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sábado, 31 de agosto de 2019

HANCHO um jogo de batalhas de profissões


Atualização: Infelizmente o Kickstarter de Hancho foi cancelado para focarem mais na campanha Single Player, quando ele retornar eu trago de volta o post com mais detalhes =(

HANCHO é um novo jogo independente sobre batalhas de profissões meio que no estilo Pokémon que abriu uma campanha de financiamento coletivo no site Kicksarter recentemente. Para participar e receber o jogo você precisa doar pelo menos US$ 15, o que dá alguns R$ a mais do que o desejado devido a economia, mas há artistas brasileiros envolvidos também, então é uma via de duas mãos. Será lançado para PC, Mac e Switch

Trata-se de um RPG de turnos no qual você recruta uma equipe de integrantes baseados em profissões como Professora, Jornalista, Senador e mais algumas que ainda serão reveladas, personaliza seus status e coloca-os para brigar contra uma AI ou outros jogadores. A ideia do jogo é que HANCHO é um sistema operacional que testa a compatibilidade de equipes.

Cada personagem é também de um certo "tipo", o que parece uma paródia de Pokémon e alguns tipos são mais efetivos contra outros. Dá pra abrir uma janelinha com uma tabela dos tipos, que é algo que todo jogador de Pokémon já fez, mas definitivamente não com um visual do Windows 3.11.

Não é tanto o meu estilo de jogo, mas não resisto a um financiamento coletivo. Então se tiverem gostado e quiserem apoiar também, aqui está o link para o Kickstarter do jogo.


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segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Hamsterdam: o nome perfeito para um jogo de Hamster


Se você tivesse um jogo sobre um Hamster que distribui pancadas por aí, me diga se não o chamaria de Hamsterdam? É o nome perfeito, como a Muse Games deve ter pensado. Tá, Hamsterdam: Paws of Justice tem toda a cara de jogo Mobile, mas ele tem um bom visual, uma premissa divertida e foi criado através de um Kickstarter, o que significa que alguém botou um pouco de paixão nisso.

Ele está disponível pra Android, iOS, Switch e PC. Não é um jogo que eu recomendaria jogar no PC e sim no Switch pelos controles, porém os preços estão meio complicados. A versão pra Smartphones custa só US$ 1,99, enquanto PC custa US$ 7,99 e Switch US$ 9,99, mas pelo menos não há microtransações em nenhuma das versões.

Por ser um dos poucos videogames que ainda mantém controles de movimento, o Switch se adapta perfeitamente à conversão da jogabilidade de um smartphone. Toques de botão não substituem bem telas de toque, mas sacudidas de controle funcionam que é uma maravilha. O jogo também parece ter muita variedade de situações divertidas, o que também cai bem com esse tipo de controle.


O jogo segue a história do hamster Pimm que vê sua cidade invadida pelo vilão Chinchilla Marlo e seus capangas, além de ter seu avô raptado. É uma história tradicional de filmes de kung-fu e que parece funcionar bem. A jogabilidade tem um sistema de batalha simples com ataques, contra-ataques e um golpe K.O. quando você vai bem. Parece haver um bocado de minigames que mudam a fórmula o tempo todo, algo que dá certo em jogos pequenos e rítmicos.


sábado, 29 de junho de 2019

Review de Bloodstained: Ritual of the Night


Bloodstained: Ritual of the Night é um sucessor espiritual de Castlevnaia: Symphony of the Night desenvolvido através de uma campanha de financiamento coletivo no site Kickstarter por Koji Igarashi, o criador da série Castlevania. Ele demorou um bocado para ser lançado e muitos acharam que iria pelo mesmo caminho de outros projetos que não deram muito certo, porém ele acabou por surpreender a todos.

Um adendo, eu estou fazendo a análise da versão do PlayStation 4, que é a mesma do Xbox One e PC. Aparentemente a versão do Nintendo Switch teve alguns problemas e não está recomendável. Os gráficos estão piores, a taxa de quadros a 30 FPS e com lentidão constante. Eu ainda acho o jogo bom o bastante para valer se for a sua única plataforma, mas se puder optar por outras, faça-o.

Primeiramente, eu não achava que Bloodstained fosse ficar tão bom, eu achei que ele estaria no nível dos Castlevanias de GameBoy Advance e DS, que são bons, mas não no nível de Symphony of the Night que é memorável. Após um início um pouco comum que parece culminar em um final sem graça, Bloodstained se transforma e mostra a que veio. Este é o verdadeiro sucessor de Symphony of the Night que fãs estavam esperando e jogá-lo hoje é como participar de toda a empolgação que houve na época do PSOne.


A história começa com uma invasão de demônios que começa a devastar o mundo, o que leva uma sociedade secreta a preparar armas para lutar contra eles. Essas armas são os fragmentários, humanos com parte de cristal em seu corpo que permite absorver o poder dos demônios e utilizá-los contra eles. No caso só dois fragmentários sobrevivem após a batalha: Gebel e Miriam.

Por algum motivo Miriam cai em um coma profundo por anos e só desperta quando um castelo surge do nada e uma nova invasão começa. Curiosamente quem está liderando essa nova invasão? Ele mesmo, Gebel. Miriam então desperta e vai tirar satisfação com seu antigo companheiro e a história se desenvolve a partir daí. Não é nada formidável mas funciona e tem umas boas reviravoltas.

O jogo é o mais "Metroidvania" que poderia ser, já que é sequência da série que cunhou o termo. O jogador começa fraco na entrada do castelo e até o final do jogo irá se fortalecer bastante e explorar as mais diferentes áreas que estranhamente coexistem dentro desse castelo. Assim como em Metroid, novas habilidades adquiridas pelo jogador abrem novas possibilidades de exploração.

A evolução que deixa o jogador mais forte é extremamente variada. É possível subir de nível ao ganhar XP por matar monstros, conseguir armas, armaduras e acessórios melhores que aumentem seus status, conseguir fragmentos de monstros que seriam como as almas em Symphony of the Night, evoluir esses fragmentos, usar seus poderes e assim por diante.


Em alguns momentos essa variedade causa uns saltos de dificuldade, porque você pode estar muito abaixo em capacidade de causar dano do que o jogo espera, mas isso pode ser superado por mais esforço e um pouco de pesquisa. É um jogo que funciona melhor com uma comunidade que te dê umas dicas de quais armas são excepcionalmente boas, apesar de seus status nem sempre darem a entender isso.

Demora até você entender que pode ser melhor ficar com uma arma mais fraca que você se dê melhor do que avançar para uma mais forte que exige outro estilo de jogo. A variedade de armas é enorme, de adagas, espadas curtas, espadas de duas mãos, lanças, machados, armas de fogo e mais. Algumas se portam ainda de maneiras únicas e eu mesmo achei uma preferida independente dos status.

O jogo realmente brilha na capacidade de "builds" diferentes que um jogador pode montar, praticamente ninguém terá uma Miriam igual a outra. Ela pode ser da pancadaria, focada em só bons equipamentos e boas armas; da magia, focada em usar os fragmentos e equipamentos que aumentem seus status mágicos; pistoleira, focada em armas de fogo; além de novos builds que são revelados pra você mais pra frente, como transformar-se em outras criaturas.

As primeiras 10 horas do jogo foram um pouco confusas pra mim. Os inimigos eram fracos, havia um certo tédio em explorar. Os chefes davam saltos de dificuldade que não condiziam com os inimigos que eu enfrentava. Naquele momento eu estava sentindo bem aquela sensação que jogos Kickstarter costumam dar, de às vezes não serem muito bons em equilíbrio e em trazer uma experiência mais concisa. Seria bom se houvesse um Easy Mode para oferecer uma experiência mais relaxada no início.


Porque após essas horas iniciais o jogo simplesmente se transforma e vira o Symphony of the Night que todos esperavam. Ele vai revelando camadas e mais camadas embaixo de algo que você pensou que já havia se revelado por completo e cada vez que você pensa que é a última camada, tem mais uma por baixo.

Há várias áreas diferentes para se explorar que muitos provavelmente não imaginariam que existem dentro de um castelo, todas com inimigos cada vez mais fortes e chefes opcionais. Existem também formas de se fortalecer permanentemente e então um New Game+ para carregar quase todo seu progresso e desafiar o jogo de novo em um nível de dificuldade maior, como Diablo.

Os gráficos são bonitos, o que realmente não costuma acontecer em um Kickstarter que tinha um visual mais lavado durante a maior parte de sua produção. Em um vídeo Igarashi simplesmente apareceu e disse que iria provar que todos estavam errados e revela os novos gráficos, muito mais coloridos e detalhados. Provavelmente houve uma empresa terceirizada envolvida e o resultado é ótimo. Imagine se Mighty No. 9 tivesse gastado um pouquinho mais pra isso.


Minha única reclamação a respeito dos gráficos é que tudo está um pouco claro demais. Em um jogo com perspectiva lateral, a ação está acontecendo em um plano, mas o cenário supostamente está mais atrás, deveria ser mais escuro. Em Bloodstained tudo parece iluminado como se estivesse no mesmo plano, o que dá mais cor, mas não parece tão natural. Curiosamente a versão do Switch tem cenários de fundo mais escuros, mas... é escuro demais. Acho que o ideal seria um meio-termo entre as duas versões.

O setor sonoro é incrível, desde músicas muito Castlevania até bons efeitos sonoros, gritos de golpes e uma boa dublagem, com um ou outro momento menos brilhante. A trilha sonora não está no nível de Symphony of the Night, mas só porque a barra de comparação está em um nível tão alto. Ainda são música fantásticas e muito acima do que estamos acostumados a ver em jogos de financiamento coletivo.

Eu poderia listar muitos pequenos defeitos no jogo, como essas horas iniciais, travadas ao matar um inimigo logo após entrar em uma área nova, itens de inimigos mortos que às vezes ficam presos no cenário, mas nada disso chega nem perto de manchar o que o jogo consegue realizar, são meros arranhões superficiais.


Por exemplo, uma das coisas que mais atrasou minha review de Bloodstained é que eu não consigo parar de jogar Bloodstained. Eu daria facilmente um 9,5 por ser simplesmente incrível em todos os sentidos e já ser um pacote sensacional do jeito que é. É inevitável que haja uns 0,5 de decréscimos pelos pequenos defeitos porque também não posso ignorar que eles existem e atrapalham.

No entanto a versão que temos do jogo atualmente não é nem mesmo a completa. Há várias promessas da campanha de financiamento que ainda serão adicionadas, como dois personagens jogáveis extras, modo cooperativo, um modo com dungeon estilo rogue, um modo boss rush, um modo speed run. Simplesmente qualquer mínimo modo extra que seja adicionado seria o suficiente para soprar esses decréscimos pro alto.

Bloodstained: Ritual of the Night é definitivamente um novo Castlevania: Symphony of the Night, sem necessariamente parecer uma sequência, é quase como se fosse o mesmo jogo feito em uma época diferente, gerando a mesma empolgação e cativando novos fãs. É facilmente o melhor jogo já feito através de uma campanha de financiamento coletivo. Por isso Bloodstained vai levar um 10 completo com louvor.

10/10

domingo, 31 de dezembro de 2017

Analisando Mega Man 11 em 1 minuto


Durante uma transmissão para comemorar os 30 anos de Mega Man a Capcom surpreendeu os fãs com um anúncio que nunca imaginariam, a produção de Mega Man 11 para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC, agendado para o final de 2018. Após tanto tempo na geladeira o mascote da companhia voltará em uma nova aventura nos moldes clássicos, com gráficos em 3D porém com progressão em 2D como se fosse um jogo do Nintendo 8 Bits. E talvez... isso não seja o bastante?

Tantos anos sem um capítulo novo da franquia deixou os fãs de Mega Man com uma fome tremenda e Mega Man 11 promete apartá-los, porém o jogo em si não parece ambicioso. Na verdade tudo nele parece exatamente o mesmo do clássico Mega Man em 8 Bits com algumas atualizações gráficas. Há uma novidade aqui ou ali, mas o design em si parece intocado, há muito do que já vimos no Nintendo 8 Bits apenas com novos gráficos.


Isso até é agradável, o bom e velho arroz e feijão bem feito... se esse jogo fosse sair logo no primeiro trimestre de 2018, mas ele vai sair no final do ano. O tempo entre o anúncio e o lançamento está muito grande para um jogo que não parece que vai oferecer nada muito diferente do que todos os outros 10 capítulos já ofereceram antes e isso pode dar tempo para as pessoas reclamarem.

O design das fases está extremamente básico, até um pouco monótono, o que deixará o jogo não muito diferente de um Might No. 9 porém mais lento já que não possui o Dash de Becky ou de Mega Man X (A rasteira do Mega Man original não serve pra isso). Espero que não tenha tantas "One Hit Kills" quanto Mighty No. 9, mas já vimos espinhos.

Eu não sei se as pessoas irão reagir negativamente porque o design das fases não faz mais do que Mighty No. 9 fez ou se elas irão hipocritamente ignorar isso só para poder jogar mais terra no caixão de Keiji Inafune e chutar um cachorro tão morto, mas tão morto, que Stephen King poderia escrever um conto de terror sobre ele.

Felizmente Mega Man 11 acerta muito no visual, então mesmo com um design de fases parecido ele é muito mais agradável de se olhar que Mighty No. 9. É mais do que apenas uma questão de superioridade técnica, a arte foi muito bem feita e supera facilmente a de jogos como o cancelado Mega Man Universe, Mega Man Powered Up e Mega Man: Maverick Hunter X.


Os cenários usam cores mais vivas, com alto contraste que é relaxante para os olhos que têm que identificar projéteis, porque 3D não precisa ser sinônimo de cores escuras como a maioria dos desenvolvedores pensa. Mighty No. 9 por exemplo era escuro demais em vários momentos e teria sido muito mais bonito com um visual totalmente cartoon como Mega Man 11.

Como há muito pouco a se falar do jogo além do básico, vamos falar das novidades, mesmo que aparentemente pequenas. Este capítulo parece fazer uma ponte entre os jogadores mais hardcores dos jogos originais e o público mais casual atual ao focar em elementos que poderão facilitar as coisas para novos jogadores e velhos jogadores que perderam o jeito.

Para começar vimos parafusos espalhados no jogo e como recompensas por matar inimigos, isso provavelmente significa o retorno da lojinha de itens e upgrades. Eu não sou um grande fã de lojas em jogos de ação e plataforma porque acho um jeito meio barato e superficial de adicionar profundidade à jogabilidade, mas funciona até certo ponto.


A segunda novidade que deverá ganhar mais destaque com o tempo é um novo sistema de Berserk que Mega Man parece atingir. As engrenagens na parte de baixo da energia dele parecem ter algo a ver com isso, um estado temporário no qual ele parece ficar mais poderoso e provavelmente vai ajudar a matar os chefes mais facilmente.

Mega Man 11 aposta forte na nostalgia e assim como Sonic Mania deve colher alguns louros com isso, mas não é impossível que esse tiro saia pela culatra, afinal as pessoas sempre esperam mais da Capcom que de outras empresas. Ainda assim, o fracasso de Mighty No. 9 pavimentou o caminho para que o retorno de Mega Man fosse muito mais tranquilo.

Por ora não parece que veremos muita evolução. Agora era uma boa hora para termos Protoman controlável (algo que ainda pode acontecer) e ter novos elementos introduzidos na jogabilidade base da franquia, talvez usando Rush, talvez usando Bass, até Roll ou fazendo a esperada ligação com Mega Man X. Mega Man 11 não se arrisca demais e é tão confortável para nós quanto é para eles.

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Review: Yooka-Laylee parece um jogo velho, não retrô


Yooka-Laylee é um jogo que eu tive bastante vontade de fazer review quando foi lançado mas não foi possível devido ao tempo, então agora que ele está ganhando uma nova versão para o Nintendo Switch é uma boa oportunidade de revisitar o assunto. Ele foi produto de uma campanha de financiamento coletivo com alguns antigos funcionários da Rare cujo objetivo era criar um sucessor espiritual para a clássica série Banjo-Kazooie do Nintendo 64.

Algumas coisas foram mantidas retrô para remeter à clássica série que estreou no console de 64 Bits da Nintendo enquanto outras foram atualizadas para que o jogo continuasse relevante mesmo nessa geração. O resultado surpreendentemente é um jogo que nem consegue capturar o charme de antigamente nem o polimento da atual geração, acabando como se fosse um título medíocre do PlayStation 2.

Julgue o livro pela capa

A história começa com um livro especial que Yooka e Laylee possuem mas não dão muito valor, até que o vilão rouba as páginas mágicas do livro, as Pagies que são o principal colecionável, e eles precisam recuperá-las. Não há muito para se saber sobre os personagens e suas motivações, o que é uma pena já que Banjo-Kazooie nos lançava em uma jornada contra o tempo para resgatar a irmã raptada de Banjo.

Yooka e Laylee têm personalidades parecidas com Banjo e Kazooie como era de se esperar e alguns de seus diálogos são interessantes e divertidos, porém seus visuais são extremamente genéricos. A impressão é que a dupla poderia ser substituída por outros animais semelhantes sem ninguém perceber. Enquanto isso personagens como Trowzer tem um ótimo design e ele poderia até mesmo estrelar seu próprio jogo.


Capital B é um bom vilão no estilo capitalista malvado, mais conectável pelos temas atuais do que a bruxa Gruntilda, e o Dr. Quack é carismático com seu estereótipo de cientista louco. Há muitos outros personagens genéricos que parecem ter sido criados por pessoas sem experiência no ramo dos games, desde os pequenos monstrinhos Corplets até os Googly Eyes, que apesar de criativamente tomarem objetos como corpos, não têm muita personalidade própria por conta disso.

Yooka quiere ser Banjo y su mamá no lo deja

A jogabilidade é o que você esperaria de um jogo de plataforma básico e clone de Banjo-Kazooie, muitos movimentos tirados diretamente do urso, mas também alguns originais. Infelizmente os movimentos especiais gastam uma barra de energia especial, então mesmo alguns divertidos como rolar para ir mais rápido não podem ser usados com muita frequência. A energia se regenera automaticamente porém demora um pouco mais do que é confortável esperar.

Um ponto que parece bastante retrô e que não deveria é a câmera, que parece ter ficado presa na era do Nintendo 64. Você tem duas versões dela, uma ativa que finge que te ajuda a acompanhar a ação (finge, porque tenho certeza que ela te sacaneia de propósito) e uma passiva que em teoria fica parada enquanto você se move... só que não.

A primeira câmera é péssima e se move quando você não quer, atrapalhando os saltos, enquanto a segunda parece que vai ser melhor ao ficar parada porém ela consegue a façanha de esbarrar em objetos do cenário e assim mudar sua visão de um jeito ainda mais imprevisível. Se não me engano essa segunda câmera passiva foi adicionada em uma atualização, mas o jogo continua sem uma câmera boa.


Direto do túnel do tempo

Após invadir a empresa de Capital B, a Hivory Towers, os jogadores podem encontrar livros mágicos que os levam para dentro de mundos, bem parecido como Mario entrava em quadros em Super Mario 64. Um toque que começa criativo mas se perde é a possibilidade de usar Pagies para ampliar os mundos. Imagine que interessante se as fases de Super Mario 64 pudessem ser aumentadas com estrelas. Porém aqui só parece um incômodo que faz você ficar indo e voltando entre uma versão Beta do mundo e a final. Imagine explorar um local apenas para ver que não tem nada lá... por enquanto.

Dentro das fases há vários personagens que precisam de ajuda para realizar alguma tarefa sem graça e pagar você com um Pagie, transformando Yooka e Laylee em office boys glorificados. As missões não estão simplesmente lá para você resolver, é preciso falar com cada personagem para ativá-las e resolvê-las, um design cansativo e que parece velho, não com aquele charme e inocência da época do Nintendo 64, mas com aquela falta de polimento do PlayStation 2.

As missões são chatas, com desafios criados dentro da própria jogabilidade, como corridas usando alguma habilidade especial, ter que derrotar inimigos ou impedi-los de fazer algo... é monótono e frustrante porque a jogabilidade não é tão prazerosa assim para carregar o jogo nas costas. Por vários momentos me senti jogando algo que não envelheceu bem, como um Jak & Daxter.

O design das fases é desinteressante, genérico como muitos dos personagens. Elas são grandes porém não há qualquer motivo para explorá-las, todo o jogo estabelece corredores artificiais que fazem você sempre estar indo em linha reta de um local para o outro onde algum personagem estiver parado com uma missão. É como se alguém tivesse criado as fases primeiro e depois outra pessoa tivesse colocado as missões nela, deixando grandes espaços abertos não utilizados, que não tem motivo para você explorar.


Uma parte que melhorou através de atualizações foram os minigames espalhados pelo jogo. Quem teve a chance de jogar na época do lançamento foi agraciado com péssimos controles que tornavam os minigames irritantes. Hoje os controles foram melhorados e deixaram os minigames toleráveis, mesmo que não particularmente prazerosos.

Toda fase conta também com 5 criaturas mágicas para encontrar, as quais em Banjo-Kazooie eram os Jinjos e aqui têm o nome criativo de "Ghost Writer", nome dado a escritores que não são creditados em suas obras, uma tirada genial dado o tema de livros. Infelizmente eles não são tão divertidos de procurar e cada um tem uma forma diferente de ser capturado, a qual não é tão intuitiva.

A busca pelos colecionáveis é cansativa, sejam eles quais forem. Coletar Pagies é chato mas obrigatório, coletar notas músicas é necessário para comprar itens, coletar os Ghost Writers fica cansativo e quando você chega no cassino é preciso coletar colecionáveis para poder coletar colecionáveis... é de cair o Kazooie do Banjo.

Sem Fur Shading

Algo que chama atenção de cara é que graficamente o jogo é muito colorido e vibrante de uma forma que simplesmente não se faz mais hoje em dia. A grama não é apenas verde, é aquele verde limão brilhante, tudo tem alto contraste e saltando aos olhos. Isso lembra bastante o estilo de Banjo-Kazooie e felizmente menos o estilo mais sombrio de Banjo-Tooie.


Uma das melhores partes do jogo é a música garças a terem conseguido antigos talentos da época da Rare em Donkey Kong Country e Banjo-Kazooie. Nomes como Grant Kirkhope, David Wise e Steve Burke fizeram uma diferença tremenda no setor sonoro que está realmente no mesmo nível que se esperaria de um novo Banjo-Kazoie.

Os efeitos sonoros são bacanas, todos bem cartunizados e os personagens quando falam apenas fazem grunhidos como na época de Banjo-Kazooie, uma técnica antiga usada para economizar espaço em cartuchos. Muitas pessoas não gostaram disso e preferiam diálogos dublados, mas eles são ok, têm um certo charme retrô.

Traz o rapaz 9 de volta

Yooka-Laylee é um jogo que deveria parecer retrô mas parece apenas velho, arcaico até, sem conseguir fazer algumas coisas básicas direito e com certeza sem nenhum do charme clássico que fazia jogos do Nintendo 64 como Banjo-Kazooie se destacarem tanto até os dias de hoje. Ele traz um amontoado de colecionáveis e tarefas que são apenas isso, coisas para obter e fazer, sem oferecer ao jogador qualquer diversão no processo, até o frustrando.

Nota: 5/10



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domingo, 18 de dezembro de 2016

Top 25 Jogos de PS Vita - Parte 2

Recentemente o PlayStation Vita completou 5 anos de vida e 2016 ainda foi um ano surpreendente para ele. Considerado por muitos um portátil "morto", ele continua a receber uma grande quantidade de jogos de grande calibre, mesmo que nem sempre exclusivos.


A primeira parte do Top 25 eu fiz durante o primeiro ano de vida do PS Vita e desde então muita coisa foi lançada para ele, então nada mais justo do que fazer uma parte 2 com ainda mais jogos. Porém vale deixar claro que este não é um Top 26 a 50, esses jogos não estão abaixo do Top original, mas lado a lado.

25 - Duke Nukem 3D Megaton Edition

Sempre aposte no Duke. A coletânea Duke Nukem 3D Megaton Edition mostra por quê. Esqueça todos os jogos péssimos do personagem nas últimas décadas e veja o jogo original que o fez ser um sucesso de verdade. Duke Nukem 3D era um FPS com ótima ação, level design muito bacana repleto de segredos e uma pitada de humor.

Uma coisa legal dessa edição é que você ganha o poder de "rebobinar" o jogo, então se tiver dificuldade em alguma parte basta voltar até conseguir passar. Ele tem também inclusos três pacotes de expansão lançados na época que trazem ainda mais coisa pra fazer além da campanha.


24 - Dragon Ball Z: Battle of Z

Um dos meus jogos favoritos da época do PlayStation One era Dragon Ball Z Legends e de certa forma Battle of Z me fez lembrar dele ao trazer batalhas em grupo, algo que agora está mais comum na franquia. Dragon Ball Xenoverse hoje toma todo o foco nos consoles com seu multiplayer online, mas e se você quiser algo mais rápido e portátil?

É nesse ponto que Dragon Ball Z: Battle of Z oferece algo relativamente raro para um portátil, um jogo de luta em 3D com muita ação, muitos personagens em tela ao mesmo tempo e golpes sendo trocados sem parar. É possível participar de combates até de 4 vs 4 seguindo as tradicionais sagas do desenho animado, só não conte com o modo online.


23 - Monster Monpiece

Existem muitos jogos de cartas tipo "TCG" por aí mas raros são os que ousam introduzir uma jogabilidade própria para videogames, como é o caso de Monster Monpiece. Aqui, além de montar um deck de cartas com garotinhas fofinhas (oi Japão) você precisa também movê-las por uma espécie de tabuleiro arena para que assim entrem em confronto.

A cada turno as cartas se movem sozinhas, então para vencer é preciso calcular quando sua carta irá colidir com o inimigo, qual o tipo da sua guerreira, se vale a pena sacrificá-la para invocar uma mais forte e mais. O jogo tem umas partes safadinhas desnecessário no qual para evoluir personagens você precisa passar por um minigame de toque.


22 - The Hungry Horde

É óbvio que existe uma grande quantidade de jogos de zumbis, isto é algo que não se pode negar, porém não há tantos jogos assim que colocam você no controle dos mortos-vivos. The Hungry Horde faz isso em um jogo divertido estilo arcade com um método de controle criativo, onde você controla a horda com os dois analógicos juntos.

Os desafios são coisas como desviar de obstáculos, ativar botões e morder outras pessoas para aumentar seu exército sem estourar seu limite de tempo enquanto tenta completar uma fase. Por utilizar os dois analógicos ele exige que você consiga realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo com coordenação para economizar preciosos segundos.


21 - Dragon's Crown

Este jogo é da produtora Vanillaware, a mesma de Muramasa Rebirth e por isso conta com seu tradicional estilo de 2D em alta qualidade. Trata-se de uma mistura entre Beat'em Up (sair batendo em todo mundo) com RPG na qual você controla personagens medievais clássicos como guerreiros e magas em aventuras semelhantes a Dungeons & Dragons.

Eu não vou mentir e dizer que não preferia que Dragon's Crown fosse um jogo muito mais arcade como Golden Axe, mas o que recebemos como produto final aqui também não é ruim. Há muito espaço para melhorar seu personagem através dos níveis e mesmo sendo difícil de encontrar alguém para multiplayer você pode contratar mercenários para ajudar na jornada, apesar de a ação ficar meio caótica às vezes.


20 - History: Legends of War - Patton

Este é um jogo que eu nunca compraria por conta própria e jamais imaginaria ser bom, mas que tive a chance de jogar pela PS Plus. Normalmente você não espera que um jogo criado pelo Hystory Channel tenha qualidade, mas Legends of War consegue ao acompanhar a campanha do general Patton durante a Segunda Guerra Mundial.

Trata-se de um jogo de estratégia no qual você passará por uma série de missões baseadas na campanha de Patton, algumas com objetivos variados e outras apenas para eliminar forças inimigas. Você poderá recrutar seu próprio pelotão com vários tipos diferentes de soldados, tanques e veículos de apoio em um jogo acessível e divertido. Mas no fundo eu ainda preferia o Churchill.


19 - Civilization Revolution 2 Plus

Lançado originalmente para iOS e Android, a sequência de Civilization Revolution traz uma versão simplificada da clássica série Civilization, a qual acaba ficando perfeita para partidas portáteis por serem mais rápidas e deixarem os detalhes extremamente técnicos apenas para a versão PC.

Aqui você poderá escolher um dos seus líderes preferidos e lutar por vários tipos de dominação mundial, como força militar, cultura, economia e corrida espacial. Uma vantagem da versão PS Vita é que você ainda tem direito a alguns líderes extras, além dos botões físicos que acabam funcionando melhor que a tela de toque para a interface simplificada.


18 - Digimon Story: Cyber Sleuth

Há algum tempo os jogos de Digimon vem sendo RPGs bem bacanas e Digimon Story: Cyber Sleuth não é exceção. Você segue em uma aventura como um "Cyber Sleuth", uma espécie de detetive virtual tentando descobrir os mistérios por trás de casos estranhos de pessoas presas no mundo digital e pedaços de dados se mesclando com o mundo real. Há também uma pitada de Persona na mistura.

O charme da jogabilidade assim como em Pokémon fica por conta de você poder criar seu próprio time de monstros e evolui-los da forma que preferir para enfrentar os inimigos que virão pela frente. O jogo não tem aquela profundidade estratégica de Pokémon, mas ainda é divertido criar seu próprio time de monstrinhos e escolher entre suas várias evoluções possíveis.


17 - The Walking Dead: Season 2

A primeira temporada de The Walking Dead foi incrível ao trazer uma aventura emocionante com escolhas difíceis de serem tomadas e a segunda simplesmente não deixa a peteca cair. Após a emocionante história de Lee e Clementine agora a menina precisa viver sozinha nesse mundo perigoso em que é inevitável ver rostos conhecidos ficarem pra trás.

Em muitos momentos é possível ver reflexos das escolhas da primeira temporada, além de termos os novos desafios de controlar Clem, já que ela é mais frágil que Lee. Ironicamente a história fica ainda mais interessante quando um rosto conhecido reaparece e nos apresenta um novo dilema.


16 - Gal*Gun: Double Peace

Imagine jogar Virtua Cop, só que ao invés de bandidos os seus alvos são garotas apaixonadas por você e ao invés de tiros você as atinge com... "euforia". Essa é uma proposta sem vergonha típica de um jogo japonês safadinho, mas é justamente por isso que é tão surpreendente quando ele se mostra um bom jogo e não apenas um monte de fanservice sem sentido.

A história é profunda e fala de uma "cupido" que acidentalmente despeja toda a carga de atração da vida de um jovem de uma vez, por isso todas as garotas ficam apaixonadas de repente, porém se ele não encontrar seu verdadeiro amor naquele dia ficará sozinho para sempre. Além de uma jogabilidade bem divertida o jogo ainda se aprofunda com itens, missões e vários finais diferentes dependendo de com quem você queira ficar no final.


15 - Hyperdevotion Noire: Goddess Black Heart

Normalmente eu evito colocar mais de um jogo da mesma franquia em um Top para assim aumentar a variedade, mas a série Hyperdimension Neptunia ganhou seu espaço aqui porque realmente abraçou o PS Vita e lançou vários spin-offs. Caso não conheça a série, dê uma lida na posição 12 antes.

O melhor desses spin-offs foi Hyperdevotion Noire, um jogo de estratégia focado em Noire, a personagem que representa o PlayStation 3 na série. Hyperdimension Neptunia tem muito carisma e humor, mas nem sempre agrada como RPG. Aqui você canaliza todo esse carisma em um jogo de estratégia com personagens para upar e cuja personalidade e aparência representam séries populares dos consoles da Sony.


14 - Senran Kagura Shinovi Versus

Senran Kagura é uma das melhores séries de ação disponíveis atualmente para o PS Vita com muita ação contra dezenas de inimigos ao mesmo tempo, num estilo semelhante ao de Dynasty Warriors, e um monte de personagens diferentes para usar, cada uma com personalidades excêntricas, histórias próprias e golpes especiais distintos.

Ele tem também muitos elementos sensuais que parecem inevitáveis nos jogos japoneses atuais, com seios enormes balançando e roupas que se rasgam ao receber golpes. No entanto há muita substância na história por baixo desse nível superficial de apelo visual. Essa posição pode ser também ocupada por sua sequência: Senrna Kagura Estival Versus.


13 - Hotline Miami

Foi uma pena que quando eu escrevi a primeira parte do Top 25 eu ainda não tinha colocado as mãos em Hotline Miami porque ele é um jogo simplesmente perfeito para o PS Vita. O jogo traz um desafio tipo "mate todos nesse lugar" com visão aérea e um tiro sendo o bastante para você morrer.

Isso significa que é preciso rejogar várias vezes a mesma missão, tentar coisas diferentes, contar com a sorte e habilidade até conseguir matar todos e sobreviver. Esse design se encaixa muito bem com um portátil e ainda por cima há uma história bem psicodélica no estilo anos 80 para manter você entretido.


12 - Hyperdimension Neptunia Re;Birth 3 - V Generation

Hyperdimension Neptunia é o terceiro capítulo de uma série sobre garotinhas deusas que representam consoles, como Wii, PlayStation 3 e Xbox 360, além da protagonista que seria o "Neptune" da Sega. Há muito humor, alegorias e referências para quem prestar atenção. Blanc, o Wii, é isolada e fria, não aceita concorrentes como dignas, enquanto Plutie, o Mega Drive, é uma Dominatrix devido ao marketing agressivo da Sega na época.

Por que recomendar o 3 e não o 1 ou 2? Bom, a cada jogo a série foi melhorando, pois nos primeiros havia muito grind e uns saltos de dificuldade grandes que exigiam dominar demais os sistemas do jogo. O terceiro além de ser mais leve nesse quesito ainda cobre os anos 80 e 90, especificamente a época do Super Nintendo vs. Mega Drive com a entrada do PlayStation, o que torna a história muito mais interessante.


11 - Earth Defense Force 2: Aliens from Planet Space!

Eu sou um grande fã da série Earth Defense Force com suas batalhas de escala sem igual contra formigas gigantes e robôs alienígenas, ação constante e progressão viciante através de upgrades e vários níveis de dificuldade a lá Diablo. Porém Earth Defense Force 2 é um jogo mais antigo da série, então apesar de ótimo, ele não é tão legal quanto Earth Defense Force 2017 Portable.

Originalmente ele foi lançado para PlayStation 2, mas nunca saiu nos Estados Unidos, e depois teve um port para PSP que ficou apenas no Japão. Essa versão para o PS Vita é um upgrade da original do PSP, então os gráficos são mais caídos, porém o segundo jogo tem uma variedade de missões e inimigos um pouco maior que o 2017. Vale a pena conhecer ambos para saber sobre as origens da série, mas não espere nada do modo online.


10 - Persona 4 Golden

No primeiro Top não coloquei a série Persona pois na época havia jogado até o terceiro jogo e não a recomendaria a franquia para qualquer um. Porém, vi em Persona 4 Golden um jogo que pode ser a porta de entrada para fãs de um bom RPG. A jogabilidade em si não é tão forte e confia em labirintos aleatórios onde você enfrenta monstros, mas há uma jornada de umas 150 horas pra compensar e sessões de interação com a vida escolar do seu personagem com toques de visual novel.

A história é intrigante e fala de um canal que à meia-noite transmite o lado obscuro de uma pessoa, seus desejos mais profundos, antes de ela aparecer morta no dia seguinte. Você controla um grupo de amigos que após despertarem o poder de suas "Personas" tentam salvar essas pessoas e descobrir quem as está matando.


9 - Minecraft: PlayStation Vita Edition

Um clássico da era moderna, o jogo independente Minecraft traz um mundo de aventuras para jogar na palma da mão com o PS Vita sem ter que fazer os sérios comprometimentos das versões Pocket Edition para smartphones e tablets, como a falta de botões. Um ano atrás provavelmente eu o colocaria numa posição mais alta porém eu não gosto muito da direção que atualizações mais recentes levaram o jogo.

Na versão do PS Vita os mundos têm o mesmo tamanho das versões do PlayStation 3 e Xbox 360, bem menores que os do PlayStation 4 e Xbox One, porém sempre com as mesmas novidades dessas versões. Às vezes o jogo enfrenta alguma lentidão, mas ele ainda diverte imensamente. Caso seu mundo fique entediante em algum momento é possível também exportá-lo para o PlayStation 4 e aumentar seu tamanho.


8 - Resident Evil Revelations 2

Em uma das raras rasteiras que o PS Vita deu no Nintendo 3DS, a Sony conseguiu garantir que a sequência de um dos jogos mais legais do portátil, Resident Evil Revelations, não fosse lançada na plataforma da Nintendo, mas sim no PS Vita. Até foi um feito impressionante, mas aí Revelations 2 acabou não sendo tão legal quanto seu antecessor, com gráficos aquém do esperado.

Ainda assim há méritos no jogo como um bom game de ação que vale a pena ter sua campanha terminada. O destaque no entanto fica para o robusto Raid Mode, uma das melhores partes do primeiro Resident Evil Revelations agora expandida. Ele é um pouco como um RPG do modo Mercenaries onde você enfrenta hordas de inimigos mas ainda reúne upgrades pra ficar mais forte.


7 - Shantae Half-Genie Hero

Demorou três anos mas finalmente o novo capítulo da série Shantae saiu e é o melhor deles até agora. Eu não sou um grande fã de Shantae então foi uma enorme surpresa ver um bom jogo dela, com gráficos muito legais em 2D, extremamente bem animados e um Level Design divertido e cheio de segredos para explorar de uma forma que me lembrou Astro Boy do GameBoy Advance.

A aventura é um pouco curta, mas muito intensa e divertida, dando motivos ao jogador para retornar várias vezes aos mesmos lugares e encontrar novos segredos que talvez você nunca tenha pensado que estivessem lá. Ainda há obviamente alguns problemas tradicionais de Shantae, como inimigos sendo jogados na sua cara quase sem tempo de reação, mas eles são diminuídos devido ao jogo atuar com um sistema de fases desde Pirate's Curse.


6 - Corpse Party: Blood Drive

O primeiro Corpse Party para PSP é uma obra-prima do terror, perturbador até o talo e extremamente desconfortável, porém não dá pra negar que é também muito linear. A sequência não têm tantos momentos assustadores como o original mas traz o mesmo estilo macabro de escola assombrada, porém com mais jogabilidade

Dessa vez há armadilhas para evitar, fantasmas que te perseguem, locais para se esconder, o que é bem mais legal propriamente de jogar. A história viaja um pouco, traz alguns personagens tipicamente japoneses e é preciso ter um conhecimento básico do jogo original, porém recomendo bastante a fãs de terror que vejam os dois.


5 - LEGO Avengers

Eu esperava muito de LEGO Avengers nos consoles pois ele era a sequência do ótimo LEGO Marvel Super Heroes. Não preciso dizer que foi decepcionante. Então bastante tempo depois eu esbarrei na versão do PS Vita do jogo, que é bastante diferente do console, e me surpreendi pois consertaram vários dos defeitos das versões portáteis dos jogos de LEGO.

Pela primeira vez um jogo licenciado de LEGO portátil trouxe um mundo aberto para explorar e as fases são rápidas e divertidas em contrapartida com algumas que se arrastam nos consoles. no fim das contas eu me diverti muito mais com LEGO Avengers no PS Vita do que no PlayStation 4.


4 - Rayman Legends

Se tem um jogo que eu nunca imaginei que iria gostar é Rayman Legends. Isso porque eu já havia jogado Rayman Origins e odiado o level design dele. Então a única coisa que eu esperava de Rayman Legends era mais do mesmo. Imagine minha surpresa ao descobrir um jogo totalmente diferente e fantástico.

A jogabilidade é basicamente a mesma mas o level design foi totalmente repensado para criar um estilo de aventura muito diferente, mais dinâmico, frenético, emocionante, com direito até a fases musicais especiais. Obviamente nem tudo é perfeito, há algumas fases incômodas remanescentes do Wii U nas quais você tem que usar a tela de toque, mas dá pra relevar.


3 - Tales of Hearts R

Originalmente lançado para o Nintendo DS em 2008, Tales of Hearts R é um remake desse capítulo da série Tales Of que nunca antes havia chegado ao ocidente. Ele segue a história de um garoto chamado Kor Meteor que acidentalmente espalha o "coração" de uma garota pelo mundo e precisa recuperá-lo emoção por emoção.

O jogo não é tão parrudo quanto outros RPGs da série Tales Of, já que veio de um portátil. Há menos coisas a se fazer do que em Tales of the Abyss, Vesperia ou Symphonia, mas ele ainda traz muita qualidade e tudo que se espera de um jogo da franquia, incluindo seu sistema de batalha focado na ação.


2 - Odin Sphere Leifthrasir

Mais uma das incríveis pérolas da Vanillaware, Odin Sphere é um RPG originalmente lançado em 2007 para o PlayStation 2 e agora melhorado para o PS4 e PS Vita. Ele traz a história de um reino em guerra por um caldeirão mágico capaz de fornecer recursos infinitos para quem o tiver através de cinco personagens diferentes.

Como já é tradicional para o estúdio, o jogo conta com gráficos 2D belíssimos de altíssima qualidade, um sistema de batalha viciante e profundo e uma história bonita com toques nórdicos. No entanto ele é mais voltado para a parte RPG, então tem menos ação do que jogos que vieram depois, como Muramasa Rebirth.


1 - Adventures of Mana

Um dos meus jogos mais esperados de 2016, Adventures of Mana é na verdade um remake do jogo Final Fantasy Adventure lançado para o GameBoy em 1991, o qual não era um Final Fantasy, apenas aproveitava o sucesso do nome. Porém, mais detalhes de Final Fantasy acabaram entrando no jogo, como personagens, chocobos e mais, os quais também estão no remake e dão um charme extra.

A história segue uma espécie de cavaleiro gladiador que após escapar de seu cativeiro se envolve em uma aventura de resgate e proteção de uma garota especial. A jogabilidade tem base no clássico do GameBoy e algumas pessoas podem pensar que isso deixa o jogo datado sem perceber como são preciosos os valores daquela época.


Grand Master - Dragon Quest Builders

Se tem algo que eu não esperava após 5 anos do PS Vita era jogar algo tão bom quanto Dragon Quest Builders nele. Muito mais do que um mero clone de Minecraft, o jogo toma o mundo de blocos como inspiração mas não faz dele seu principal charme. Pelo contrário, não se satisfaz em ser apenas mais um e evolui a fórmula além.

Em Dragon Quest Builders você terá construção e combate como em Minecraft, porém também toda uma pequena sociedade se formando nos locais onde você estabelecer sua base, capazes de realizar contribuições e oferecer missões. Há uma campanha com quatro territórios para serem salvos por suas construções e muitos chefões para enfrentar pelo caminho.


Ausências justificadas

Danganronpa: Trigger Happy Havoc
- Não tive a oportunidade de jogar
Yomawari: Night Alone - Um pouco linear demais, mas charmoso
Severed - Ouvi boas coisas mas não pude jogar pessoalmente
OlliOlli 2: Welcome to Olliwood - Sei que muita gente gosta mas não consegui me empolgar
Shakedown: Hawaii - Bom, ainda não lançou, mas imagino que estaria aqui se tivesse
Attack on Titan - Também não pude comprar, está muito caro, acho que estaria no top


Zero Escape: Zero Time Dilemma - Não tive a oportunidade de jogar, também poderia ganhar uma posição
World of Final Fantasy - Não pude jogar, não sei se entraria
J-Stars Victory Vs - Poxa, eu esqueci dele na hora, estaria no top com certeza... mas no lugar de quem?
Mighty No. 9 - Eu colocaria o jogo, mas... a versão para o PS Vita ainda não saiu... e aí Inafune?
Hatsune Miku: Project Diva X - Não tive como jogar, poderia ter entrado
XCOM: Enemy Unknown Plus - Comprei mas não tive tempo de jogar
Alguns indies - Deixei de fora por uns motivos aí...

Senteiu falta de algum jogo (Não esqueça de checar a Parte 1 também)? Deixe um comentário.

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sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Yooka-Laylee e os corredores artificiais


Um dos jogos que eu gostaria de estar mais excitado é Yooka-Laylee, pois cá entre nós, eu adoro Banjo-Kazooie, um jogo realmente incrível que hoje infelizmente só é jogável nos consoles da Microsoft. No entanto, quanto mais eu vejo de Yooka-Laylee, que deveria ser um suposto sucessor espiritual da série Banjo, menos eu vejo motivos para gostar dele.

O que me incomoda é que muita coisa em Yooka-Laylee parece monótona e a culpa disso é principalmente de algo que falamos lá em maio, quando só havia 2 minuto do jogo: Corredores Artificiais. Esse tipo de pensamento de Level Design deixa o jogo chato pois mesmo com um grande mundo 3D aberto você não sente que está explorando essa área, pois corredores artificiais tornam a exploração linear.

Para explicar melhor o que são corredores artificiais, eu proponho um exercício. Assista ao trailer de Yooka-Laylee da Gamescom 2016 a seguir e perceba quantas vezes o caminho do personagem é uma linha reta disfarçada. Analise se em algum momento há a opção de ele tomar um caminho diferente do que está sendo mostrado no trailer. E caso positivo, veja se há algum motivo para isso.


Observe quantas vezes o caminho do personagem é simplesmente ir do ponto A ao B, pura e simplesmente, sem distrações pelo caminho. Isto é considerado um Level Design fraco, pois não dá poder de escolha ao jogador para decidir seu próprio estilo de jogar. É estranho um jogo que se diz sucessor de Banjo-Kazooie não ter os grandes mundos abertos do clássico do Nintendo 64.

A quantidade de corredores é assustadora. Em alguns momentos do trailer vemos áreas um pouco mais abertas, como a da quinta imagem, porém igualmente linear, sem motivo para fazer qualquer caminho além de uma linha reta. Há até mesmo setas em nêon indicando para onde você tem que ir.





Existem vários tipos de corredores artificiais em jogos, desde os mais óbvios até os mais disfarçados. Vale ressaltar que um corredor artificial não é algo planejado pelo Level Designer, ele é um produto de inexperiência, de não saber que você deve oferecer poder ao jogador. Ao se focar apenas em levar o jogador do ponto A ao B, ele tira o poder do jogador e o torna seu marionete.

O primeiro tipo é o mais óbvio, é quando você apenas tem um caminho para seguir a sua frente com paredes do seu lado, próximas ou não. Não adianta ter mais ou menos espaço se a única opção é ir para frente. Nesse caso o corredor nem mesmo é artificial, ele é literal.

Jogos como Crash Bandicoot se passam todos em corredores, porém há uma pitada de ação neles, onde seu desafio é ficar vivo e não explorar o cenário ao seu redor como na Plataforma 3D. Eles são como jogos de plataforma bidimensionais, porém ao invés de progressão lateral no eixo X, a progressão é feita em profundidade, no eixo Z.


No segundo já fica mais difícil notar a diferença, é a definição de corredor artificial. Você tem, em teoria, um caminho aberto para percorrer, no entanto, apenas uma direção para ir. Há plataformas e áreas abertas, porém elas são apenas uma linha direta do ponto A ao B, sem qualquer desvio ou motivo para se desviar. É um dos casos mais comuns em Yooka-Laylee.

O terceiro tipo, mais complicado ainda, pois neste não há o corredor propriamente dito, você é até livre para se movimentar por onde quiser. No entanto, não há motivo para isso. Não há nada pelo caminho que exija que você se desvie dele, nada a se ganhar explorando, ou recompensas inúteis (como os baús com rupees em The Legend of Zelda).


Por último, o quarto tipo, parecido com o terceiro. Você tem uma área aberta, não tem motivos para explorá-la e há itens ou NPCs guiando você de uma forma que seu caminho se torne uma linha reta. Seu único objetivo é sair de A até B, sendo que um dos caminhos tem moedas, anéis e o outro não tem nada, ou em uma área aberta há um NPC que faz com que o melhor caminho seja uma linha reta de onde você está até ele e depois ele te dará alguma missão que te colocará em outra linha reta.

Esse tipo de erro é incrivelmente comum pois Level Design é algo bem difícil se você não souber o que está fazendo. Se você apenas pensar em criar um mundo interessante para um personagem percorrer durante sua aventura, irá ficar cego pela genialidade da sua criação e seu ego terá deixado passar a parte mais essencial: isso irá entreter o jogador?

Quando mudamos o foco da criação da fase de "um local para o jogador percorrer" para "um local que entretenha o jogador" eliminamos os corredores artificiais. Eles são naturalmente destruídos quando toda a fase passa a ter o propósito de entreter o jogador

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