quinta-feira, 16 de abril de 2020

Coisas para fazer na Quarentena #NaBaladaEdition


Diferente da maioria, inicialmente eu não fiquei cheio de tempo livre na quarentena, pelo contrário, com todo mundo em casa eu comecei a ter mais trabalho do que nunca. Porém, com o novo coronavírus (COVID-!9) se espalhando cada vez mais, o ritmo está começando a diminuir até pra mim e por ora parece que vou ter algum tempo livre.

Ficar em quarentena pra mim é bastante fácil porque sou muito caseiro, então acho que posso dar algumas boas ideias pra vocês. Como a maioria é baseada nos meus próprios interesses, então vai haver muitos crossovers entre cada sessão de conteúdo. Aqui vão algumas atividades para fazer nesse período de quarentena e no final uma grande lista de recomendações.

Animes & Mangás

Claro, vou recomendar alguns animes e mangás legais para assistir e ler nessa época, mas quero destacar dois que têm tudo a ver com a situação: Cells at Work e Dr. Stone.

O primeiro está disponível na Netflix, é um anime de 13 episódios sobre personagens que representam o funcionamento do corpo humano, com células vermelhas e brancas lutando contra invasões de vírus enquanto explicam mais sobre o corpo humano. Tem um pouquinho de sangue demais, usado de uma maneira até meio cômica, mas é bom respeitar a classificação etária de 12 anos.


O segundo, Dr. Stone, está disponível no Crunchy Roll e conta de um acontecimento misterioso que transformou toda a humanidade em pedra. Apesar desse ponto inicial, ele não é um anime sobre magia. O personagem principal é um garoto obcecado com ciência que desperta milhares de anos depois e tenta restaurar a humanidade através da ciência. Explica bastante tudo que é feito cientificamente também.

Livros

Ler é uma boa atividade para o momento, porém nem sempre é possível com o aumento de pessoas em casa, o que pode dificultar a concentração. Leituras leves são mais fáceis dado o clima pesado no mundo, mas vejo também oportunidade para ler algumas coisas que expliquem como chegamos aqui como o filósofo sul-coreano Byung-Chul Han e até Nietzsche. Alguns clássicos também são boas pedidas, como O Mágico de Oz. Muitas vezes ouvimos falar deles mas nunca lemos os originais.

Se você assina o Amazon Prime tem direito também a um serviço chamado "Prime Reading" que não é muito bem divulgado. Você pode ler vários livros gratuitamente ao pegá-los "emprestados" e depois precisa devolvê-los para o sistema. Com um Kindle é bem fácil de ler, sem ele há o "Kindle Cloud Reader", que nada mais é que ler no seu PC. Há também algumas HQs bem legais como Batman: Ano Um, The Boys e mais.


Filmes, Séries, Desenhos & Musicais

Assim como as outras categorias, tem uns que são muito óbvios e não vale a pena chover no molhado para filmes e séries extremamente populares. Então vou focar minhas recomendações nos incomuns, que nem todos conhecem e que podem se surpreender. Vale a pena também visitar uns clássicos, sou grande fã dos filmes em preto e branco, não tanto dos mudos.

Musicais eu gosto mas não sou super fã de todos. Séries estilo History Channel como Trato Feito, Guerra de Depósitos, funcionam muito bem para entreter com baixo investimento de pensamento. Aqui em filmes e séries eu vou botar uns pesados e também desenhos animados adultos, porque mesmo em quarentena às vezes é legal ver algo mais denso, à discrição do espectador.


Cursos bizarros

Depois que eu descobri o site Udemy não tem mais nada que eu não aprenda. Quando eles têm promoções, dá pra encontrar cursos por aproximadamente R$ 20. Fiz alguns ótimos investimentos em curso de desenho para melhorar nesse hobby. Porém, o segredo é não focar apenas em cursos úteis, como alguns outros que eu já comprei de pixel art ou programação em Unity. São os cursos bizarros que são mais interessantes.

Cursos de idiomas que talvez você não vá usar, malabarismo, taijutsu, música, costura, construção de maquetes, boxe, massagem, astrologia, dança, libras, hipnose, tai chi, pense em qualquer área sobre a qual você tenha a mínima curiosidade e como você pode sair de apenas um mero curioso para alguém com um conhecimento básico sobre o assunto. Isso é extremamente estimulante para o cérebro e algumas trabalham também o corpo.


Tokusatsus

É uma ótima oportunidade para rever alguns tokusatsus clássicos como Jaspion, Changeman, Flashman, Jiraya e mais. Muitos deles estão disponíveis no Amazon Prime, o qual no momento não é um serviço caro. As versões picotadas da Saban como Power Rangers, VR Troopers e Beetleborgs estão disponíveis na Netflix, mas o cringe é forte, não envelheceram nada bem.

Felizmente a Toei também lançou um canal no YouTube onde está publicando vários Tokusatsus e animes antigos, chamado Toei Tokusatsu World Official. Eles estão com legends em inglês, então temos Machine Man, Winspector, Solbrain, Bicrossers, Gavan e Sharivan, porém sem dublagem.


Canais de YouTube

Através dos anos eu acumulei uma lista especial de canais de YouTube com todo tipo de conteúdo interessante, os quais além de entreter às vezes também ensinam um pouco. Alguns dos canais são em português, mas a grande maioria é em inglês, então talvez nesse ponto a minha lista possa não ser tão útil para alguns usuários.


Infantil

Se você estiver em quarentena com crianças sem um momento de privacidade para ver algo que inclua violência ou temas adultos, essa seção tem algumas opções. Ainda são ótimos filmes por si só e eu adoro a maioria mesmo sem crianças por perto. Boa parte dos animes que mencionei também são adequados para todas as idades, com exceção de alguns poucos.



Lista suprema de recomendações quarentenadas

Anime & Mangá

Tengen Toppa Gurren Lagann (anime/mangá) - anime de ação e mechas sensacional e totalmente obrigatório. Não é muito longo e a qualidade da animação é excepcional, por isso recomendo ver o anime ao invés do mangá.


Puella Magi Madoka Magica (anime/mangá) - uma subversão do gênero de garotas mágicas com um pouco de violência e temática adulta. Também não é longo e ao lado de Gurren Lagann é um dos raros casos em que prefiro drasticamente o anime ao mangá.

Quem é Sakamoto? (anime/mangá) - comédia hilariante sobre um estudante que tudo que faz é perfeito e estiloso, é engraçado ver como as coisas dão certo pra ele e também a paródia de clichés de anime.

Mob Psycho 100 (anime/mangá) - uma história sobre um garoto com poderes paranormais poderosíssimos mas com uma humildade que o faz não se achar especial e acaba mudando todos a sua volta.

One Punch-Man (anime/mangá) - anime de ação e comédia sobre um herói que derrota todos os seus inimigos com apenas um soco e fica entediado com a vida. Algumas pessoas não curtiram tanto a segunda temporada, mas eu ainda gosto.


Red Line (anime) - um longa de corrida de carros com alguns belos efeitos de animação e uma história interessante. Aviso que tem uma pequena cena de topless no meio, caso isso seja um problema.

Castlevania (anime) - o anime de Castlevania original da Netflix está bem bacana e é a melhor coisa sendo feita com a série hoje em dia desde que a Konami resolveu engavetá-la.

Dragon Ball Super (anime/mangá/filmes) - se você ainda não viu Dragon Ball Super, agora é uma boa hora. Há muito disponível para assistir e apesar de alguns pontos baixos, há outros muito bons, como o final do torneio do poder. O mangá é diferente do anime, então vale a pena ler separadamente, até porque o mangá está mais a frente e já tem um novo vilão chamado Moro. Houve também novos filmes da série, que variam em qualidade, mas divertem.

Fullmetal Alchemist Brotherhood (anime/mangá) - uma ótima série de anime e mangá bem elaborada e complexa. Adiei muito meu contato com FMA porque não faz tanto meu estilo, mas pode fazer o de outros.

Little Witch Academia (anime/mangá) - imagine como seria Harry Potter com garotinhas colegiais no lugar do Daniel Radcliffe e você tem uma boa ideia do que é esse anime. É leve e tranquilo de ver com crianças, apesar do mau exemplo da protagonista teimosa.

SSSS Gridman (anime) - um anime recente baseado na clássica série Gridman, que era tipo um Ultraman misturado com computadores. No Brasil tivemos contato com uma versão americanizada da série, estilo Power Rangers, chamada Superhuman Samurai Syber Squad. O anime presta homenagem com o SSSS, mas é uma nova história.


Tudo do Ghibli (anime) - recentemente a Netflix adicionou muitos longas do Studio Ghibli como A Viagem de Chihiro, Meu Amigo Totoro, Serviço de Entregas da Kiki, Castelo Animado, Princesa Mononoke e mais. Para apreciar alguns desses é preciso estar em um certo estado de espírito calmo e pronto pra apreciar a beleza nessa tranquilidade.

Neon Genesis Evangelion (anime/mangá) - este é um anime que não recomendo tanto para esse período. Apesar de gostar de Evangelion, ele é também muito depressivo. Não é uma boa época para se jogar pra baixo.

Food Wars (anime/mangá) - inicialmente não parece algo muito fantástico, mas Food Wars incentiva bastante o interesse em cozinhar, o que por si só pode ser um hobby para esses momentos.

Dr. Slump (anime/mangá) - outro clássico, mas do humor, Dr. Slump tem várias situações engraçadas e simplesmente uma estética simpática cheia de carisma que vale conhecer para quem ainda não conhece.

Hellsing (anime/mangá) - este é um dos meus preferidos, apesar de um pouco antigo, aventuras de um vampiro com uma arma irada.


Hokuto no Ken (anime/mangá) - a clássica série do "você já está morto" é bem mais legal do que parece inicialmente com seu visual de Mad Max. Por trás de um monte de pancadaria há muito acontecendo na história.

Hi-Score Girl (anime) - não é um anime particularmente brilhante, mas Hi-Score Girl ganha pontos por ser uma animação sobre videogames e falar um bocado sobre a história deles.

Bananya (anime) - um anime bem fofinho sobre um gato que vive dentro de uma banana, com episódios curtos, mas que criam um universo fofo por si só.

Mazinger Z (anime) - recentemente a Netflix trouxe esse anime inédito no Brasil pra cá com dublagem. É um clássico mas talvez algumas coisas da época não agradem tanto o público de hoje em dia. Tem umas partes tensas devido ao machismo da época. Ah, coloquem em japonês ao menos uma vez para ouvir a música tema, a qual não está presente na dublagem, não sei por que.


Voltes V (anime) - outro anime de robô gigante, Voltes V passou no Brasil há muitos anos e também é um clássico de combate entre mechas, porém com uma pegada de combinação, estilo Super Sentai. Está disponível no canal da Toei.

Livros

Guia do Mochileiro das Galáxias (livro) - a clássica obra de Douglas Adams é uma leitura leve e divertida para todas as idades.

O Hobbit (livro) - bem melhor que o filme O Hobbit, bem melhor que os livros de O Senhor dos Anéis, é uma leitura leve de Tolkien, algo meio raro, com ótimos toques de aventura.


O Alquimista (livro) - sim, Paulo Coelho. É outro livro de leitura fácil e que vem com uma mensagem interessante.

Eragon (livro) - um livro com um pouco mais páginas, porém com leitura leve como a seda. Eragon é na verdade uma série, mas eu só posso votar a favor do primeiro livro porque não cheguei a ler os outros. Não se enganem pelo filme ruinzinho, o livro é bacana.

A Batalha do Apocalipse (livro) - o primeiro grande sucesso da Nerd Books, editora do Jovem Nerd, é uma história sobre o fim do mundo (estamos quase lá), com vários flashbacks que explicam aquele momento. É um pouco cansativo e cliché às vezes, além de numeroso em páginas, mas ainda é bom.

Vinte Mil Léguas Submarinas (livro) / A Volta ao Mundo em 80 Dias (livro) - sempre é uma ótima época para Júlio Verne e esses são alguns dos que eu mais gosto dele, mas há outras opções como Viagem à Lua e Viagem ao Centro da Terra.

O Mágico de Oz (livro) - clássicos sempre são bem interessantes e O Mágico de Oz é um que vale a pena ver junto com o clássico filme de 1939, já que ambos se complementam maravilhosamente.


Assim falou Zaratustra (livro) - encaro esse como um dos trabalhos mais otimistas de Nietzsche e imagino como ele ficaria chocado pela sociedade que temos hoje, na qual reagimos de imediato com o instinto mais primordial ao que nos gera emoções na internet.

A Morte e a Morte de Quincas Berro D'água (livro) - reli recentemente para um artigo aqui no blog que devem se lembrar e é um dos raros livros de Jorge Amado que eu gosto, além de ter uma magia muito característica da Bahia, de forma que esse livro simplesmente não poderia se passar em outro lugar.

O Lobo (livro) - esse é um livro que sempre acho fantástico, conta a história de um lobo em um inverno rigoroso, em primeira pessoa pela visão do animal.

Fahrenheit 451 (livro) - uma distopia não tão muito diferente da nossa, um mundo vazio de sentimentos e abundante de telas onde livros se tornaram perigosos e bombeiros os queimam. Ray Bradbury em seu melhor, recomendadíssimo.


79 Filmes para assistir enquanto dirige (livro) - o livro do Choque de Cultura com 79 reviews de filmes repletas de humor e pontos de vista incomuns. Se você gosta do programa, não tem erro com o livro.

Filmes

Marvel (filmes) - claro, filmes da Marvel são muito populares e se você não os assistiu, vale a pena fazer agora, porém para quem já assistiu, poucos são reassistíveis. Recomendo alguns como Capitão América: Soldado Invernal, Capitão América: Guerra Civil, Doutor Estranho, Guardiões da Galáxia 2, Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores Ultimato. Fora do circuito principal, Deadpool 1 e 2 também são bem bacanas.


DC (filmes) - sempre é uma boa hora para rever Batman: O Cavaleiro das Trevas, mas também LEGO Batman por motivos totalmente diferentes. Shazam também é mais divertido do que parece.

Star Wars Episódio VI / V / VI (filmes) - a trilogia original de Star Wars é sempre uma boa pedida e adiciono ainda Star Wars: Rogue One no pacote, o qual apesar de popular no lançamento, muita gente talvez ainda não tenha visto e é um filme interessante.

O Senhor dos Anéis (filmes) - ótima pedida para essa época de trevas em geral. Uma conversão quase perfeita dos livros em trilogia, a qual eu acho em alguns pontos superior à versão escrita. Vale a pena ver os três filmes com esse tempo extra e até ver a animação de 78 que cobre quase os dois primeiros filmes inteiros, mas que infelizmente não houve sequência.

Tank Girl (filme) - baseado nas histórias em quadrinhos britânicas, Tank Girl é como se fosse um filme de super herói dos anos 90 em que vemos a origem da heroína e seu confronto contra seu principal vilão tudo na mesma história. Uma coisa que o filme tem bastante é estilo. Ouvi falar de rumores de um reboot com a Margot Robbie, não sei se já foi confirmado.


Comando para Matar (filme) - não dá pra falar de Arnold Schwarzenegger sem falar de Comando, é o filme padrão dele, é como uma fita demo para mostrar o que ele é capaz.

Predador / Predador 2 (filmes) - o primeiro e o segundo filmes da série Predador são obras de arte da ação, ambos com qualidades distintas. Arnold Schwarzenegger formidável no primeiro filme e Danny Glover incrível no segundo.

Wasabi (filme) - um dos meus filmes favoritos do Jean Reno, dirigido por Luc Besson. Wasabi conta a história de um super policial que descobre ter uma filha no Japão e enfrenta a Yakuza para protegê-la.

Sharknado (filmes) - a série de filmes Sharknado é simplesmente ridícula e há momentos em que isso é muito bom. Em seus piores momentos, quando o filme realmente sabe que é horrível, ele consegue dar a volta e ficar muito bom. Não são todos os capítulos da série que são bons, no entanto, mas é uma diversão idiota muito bem-vinda.

Jumanji (filme) - o reboot de Jumanji com The Rock é um filme ok, nada fora do comum, mas que pode entreter bem para uma tarde. Eu acho o original um pouco chato, apesar de ser um bom filme, talvez valha a pena apresentá-lo para as crianças.

Krull (filme) - um clássico estilo Sessão da Tarde bastante inspirado por sucessos como Star Wars sobre um príncipe lutando contra invasores em uma terra de fantasia.


Power Rangers (filme) - o mais recente filme de 2017 traz uma roupagem mais séria para os Power Rangers e apesar de um começo terrível, mais pra frente até se torna uma boa aventura. É difícil de aturar algumas coisas, mas eu acho que tem também algo de legal no filme. Ainda prefiro o original.

Entre facas e segredos / Knives Out (filme) - um bom filme de detetive e mistério, relativamente recente, que traz Daniel Craig com um estilo muito diferente do James Bond e mostra que ele tem mais alcance como ator do que demonstra como agente secreto.

Ataque ao Prédio / Attack on the Block (filme) - um filme britânico sobre uma invasão de alienígenas em um bairro pobre com algumas estrelas como John Boyega, o Finn de Star Wars: Episódio 7, e Jodie Whittaker, atual Doctor em Doctor Who.

O Carma de um Assassino / Accident Man (filme) - um filme de ação tradicional sobre um assassino especializado em fazer mortes parecerem acidentes. O protagonista é ninguém menos que Ray Park, o ator que faz o Darth Maul em Star Wars: Episódio 1.

Chocolate (filme) - este é um filme de artes marciais um pouco incomum. Além de ter uma protagonista feminina, o que é raro nesse gênero, acredito que a menina seja autista. Ela cresce e imita filmes como os de Bruce Lee enquanto luta contra gangsteres.


Os Intocáveis (filme) - já que estamos falando de gangsteres, vamos falar logo de Al Capone. Eu não curto muito esse estilo de filme, não gosto de O Poderoso Chefão, por exemplo, mas Os Intocáveis realmente tem um ótimo roteiro e direção.

Lady Bloodfight (filme) - basicamente uma continuação de "O Grande Dragão Branco" apenas com mulheres. Tem pancadaria de boa qualidade e tem a Amy Johnston, atriz e dublê que faz captura de movimentos para Tomb Raider, Uncharted e mais outros jogos.

Herói (filme) - um dos mais poéticos filmes de artes marciais que já vi, conta a história de como o protagonista, interpretado por Jet Li, derrotou três assassinos que haviam tentado atacar um rei, com algumas belíssimas coreografias.

Ip Man (filme) - baseado na história real do homem que foi professor de Bruce Lee, Ip Man é um filme de artes marciais não apenas focado nisso, mas também no período histórico de guerra entre o Japão e a China. É um filme formidável e há sequências, porém o primeiro tem um peso incrível.

A Balada do Samurai (filme) - este é um filme meio raro de encontrar, mas é um ótimo filme de ação com espadas sobre um mundo pós-apocalíptico e um astro do rock samurai que deseja se tornar seu novo rei.


Shaolin Soccer / Kung Fu Futebol Clube (filme) - no espectro oposto dos filmes de artes marciais, este é um que não se leva muito a sério, mas é bem divertido, sobre um time de super atletas que usam kung fu para vencer no futebol.

IT (filme) - o original, não o remake. Originalmente essa versão de IT foi uma série para TV nos anos 90, mas ele se segura bem como filme e corta boas partes do livro como cenas de sexo e tartarugas cósmicas sem perder o sentido. Não curti nada o remake.

A Hora do Espanto (filme) - um clássico filme de terror no qual um jovem procura um apresentador de TV para ajudá-lo a combater as criaturas da noite. Estou falando do clássico de 86, pois houve um remake em 2011 que não assisti.

Gremlins 1 / Gremlins 2 (filmes) - os filmes da série Gremlins têm um tom de humor negro fantástico que funciona perfeitamente no original e acredito que ainda evolui na sequência. São monstrinhos que se reproduzem ao serem molhados e causam problemas. Há um toque de terror, mas no fundo são mais engraçados que assustadores.

Toc Toc (filme) - tem na Netflix, uma comédia, acredito que espanhola, sobre várias pessoas com transtorno obsessivo compulsivo em busca de uma cura com um psiquiatra especial.


RRRrrr!!! (filme) - uma comédia francesa sobre homens das cavernas que precisam resolver o primeiro caso de assassinato entre homens em meio a uma guerra por xampu entre tribos.

Clue / Os 7 Suspeitos (filme) - baseado no jogo de tabuleiro Clue / Detetive, este filme é outra divertida comédia que se sobressai com um mistério de "quem é o assassino?".

Corra que a Polícia vem aí (filmes) - a série de filmes de "Corra que a Polícia vem aí" traz algumas das comédias mais bobas e divertidas de antigamente. Leslie Nielsen em seu auge, com algumas coisas que não envelheceram tão bem, mas no geral ótimo.

Meus vizinhos são um terror / The Burbs (filme) - um Tom Hanks novinho em uma comédia sensacional sobre seus vizinhos serem assassinos. É um clássico da Sessão da Tarde que não passa mais e faz falta.

Apertem os Cintos o Piloto Sumiu (filme) - não dá pra lembrar do Leslie Nielsen sem lembrar desse outro clássico da comédia sobre um avião sem piloto e seus bizarros passageiros. Vale sempre ver e rever quando há chance.

Shaun of the Dead  / Hot Fuzz / The World's End (filmes) - A famosa "Trilogia Cornetto" de Simon Pegg e Edgar Wright traz vários filmes britânicos fantásticos e absurdos que entretém bastante. Não há ligação entre eles, é possível ver fora de ordem. Acho que alguns estão na Netflix. Em português os nomes dos filmes ficaram respectivamente: "Todo Mundo Quase Morto" / "Chumbo Grosso" / "Heróis de Ressaca".


Rudderless (filme) - um filme um pouco pesado mas bem interessante sobre um pai que lida com a morte do filho ao entrar para uma banda e cantar as músicas que ele havia escrito.

FAQ About Time Travel / Perguntas Frequentes sobre Viagem no Tempo (filme) - outro filme britânico, dessa vez sobre viagem no tempo, onde um grupo de amigos acaba viajando acidentalmente no tempo e tudo começa a dar muito errado.

Projeto Almanaque (filme) - mais um filme sobre viagem no tempo, sobre um grupo de jovens que cria uma máquina do tempo e tem que lidar com as consequências de mudar o passado.

The Man from Earth / The Man from Earth: Holocen (filme) - este é um filme curioso de baixo custo, no qual um professor reúne seus colegas de faculdade e revela ter 14 mil anos de idade, todo desenvolvido no formato de uma conversa entre eles. Houve uma sequência, não tão boa. Ambos estão disponíveis gratuitamente na internet e em troca os criadores apenas pedem uma doação através do site oficial. Caso esteja com pouco dinheiro agora, pode doar quando as coisas voltarem ao normal.


Need for Speed (filme) - estranhamente, eu gostei do filme de Need for Speed, me pareceu pegar bem o espírito da franquia, o que é mais do que dá pra falar de alguns de seus jogos recentes.

Rampage: Destruição Total (filme) - esse recente filme com Dwayne "The Rock" Johnson é na verdade baseado na franquia de jogos "Rampage" sobre criaturas gigantes que destroem cidades. Era um bom jogo nos fliperamas e particularmente divertido no Nintendo 64 e PlayStation One. Após conhecer os jogos é legal ver os personagens também no filme, mesmo que não seja nada excepcional.

The Angry Video Game Nerd: The Movie (filme) - talvez você já conheça o Angry Video Game Nerd do YouTube, ou do finado Screw Attack / Game Trailers, mas nem todos sabem que ele tem um filme. Ele conta a história de como o Nerd precisa fazer uma análise do pior jogo de todos os tempos: E.T. do Atari 2600.

Extermínio / 28 Days Later (filme) - um filme britânico de zumbis em Londres que ganhou alguns seguidores e se tornou cult. É um ótimo filme porém com temática adulta.

The Quiet Earth (filme) - um dos meus filmes favoritos, conta sobre um experimento que simplesmente varreu todas as pessoas da Terra, exceto o protagonista, um cientista que tenta descobrir o que aconteceu e como reverter isso. Há um pouco de nudez.


Sem limites (filme/série) - este é um filme que depois virou série com uma premissa bem interessante. Uma pílula que deixa a pessoa extremamente inteligente, com ramificações que vêm da ambição de cada um.

West World (filme/série) - o filme de West World é um otimo filme por si só, mas a série que ele inspirou na HBO também é muito boa, ao menos até a primeira temporada. Acho que vale a pena ver os dois, mas a série se perde um pouco a partir da segunda temporada.

Uma Cilada para Roger Rabbit (filme/animação) - uma evolução das técnicas de Mary Poppins, Uma Cilada para Roger Rabbit conta a história de um coelho de desenho animado que é incriminado e um detetive humano que precisa ajudá-lo.

Paprika (animação) - uma animação um pouco psicodélica, Paprika falha sobre entrar em sonhos e tem até uma cena que acabou sendo homenageada (copiada?) em A Origem.

Transformers: The Movie (animação) - nada de Michael Bay, estou falando do longa animado dos Transformers de 1986. Este é um dos desenhos mais fantásticos dos anos 80 e de longe um dos meus preferidos. Há cenas épicas, uma história ambiciosa e muitos personagens novos, infelizmente ao custo do Optimus Prime.



Musicais

Cantando na Chuva (filme/musical) - um dos meus musicais favoritos nos clássicos, quem nunca viu simplesmente veja, temos um ótimo Gene Kelly com uma boa história e humor.


Moulin Rouge (filme/musical) - o filme que trouxe os musicais para os tempos modernos, Moulin Rouge tem uma boa história, bons números musicais e canções marcantes.

Chicago (filme/musical) - na onda de Moulin Rouge vieram muitos filmes musicais parecidos e Chicago acho que é um dos poucos que vale a pena.

Notre-Dame de Paris (musical) - este é um lindo musical francês sobre a história que muitos conhecem pela Disney em "O Corcunda de Notre-Dame". Os números musicais são simplesmente lindos em francês, mas é preciso de legendas para entender a história.


A Hard Day's Night / Os Reis do Ié, Ié, Ié (filme/preto&branco/musical) - esse é um filme dos Beatles que é ridiculamente divertido considerando a época e a temática. Paul tem um avô troll que causa confusões o tempo todo e tem obviamente cenas musicais com a banda.

Filmes antigos

O Dia que a Terra Parou (filme/preto&branco) - Tivemos um remake desse filme com o Keanu Reeves, mas perderam muito a ideia geral da coisa. Vale muito a pena ver o original.

O Senhor das Moscas (filme/preto&branco) - um filme meio pesado sobre um grupo de crianças em uma ilha que acaba revertendo aos modelos primitivos da raça humana. Houve um remake nos anos 90, mas eu prefiro o original de 1963, é melhor em praticamente tudo.

Cidadão Kane (filme/preto&branco) - já se perguntou por que houve tanto falar sobre esse filme? A história em si não é tão envolvente, nem o final tão satisfatório, mas a forma como é contada é muito boa

12 Homens e Uma Sentença (filme/preto&branco) - este filme é um brilhante exercício em diálogo e discussão, sobre doze pessoas em um júri no qual apenas uma decide que o acusado é inocente e precisa defender seu ponto sob pressão das outras. Todo o filme se passa praticamente apenas em uma sala. Há um remake dos anos 90, mas essa versão é bem melhor e tem Henry Fonda em uma performance incrível.


"M" (filme/preto&branco) - um clássico filme alemão de 1931 sobre um assassino de crianças. Apesar da temática pesada, não é violento e questiona a moral do espectador.

Godzilla (filme/preto&branco) - o clássico filme de 1954 existe em duas versões, uma original japonesa e outra com atores americanos. Recomendo muito a versão original japonesa, é um filme que mantém sua tensão até os dias de hoje.

The Man Who Laughs (filme/preto&branco/mudo) - este além de ser em preto e branco é mudo, baseado na história de um homem que teve sua boca deformada para sempre estar sorrindo e a mulher que ele ama, a qual é cega. O visual do personagem acabou servindo de inspiração para a criação do Coringa.

Psicose (filme/preto&branco) - outro clássico, esse disponível na Amazon Prime, um filme de suspense sobre um assassino que administra um hotel. Chegou a inspirar uma série chamada Bates Motel, a qual não gosto muito. Houve um remake também que até foi bom, mas se houver a escolha, o original é melhor.

Séries & Desenhos

Star Trek (série) - a série clássica dos anos 70 é um show em roteiro e criatividade, se virando com poucos recursos mas com questões profundas sobre a raça humana. Está disponível completa na Netflix.


The Mandalorian (série) - essa é um pouco difícil de ver atualmente porque a Disney não a liberou de forma oficial, mas é uma série bem bacana de Star Wars, bem mais centrada no significado da franquia que os filmes.

Sherlock (série) - o Sherlock Holmes da BBC interpretado por Benedict Cumberbatch é uma excelente releitura do clássico personagem, com uma roupagem moderna e extremamente intrigante. A qualidade caiu um pouco nas últimas temporadas, mas ainda é fantástico.

Happy (série/18+) - uma série sobre um ex-policial que vê um amigo imaginário, em uma jornada para salvar crianças que foram raptadas. É um pouco pesado mas também bem legal e com humor negro.

Mysterious Ways - não, não a música do U2. Mysterious Ways é uma série bem antiga sobre um professor de antropologia, se não me engano, que é salvo por um "milagre" e passa a procurar eventos inexplicáveis para investigar. É bem curioso e tinha um charme semelhante ao de séries como "Early Edition" / "Edição do Amanhã".

RuPaul's Drag Race (série) - uma boa série estilo reality show sobre drag queens, testando várias habilidades relativas a moda, dança e carisma. Há várias temporadas antigas disponíveis na Netflix, além das mais novas.

Doctor Who (série) - esta é uma série britânica bem antiga que teve um reboot em 2005 e eu recomendo começar por essa nova versão. Às vezes é difícil aturar episódios insossos e efeitos especiais que fariam os Power Rangers ficarem com vergonha, mas há algo extremamente especial em Doctor Who que vale a pena ficar até sentir.


Da Geladeira pra Mesa (série) - um programa estilo reality coreano no qual chefs cozinham para convidados usando apenas o conteúdo de suas geladeiras. Há um certo choque cultural em algumas coisas, mas o programa é muio bom.

Whose Line is it Anyway - um programa de improviso bem antigo que já foi apresentado por Drew Carey e hoje conta com Aisha Tyler. É uma das coisas mais engraçadas que eu já vi na TV, hoje é um pouco mais difícil de encontrá-lo.

Brooklyn Nine Nine (série) - muitos já devem ter ouvido falar da série de comédia Brooklyn 99 sobre um grupo de policiais bem atrapalhado. A parte boa é que é uma série leve, você pode deixar de fundo e fazer outra coisa.

Dirk Gently (série) - baseado bem livremente na obra de Douglas Adams, Dirk Gently é um detetive holístico que não procura por pistas, espera que elas caiam em seu colo, para resolver casos extremamente bizarros. Para completar, Elijah Wood é um dos protagonistas ao lado do detetive.

My Boss My Hero (série/dorama) - este é um dorama japonês, não confundir com um dorama coreano de mesmo nome, sobre um chefão da máfia que precisa se disfarçar de estudante para aprender o básico e poder administrar os negócios da família. É bem divertido e emocionante também.


Brinquedos que Marcam Época (série) - uma série da Netflix sobre brinquedos famosos como Transformers, Tartarugas Ninja, LEGO, Power Rangers e a trajetória que eles tiveram desde seu sucesso. É muito interessante e uma viagem no tempo.

Final Space (desenho/18+) - um animação bem mais leve e boba mas também adulta sobre um viajante espacial que encontra uma criaturinha poderosa que pode ser usada de arma. Não é de alta qualidade, mas ocupa o tempo e serve para ficar no fundo.

Paradise Police (desenho/18+) - outra animação também boba, às vezes até um pouco escatológica, sobre um grupo de policiais muito errado. Serve como distração ao fundo. É dos mesmos criadores de Brickleberry e até tem um crossover na segunda temporada, então se você gostava do anterior é mais provável que goste desse.

Rick & Morty (desenho/18+) - acho que poucas pessoas não ouviram falar de Rick & Morty ultimamente, um desenho animado adulto sobre as aventuras de um cientista brilhante e seu neto idiota. A existência de um multiverso faz com que nenhum episódio seja igual ao outro, enquanto todas as nossas noções de propósito são destruídas pelo protagonista que não acredita em moral, propósito ou esforço.


Penn & Teller: Fool Us (série) - a dupla de mágicos Penn & Teller não é tão conhecida aqui no Brasil, mas era muito popular nos Estados Unidos. Nesse programa vários mágicos profissionais tentam enganar os dois com um truque de mágica que eles não consigam desvendar. É divertido e leve de assistir.

Mágica para a humanidade (série) - outro programa de mágica, este em um estilo ainda mais leve e mastigado com mágicas aliadas a um tema por episódio.


Infantil

Snoopy & Charlie Brown - Peanuts, O Filme (animação/infantil) - essa é uma das animações mais charmosas dos últimos anos, uma perfeita adaptação dos clássicos desenhos do Snoopy em 3D mas sem perder tecnologias e valores da época em que a turma do Minduim foi criada.


As Aventuras do Capitão Cueca - O Filme (animação/infantil) - uma ótima pedida para os pequenos, pois o Capitão Cueca é uma criação de duas crianças, as quais tentam então transformar seu diretor no seu próprio super-herói. É bem inocente e divertido.

Pokémon: Mewtwo Contra-Ataca (animação/infantil) - essa belíssima animação foi o primeiro filme de Pokémon em sua época e é uma das mais perfeitas representações do cerne da franquia. Há batalhas, há dilemas, há emoção, vale muito a pena ver. A Netflix lançou ainda um remake em 3D chamado Pokémon: Mewtwo Contra-Ataca - Evolução, mas se puder ver o original é melhor.

Mighty Morphin Power Rangers: The Movie (filme/infantil) - o primeiro filme dos Power Rangers de 1995 foi um acontecimento. Após a franquia dar uma boa grana fazia sentido mandá-la para as telonas com uma história original. No geral é um filme de ação adolescente que acho que ainda se segura atualmente.

Uma Aventura LEGO 1 / Uma Aventura LEGO 2 (animações/infantil) - quando eu soube que fariam um filme de LEGO, fiquei animado porque adoro LEGO, mas também com receio que não houvesse uma boa história a ser contada. Fiquei muito surpreso com o quanto adorei o primeiro filme e o segundo, apesar de mais simples, é bom também.


The LEGO Ninjago Movie (animação/infantil) - este é outro filme que mostra que a franquia LEGO está muito em alta com um ótimo roteiro, boas piadas e até boa ação. A linha Ninjago fala de ninjas, obviamente, mas especificamente esta história é sobre a busca do Ninja Verde por seu pai que é o vilão da história.

Os 12 Trabalhos de Asterix (animação/infantil) - um dos meus desenhos preferidos do personagem francês Asterix é sobre essa vez em que deram uma parodiada no Hércules. Há vários outros desenhos do Asterix, mas não gosto de todos.

Sonic the Hedgehog (filme/animação/infantil) - o recente filme de Sonic surpreendeu bastante pois simplesmente não é de todo mal. Há umas boas piadas e Jim Carrey fez um ótimo Robotnik. Não é nada brilhante, mas dá pra se divertir com o filme

Turma da Mônica: Laços (filme) - o filme com atores reais da Turma da Mônica é baseado em uma das graphic novels da MSP sensacional. Eu gosto mais da HQ mas o filme ainda é incrível e ótima pedida para todas as idades.


Space Jam (filme/animação/infantil) - na mesma vibe dos anteriores, Space Jam foi mais uma evolução no mundo dos desenhos ao lado de atores, com Michael Jordan e Pernalonga dividindo espaço como protagonistas. Ainda é bastante divertido apesar da época e da temática.

Mary Poppins (filme/animação/infantil) - um dos primeiros filmes a misturar atores com animação, Mary Poppins tem bastante charme com uma história simples de uma babá com poderes mágicos para cuidar de crianças travessas. Parece cliché, mas na época não era.

Detetive Pikachu (filme/animação/infantil) - Já um pouco fora do mundo tradicional de Pokémon, Detetive Pikachu traz uma história original sobre um Pikachu diferente, que fala e resolve crimes. É um filme divertido para ver os pokémons de maneira realista, mas não é muito reassistível, então só veja se ainda não tiver visto.


Canais de YouTube

Canais de amigos (português)
Qu4tro Coisas - canal do Pablo Peixoto, o YouTuber que mais trabalha no Brasil, com vários conteúdos da cultura pop
Sailor Paladina - coisas aleatórias de jogos e mais
Loucos por Lego - canal do Diego Borges com conteúdos sobre os blocos de montar
Gibizzando - canal do Felipe Vinha com vídeos sobre gibis e mangás
DRAGeek - canal de um amigo da época da Casa Dos Jogos que hoje faz jogos sobre o universo das Drag Queens com sua persona Amanda Sparks.

Jovem Nerd (português) - o canal do Jovem Nerd tem bons conteúdos mastigados para o público como conteúdo divertido baseado em listas de filmes e gameplays apesar de jogarem muito mal na maioria das vezes. É um conteúdo que diverte com facilidade. Alguns vídeos mais antigos têm algum conteúdo ofensivo, então é preferível ficar nos mais recentes e não recomendado para crianças.

Gaveta (português) - o Gaveta é quem cuida da edição dos canais do Jovem Nerd e tem um humor semelhante. Ele tem uma maior variedade de quadros com diferentes níveis de qualidade, mas normalmente bem engraçados.


Cinemateca Popular Brasileira (português) - uma coleção de filmes antigos brasileiros que eu ainda não tive tempo de explorar para ver quais pérolas estão lá, mas parece um bom acervo.

Turma da Mônica (português) - o canal oficial da Turma da Mônica tem muito conteúdo divertido com animações da turma.

Bemvindo Sequeira (português) - canal do ator não tão conhecido Bemvindo Sequeira, com esquetes de humor e mais.

Canal do Cortella (português) - pensamentos e vídeos do filósofo Mário Sérgio Cortella, uma pessoa bem bacana com ideias que valem a pena serem ouvidas.

Buenas Ideias (português) - este canal explora a história do Brasil de uma maneira divertida o suficiente para não se tornar cansativo.


Sociedade da Virtude (português) - um canal de animações variadas que tiram um sarro com o mundo dos super-heróis, dublado em português.

Tese Onze (português) - uma YouTuber que fala com bastante propriedade sobre diversos assuntos, o canal Tese Onze é uma ótima pedida para se informar e formar pensamentos.

TV Quase (português) - o canal de programas como Choque de Cultura, Último Programa do Mundo, Falha de Cobertura e muitos mais, um show de humor incessante.

VaiSeiya (português) - uma série de redublagem dos clássicos Cavaleiros do Zodíaco com alguns momentos bem divertidos. Se não me engano é feito por uma galera aqui do Rio de Janeiro, de Nova Iguaçu, mas posso estar errado.

CorridorCrew (inglês) - um grupo de especialistas em efeitos especiais que falam sobre como são feitos os efeitos de filmes famosos e constantemente recebem outros artistas e também dublês para falar sobre o assunto.


Jonathan Young / LittleVMills / 331Erock (inglês) - os dois primeiros são cantores que fazem uns remixes heavy metal e rock de músicas de anime, desenhos da disney, pop e mais. Gosto bastante do canal do Jonathan inclusive. Já o Eric "Erock" é um guitarrista que faz remixes metal, mas não canta nas músicas.

Cristina Vee / Jason Paige (inglês) - a primeira é a cantora da música tema de Shantae e o segundo da música tema de Pokémon em inglês. Ambos postam coisas interessantes sobre seus trabalhos e covers de músicas.

ERB (inglês) - o canal das famosas "Epic Rap Battles of History" traz batalhas de rap com figuras históricas e da cultura pop, com um nível de produção até bem alto em algumas delas e ótimas músicas.

DokiDoki Drawing (japonês/inglês) - Este é um canal de desenho em japonês com legendas em inglês que mostra a diferença entre um artista Pro e um Amador, com dicas e tudo mais. É bastante interessante para entender o abismo que anos trabalhando na indústria podem criar.

AntsCanada (inglês) - um cara que é especialista em formigas mostra algumas das mais interessantes fazendas de formiga com diferentes tipos e vários dilemas éticos sobre criar insetos em um ambiente fechado. É extremamente interessante.


Kitten Academy (inglês) - puramente fofinho, este é um canal focado apenas em mostrar gatinhos sem parar, com direito a lives que duram o dia inteiro. É bom para quem quer deixar algo permanente na TV ou ver algo relaxante.

America's Got Talent / Britain's Got Talent (inglês) - os canais dos programas de TV de mesmo nome, simplesmente fáceis de assistir e se entreter com diversos talentos, variedades e bizarrices.

Cinemassacre (inglês) - este é o canal do James Rolfe, o Angry Video Game Nerd. Além de todos os vídeos do personagem há varios outros conteúdos bem interessantes. James é um aficionado por filmes, especialmente de terror, então é ótimo ver assuntos do tipo no canal dele.

LastWeekTonight (inglês) / Greg News na HBO Brasil (português) - o LastWeekTonight é um programa semanal do apresentador John Oliver que fala sobre vários temas da atualidade de uma maneira divertida e informativa, modelo que foi aplicado também aqui no Greg News, mas o John Oliver ainda é bem mais legal.

SmarterEveryDay / Vsauce / Physics Girl (inglês) - estes três canais exploram coisas interessantes sobre física e outros elementos da ciência de uma maneira divertida e que entretém.


Jim Sterling (inglês) - Jim é um jornalista de games que fala sobre vários assuntos da indústria, normalmente sobre uma ótica bem crítica, mas também pontual. Em muitas questões concordamos e ver um vídeo dele pode parecer como ler um artigo meu.

TeamFourStar (inglês) - mais conhecidos pela redublagem DragonBallZ Abridged, o TeamFourStar recentemente encerrou DBA, mas ainda há 60 episódios dessa série incrivelmente divertida para ver no canal deles, além de outros conteúdos e outras séries.

Mumbo Jumbo (inglês) - este é para fãs de Minecraft. Normalmente eu não gosto de YouTubers de Minecraft, mas Mumbo Jumbo é especializado em Red Stone, então ele faz coisas realmente impressionantes no jogo.

CinemaSins / Screen Junkies / How it Should Have Ended (inglês) - estes três formam pra mim a trindade de canais de filmes no YouTube, cada um com sua especialidade. O CinemaSins aponta os "pecados" dos filmes, o Screen Junkies é conhecido pela série Honest Trailers que analisa o cerne dos filmes de forma cômica e o How it Should Have Ended é um canal sobre como deveria ser o final de certos filmes. Todos os três são bem engraçados, com alto nível de produção e mais conteúdo além do que já mencionei.

Luke Towan (inglês) - este canal faz miniaturas ridiculamente realistas, as quais você não consegue discernir de algo de verdade. Ele mostra todo o processo e é hipnotizante.


DidYouKnowGaming? (inglês) - este é um canal voltado todo para curiosidades sobre jogos com um time de pesquisa realmente impressionante. Eles descobrem segredos muito remotos de certos títulos e às vezes jogam luz em assuntos de dentro da indústria que não teríamos como saber normalmente.

ClayClaim / Sculpture Geek (inglês) - ambos são canais de modelagem em argila de personagens de games ou figuras da cultura pop. São extremamente talentosos e mostram como fazem as esculturas, apesar de não ser como uma aula.

Death Battle! (inglês) - um famoso canal sobre batalhas entre personagens de universos diferentes, talvez a mais conhecida sendo Superman vs. Goku. Eles costumam levar em consideração a matemática por trás do universo de cada personagem, mas no fundo não parece tão embasado assim. Ainda é divertido, no entanto.

Canais de animações de jogos (inglês) - eu tenho um bocado de canais focado em animações de jogos, todos realmente ótimos. A lista inclui: Animation Domination, 64 Bits, Cartoon Hooligans, Mashed, Dorkly, Hat-Loving Gamer e mais

Canais de esquetes de jogos - além de animações há canais que fazem esquetes de jogos com atores reais e às vezes efeitos especias, como o Mega64, MyNameIsBanks, Nukazooka e outros.

TerminalMontage / JelloApocalypse (inglês) - dois canais de animação de jogos que tem uma pegada semelhante. O primeiro é conhecido pela série "Something About", enquanto o segundo faz a série "So this is Basically", ambas sobre reduzir jogos até seu mínimo cômico.


Aldo Jones (inglês) - este é um canal dedicado a versões bizarras de trailers de filmes, com algumas piadas internas.

TomSka (inglês) - outro animador que faz esquetes para o YouTube, TomSka é mais conhecido pelos famosos "asdfmovie", uma série divertida, aleatória e bizarra.

Awesome Restorations (inglês) - este é um canal especializado em restaurações de objetos antigos, é interessante e relaxante ver o processo e o resultado final.

Blender Guru (inglês) - para quem quer aprender modelagem 3D no Blender, o o Blender Guru é uma ótima porta de entrada com tutoriais simples para começar a mexer no programa.

Bad Lip Reading (inglês) - um canal com esquetes e músicas dubladas sobre cenas famosas, especialmente star wars.


Bob Ross (inglês) - o clássico mestre da pintura está disponível também no YouTube com episódios para assistir e acompanhar suas técnicas

Doctor Mike (inglês) - um médico extremamente ativo em mídias sociais, o Doutor Mike oferece algumas boas dicas de saúde com conteúdo divertido, algo bastante útil nesses tempos de pandemia.

Duy Huynh (japonês) - Um canal dedicado a reviews de brinquedos de anime e tokusatsu, eu fico simplesmente maravilhado sem entender nada.

Gab Smolders (inglês) - eu não sigo muitos YouTubers de gameplay, mas para jogos de terror e jogos japoneses, não tem escolha melhor que a Evelien. Ela traduz jogos do japonês enquanto joga, então você pode entender a história de jogos que não foram lançados por aqui.

Escapist (inglês) - casa da Zero Punctuation e mais alguns quadros legais do Yahtzee Croshaw, não conheço o resto do conteúdo do canal.

masqueradentv (japonês) - um canal de esquete bizarros japoneses que provavelmente você até sabe quem eles são, só não está ligando o nome às pessoas.


FBE / React Channel / Try not to (inglês) - três canais dos Fine Bros que trazem basicamente vídeos de reação em um formato próprio e desafios tipo "Tente não rir", "Tente não ficar zangado", entre outros que são bem divertidos e às vezes adequados pra todas as idades.

Postmodern Jukebox (inglês) - um canal de música que faz remixes modernos no estilo de jazz dos anos 50, inclusive fizeram um medley de Mario com sapateado que postei aqui uma vez.

Mini Fairhurst (inglês) - uma baterista irada, acredito que britânica, que faz diversos covers de músicas. Eu ainda conheço pouco o canal, mas acho que vocês podem gostar

RealLifeLore (inglês) - este é um canal sobre vários fatos curiosos do mundo com muito conhecimento interessante e outros apenas bizarros.

retroSFX (inglês) - este canal é conhecido por uma série de vídeos em que coloca filmes famosos com efeitos sonoros de videogame, até bem divertido.

Nathan Barnatt (inglês) - talvez não conhecido por esse nome, ele é o ator por trás do personagem Keith Apicary, fã da Sega da época dos Talking Classics e parte do extinto Screw Attack. Sua música do NeoGeo é uma das mais famosas e ele já esteve em um crossover com o Angry Video Game Nerd.


Shesez (inglês) - este YouTuber é conhecido pela série Boundary Break, a qual investiga jogos fora do limite da câmera para achar algumas coisas curiosas.

Snooplax (inglês) - aqui temos um canal especializado em hacks de Nintendo 64, alterações de jogos clássicos, os quais são bem interessantes.

The School of Life (inglês) - um canal que oferece algumas ideias para pensar sobre diversos temas da vida. Não é para considerá-lo como uma voz da sabedoria, mas um início de um pensamento mais profundo sobre certas coisas.

Ska Tune Network (inglês) - um canal todo dedicado ao ritmo Ska, o qual não é lá meu preferido, mas é bem curioso ver remixes de vários tipos de música diferentes no estilo deles.


TED / TEDx Talks (inglês) - acho que todos já ouviram falar das Ted Talks, apresentações que falam sobre diversos temas. Há algumas que não são embasadas e isso é um problema, mas muitas delas são interessantíssimas.

The RSA (inglês) - este canal tem uma vibe semelhante ao TED com animações sobre vários temas que tentam explicar diversas coisas sobre o mundo, algumas muito úteis.


Esqueci alguma coisa? Claro que esqueci. Deixem mais sugestões nos comentários pra todo mundo ter o que fazer nesse tempo de quarentena.


Review de Dead or School


Eu gosto de jogar jogos ruins. Não jogos ruins ruins, mas aqueles jogos que são ruins em alguns setores para se sobressaírem em outros. A indústria de jogos é permeada por jogos pretensiosos com visuais fotorrealistas e narrativas supostamente profundas que acreditam que isso garante enaltecimento automático, então constantemente eu me vejo procurando a antítese deles, jogos ruins que não têm bons gráficos, não têm boa história mas garantem que você vai se divertir.

Dito isso, uma jornada por jogos ruins que acabam sendo bons traz também muitos jogos ruins... ruins. Jogos ruins que não têm as qualidades redentoras que você esperava que os tornaria bons, então ficam sendo apenas.. ruins. Dead or School tenta ser um jogo ruim bom e falha, mas não chega a ser um jogo ruim ruim, o que o coloca em uma categoria que também não é tão interessante, o medíocre.

A história do jogo se passa em um futuro não tão distante no qual criaturas mutantes forçaram a humanidade a fugir para o subsolo, onde viveram por duas gerações. O jogador controla Hisako, uma menina da terceira geração criada no subterrâneo que possui grande força e começa a ter o desejo de retornar à superfície.


A principal motivação dela, no entanto, é bem ridícula. Hisako quer ser uma estudante e frequentar uma escola com amigos porque isso parece muito divertido, tudo graças a um uniforme de colegial guardado pela avó dela. A história ridícula quase funciona pra mim, mas ela me deu mais cringe do que eu gostaria. Ainda assim eu vou dar o benefício da dúvida de que ela é um ruim do tipo bom.

No quesito jogabilidade, no entanto, dá pra ver um certo amadorismo. Dead or School é um jogo independente, do tipo que a jogabilidade parece ter sido feita por uma única pessoa em qualidade e por muitas pessoas na falta de foco. A ação se desenrola lateralmente em fases com gráficos 3D, vulgarmente, 2.5D.

Você tem três tipos diferentes de ataque, com espada, com uma arma de fogo de médio porte e com uma arma de fogo de grande porte. Todos os ataques usam seu fôlego e você não pode simplesmente atacar sem parar ou a personagem fica cansada. Os golpes não parecem que encaixam e mesmo os tiros não têm peso, naquele estilo RPG onde só causam dano, sem real impacto.

O jogo tem vários sistemas e subsistemas, um em cima do outro, como se quantidade fosse torná-lo profundo. Cada arma pode ser melhorada, pode receber upgrades, têm uma árvore de habilidades própria, desviar de golpes no momento certo pode causar um momento de câmera lenta, se a personagem sofrer dano demais suas roupas se rasgam e seu poder de ataque aumenta em troca de baixa defesa e mais.


São tantas coisas acontecendo que você não consegue dominar nenhum desses sistemas e nem sentir o suficiente a influência de cada um deles na jogabilidade para se importar com algum deles. A jogabilidade parece uma colcha de retalhos, um amontoado de coisas incoerentes que acaba atrapalhando e deixando o jogo mais devagar porque você precisa investir muito mais tempo para entendê-lo.

Visualmente a aparência do jogo não é muito inspirada, parece um amontoado de recursos comprados em lojas da Unreal ou Unity. A personagem principal até é bacana e os inimigos têm um efeito legal de saltarem da frente da tela para a ação, porém os cenários são muito genéricos e de má qualidade. Se o resto do jogo fosse bom eles poderiam ser mais toleráveis como um conjunto consciente de sua própria baixa qualidade. A música foi onde senti que estava um pouco acima do resto do jogo e é até agradável.

Eu não gostei muito de Dead or School, mas apesar de tudo ele não é ruim. Seu preço atualmente é um pouco caro, mas em uma promoção dá pra se arriscar e ver se ele bate naquele exato ponto de equilíbrio de jogo ruim que é bom pra você individualmente, pois ele é um jogo popular com algumas pessoas. Eu esperava algo mais próximo da série Senran Kagura mas acabei com algo que se assemelha aos jogos independentes de Touhou.

Nota: 6/10

Review de Hidden Through Time


Hidden Through Time é um jogo de encontrar objetos, um pouco no estilo de "Onde está o Wally?", porém com várias coisas ao invés do famoso personagem. Não é um jogo muito ambicioso, ele se propõe a algo e realiza essa tarefa perfeitamente, o que me dá um certo dilema para analisá-lo já que o mesmo tempo ele faz tão bem seu trabalho mas não apresenta muita profundidade além disso. O jogo está disponível para PlayStation 4, Xbox One, Switch, PC, Mac e Android. A versão analisada foi a do PS4.

A parte "Through Time", "através do tempo" em português, é a grande sacada do jogo. O tema de cada fase é uma parte da história da raça humana, desde os tempos das cavernas até eras mais modernas. É divertido ver o mundo evoluindo ao seu redor e o conteúdo de épocas como Antigo Egito e revolução industrial são conteúdos fantásticos.


Ao início de cada fase você recebe uma lista de itens e cada um deles tem uma dica, próximo de uma charada, que indica onde você poderá encontrá-lo. Não é preciso encontrar todos os itens em uma fase para passar adiante, apenas alguns, porém para desbloquear fases futuras é preciso ter um certo número de itens. Caso o jogador não encontre todos os itens de primeira, pode voltar à fase posteriormente. O jogo também salva seu progresso o tempo todo, então é fácil parar de jogar e voltar depois.

Os cenários e animação são extremamente parecidos com os livros do Wally e isso significa também aquela dose de carisma que inclui ver várias situações engraçadas espalhadas pelo campo de busca que não tem necessariamente a ver com o que você está procurando. É possível também olhar dentro de construções com um clique que faz as paredes sumirem.

O visual é simpático, com personagens 2D estilo vetorial e com animações básicas. Houve alguns momentos em que senti lentidão, o que não é muito perdoável para um jogo 2D simples em um PlayStation 4, apesar de não atrapalhar muito. A música é tranquila e relaxante, algo necessário se você demorar muito em uma fase.


O jogo acaba rápido, mas é interessante para jogadores que gostam de troféus / conquistas já que dá pra se guiar por eles para ter algum conteúdo extra. Também há um modo de criação de mapas no qual você pode criar suas próprias fases com facilidade e também baixar fases de outros jogadores para jogar. Em teoria isso deveria estender muito a vida útil do jogo, mas não há muitos mapas bons para experimentar.

Eu me diverti bastante com Hidden Through Time, toda sua execução do que se propõe a fazer é perfeita, porém senti falta de um algo mais, mesmo que irrisório. Algo que talvez desse uma sensação de progressão, construção, algo que permitisse você sentir que além de vencer as fases estivesse fazendo algo mais como reconstruindo uma cidade ou criando um museu. Ainda assim só posso elogiá-lo e recomendá-lo para jogadores que gostam desse estilo.

Nota: 8,5/10

Nintendo Direct Mini de Março




Não pude fazer um post muito detalhado sobre a última Nintendo Direct Mini de março por questões contratuais, mas vou dar uma impressão rápida só pra não passar em branco. Como mencionei em um post anterior, os fãs da Nintendo estavam loucos por uma Nintendo Direct e essa "Mini" não matou tanto o apetite. Eu não sei se ainda teremos uma Direct de fato em breve, mas essa transmissão achei bem fraca.

O maior problema é a enorme quantidade de ports. O Nintendo Switch praticamente só está recebendo jogos requentados no momento, até mesmo um dos maiores lançamentos da Nintendo é Xenoblade Chronicles, um jogo que ela já relançou duas vezes. Coletâneas da 2K como Bioshock, Borderlands, Catherine, Saints Row IV, Burnout Paradise, são jogos já cansados em sua maioria. Burnout Paradise você pode achar por US$ 5 hoje em dia e deverá ser vendido por muito mais no Switch.

Há algum tempo falei sobre como a Nintendo estava com sua agenda atrasada, mas agora com a quarentena do coronavírus acho que é possível que esse ano acabe bem aquém do esperado. Sempre podemos torcer que já haja jogos prontos e não revelados que não seriam tão afetados pela quarentena, mas há uma chance real de vermos uma Nintendo extremamente lenta, sem conseguir botar seus produtos no ritmo natural.

Um jogo que eu gostei bastante e não entendi por que não estava na apresentação anterior de indies foi "Good Job", um jogo sobre realizar trabalhos simples porém de várias maneiras diferentes e cômicas.

Assim como na apresentação Indie World, precisaria de muito pouco para aplacar os fãs, bastava uma surpresa, um teaser de 30 segundos, algo inesperado para que todos tivessem sobre o que falar até junho. Nada do tipo foi mostrado, no entanto.


Por isso foi uma Nintendo Direct bem caída, mas acho que o clima geral por conta da quarentena já não era muito positivo. Vamos torcer que a Nintendo consiga manter seu ritmo nesse tempo de dificuldade para que nós também tenhamos coisas legais sobre o que falar.

quarta-feira, 1 de abril de 2020

Impressões de Call of Duty: Warzone


Recentemente Call of Duty: Warzone foi lançado de surpresa como um Battle Royale gratuito da Activision que utiliza a mesma base de Call of Duty: Modern Warfare, mas não exige o jogo, funciona independente do mesmo. Como de costume eu embarquei por motivos de trabalho, mas então aconteceu o que eu não esperava, eu adorei o jogo.

Quando PlayerUnknown's Battlegrounds foi lançado eu comprei o jogo e joguei um pouco, mas logo vi que não era um jogo pra todo mundo, exigia um compromisso de tempo e habilidade muito grandes. Se você não tivesse tempo não tinha como esperar as partidas de quase uma hora e se não tivesse habilidade morreria assim que encontrasse alguém depois de 20 minutos vagando sozinho. Eu vi o potencial mas não podia recomendar pra um grande público.

O tempo passou, PUBG inspirou uma onda de outros jogos semelhantes, dos quais provavelmente o mais popular é Fortnite. No entanto a mistura de mecânica de tiro e construção também não é nada intuitiva para a maioria dos jogadores. Depois tivemos um outro Battle Royale bem expressivo, Apex Legends, da Respawn Entertainment, a mesma equipe de Titanfall, então isso me chamou a atenção. Porém, ainda assim não era muito legal.


Ao chegar em Call of Duty: Warzone realmente me senti em casa, era esse o Battle Royale que eu queria todo esse tempo. Ele tem toda a boa jogabilidade FPS de um Call of Duty, a qual eu esperava de Apex Legends, com uma mecânica de Battle Royale rápida e divertida que atualiza a fórmula para funcionar bem também para quem não tem tanto tempo nem tanta habilidade.

As partidas são rápidas porque o circulo que se fecha ao redor dos jogadores e incentiva o confronto, uma marca dos Battle Royale, é realmente rápido e mais mortal que em outros jogos. A habilidade conta menos porque você pode coletar dinheiro pela partida e comprar itens que te ajudam a sobreviver. Seus companheiros de time também podem te ressuscitar por dinheiro. É um Battle Royale que realmente suporta diferentes tipos de jogadores.

Acredito que a principal evolução da fórmula aqui são os "Contratos", algo semelhante a side quests que o jogador pode pegar e completar em troca de dinheiro e itens. Normalmente em um Battle Royale pode haver um grande período de tempo em que nada está acontecendo, quando não tem ninguém por perto e todos se escondem até sua posição não ser mais segura. Isso não acontece em Warzone porque todos querem e sabem como obter mais dinheiro e itens, então se arriscam mais.


Posso me imaginar facilmente viciado nesse jogo, apesar de infelizmente não ser bom o bastante nele. Eu jogo bem FPS, se jogar algumas horas fico calibrado para ir muito bem, consigo matar um bocado de gente no início, mas não sou tão bom a ponto de nunca morrer em um confronto 1 x 1. O maior problema é o de vários jogos online do PlayStation 4, o quanto de espaço eles ocupam no HD. São dezenas de GB apenas para um jogo, nunca houve tão pouca coisa instalada no meu PS4.

Apesar disso, recomendo que todos deem uma chance para Call of Duty: Warzone e talvez se surpreendam tanto quanto eu.

segunda-feira, 30 de março de 2020

Apresentação técnica do PlayStation 5 para a GDC 2020


Para jogadores de videogame acho que o novo coronavírus (COVID-19) começou a parecer tenso mesmo quando vimos eventos de jogos cancelados como a E3 e a GDC, eventos que víamos todos os anos e de repente não haveria mais. Isso afetou bastante todas as empresas e por isso uma apresentação que a Sony faria na GDC para desenvolvedores acabou sendo transmitida na internet.

A transmissão chamada "Road to PS5" era extremamente técnica e falaria sobre o hardware do PlayStation 5 e desenvolvimento para o console. Eu fiquei bastante interessado, mas a reação da maioria das pessoas foi de cochilar com "ZZZZZZzzzzz". A GDC é uma feira de desenvolvedores afinal, não é estranho ter uma conversa mais técnica. Foi muito mais digno de tédio quando Ken Kutaragi fez uma apresentação semelhante sobre o PlayStation 3 na E3, explicando como a luz atravessava a pele da orelha de um modelo 3D porque a pele era fina.


O erro da apresentação não foi apenas de direcionamento, de uma apresentação técnica ter caído no hype para o público comum, mas também de tato pela Sony. A empresa não percebeu que seu público está ansioso por informações do PS5 e tomarão qualquer apresentação como um grande evento e depois repercutirão uma imagem negativa.

Apesar disso houve algo de extremamente excitante nessa apresentação do PlayStation 5, falarei apenas sobre esses dois pontos que foram interessantes, pois o resto foi ainda mais técnico. Até agora eu estava extremamente pessimista com o PS5 porque praticamente toda a equipe que fez do PS4 um sucesso acabou saindo. Kaz Hirai saiu de sua posição de chefia, Shuhei Yoshida a mesma coisa, essa não é uma Sony que eu acho competente para guiar o PS5 para ser um bom console.

Um nome porém ainda está lá, Mark Cerny (que atualmente parece o Dana Carvey), arquiteto-chefe do PlayStation 4 e desenvolvedor raiz da indústria dos jogos que já passou pela Sega, Crystal Dynamics, Naughty Dog e Insomniac Games. Sozinho ele não pode fazer muito pelo sucesso do videogame, mas ainda pode entregar um console impressionante independente disso, e foi o que ele fez.


Organizando um pouco os pensamentos, vamos analisar o que era a "próxima geração" até essa apresentação. O próximo Xbox, Xbox Series X, já teve seu hardware revelado e ele é praticamente todo mais potente que o PS5, apesar de não sabermos preços de ambos. A Microsoft não deve ter gostado de como a vantagem em hardware do PS4 a chutou a geração passada inteira e vem compensando desde o Xbox One X.

Até então a ideia de uma "próxima geração" estava só em potência de hardware. Videogames mais potentes, mais teraflops na placa de vídeo, processadores mais rápidos, mais memória RAM e armazenamento em SSD para loadings mais rápidos. Era tudo simplesmente "mais e melhor", extremamente entediante, fazendo os videogames parecerem PCs.

O único ponto de hardware que me parecia um salto de geração, o qual é na verdade um misto entre hardware e software, é a nova tecnologia de iluminação "Ray Tracing". Provavelmente essa tecnologia vai mostrar uma nova geração nos visuais para fotorrealismo, apesar de eu achar que ela não fica tão boa para visuais não realistas.


Então veio a coisa mais excitante da nova geração até agora. Mark Cerny começou a falar sobre o processador e sobre a placa de vídeo e falando "não estamos só pegando uma peça de computador e botando aqui". Cá entre nós, "talk is cheap", qualquer um pode falar e isso não significa que seja verdade ou tenha consequências reais.

Então veio o anúncio do armazenamento SSD do PlayStation 5. Até então sempre que se falava do SSD era como em um computador, loadings mais rápidos, simples assim. Então Cerny revelou que a velocidade de banda do SSD era acima do normal, até 5,5 GB por segundo, enquanto o do Xbox Series X é de apenas 2,4 GB por segundo. Bom, o que importa isso? Não é só mais uma configuração maior e melhor?

Assim que esse dado foi apresentado, quem entende de hardware e consoles sentiu um arrepio. Um SSD com tamanha velocidade, não faz mais loading, faz stream. Você não precisa mais carregar uma cena para usá-la, você pode pegar a informação que precisa a qualquer momento. É ter um SSD na arquitetura do console mas mudar completamente a sua função, torná-lo um cartuchão de Nintendo 64. Usar um hardware de uma maneira extremamente focada para jogos, isso é transformar um PC em videogame.

Foi extremamente prazeroso ver um videogame no meio dessa disputa da próxima geração que pareceria ser entre PCs. O Xbox Series X também tem um SDD, obviamente, mas ele é usado para armazenamento e loadings assim como em um PC, não é uma peça dedicada a jogos como no PS5. Esse SSD personalizado pode alterar a forma como jogos são feitos e ser o salto de geração que faria consoles como PS4, Xbox One e Switch parecerem de uma geração anterior.


Alguns desenvolvedores comentaram em suas redes sociais sobre o SDD, como ele tem a capacidade de revolucionar o game design. Atualmente se você reparar, jogos têm vários momentos de "corte" no qual toda uma área anterior é descarregada e uma nova área é carregada em seu lugar. Isso limita o quanto você pode ver de cada vez e em jogos de mundo aberto outros tipos de sacrifício têm que ser feitos. Porém, com 5,5 GB por segundo, não precisa mais haver essas limitações.

Descendo um pouco dessa deliciosa nuvem, agora vamos pensar na prática. Nada disso importa se as produtoras virem as configurações superiores do Xbox Series X e apoiarem apenas ele. Nada disso importa se a futura "Unreal Engine 5" criar um denominador comum entre os dois consoles. Em outras palavras, nada disso importa se não tivermos jogos que realizem esse potencial e eu gostaria de ter visto isso na apresentação.

Não é impossível vermos um cenário onde apenas os estúdios da própria Sony se aproveitem disso e seria um desperdício incrível. Passaríamos aproximadamente o primeiro ano inteiro vendo o PlayStation 5 apanhando do Xbox Series X e então veríamos um jogo que realmente demonstrasse esse potencial do console, talvez quando já fosse tarde demais. Eu realmente gostaria de ver o potencial dessa arquitetura realizado.

Mudando de assunto, o segundo ponto da apresentação que me interessou, apesar de em um nível menor, foi quando Cerny falou sobre som 3D. Atualmente quando pensamos em imersão não pensamos tanto em como o som pode ser capaz de ajudar nisso e ele falou sobre uma nova tecnologia do PS5 que poderia fazer som parecer que está vindo de diferentes locais para criar uma impressão de imersão em um ambiente 3D.

Você negaria fotos de orelhas para esse homem?

Aqui eu sou bastante cético, tenho que ver pra crer, na verdade, ouvir. O potencial dessa tecnologia é enorme, mas se ela de fato será isso tudo, não temos como saber até experimentarmos pessoalmente. A questão que me fez prestar atenção redobrada no que Cerny está falando é que eu já ouvi falar sobre as tecnologias que estão sendo estudadas nesse setor.

Então quando ele falou algo extremamente bizarro como "talvez vocês nos mandem fotos de suas orelhas", eu sabia exatamente do que ele estava falando. Nossas orelhas são únicas e nosso cérebro constrói uma espécie de algoritmo de som para determinar qual o ponto de origem de um som que bate nelas. Esse algoritmo é único para cada pessoa e se deformássemos nossa orelha ele iria falhar. Mas e se pudéssemos hackear esse algoritmo para fazer o som parecer vir de outro ponto?

Eu já acompanho o canal de YouTube "SmarterEveryDay" há algum tempo, talvez vocês já conheçam ele por vídeos como a bicicleta invertida e como uma galinha faz head tracking. Há uns dois anos ele falou sobre audição direcional nesse vídeo que vou deixar abaixo. Ele explica sobre como funciona nosso algoritmo de audição, como a falta desse algoritmo é o motivo pelo qual cachorros inclinam a cabeça e como apenas um pouco de massinha nas orelhas pode desnortear esse algoritmo.


Gosto de onde essa tecnologia de som pode chegar e de toda ambição por trás de um videogame querer dominar psicoacústica. Na modelagem 3D hoje em dia você pode simplesmente pegar um modelo como um cubo e atribuir materiais a ele, transformando-o. Coloque um material de madeira e ele reflete como madeira, o mesmo para metal e até mesmo para objetos como fogo ou fumaça. Graças a isso temos visto modelagens 3D impressionantes mesmo feitas por uma pessoa só.

Se o que entendi da apresentação do Mark Cerny for isso, significa que você poderia inserir um local aproximado onde seu som é emitido, junto com uma informação sobre o tipo de ambiente, como um armazém, um campo aberto ou uma caverna, e automaticamente a tecnologia iria distorcer o som para que você o ouvisse como se ele estivesse em locais diferentes ao seu redor.

É uma tecnologia impressionante se funcionar do jeito que é proposto e que pode se tornar o padrão no futuro, sem contar o potencial para realidade virtual.

Encerrando, esta apresentação me deu pelo menos uma coisa pra ficar muito animado com o PlayStation 5, console que até pouco tempo não tinha interesse nenhum. Ainda faltam muitas informações sobre os videogames para podermos definir como será a batalha da próxima geração, mas por ora a Sony saiu de uma posição de desvantagem e agora está emparelhada com a Microsoft novamente.

Nintendo Indie World de Março 2020


Quase duas semanas atrás no dia 17 a Nintendo divulgou uma transmissão "Indie World" que mostrou vários jogos independentes que chegarão ao Nintendo Switch. O público não gostou tanto do que foi mostrado porque estavam na seca por uma Nintendo Direct, a qual aconteceu mais recentemente no último dia 26. Como eu não tive tempo de comentar na semana passada sobre a transmissão, vou falar um pouco agora.



A apresentação abriu com um pequeno trailer de Blue Fire, um jogo de ninja argentino que eu gostei mais do visual do que da jogabilidade. Parece um I-Ninja pomposo. Em seguida tivemos Baldo, um Action RPG com estilo visual que parece desenho animado e que não diz muito a que veio ao menos nesse vídeo. Ambos serão lançados no inverno de 2020, primeiro no Switch, depois em outras plataformas.

I am Dead é um jogo que sairá ainda esse ano sobre resolver quebra-cabeças como um fantasma em uma cidadezinha. Parece ser bem simples, com algum charme, mas ao mesmo tempo que eu gosto do visual ele é um pouco parecido demais com outros indies. Já Bark que sai no final de 2020 ressuscita os jogos de nave 2D (Shot'em Up) com um jogo voltado para multiplayer cooperativo com toda a família. Me parece que tem um pouco de coisa demais na tela, mas eu gosto da ideia de um jogo de nave voltado para o multiplayer, a maioria deles é punitivo demais.

A apresentação de Cyanide & Happiness: Freakpocalypse foi uma das partes mais divertidas com uma pequena animação para apresentá-lo. Eu adoro as comics de Cyanide & Happiness, mas eles não se mostraram ainda tão fortes em jogos, como por exemplo no medíocre battle royale "Rapture Rejects". Porém esse parece pender para o lado da aventura e South Park: The Stick of Truth já mostrou que com um bom design é possível traduzir o humor de uma série para um bom jogo. Este também sai no inverno de 2020.


Summer in Mara foi um jogo que inicialmente me chamou a atenção, mas ao mesmo tempo me lembrou de outros jogos como Stranded Sails que começam com uma ideia promissora e desandam um pouco. É um jogo que eu adoraria que fosse tão bom quanto parece, mas que por já ter sido queimado tantas vezes por indies do tipo, não tenho interesse o suficiente de ir atrás. Sai no outono de 2020 como exclusivo temporário do Switch.

Apareceu um jogo multiplayer chamado Quantum League para o final de 2020 com uma ideia interessante na qual o que você faz em outros rounds é repetido com um clone, como se o próprio tempo se repetisse. Porém é desperdício usar essa ideia em um jogo multiplayer, é específica demais. The Good Life foi apresentado pelo desenvolvedor Swery. É um jogo que eu espero bastante, pode até não ser tão bom, mas tem um charme incrível. Está marcado ainda para 2020.

Em seguida tivemos The Last Campfire, jogo independente da Hello Games, desenvolvedores de No Man's Sky. É seu tradicional jogo indie com estilo acima de substância. Eu sempre quero que os jogos indies sejam mais ambiciosos, tentem fazer coisas mais ousadas, mas como poderia exigir isso da Hello Games? Que foi massacrada por ousar com No Man's Sky e não entregar um AAA com uma equipe de 14 pessoas. Quando se pune a ousadia, semeia-se a mesmice. The Last Campfire sai no inverno de 2020.


Pixeljunk Eden 2 também sairá no inverno de 2020 e enquanto não é muito meu estilo, ao mesmo tempo eu não sei o suficiente sobre quem gosta desse tipo de jogo para julgá-lo. O próximo jogo foi Faeria, um jogo de cartas sobre um tabuleiro de espaços hexagonais com um pouco de estratégia. Parece interessante, mas não excepcional. Estava marcado para sair em março, não sei se já saiu.

Eldest souls é seu indie tradicional inspirado por Dark Souls, apenas com batalhas contra chefes que são "ó tão difíceis você vai morrer muito", etc. Sai no inverno de 2020, temporariamente exclusivo no Switch.

Depois tivemos um pequeno reel de vários jogos que virão ao Switch nos próximos meses. O primeiro deles foi uma grande surpresa pra mim, Blair Witch, que chama bastante a atenção pelos gráficos, sairá no Switch. Não é um jogo fantástico, mas é uma boa opção de horror. Ghost of a Tale não é um jogo que eu conheça o bastante para opinar e Sky é basicamente um Journey voador.

Sky Racket parece simpático, eu não sei se vai ser bom, mas é de um estúdio aqui do Rio de Janeiro, então eu gostaria que fosse legal. Ele foi lançado junto com o vídeo. Superliminal parece um monte de quebra-cabeça de perspectiva em primeira pessoa, sem muita profundidade. Wingspan um jogo aparentemente medíocre de observação de pássaros, o que é uma pena porque eu adoraria um bom jogo que fosse ambicioso sobre esse tema.


Dicey Dungeons, um RPG com dados que não parece muito interessante. Bounty Battle, aparentemente uma cópia de Super Smash Bros. com personagens indies, simplesmente na plataforma errada já que no Switch vale mais a pena pegar o original. Moving Out sobre o qual já falei antes continua parecendo bem divertido e combina com o Switch pela facilidade do multiplayer que os Joy-Cons oferecem.

Antes de acabar a transmissão foi prometida uma última surpresa, no entanto era apenas Exit the Gungeon, um jogo da série Enter the Gungeon. Não era um anúncio com muito impacto e com certeza foi nesse momento que os fãs esperavam algum crossover entre Nintendo e uma desenvolvedora indie como foi Cadence of Hyrule.

No geral foi uma apresentação fraca, poucos títulos interessantes, sem as surpresas que o público esperaria e sem títulos da Nintendo. A reação não foi muito positiva justamente porque todos esperavam por uma Nintendo Direct. Ironicamente algo semelhante aconteceria com a Sony na mesma semana em uma transmissão do PlayStation 5.

terça-feira, 10 de março de 2020

MAR10: Artes para o Mario Day


Como provavelmente a maioria já sabe, hoje, 10 de março, é o Mario Day, um dia escolhido para celebrar o mascote da Nintendo pela combinação do mês e dia formarem seu nome: "MAR 10". Não tive tempo de preparar nenhuma grande homenagem, como de costume, mas tem algo aqui que eu gostaria muito de compartilhar.

São as artes de um artista que rapidamente se tornou um dos meus favoritos: Michel Borges. Eu conheci o trabalho dele quando ele se juntou ao escritor e desenhista Fábio Yabu para criar as revistas recentes de Combo Rangers. A dupla ainda vai repetir a parceria no futuro mangá "O Regresso de Jaspion" que deve sair esse ano ainda.

Vou postar as artes de Mario aqui para vocês conhecerem, mas visitem as redes sociais do Michel para verem mais artes sobre outros assuntos: Facebook, Instagram e Twitter.

 


sábado, 7 de março de 2020

Kratos e o Navio de Teseu


Quando joguei o novo God of War de 2018 me lembrei como já falei aqui no blog que não o considero God of War. Isso porque tudo que tornava God of War um God of War foi removido e apenas usaram o nome do protagonista e o título em algo novo. Normalmente eu falo muito isso de franquias da Nintendo como "Super Mario Odyssey não é Mario" ou "Skyward Sword não é The Legend of Zelda", mas God of War é um exemplo ainda melhor. Me fez pensar como era um bom momento para explorar um exercício de filosofia: o Navio de Teseu.

Existe na filosofia esse exercício de pensamento sugerido pelo filósofo Plutarco na Grécia Antiga, com diversas variantes: Imagine o herói mitológico Teseu, conhecido por ter derrotado o minotauro, e que ele tem um navio. Então o Kratos o mata e rouba seu navio. Tá, isso não acontece no exercício original, mas a gente sabe que o Kratos faria isso. Após sua aventura, Teseu retorna para casa e é recebido com entusiasmo pelo povo. Eles ficam tão animados com sua história que decidem exibir o seu navio em um museu.

Há apenas um problema, uma das tábuas estava quebrada da aventura. Eles decidem então trocá-la por outra e exibir o navio normalmente. O navio permanece em exibição por anos e aos poucos as outras tábuas de madeira começam a apodrecer. Conforme é necessário elas vão sendo substituídas, aproximadamente uma por ano, até que depois de muitos anos nenhuma parte original do navio permaneceu. Resta então a pergunta: "Este ainda é o Navio de Teseu?" (ou do Kratos?). Normalmente a maioria concorda que não, então vem outra questão: "Quando deixou de ser?".

Essa pergunta levanta vários dilemas em torno do Navio, como um objeto, mas também sobre o conceito de identidade como um todo, inclusive de pessoas. Nós não somos a mesma pessoa durante toda a nossa vida. Nossas células morrem, são substituídas e de tempos em tempos não resta nada do nosso eu anterior. Então como nossa identidade se mantém através do tempo?


Se por um lado é uma pergunta antiquíssima, por outra é um dilema moderno que teremos que resolver se um dia quisermos ensinar a inteligências artificiais como determinar por conta própria o que são as coisas, como nomeá-las e diferenciá-las. Nós temos um certo conhecimento abstrato que não conseguimos explicar que nos diz quando uma coisa é uma coisa e quais características a definem, mas mesmo esse conhecimento nos falha às vezes. Por exemplo, cariocas e paulistas não conseguem chegar a um consenso sobre o que são bolachas e biscoitos.

Ao repararmos no cerne do dilema veremos que ela está em alta também na indústria de entretenimento como um todo com reboots de filmes clássicos, desenhos animados e filmes/séries de super-herói. Quando os personagens não são fiéis aos originais, eles ainda mantêm sua identidade? Sabemos que o Batman é o Batman, mas se ele vestisse um uniforme verde limão em um filme, o aceitaríamos como Batman? Temos um julgamento automático e abstrato de senso comum que nos faz saber o que é ou não o Batman.

Isso se estende a recente polêmica por inclusividade em Hollywood. Um personagem mantém sua identidade se tiver sua raça alterada? Seu gênero? Sua orientação sexual? Provavelmente há pessoas preconceituosas de verdade levantando a voz contra a diversidade, mas muitas reclamações sobre esse assunto são na verdade sobre "Transitividade de Identidade". Uma mudança, não diferente das tábuas de madeira do navio de Teseu, impede que a identidade de A seja transmitida para B.

Essa sensação estranha que sentimos quando a identidade de algo não passa por completo é o que Freud descreveu como "Unheimlich", uma palavra sem tradução mas que significa basicamente "estranheza", ou "uncanny" em inglês. É o mesmo conceito por trás do "Vale da estranheza" / "Uncanny Valley" que nos faz sentir aversão a coisas que parecem muito com humanos mas não chegam a ser humanos, como robôs ou modelos 3D de pessoas. O conceito está por trás também de Doppelgänger que se assemelham a alguém conhecido como no filme "Nós".


O "familiar porém estranho" causa essa sensação devido a uma dissonância cognitiva, quando recebemos ao mesmo tempo duas informações opostas de nossa mente, positiva e negativa, de que algo "É" e "Não é" ao mesmo tempo. Nosso cérebro recebesse uma mensagem de que "A é uma certa coisa" (ou está em um certo estado como "vivo" ou "morto", como na estranheza por robôs e zumbis) e ao mesmo tempo recebesse a mensagem que "A não é essa coisa". Então um God of War que não é God of War causa certa estranheza e até repulsa.

Vale ressaltar que não há uma resposta certa para o paradoxo do Navio de Teseu e provavelmente não vamos resolver os mistérios da alma humana hoje, mas os pensamentos desenvolvidos para esse exercício podem nos ser úteis para desvendar coisas mais simples. Por exemplo: "Quando jogos mudam toda a sua essência, ainda são o mesmo jogo?". Eu acredito que não.

Pequenas mudanças

A interpretação mais radical seria a dos fãs mais hardcore de jogos, filmes e outros produtos de entretenimento: "O Navio de Teseu deixa de ser o Navio de Teseu assim que a primeira placa de madeira é removida". Neste caso apenas a reprodução mais perfeita da identidade mais primordial de algo seria aceito. O próprio Plutarco no entanto rebate essa ideia.

O Navio de Teseu não deixa de ser o navio se apenas uma placa for substituída, assim como uma camisa não deixa de ser aquela camisa porque perdeu um botão. Um novo botão pode ser costurado nela sem alterar em nada sua identidade. Podemos perder uma parte do nosso corpo, colocar uma prótese e ainda sermos a mesma pessoa. Plutarco concluiu: "Objetos sobrevivem a pequenas mudanças".


Há um problema aqui no que se refere a "pequeno", pois é um termo abstrato. O botão não é "pequeno" porque representa apenas 1% da camisa ou porque mede 1 cm. Se esta fosse uma famosa camisa de botões de marfim, perder um botão afetaria sua identidade. Tem algo a ver com a relevância da mudança. Novamente, relevância é algo abstrato.

Nós sentimos relevância, mas cada um sente de uma maneira diferente. Acredito que todos concordariam que se Robert Downney Jr. tivesse sido trocado em Homem de Ferro 2, seria uma mudança relevante. Porém se eu tentasse dizer que trocar o ator que fazia o Máquina de Combate por Don Cheadle estragou o filme, duvido que alguém me daria atenção. Até porque a maioria das pessoas pensava que era o Cuba Gooding Jr. no primeiro filme. Não é, o ator se chama Terrence Howard, pode pesquisar.

Em outras palavras, o que é "pequeno" para uma pessoa, pode não ser pequeno para outra. Eu gosto dos meus personagens bem fiéis aos seus conceitos primordiais para que transpareçam suas nuances, algo que muitas vezes se perde em adaptações. No entanto focar apenas no que eu gosto ou o que eu quero, serve apenas pra mim. Só podemos descobrir o que é de fato relevante se descobrirmos o que é relevante para muitas pessoas. Filmes da Marvel são um bom exemplo onde várias concessões são feitas mas muitas vezes a identidade dos personagens originais ainda está lá.


Eu não acredito que The Legend of Zelda perdeu sua identidade quando Link deixou de ser canhoto em The Legend of Zelda: Twilight Princess para o Nintendo Wii, era uma mudança pequena. Eu acho no entanto que ele perdeu sua identidade quando seus jogos pararam de ser sobre se aventurar e começaram a ser sobre side quests, ficar falando com pessoas e tentando descobrir como resolver seus problemas mundanos.

Todos ficaram satisfeitos quando a série voltou as suas raízes com Breath of the Wild, isso significa que essas mudanças eram relevantes para um grande grupo de jogadores. Acredito que nesse pensamento tenhamos uma das chaves para resolver o problema do navio em relação a mudanças nos jogos. Guarde-o para mais tarde.

Dois navios

Digamos que todas as tábuas foram substituídas. Neste caso acho que a maioria concorda que este não é mais o Navio de Teseu. Mas quando isso aconteceu? Quando ele deixou de ser? No exato momento quando a última tábua foi substituída? Porém quando a última tábua é substituída ele não é tão diferente de como estava uma tábua atrás. Sua identidade se agarrou a uma única tábua? Quando mais da metade das tábuas foram trocadas?  Quando trocaram um terço? Entre duas a quatro? Trinta e sete? Não há uma resposta concreta para isso.

Então o filósofo inglês Thomas Hobbes decidiu complicar ainda mais o paradoxo. Imagine que as placas de madeira do Navio de Teseu não estavam apodrecendo, elas apenas estavam sendo substituídas ano a ano. Todos os anos uma tábua do navio era removida e uma nova tábua era colocada em seu lugar. Enquanto isso as tábuas velhas eram passadas para uma outra armação e lentamente formavam outra embarcação igual à original.

Então este novo barco que recebeu todas as tábuas do Navio de Teseu é o Navio de Teseu? Quando se tornou? Os dois são o Navio de Teseu? Nenhum deles? Essa vertente sobre a troca de tábuas entre dois navios nos ajuda a entender que não dá pra dizer por exemplo que o navio de Teseu deixa de sê-lo ao perder metade das tábuas, pois em dado momento ficaríamos ilogicamente com dois navios, quando ambos tivessem metade das tábuas.


Essa segunda interpretação criada por Hobbes diz: "Um objeto vai para onde suas partes vão". Porém essa interpretação também não soa correta já que identidade parece vir de algo mais do que apenas uma soma de todas as partes. Normalmente videogames mantêm seus títulos e personagens, como é o caso de God of War e Kratos, mas não necessariamente suas identidades.

Quando uma franquia de jogos deixa de parecer aquela franquia específica? Para algumas pessoas se o personagem e o nome estão lá, está valendo. Afinal o jogo é daquela companhia, ela faz o que quiser com ele. No entanto, a Nintendo poderia colocar Mario em um FPS com uma pistola e chamar de Super Mario World 3? Ele não seria reconhecido como um jogo de Mario apesar do título e do personagem. Assim como Super Mario World 2: Yoshi's Island não é lembrado como a sequência de Super Mario World mas como um jogo do Yoshi.

Sabemos que o novo God of War tem Kratos, mas há tantas outras coisas que não foram passadas dos antigos God of War para o novo que ele parece apenas uma única tábua de madeira que restou. Sua personalidade não é a mesma, a jogabilidade não é a mesma, seu estilo de jogo não é o mesmo e assim por diante. Qual God of War é realmente God of War? Os originais de ação ou este novo de aventura? Assim como o navio, não podem haver dois God of War atrelados ao mesmo título.

Se pegarmos toda a jogabilidade de um jogo e colocarmos em outro título e personagem, como em sucessores espirituais, ele é o mesmo jogo? Bloodstained parece Castlevania. Mighty No. 9 não parece Mega Man. Yooka-Laylee não parece Banjo-Kazooie... mas Banjo-Kazooie: Nus & Bolts também não. Bomberman Act Zero definitivamente não parece Bomberman. Wreckfest é praticamente FlatOut sem o título, talvez porque carros não são personagens?


Não temos uma resposta para isso e acredito que muitas vezes nos iludiríamos a julgar pela qualidade. Bloodstained poderia ser Castlevania porque é bom, mas Mighty No. 9 não poderia ser Mega Man porque não é tão bom. Porém tanto Castlevania quanto Mega Man já tiveram jogos ruins e isso nunca fez ninguém questionar sua identidade a ponto de serem excluídos da série.

Dizemos que é um "jogo ruim de Castlevania" ou um "jogo ruim de Mega Man", mas nunca "não é Castlevania" ou "não é Mega Man" para jogos ruins. A perda de identidade não tem a ver com a qualidade como âncora e temos que resistir a usá-la como tal.


Já te contei a definição de identidade?

Uma coisa que eu sempre falo é que Mario não era Mario antes de ser Mario. O personagem apareceu em jogos como Donkey Kong, Mario Bros. e Wrecking Crew, mas nada daquilo ainda era Mario. Mario passou a ser "Mario" quando Super Mario Bros. fez um sucesso estrondoso. Aquilo passou a ser Mario porque foi como a grande maioria do público conheceu o personagem. Ninguém diria que Mario perdeu sua identidade em Super Mario Bros. porque não tinha a marreta de Donkey Kong ou porque agora pulava em cima das tartarugas ao invés de bater no chão embaixo delas.


Então a Nintendo nos propõe um desafio com Super Mario Bros. 2 nos Estados Unidos, uma versão editada do jogo japonês Doki Doki Panic com Mario inserido no lugar do protagonista, pulando mal e tirando legumes do chão para matar inimigos. Aceitamos Super Mario Bros. 2 como Mario? Apesar de tecnicamente não o ser em seu cerne?

The Legend of Zelda 2: Adventure of Link é totalmente diferente do primeiro jogo, o aceitamos como The Legend of Zelda? Talvez esse último seja o caso que mais se assemelha a God of War, uma mudança completa da jogabilidade. Porém a identidade de explorar e se aventurar parece ter sido mantida em The Legend of Zelda 2 enquanto eu acredito que a identidade de God of War se perdeu.

Saber se um jogo, ou qualquer outra coisa, mantém sua identidade parece passar por como definimos a identidade em primeiro lugar. A identidade não está diretamente atrelada ao personagem ou título. Em jogos uma boa parte para estar relacionada à jogabilidade, mas arrisco dizer que o elemento principal é: a identidade de um jogo é o que a maior parte de seu público considera como sua identidade. Essa interpretação por sua vez passa necessariamente por como o jogo ficou popular.

Quando Super Mario Bros. ficou popular ele era um jogo sobre andar por fases para chegar ao final, comer cogumelos e salvar a princesa. Não era como Donkey Kong, Mario Bros. ou Wrecking Crew. Mario continuou fazendo basicamente as mesmas coisas até Super Mario World com pequenas mudanças e sem ter sua identidade questionada. Em Super Mario 64 porém de repente seu objetivo não era mais atravessar fases nem comer cogumelos. O desafio agora era resolver quebra-cabeças para ganhar estrelas.


Muitas pessoas sentiram que aquele não era o mesmo Mario que elas conheciam, quem conseguia jogar ele em 2D muitas vezes não conseguia jogá-lo em 3D, não entendia os objetivos, não se adaptava aos seus controles, não sentia prazer na sua jogabilidade. Para essas pessoas a identidade de Mario não passou para o jogo. Esse problema nunca aconteceu com Mario Kart que sempre foi o mesmo desde o Super Nintendo e nunca teve um momento em que as pessoas disseram "Isso não é Mario Kart".

Enquanto Mario Kart cada vez vendia mais em cada plataforma, a série Super Mario principal caiu em vendas. Jogadores pediam pelo retorno de Mario em 2D e quando isso aconteceu, com New Super Mario Bros para Nintendo DS e New Super Mario Bros. Wii para o Nintendo Wii, eles venderam muito mais do que Mario em 3D. Foram 30 milhões de unidades cada, enquanto Super Mario Odyssey chegou à metade disso. Há 15 milhões de pessoas que compraram um desses jogos e que não compram o outro.

Isso significa que uma franquia de jogos nunca pode mudar? Não é isso que estamos falando. Essa mudança porém precisa vir acompanhada da maioria de seu público já existente ou conquistar um novo público ainda maior, como aconteceu com Fire Emblem. Se uma franquia mudar para formas em que cada vez tem menos público, irá rumar para sua própria auto-destruição.

Qu4tro Causas

Ao trabalhar com a definição de coisas, Aristóteles definiu 4 "causas", que são na verdade como "explicações para o ser", pois não é o mesmo uso tradicional da palavra "causa" em nosso idioma. Elas eram: Formal (Eidos), Material (Hyle), Agente/Eficiente (Kinoun) e Fim/Final/Propósito (Telos). As duas primeiras acredito que não nos servem por serem mais voltadas para objetos físicos.


A Causa Formal significaria que definimos uma coisa pelo seu formato, como as mesmas tábuas de madeira organizadas de uma certa maneira são um navio, mas organizadas de uma maneira diferente podem ser uma casa. Poderíamos tentar esticar esse conceito para significar o design do jogo, a forma do jogo em si.

Se considerássemos a Causa Formal como a forma abstrata que os elementos de um jogo são organizados para formar um jogo de ação, de aventura, de RPG, talvez pudesse haver algum significado. No entanto acho que essa ideia é um tanto quanto frágil para colocarmos muito peso em cima dela. É algo interessante de se pensar, mas não nos levaria onde queremos.

A Causa Material é propriamente a matéria-prima de algo, por exemplo, um objeto que identificamos pelo material do qual ele é feito. Acho que para videogames o "material" significa que a sequência de um jogo de videogame precisa ser necessariamente um jogo de videogame, não poderia ser um jogo de tabuleiro ou qualquer outra coisa. Não é algo que se aplique no que estamos pensando. Agora vamos para as causas que realmente importam.

A causa Agente ou Eficiente seria quem criou o objeto e como. Aqui temos menos uma questão autoral e mais uma questão de transformação. Quem transformou aquela matéria-prima em um objeto? No God of War original foi David Jaffe com a equipe da Sony Santa Monica, enquanto o novo jogo foi Cory Balrog com o mesmo estúdio, porém com algumas pessoas diferentes obviamente. Segundo Aristóteles, duas coisas não poderiam ser a mesma coisa se fossem feitas por pessoas diferentes ou métodos diferentes.


Isso não deixa de ser uma resposta, porém talvez não seja satisfatória para nós. Por essa ideia apenas os desenvolvedores originais de um jogo e uma mesma equipe poderiam de fato passar a identidade dele para outro, mas não é o que vemos na prática. The Legend of Zelda: Breath of the Wild recebe perfeitamente a identidade de The Legend of Zelda sem seu autor, Bloodstained recebe a identidade de Castlevania com o autor mas com outra equipe.

Por mais que seja tentador ver exemplos de pessoas que não são os criadores das séries desvirtuando-as, como Cory Balrog em God of War, Eiji Aonuma assassinando a série com The Legend of Zelda: Skyward Sword ou Kenta Motokura criando algo que não é Mario em Super Mario Odyssey, parece difícil atrelar uma série inteira a apenas um autor.

Isso significaria que os novos Star Wars não são Star Wars porque não tem George Lucas e eu acredito que muitas pessoas sentiriam que isso é verdade, mas provavelmente por pensarem na qualidade do produto final e não realmente na identidade dele. Apenas lembrem-se que os Episódios 1, 2 e 3 também não foram muito bons e foram feitos por George Lucas. Eu não descarto completamente a possibilidade de o autor definir a identidade, mas vamos tentar não nos ater a essa resposta.

Agora a causa realmente interessante para nós: a Causa Final, Fim ou Propósito. Esta causa é simplesmente com que propósito aquela coisa foi feita. Claro que poderíamos presumir que jogos são feitos para divertir e terminar por aqui mesmo em um belo mundo de arco-íris no qual desde que um jogo seja "bom" e "divirta" ele faz parte de uma mesma série. No entanto existe um nível mais profundo de propósito nos jogos.


Cada tipo de jogo diferente exerce um tipo de trabalho diferente e mata uma fome diferente do jogador. Às vezes você quer uma refeição completa, às vezes algo para beliscar, outrora está com vontade de um doce. Cada jogo é feito para preencher uma sensação específica. Por isso muitas vezes jogos que são genéricos, repetitivos e anuais ainda fazem sucesso, pois podem oferecer uma experiência confortável e sem riscos para momentos em que não queremos nada pesado, como um mingau da Ubisoft.

Se pensarmos sobre o propósito dos jogos, de repente fica muito óbvia a diferença entre o God of War original e o novo God of War. Um é um jogo de extrema ação e violência, uma catarse selvagem do dia a dia pacato para despertar instintos primitivos. O outro é uma jornada focada na história, feita para fazer o jogador pensar e sentir-se como os personagens dessa história, com ação inserida apenas como conflito ocasional.

Ambos os jogos têm propósitos completamente diferentes, despertam sensações totalmente distintas, oferecem experiências que são praticamente dois jogos diferentes. O mesmo pode ser dito entre The Legend of Zelda: Breath of the Wild e The Legend of Zelda: Skyward Sword ou Super Mario Odyssey e New Super Mario Bros. Wii ou Super Mario 3D Land.

As analogias constantes com comida ao falar de jogos é porque todos nós sofremos de uma questão muito simples: fome. Quando não temos um certo tipo de jogo para jogar, ficamos com fome daquele jogo. Se uma empresa para de fazer um tipo de jogo ficamos famintos durante anos até outro surgir para tomar seu lugar.


Por mais que tentem dizer que o novo God of War é God of War, ele não mata a fome de quem jogava as versões antigas de God of War. Isso também vale para vários outros jogos que falamos aqui. Acredito que essa é a segunda chave para resolvermos essa questão, a fome deixada por jogos que abandonam seu propósito.

You got the Big Key

Como pudemos ver, em produtos de entretenimento, e especificamente em jogos, há dois pontos essenciais para que ocorra a transitividade de identidade, para que muitas pessoas considerem algo novo como uma nova versão ou novo capítulo de algo já existente. Nos distanciamos aqui da questão filosófica para tentar entender o que o público entende de maneira abstrata como um produto fazendo parte de uma franquia.

Primeiro: Aceitação. É preciso que um público igual ou superior ao da franquia original considere esse novo produto como parte da série original, normalmente atrelado a vendas. O novo God of War vendeu mais do que o primeiro jogo, então por essa lógica God of War agora é isso, um jogo focado na história que explora os sentimentos de paternidade de Kratos e seu filho chamado "Boooy".


No entanto faltaria o segundo elemento: Propósito. Para sabermos se uma nova direção foi realmente aceita temos que considerar as pessoas que começarão a ter fome pelo que aquele produto costumava representar e saciar, quantas clamarão por um retorno às origens daquele produto conforme essa fome aumentar. Hoje vemos isso com Star Wars, no qual dois episódios da nova trilogia foram basicamente um retorno aos moldes originais porque o público não aceitou as mudanças feitas como Star Wars.

Se nos próximos anos o novo God of War saciar completamente o público do antigo de forma que essas pessoas nunca mais peçam por um retorno ao que Kratos era antes, ele passa a se tornar o novo God of War. Pessoalmente eu prefiro o Kratos original, assim como prefiro os Fire Emblem clássicos, mas a questão é o que o grande público decidirá como a identidade daquela série.

Existe mais uma interpretação para o Navio de Teseu... mas já está tarde, vamos falar disso em um futuro artigo sobre nostalgia.

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Pokémon Mystery Dungeon tá bem lindão


Eu estava bem alheio a Pokémon Mystery Dungeon: Rescue Team DX para o Nintendo Switch, afinal era um remake de um jogo de Game Boy Advance e Nintendo DS com potencial bem limitado (afinal, é um Mystery Dungeon) pelo preço de US$ 60. Alguém deveria fazer um artigo sobre como a Nintendo está errando na precificação de seus jogos, só dizendo.

Uma coisa que eu ainda não havia prestado atenção no entanto é como ele estava bonito. O estilo utilizado para reproduzir mais ou menos o conceito do original mas em 3D faz parecer uma arte com lápis de cor bem simpática. Me fez imaginar como seria legal ver um jogo de Pokémon de aventura com esse mesmo estilo.


No Game Boy Advance e Nintendo DS o jogo usava tiles 2D, pedaços repetidos e meio enjoativos de cenário com uns 16x16 pixels. Nessa versão presumo que ainda haja um pouco de repetição, mas os efeitos visuais fazem os cenários parecerem desenhados à mão, muito bonitos. Teriam caído bem com algo estilo The Legend of Zelda também.

Pensando em como esses visuais tornam o jogo bem mais agradável de olhar, a ponto de aumentar pontos em uma nota de review, lembrei que eu mesmo fiz uma review do Pokémon Mystery Dungeon original em 2006 para o site CasaDosJogos.

Acho que ela ainda serve como uma análise do conceito do jogo, sem considerar possíveis mudanças que o tenham deixado melhor nessa nova versão. Editei também algumas partes datadas que falavam sobre as diferenças entre as versões do GBA e DS para não ficar confuso. Deem uma olhada:

Então você é fã de Pokémon? Talvez seja uma boa ser fã de Mystery Dungeon antes de pular neste aqui... O jogo é uma versão Pokémon da série Mystery Dungeon da produtora Chunsoft, com muito mais personalidade do que o comum. O esquema não é novidade e já ficou conhecido no PlayStation One com Chocobo, personagem da Square Enix em um jogo próprio da série. O universo Pokémon sem dúvida tem um bocado de conteúdo, e ele acaba por enriquecer um design um tanto quanto genérico.
O jogo conta a história de um humano que se tornou um Pokémon, você, e que abalou o equilíbrio do mundo, exigindo que ele parta em uma jornada para consertar tudo. Aproveitando sua condição, ele encontra um parceiro e monta um time de resgate para ajudar Pokémons que possam precisar de auxílio devido aos desastres naturais que servem de pano de fundo para o jogo. Apesar da história não ser ruim e ter lá seus momentos, muitas vezes ela é contada como se fosse vista por crianças, demorando para tirar conclusões óbvias, ou mostrando flashbacks de coisas que aconteceram dois minutos atrás, mesmo sem o jogador ter tido intervalos para salvar.
Virar Pokémon pode não ser uma escolha, mas qual deles você será, é. Há aproximadamente uma dúzia de Pokémons para você jogar, mas enquanto seu parceiro será uma escolha direta, o seu destino dependerá de perguntas que serão feitas no início do jogo. Muito calmo deverá lhe render um Bulbasaur, assim como muito corajoso, um Charmander, e muito esperto, um Squirtle. Há alguns outros, como Cubone para os solitários.
O resto do jogo se passa em uma pequena comunidade Pokémon, que particularmente, eu não gostei, achei que saiu bastante do que já foi mostrado sobre os monstrinhos até hoje. Sendo um Pokémon, você conversa com eles normalmente, e eles são tão espertos e vivem de forma tão organizada em sociedade que simplesmente destoa demais do clássico desenho que a maioria de nós assistia todas as manhãs.
Nesta pequena cidade também ficará sua base, onde você receberá pedidos de socorro, também gerados aleatoriamente, em maioria, pelo correio, entregues por um Pelipper. Fora dos labirintos a jogabilidade é mais livre, mas tenho que dizer que preferiria um mapa interligado do que o tradicional mapa central pelo qual você viaja entre pequenos pontos.
Sim, labirintos. A série Mystery Dungeon provavelmente ganhou esse nome com o genial conceito (ao menos devia ser há anos atrás) de labirintos gerados aleatoriamente, com fases que nunca são iguais, o que em teoria, e somente em teoria, traria diversão infinita. Como na prática, a teoria é outra, o jogo sofre de uma enorme falta de profundidade nas fases, sempre sendo muito monótonas e repetitivas, com Pokémons espalhados pela fase e às vezes delegando a sua sobrevivência puramente para sorte. Depois de um tempo surge um ou outro elemento novo, mas simplesmente não são suficientes para sustentar esse design.
A jogabilidade confia mais ou menos na grade de construção das fases, por assim dizer, blocos pelos quais os personagens se movem. Não há movimentação livre, ele sempre anda uma porção X de espaço com um toque na direção, e esse movimento em espaço X, é o equivalente a um turno. Conforme você anda, é montado um mapa na sua tela, e não é incômodo como pode parecer, até um pouco invisível se você não prestar atenção.
É justamente onde entra o elemento Pokémon que Mystery Dungeon consegue se segurar melhor. O sistema de batalhas pode não ser divertido ou profundo como na série principal, mas ele reproduz bem as mesmas características, desde as efetividades, até habilidades especiais e os golpes, aprendidos nos mesmos níveis. Ah sim, níveis, você ganha EXP normalmente nas lutas, mas eu realmente preferiria que não houvesse uma reprodução tão boa, pois subir de nível é um suplício sem igual. Não bastasse ser monótono, você terá que fazer isso várias vezes com outros Pokémons. Por que? Explico abaixo.
Após certos eventos da história, você terá a opção de recrutar novos membros para seu time de resgate, entrando novamente o Catch'em All, já que você pode realmente procurar e recrutar todos, mas eu não recomendo. O recrutamento é feito ao derrotar o personagem em um labirinto, ocasionalmente eles pedirão para entrar no seu time, e então você terá que cuidar dos níveis deles também. Não preciso dizer que as AIs são chatas, não? Mesmo sendo configuráveis e até mesmo podendo melhorá-las com itens, eu simplesmente não confiaria neles para não caírem no chão de nariz.
Devido aos desastres naturais, os Pokémons estão bem irritados, e você terá que enfrentá-los durante suas missões de resgate. Você pode selecionar seus golpes por um menu, o que no fundo lembra um pouco a série principal. Do Tackle ao Ember seus golpes gastarão um turno, um PP, e em seguida seu adversário atacará, o que de certa forma é entediante. Você não precisa sempre abrir o menu, pode selecionar um golpe para ficar acessível por um atalho.
Os PPs me parecem acabar muito rápido considerando o número de batalhas, mas como os labirintos são aleatórios mesmo, é uma questão de sorte para quanto tempo você leva para achar a próxima saída. No final dos labirintos você ainda costuma enfrentar alguns chefes, que não passam de Pokémons mais fortes para torrar sua paciência. Há mais coisas envolvidas nas lutas, como interligar golpes para atacar duas vezes no mesmo turno, disparar itens, mas tudo tenta disfarçar uma monotonia máxima de que você vai querer fugir das lutas depois de um tempo. A música é diferente para cada labirinto mas é igualmente repetitiva sempre, de uma forma que irrita com facilidade.
Para um jogo tão repetitivo, faltou algo que poderia tornar esse tipo de jogo um sucesso: um bom multiplayer cooperativo. A divisão em turnos tornaria possível até mesmo um fácil multiplayer online, mas não temos sequer multiplayer local, o que é bastante decepcionante.
Pokémon Mystery Dungeon não é ruim logo de início, é simplesmente a sensação de que nada acontece para mudá-lo que poderá desanimar o jogador. Assim como se você for um fã da série Mystery Dungeon, vai adorar essa mesmice característica da série, e há bastante espaço para continuar jogando, como recrutar todos os Pokémons existentes.
O ponto principal é que realmente esse jogo agradará muito mais aos fãs de Mystery Dungeon do que os fãs de Pokémon, estes com certeza preferirão esperar um jogo da série principal para capturar todos pra valer, e acho que nem encontrarão uma distração de qualidade aqui, mas os jogadores de GameBoy podem agradecer o lançamento pela escassez.
Nota: 7.5/10