetos, a posição 3D, a qual é determinada por um botão regulável à direita da tela do console, e a posição da caneta Stylus. Esse é o tipo de valor de inovação que aliado a software adequado tornaria o produto Oceano Azul.
Nem mesmo é de todo improvável, já que até agora nenhum jogo foi mostrado para o Nintendo 3DS, somente demonstrações, algo muito estranho considerando vir da Nintendo. Até agora só o efeito 3D foi mostrado, sem qualquer porção de jogabilidade real, com exceção de um demo de Nintendogs+Cats da própria Nintendo.
Outra coisa que poderia salvá-lo, apesar de ser uma situação mais difícil para a Nintendo, seria se eles finalmente percebessem que estão no caminho errado e começassem a fazer os jogos certos para o público expandido. Independente do hardware não ter esse valor todo, se o software fosse bom, poderia vender.
Se nada parecido com isso acontecer, se não surgir alguma inovação que agregue valor a ele, o Nintendo 3DS irá falhar, porque o público não vê valor no efeito 3D e com certeza não vê valor nos jogos da indústria.
Ele ainda vem acompanhado de um giroscópio, que significa que ele percebe sua posição em relação a si mesmo. Inclinar o portátil pode ter efeitos no jogo, etc. Essa é uma função bem legal e que também será vastamente ignorada pelas empresas.
Veja o Nintendo Wii e como a indústria deliberadamente escolhe ignorar as capacidades dele. A indústria não gosta do Wii e DS, mas não se incomoda em pisar neles para ganhar um dinheiro a mais.
Se o Nintendo Wii fosse lançado com o mesmo poderio gráfico do Xbox 360 e PlayStation 3, teria falhado miseravelmente, pois seria inundado com conversões de jogos da indústria que só semeiam o desinteresse dos não-clientes.
Veja que nunca foi uma questão de controles de movimento contra controles convencionais, mas de jogos feitos para conquistar novos clientes e jogos que visavam só tirar cada vez mais dinheiro dos clientes já existentes. Para a indústria, você não é um consumidor, você é uma carteira ambulante.
Por isso a indústria não consegue vencer no Wii, ela quer jogar pelas suas regras de Oceano Vermelho em um mundo onde as regras são de Oceano Azul. Satoru Iwata disse: "O jogo mudou, e a forma como o jogo é jogado tem que ser mudada". Mentes pequenas verão só uma declaração de controles de movimento contra controles convencionais.
Uma questão é definir as condições da falha. Para quem a Nintendo vai perder? Em primeiro lugar, para ela mesma. Tanto o Nintendo DS quanto o Nintendo Wii não tiveram estratégias perfeitas, apesar de muitas vezes brilhantes, cometendo erros grotescos durante sua trajetória.
Isso significa que um novo DS e Wii com estratégias otimizadas poderiam atingir um sucesso ainda maior do que os produtos atuais. Obviamente não considerando uma possível mancha na imagem da marca, já que os erros grotescos podem afastar futuros clientes de comprarem um novo produto da empresa acreditando que o produto original não atendeu sua demanda.
Logo em seguida vem os concorrentes. O iPhone pode se tornar um concorrente de respeito se não cair no Oceano Vermelho também, algo que já está acontecendo, mas não se pode prever se é um movimento estável ou uma moda passageira. Se nossa experiência com videogames valer, eles se afundarão em Oceano Vermelho, mas não sabemos se as pessoas por trás do iPhone são as mesmas por trás de videogames, então elas podem ter reações inesperadas e não cair nessa armadilha.
Da parte da Sony temos um possível PSP 2, que no caso seria um portátil mais potente que o Nintendo 3DS e com perfil de jogos de console. Tal portátil apanharia do DS assim como o PSP original, mas faria uma competição ferrenha pelo mesmo mercado do 3DS, complicando a vida da Nintendo em vender seu elefante branco.
Por outro lado temos uma incógnita, o PlayStation Phone. O público não gosta de mensagens misturadas. Você é um telefone ou um videogame? Decida-se! Por um lado, o público comum não quer videogames em seus telefones, mas por outro, jogadores de videogame podem querer telefones em seus videogames. Nesse caso ele pode ter mais sucesso que o Nintendo 3DS.
E então há sempre a possibilidade de um novo competidor. Não é o competidor que diz a hora certa de entrar no mercado, são as empresas sobre as quais ele quer causar uma ruptura. Com tantas mensagens confusas, falta de foco, preços caros, surge o espaço para um novo portátil tomar as rédeas do mercado com facilidade.
Algumas pessoas consideraram que o Nintendo 3DS iria falhar por causa do preço. Mas não é assim que funciona. O preço exorbitante é só a cereja no topo do bolo para transformar nosso querido portátil no sucessor espiritual do PlayStation 3.
Quando as pessoas estão convencidas que algo lhes oferece o valor que elas querem e o preço está dentro da sua realidade, elas compram. Por isso o Nintendo Wii continuava vendendo mais que o Xbox 360 e PlayStation 3 mesmo quando os preços se emparelharam, por isso o GameCube continuava vendendo menos que o PlayStation 2 mesmo quando oferecia um pacote muito mais completo e mais barato.
O Nintendo 3DS está fadado a falhar. Mas não é inevitável. Há possibilidades para salvação se tudo que vimos até agora for alguma espécie de mentira, enganação, um embuste talvez para enganar seus concorrentes e lançá-los na direção errada.
Digamos que de repente a Nintendo anuncie que as câmeras do 3DS permitam que você interaja diretamente com os objetos "fora da tela" em 3D utilizando a caneta Stylus, preparada com algum tipo de detector (há patentes suspeitas sobre isso).
Parece utópico? Não é muito. O sistema tendo uma câmera, sabendo o que procurar, poderia fazer uma triangulação com a posição dos objetos, a posição 3D, a qual é determinada por um botão regulável à direita da tela do console, e a posição da caneta Stylus. Esse é o tipo de valor de inovação que aliado a software adequado tornaria o produto Oceano Azul.
Nem mesmo é de todo improvável, já que até agora nenhum jogo foi mostrado para o Nintendo 3DS, somente demonstrações, algo muito estranho considerando vir da Nintendo. Até agora só o efeito 3D foi mostrado, sem qualquer porção de jogabilidade real, com exceção de um demo de Nintendogs+Cats da própria Nintendo.
Outra coisa que poderia salvá-lo, apesar de ser uma situação mais difícil para a Nintendo, seria se eles finalmente percebessem que estão no caminho errado e começassem a fazer os jogos certos para o público expandido. Independente do hardware não ter esse valor todo, se o software fosse bom, poderia vender.
Se nada parecido com isso acontecer, se não surgir alguma inovação que agregue valor a ele, o Nintendo 3DS irá falhar, porque o público não vê valor no efeito 3D e com certeza não vê valor nos jogos da indústria.
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