Recentemente a política brasileira nos fez passar vergonha com a falta de decoro do chefe de estado ao postar um vídeo explícito de um fetiche popularmente chamado de "Golden Shower", o qual eu não recomendo que procurem na internet a menos que sejam maiores de idade. Porque isso me lembrou exatamente da época que eu fiz o mesmo.
Quando era jovem, fui na internet procurar por "Golden Shower", não pelo fetiche, mas pela banda de mesmo nome que venceu o MTV Brasil Awards nos anos 2000 na categoria Melhor Videoclipe de Música Eletrônica com o clipe "Video Computer System". Tratava-se de um clipe todo feito com gráficos e sons do Atari 2600, o que realmente me traz muita nostalgia da época.
Agora mesmo pensei: "Bom, quando eu teria outra oportunidade de falar do Golden Shower?". A banda criada pela dupla Markus Karlus e Kevin Rodgers data de 1997 junto com a primeira versão de Video Computer System, na época apenas com a música, sem o clipe. Tudo foi gravado enquanto eles jogavam jogos de Atari 2600 com um microfone apontado para a tela.
Em 2000 quando Markus entrou na empresa de design Lobo ele jogou a ideia de fazer a animação para o VMB. Todo o clipe foi feito rapidamente durante 3 semanas enquanto ainda trabalhavam em outras coisas para o evento. Eles esperavam apenas aparecer, mas para sua surpresa ainda venceram a categoria e o clipe ficou mais conhecido no resto da internet.
Estamos falando de uma internet pré-YouTube, onde apenas sites grandes permitiam que você visse vídeos. Video Computer System foi parar em alguns desses, como o "Heavy". Eu apenas consegui na época um vídeo de extensão MOV, para o Quick Time.
Eu não os acompanhei depois disso, mas você pode conferir o site oficial deles aqui, com várias músicas recentemente remixadas para melhor qualidade.
Recentemente eu comprei um mangá de Osamu Tezuka, criador de Astro Boy e praticamente o pai da animação japonesa, chamado "Faculdade de Mangá". É uma série de histórias/aulas com uma ênfase muito maior em "história" que servia como um tipo de guia para artistas que queriam ser mangakás no Japão após a crise causada pela Segunda Guerra Mundial.
Quando eu costumo falar de Osamu Tezuka é mais sobre a disrupção que seu modelo de negócios trouxe para o Japão e para os Estados Unidos nos anos 80, mas nesse mangá descobri um assunto totalmente diferente no qual tínhamos algo em comum. Havia semelhanças no estilo de Tezuka de ensinar a desenhar com o estilo que eu aprendi ser o melhor para criar jogos.
Como mencionado antes, o mangá tem uma ênfase maior na história. São basicamente três histórias principais com alguns toques de aula no início e no fim. O mangá em si é bem menos didático do que eu esperava que fosse ser e algumas partes específicas só funcionavam mesmo para os desenhistas japoneses da época, instruções passo a passo como marca de tinta barata. Ainda assim algo muito curioso de se ver.
Então vem a parte que eu considero mais essencial do mangá, quando Tezuka fala sobre a progressão da dificuldade dos projetos. Ao ter uma boa noção de desenho o artista deveria começar com tirinhas de quatro quadros como as de jornal, depois criar uma versão própria de uma história já existente como um conto de fadas e só por último começar a fazer seu próprio mangá.
Essa progressão parece um pouco óbvia, mas eu que estou aprendendo a desenhar nunca antes havia pensado em começar por tirinhas. Nunca pensei em recontar uma história já conhecida. Como muitos que aspiram criar sua própria obra eu já estava pensando no resultado final: "como posso desenhar minha própria história em quadrinhos?".
O curioso é que eu já conheço esse método de progressão porém para criação de jogos. Eu o usava para tentar ensinar desenvolvedores mais jovens que constantemente não terminavam seus projetos. Primeiro, crie minigames. Depois desenvolva um clone de um jogo já conhecido que você goste. Por último invista em realizar seu próprio projeto.
A maioria dos desenvolvedores começa diretamente tentando realizar seu próprio projeto e as dificuldades que encontram são tremendas, o suficiente para desistirem ou adiarem indefinidamente. Como aprender a criar jogos exige várias etapas é especialmente importante conseguir completar projetos e se você nunca completa nenhum, é porque está mirando alto demais logo de cara.
Desenhar as tiras é também uma forma de prática, assim como desenhar uma história que você já conhece. Prática te permite produzir as partes mais simples de um projeto com maior velocidade. O mesmo vale para minigames e clones de jogos. Um desenvolvedor iniciante que pule direto para um projeto grande perde velocidade tanto nas partes complexas quanto simples, desmotivando-se mais facilmente.
O procedimento para criar um jogo original e para criar um clone de um jogo são muito diferentes. Trabalhar com limitações é um processo de auto-descobrimento para um desenvolvedor no qual ele verá onde estão suas falhas e o que ele não sabe. Se você cria um design, programa uma jogabilidade e o resultado sai ruim, você não sabe se o erro está no design ou na jogabilidade. Se você copia um jogo de sucesso e a jogabilidade sai ruim, você tem certeza sobre onde errou e no que precisa melhorar.
Por exemplo, em um jogo original seu personagem pode pular a altura que você quiser, mas em um clone de Mario é importante manter uma certa altura. No seu próprio jogo os obstáculos podem ser como você quiser e se você errar a altura, basta fazer o personagem pular mais alto, porém isso pode afetar o resultado final sem que você se dê conta. Em um clone de Mario quem definiu as condições que você precisa seguir não foi você, então não dá pra apenas aumentar a altura.
O distanciamento emocional de criar um projeto baseado em algo já existente e não em uma ideia original sua também é importante. Quando temos uma ideia nos tornamos defensivos e menos propensos a alterá-la de acordo com o que o produto final pede. Uma pessoa que tenha vontade de fazer um RPG épico prefere dar início ao projeto e nunca terminá-lo do que começar por algo mais simples.
A ansiedade de desenvolver um jogo próprio também é grande. Às vezes um desenvolvedor fica tão ansioso por colocar aquela ideia pra fora que se apressa e passa por cima do aprendizado. Imagine se ao desenhar um mangá um artista ficasse tão ansioso por uma cena de batalha que deixasse de desenhar os cenários em vários quadros anteriores.
Realizar um projeto próprio é bem difícil e exige um investimento alto de tempo e disciplina para aprender todo o necessário antes de começá-lo para que todo o ânimo inicial não se queime e ele não seja abandonado no meio. Então oferece um certo alívio ver alguém tão importante quanto Osamu Tezuka mostrar o caminho para quem está apenas começando.
Overcooked é um jogo indie bem louco sobre cozinheiros tentando atender a pedidos em várias cozinhas com peculiaridades e com uma jogabilidade divertida e perfeita para um cooperativo caótico. Se você ainda não jogou, recomendo bastante apesar do estresse. É possível jogar com apenas uma pessoa, mas eu diria que não funciona bem.
Agora uma outra produtora chamada SMG Studio (em parceria com a Devm Games) pretende lançar um jogo semelhante sobre fazer mudanças, chamado Moving Out. Não é um estúdio particularmente popular e confesso que eles não têm um histórico tão interessante, porém esse jogo parece bastante promissor e pode ser o ponto de entrada para eles na indústria de jogos.
A ideia de Moving Out é que você tem uma empresa de mudanças chamada Smooth Move e precisa remover os objetos de dentro das casas e levá-los para um caminhão de mudanças, tudo de um jeito completamente desajeitado e catastrófico que só jogos sobre empregos reais sabem fazer. Alguns objetos podem ser movidos por apenas uma pessoa e outros exigem duas agindo cooperativamente.
Inicialmente a proposta é essa, mas as coisas vão ficando cada vez mais loucas, assim como em Overcooked, com diferente cenários e condições, inclusive o que parece ser um assalto a banco. A quantidade de situações diferentes mostradas no trailer passam uma impressão bem positiva do jogo e segundo a página dele no Steam serão mais de 50 fases.
Jogos cooperativos desse estilo são bem interessantes, o próprio Overcooked proporciona bastante diversão mas talvez exagere um pouco na pressão. Teria sido uma ótima época para Snipperclips sair em outras plataformas se a Nintendo não tivesse "comprado" o projeto, pois hoje sua exclusividade no Switch o fez ser bastante esquecido.
Moving Out está com lançamento marcado ainda para esse ano, sem uma data específica. Por ora apenas o PC foi confirmado entre as plataformas, mas a produtora disse que "não pretende desapontar ninguém", o que deve significar também versões para PlayStation 4, Xbox One e Switch.
Continuando com a terceira semana do "Desafio 30 Dias de Games" das redes sociais, criado pelo ilustrador "Vinicius Goro" (@viniciusgoro). Vejamos que revelações nada surpreendentes nos esperam pela frente. Vamos lá /o/
Dia 17 - Aposta de Hit 2019 Resident Evil 2 (Remake)
Minha aposta era o remake de Resident Evil 2, sem grandes surpresas. É um GOTY lançado em janeiro. Esse é o Pokémon Heart Gold da Capcom, o jogo que todos os fãs da série queriam ver e ela não decepcionou. Eles foram ousados de reimaginarem o jogo em terceira pessoa e sem a câmera fixa, algo que a própria Nintendo não arrisca nos seus jogos como Pokémon e no recentemente anunciado remake de The Legend of Zelda: Link's Awakening.
Acho que não espero mais nada que vá ser bem recebido em 2019 para falar a verdade. Talvez o novo Hollow Knight: Silksong que promete ser bem feito mesmo que não seja muito minha praia. Ah, Devil May Cry 5 parece estar muito bom, até mesmo para quem não é muito fã da série como eu. Como eu sinto falta de Ninja Gaiden...
Dia 18 - Aposta de Flop 2019 Anthem
Quando eu escrevi esse texto Anthem ainda não havia sido lançado, mas estava muito na cara o que ia acontecer. Deve ser o maior flop pelo simples fato que vai gerar muita indiferença, vai escorregar entre os dedos da relevância. Assim como o primeiro Destiny que de certa forma flopou mas permaneceu por perto e gerando dinheiro para a Activision, Anthem deve dar um dinheiro, mas sempre gerar uma sensação de desconforto.
Entre outros flops, provavelmente Rage 2 não encontrará um público assim como foi com o primeiro jogo. Se ainda for lançado, Minecraft Dungeons também promete não dar muito certo. E apesar de estar muito ansioso pelo jogo, Days Gone será massacrado pela mídia, especialmente porque será comparado ao nível de outros exclusivos como God of War e Horizon, mas me agradam alguns conceitos nele.
Dia 19 - Jogo que curtiu mas não terminou Final Fantasy 15
Eu adorei o jogo e quando gosto tanto assim de um jogo eu demoro muito para jogar tudo porque o saboreio muito mais. "Terminar" o jogo não é necessariamente o meu objetivo e sim aproveitá-lo ao máximo. Às vezes posso acabar explorando onde não devia e encontrando monstros muito fortes e passando por altos perrengues e é assim que eu gosto de jogar, como uma aventura, não apenas seguindo um script linear.
Vale também mencionar Bloodstained: Curse of the Moon, a versão bônus em 8 Bits do jogo Bloodstained que eu apoiei pelo Kickstarter. Este jogo reproduz perfeitamente a sensação dos clássicos Castlevania 8 Bits e exatamente por isso eu não sinto necessidade de terminá-lo. A qualquer momento eu posso jogá-lo e me divertir independente de até onde eu chegar, como em um clássico Cartucho de NES.
Dia 20 - Jogo mais criativo Flower, Sun and Rain
Este é mais um de Suda 51, porém de uma época em que ele tinha um pouco menos compromisso com jogabilidade. Killer 7 e No More Heroes trouxeram Suda para o grande público, mas Flower, Sun and Rain traz sua bizarrice e humor com uma jogabilidade bem menos acessível, a qual eu só tolero porque ele é tão bom escrevendo.
Nesse jogo você tem que impedir um atentado terrorista que explode um avião, no entanto assim que você chega ao hotel e passa uma tarde lá, o avião explode. Então o dia começa a se repetir estilo Feitiço do Tempo (Groundhoug Day) e você tem que trilhar caminhos estranhíssimos ajudando pessoas para chegar ao fundo disso. Não se trata de uma mecânica como em Majora's Mask, mas de uma ideia psicodélica mesmo.
Dia 21 - Passou muita raiva jogando Rocket League
Por onde eu sequer começo... Eu não sou um atleta pro em Rocket League, não sou um mestre dos aerials, não estou no nível de um jogador platina (na verdade virei ontem mas ainda não estou no nível). No entanto eu sei o básico do jogo, sei jogar razoavelmente bem. Todos os outros jogadores no entanto parecem desconhecer as regras mais básicas do jogo, tipo não seguirem todos a bola ao mesmo tempo, não deixarem suas posições abertas, não largarem a bola para ir atrás de boost.
É um péssimo sistema de matchmaking repleto de jogadores despreparados e dependendo do dia e horário que você joga, essa quantidade ainda aumenta! É praticamente impossível subir no ranking de uma maneira descompromissada, é preciso tirar toda a diversão do jogo, como ficar permanentemente na defesa para tentar consertar os erros dos seus companheiros de time. Acredito que muitos dos problemas poderiam ser resolvidos com um mero tutorial obrigatório sobre os conceitos básicos do jogo quando o usuário subisse de ranking.
Dia 22 - Melhor jogabilidade The Legend of Zelda: Breath of the Wild
Não estou falando tanto sobre o feeling da jogabilidade, a qual eu poderia dar a jogos fantásticos como Bayonetta 2 ou Titanfall 2, quanto sobre o conceito da jogabilidade. Breath of the Wild te permite fazer um infinito de ações usando como base apenas alguns elementos de física e é o jogo que melhor consegue atualmente capturar a ideia na mente do jogador e colocá-la em prática na tela, é o jogo que apresenta as melhores reações para as suas próprias ações.
Dia 23 - Chefão mais difícil Absolute Radiance
Até hoje não teve um chefão que eu não vencesse, o que inclui chefes de jogos como Viewtiful Joe, Ninja Gaiden e Cuphead, então o mais difícil só pode ser mesmo o mais recente, o último chefe de Hollow Knight em um modo que é tipo um Boss Rush. Eu cheguei a vencer o Pure Vessel algumas vezes, ainda acho ele um pouco difícil apesar de achá-lo mais "cheap" já que tira o dobro de dano que um chefe comum. Mas ao vencê-lo ainda tem a Absolute Radiance pra encarar e eu ainda nem cheguei nela mas provavelmente vai ser muito pior.
Uma coisa engraçada é que o único motivo que eu ainda não me dediquei a vencer esse chefe é que tem feito um calor de 53º no RJ, não dá nem vontade de ligar um videogame. Talvez eu devesse escolher o Sol do Super Mario Bros. 3 como chefão mais difícil.
Dia 24 - Final decepcionante The Legend of Zelda: Skyward Sword
Eu não gostei de Skyward Sword, acho um dos piores Zeldas da série ao lado de Spirit Tracks, mas ao menos Spirit Tracks não estragou várias outras coisas da franquia pra mim. Eu considero o final de Skyward Sword um baita desrespeito de Aonuma com Miyamoto ao alterar vários elementos da história de Zelda para carcar sua teoria de Link e Zelda como casal, eternamente reencarnando.
Zelda nunca foi sobre romance, os personagens são a representação da coragem e sabedoria, fatores que independem de quem os representa, mas agora estão presos a dois personagens permanentemente. Só mostrou mais uma vez a falta de tato de Aonuma com a série.
Quando a Nintendo revelou o Nintendo Switch eu tive certeza de uma coisa: "Isto não é um híbrido, isso é um console". Desde a revelação tive total certeza de que o Switch não era um portátil por uma série de fatores. Muito grande, muito caro, pouca bateria, filosofia de console. Toda essa certeza me levou a considerar um fator quando eu fiz minha previsão de vendas do Nintendo Switch: "Daqui a dois anos a Nintendo vai lançar um novo portátil".
Se eu achasse que o Switch era um portátil, até o pior portátil da empresa, o Nintendo 3DS, vendeu 80 milhões, não haveria porque achar que o Switch não atingiria esses níveis. O que eu vejo no Switch porém é o legado de vendas do Wii U, do GameCube, do Nintendo 64, videogames que majoritariamente venderam para fãs da Nintendo, em maior ou menor escala.
Ainda assim muitas pessoas acabariam achando que ele é um portátil por um tempo e isso ajudaria em suas vendas. Isso era esperado, pois Super Mario 3D Land, um "falso híbrido" de Mario 2D e 3D tinha vendas exatamente no meio entre as vendas de Mario 2D e 3D, o que dá a entender que parte do público compra a ideia de um híbrido, mas não todo ele.
O que faria essa imagem de híbrido se perder por completo? O anúncio de um novo portátil de verdade da Nintendo. Vamos ser sinceros, a Nintendo é conhecida por sua famosa estratégia de tiro no pé e o que seria mais tiro no pé do que lançar um "híbrido" que diz que é portátil e logo depois lançar um portátil de fato?
A questão para eu ter tanta certeza sobre o lançamento do portátil é que o Switch não atende uma parcela enorme do público da Nintendo. O alto preço do Switch de US$ 300 cria uma lacuna para um portátil mais barato do que ele na casa dos $150 ou menos, preço aliás que era o do Nintendo DS. O 3DS lançou por US$ 250 e foi um fracasso, exigindo um corte de preço seis meses depois para US$ 170.
Dá pra ver que as pessoas têm expectativas bem diferentes sobre cada tipo de plataforma. O Nintendo 3DS era um absurdo por US$ 250, cem dólares mais que o do DS, enquanto o Switch de US$ 300, o dobro do preço, não causou nenhuma revolta e vendeu bem. Porque as pessoas o estavam comparando a um console, cujo preço de lançamento costuma ser US$ 400. Na mesma época que o Switch foi lançado o PlayStation 4 custava US$ 350 e o Xbox One US$ 250, o que o deixou numa boa média.
Isso significa que a Nintendo precisa de um portátil para preencher essa lacuna que o Switch não preenche e eu tinha certeza que já teríamos ouvido falar dele no ano passado, não um anúncio oficial, mas falas suspeitas de que algo iria acontecer. Ao invés disso tudo que tivemos foram rumores sobre um novo modelo do Switch. Como outros sinais continuavam caminhando me questionei o que houve, até perceber todo o atraso da agenda da Nintendo como um todo, como já mencionei em outros posts.
Agora parece que finalmente o anúncio oficial está vindo, talvez até para a E3, quem sabe. Pela primeira vez desde que o Switch foi lançado a Nintendo está preparando jogos de portátil para o Switch. jogos como The Legend of Zelda: Link's Awakening e Pokémon Sword & Shield são primariamente jogos portáteis e Link's Awakening especificamente é simbólico do GameBoy.
Então como será o novo portátil da Nintendo? Aí está uma pergunta interessante, eu não sei. Há coisas que não dá pra prever, como qual caminho a Nintendo irá seguir. Eu imagino quatro possibilidades, duas delas baseadas no que eu acredito que vá acontecer, uma pouco provável e uma que negaria tudo que eu falo. Vamos olhar uma a uma.
1- Nintendo 4DS, Nintendo 3DS Next, ou qualquer que seja o nome dele. Neste caso seria um portátil completamente novo, uma sequência direta da linha do Nintendo 3DS, ou até da linha GameBoy, sem ligação com o Switch. Novo hardware, novos jogos, Zelda e Pokémon talvez até saiam nele, mas seriam ports e assim por diante. Adeus papo de híbrido.
Seria o pior tiro no pé para a Nintendo, mas eu não acho que seja o que ela vai fazer. Afinal, ela unificou seus estúdios de portátil e console por um motivo... apesar de eu não ter visto os resultados disso ainda. Não houve aumento na produção de jogos para o console e não houve mais jogos portáteis saindo, o que é estranho.
2- GameBoy Switch, ou Nintendo 3DS Switch ou qualquer coisa que tenha Switch no nome mas também seja um portátil separado. No caso seria uma versão portátil do Switch, hardware semelhante, algumas coisas cortadas como tela menor, sem joycons, tudo para baratear e entregar um aparelho pequeno e barato que rode os jogos do Switch. Mantém toda a linha unificada e ainda preenche aquela lacuna, apesar de ter alguns problemas de foco.
Essa é uma das que eu aposto. Acho que o nome não seria tão próximo do Switch como, sei lá, Switch Jr. para não haver a mesma confusão que foi o Wii e o Wii U. Para solucionar esse problema ela pode até ressuscitar a marca GameBoy que sempre foi sinônimo de portátil. Nesse caso Zelda e Pokémon fazem ainda mais sentido.
3- Nintendo Switch Jr. ... Tá, digamos que a Nintendo não tenha aprendido a lição do Wii/Wii U e ela resolva lançar um novo portátil chamado Switch Jr. ou algum outro nome muito próximo do Switch como Switch Pocket, entre outros. Mais barato, menor, tudo que o GameBoy Switch é como eu falei acima, mas com o mesmo nome do Switch basicamente. Na verdade eu acho esse cenário bastante provável, tanto quanto o GameBoy Switch, se não mais.
Aqui o maior problema seria explicar para as pessoas que o Switch e o Switch Jr. seriam plataformas separadas. Muitos fãs da Nintendo e muitos sites somariam as vendas de ambos para contabilizar como se fossem apenas um videogame e isso atrapalharia muito as coisas. Para a Nintendo não, seria ótimo, afinal faria parecer que sua plataforma é ainda maior.
Se pensarmos nas vendas da Nintendo por geração, somando consoles e portáteis, como seria mais ou menos esse cenário? Super Nintendo e GameBoy com aproximadamente 150 milhões, ou poderia ser Nintendo 64 e GameBoy com 130 milhões. GameCube e GameBoy Advance com 120~130 milhões. Nintendo Wii e Nintendo DS com 250 milhões. Wii U e Nintendo 3DS com 90 milhões.
Estaríamos olhando para um Switch e Switch Jr com capacidade de 100 milhões pelo menos, vendas que seriam um sucesso para um console, mas nem tanto assim para um portátil. Vale lembrar que esses números mencionados não significam um total de consumidores pois não sabemos o quanto os donos de console e portátil se sobrepõem.
4- Nintendo Switch Lite? Digamos que eu esteja errado. Então a Nintendo lançaria o Nintendo Switch Lite, ou Slim, ou Plus, qualquer coisa assim. Exatamente o mesmo Switch de antes, apenas levemente alterado. Uma revisão de hardware, sem focar-se na portabilidade. Neste caso eles estariam investindo pesadamente na proposta do híbrido.
A Nintendo estaria praticamente provando que eu estou errado ao afirmar que o Switch é um console durante todo esse tempo, não fosse por um problema. A lacuna. Mesmo uma versão revisada do Switch não atingiria o valor de um portátil como um DS ou 3DS e continuaria a não vender para esse público.
Não resta muito senão aguardar e ver qual caminho será tomado, então vamos ver se a Nintendo se organiza para revelar logo seu próximo passo.
Mechstermination Force foi um jogo revelado recentemente para o Nintendo Switch que não chamou muita atenção, até que uma amiga me mostrou e disse "É dos criadores de Gunman Clive" e isso me deu vontade de falar sobre ele. O primeiro Gunman Clive é um jogo sensacional apesar de curtíssimo e o segundo é razoável porque perde um pouco do charme do primeiro. Dá pra ver que tem gente boa nesse estúdio, a Hörberg Productions do desenvolvedor Bentil Hörberg, mesmo que nem sempre acertem.
De cara eu tomei um susto com Mechstermination Force, porque ele tem um design extremamente parecido com um projeto meu que nunca tirei do papel. Mesma ideia de um soldado de uma força de combate andando lateralmente e atirando em oito direções. A minha inspiração obviamente foi Earth Defense Force, algo como uma versão 2D do jogo mas com meu design próprio e acredito que em parte Mechstermination Force também se inspira neles, mas vai por um caminho diferente e é esse caminho que eu não gosto tanto.
O jogo é todo focado em batalhas contra chefes, robôs chamados de MegaMechs. Eu já não gosto muito desse estilo de jogo que ignora todo o resto para focar-se apenas em chefes, mas aqui o problema vai um pouco mais além. Cada luta contra chefe é basicamente um quebra-cabeça. Descubra a rotina, descubra onde você pode subir, quando desviar de certos ataques telegrafados e então ataque o ponto fraco brilhante exposto especialmente para você.
Por mais que eu possa reclamar de Cuphead por ser um pouco limitado ao se focar apenas em batalhas contra chefes, vamos ver como ele faz isso de uma forma muito melhor que Mechstermination Force. Claro, apesar de ambos serem Indies, Cuphead teve um investimento muito maior e ganhou incentivos da Microsoft, mas não é sobre custo de produção que eu vou falar, é sobre design.
Durante as batalhas em Cuphead o inimigo está sempre vulnerável. Você está sempre tentando arranjar um momento a mais pra atirar nele. Raramente eles se protegem ou ficam invencíveis aos seus tiros. Inclusive isso é verdade também para Hollow Knight. O desafio é não ser morto enquanto você os mata, não descobrir uma forma de matá-los (no máximo descobrir uma forma mais eficiente).
Quando batalhas se tornam quebra-cabeças, como muitas vezes acontece em Zelda, elas perdem a graça porque deixam de cumprir sua função como batalhas, ficam sem ritmo, não dá mais pra perceber a intenção do oponente de querer te matar. O mesmo acontece com Cuphead e Hollow Knight quando os chefes têm rotinas. Quando um chefe tem uma rotina eu chego a considerá-lo um amigo no jogo, já que ele está fazendo de tudo para que você mate ele.
Para quem gosta, Mechstermination Force parece um pacote pequeno e divertido. Um total de 14 chefes para enfrentar, cooperativo local e gráficos carismáticos com boas animações. Um ponto que não tem qualquer relevância é que os personagens atacam o ponto fraco do inimigo com bastões de baseball, algo que me lembrou muito o herói Metal Bat do anime One Punch-Man.
Ele vai ser lançado "em breve" para o Nintendo Switch por US$ 11,99, um preço razoável. Por ora ele é exclusivo, mas suspeito que este pode acabar sendo lançado em outros consoles também posteriormente. Bentil até comentou em uma entrevista: "Não tenho capacidade para um lançamento multiplataforma, mas nada me impede de lançar em mais plataformas depois, e é muito provável que eu vá eventualmente".
No dia 27 de fevereiro, aniversário de Pokémon Red & Green no Japão, a Nintendo realizou uma Nintendo Direct para revelar o próximo título da franquia. Os novos jogos são Pokémon Sword & Shield para Nintendo Switch, espada e escudo basicamente. O mais impressionante é que eu fui para a Direct esperando pouco e ainda assim saí decepcionado.
A Direct começou com uma cena rápida de recapitulação com cenas de vários jogos passando. Como eu estava com expectativas baixas até pensei: "Sabe, se a Nintendo lançasse uma coletânea dos jogos passados para o Switch, eu acharia legal". Afinal, seria bacana jogar os Pokémons do Nintendo DS e 3DS em uma resolução decente.
Então veio a revelação de Pokémon Sword e Shield propriamente dita. Vamos analisar rapidamente coisas que não interessam muito para tirá-las do caminho. Eu apostaria que a temática do jogo é baseada na cidade de Londres, como rumores já disseram antes, mas ainda adiciono algo. Acredito que será uma versão steampunk, um tema que vem crescendo nos últimos anos no Japão. Gosto de Londres, fish and chips mate, mas acho que essa versão antiga pode ser um pouco melancólica para um jogo de Pokémon.
Não tenho praticamente nada a dizer sobre o mapa e os iniciais, tudo parece um pouco genérico e formulaico. Esta revelação teve o mesmo impacto de um "Pokémon Bambolê & Bilboquê", é exatamente o que é esperado, sem qualquer surpresa. Poderia ser a revelação de qualquer um dos jogos anteriores de Pokémon, os iniciais poderiam ser de qualquer jogo, sem nada de especial, e esse sentimento podia ser sentido no ar durante a Direct.
Ao contrário de Astral Chain que elogiei recentemente, Pokémon está extremamente sem ambição, contente em sempre acatar ao mesmo público, sem crescer e sem evoluir. Pokémon é uma das séries da Nintendo com maior êxodo de jogadores, sempre crescendo com novas crianças que têm contato com o desenho, mas sempre perdendo velhos fãs que cansam de sempre ser mais do mesmo.
A série foi de um jogo de impressionantes 30 milhões decaindo até estagnar nos meados de 15 milhões, o que ainda é uma boa vendagem mas longe do seu total potencial. Muitos podem dizer que as vendas altas de Pokémon foram devido à febre de quando ele foi lançado, mas vimos uma febre de igual intensidade com Pokémon Go há poucos anos. O público está lá, os jogos é que não estão cativando sua imaginação.
O mais importante que Pokémon precisa no momento é: Horizonte. Por Arceus, chega de câmera aérea! Esse estilo serviu bem à série na época do GameBoy mas já passou do seu tempo. Eu quero ser capaz de enxergar a linha do horizonte no jogo.
A visão aérea, mesmo com gráficos 3D, é basicamente uma movimentação 2D. A câmera em terceira pessoa adiciona uma terceira dimensão de exploração, é todo um passo a frente. É poder enxergar algo distante, ter sua imaginação instigada e dizer "eu quero explorar aquilo". Assim como na época de Pokémon X & Y há certos momentos em que a câmera muda um pouco pra dar uma dramaticidade e exibir algum cenário bonito, mas sem a liberdade no resto do jogo.
Parece uma das minhas imagens, não é? Mas vi no Twitter
Conseguem imaginar onde GTA estaria hoje se nunca tivesse deixado sua câmera aérea? Talvez não muitas pessoas saibam, mas GTA 3 ainda tinha a visão de cima como nos originais. Recentemente com o remake de Resident Evil 2 a Capcom ficou na dúvida se deveria deixar a câmera fixa do jogo original. Podem imaginar como teria sido decepcionante?
Pokémon está estagnado há muito tempo, assim como muitas séries da Nintendo. A primeira vez que a franquia evoluiu de Red & Blue para Gold & Silver era palpável a diferença, era claramente um passo a frente, era ambicioso. Desde Ruby & Sapphire a série não dá mais passos pra frente, só para os lados, mudando levemente sua posição e andando em círculos. Quando você diz para um fã de Pokémon que a série não está indo pra frente, então ele retruca: "Como não? Veja quantos passos ela já deu".
A maioria das adições dos jogos são "gimmicks" que sustentam um jogo ou uma geração e depois acabam sendo deixados de lado como se não fossem importantes ou nunca tivessem acontecido. Como as Mega Evoluções, os Z-Moves, e assim por diante. Isso é um problema que acontece também com Mario e The Legend of Zelda.
Zelda quebrou esse ciclo de andar apenas para os lados com uma real evolução: Breath of the Wild. Eu passei anos reclamando de Zelda, que aquilo que Aonuma estava fazendo não era condizente com a franquia, que havia um Zelda muito melhor esperando para ser feito com base nos próprios valores básicos da franquia. Que um Zelda bem feito superaria até mesmo o sucesso de Skyrim. A resposta para essas reclamações foi Breath of the Wild.
Já passou da hora de Pokémon ter seu Breath of the Wild, a série merece isso. Muitas pessoas estão pensando isso e até ironizaram no Twitter: "Por que as pessoas estavam esperando por um Breath of the Wild de Pokémon se isso nunca foi prometido?". Exatamente por isso, por Breath of the Wild. Este jogo instigou a imaginação de quem comprou um Switch e essa imaginação está faminta por mais jogos desse nível, os quais a Nintendo até agora falhou em prover. É um público que não vai ficar ansioso por esse Pokémon.
Vai vender bem? Provavelmente. Pokémon sempre vende bem. A série não está falindo, porque como dito antes o grande êxodo é compensado por constantes ondas de novos fãs entrando. No entanto todo o potencial desse bolsão de fãs apenas esperando um passo pra frente para dar muito dinheiro à Pokémon Company, continuará adormecido.
Continuando o "Desafio 30 Dias de Games" das redes sociais, criado pelo ilustrador "Vinicius Goro" (@viniciusgoro), vamos ver o que nos espera na segunda semana. Vamos lá /o/
Dia 9 - Pior protagonista Kratos no novo God of War
Não me convence esse novo Kratos e não o reconheço como o personagem que um dia já foi. Kratos era meio superficial desde o primeiro God of War, mas isso funcionava porque era um jogo de ação frenético, ele cumpria seu papel. Agora querem me convencer que esse mesmo Kratos é profundo, está arrependido, cheio de conflitos e... não bate com a pessoa que ele era, que se precisasse de algo em uma prateleira alta usaria o corpo de alguém como banquinho. Não me convence nem um pouco.
Dia 10 - Personagem mais irritante Fi
A companheira de Link em The Legend of Zelda: Skyward Sword. Esse trope da Nintendo de sempre ter um parceiro para falar pelos seus protagonistas mudos é extremamente irritante, mas Fi conseguia fazer um esforço extra pra ser ainda mais chata que todos os outros. Ela era meio robótica e falava através de probabilidades e porcentagens, o que não combinava nada com o resto do jogo que já era bem ruim.
Dia 11 - Companion ou sidekick favorito Midna
Irônico falar do trope dos companions irritantes estilo Navi e Fi, para logo em seguida falar como minha companion favorita é a Midna, que de cara parece exatamente a mesma coisa. No entanto, ela era justamente uma subversão desse clichê, uma personagem atrevida, ousada, cujas intenções você poderia até mesmo desconfiar. É uma pena que ela tenha sido deixada de lado, seria ótimo ver um retorno dela como a Twilight Princess no futuro.
Dia 12 - Personagem crush Mei
Mei is Bae. Mesmo não gostando muito de Overwatch eu adoro o design da Mei, não há muitas personagens gordinhas no mundo dos jogos e ela se destaca fácil. Ainda a acho um pouco magra demais e com frequência lançam skins que parecem alterar o corpo dela. Quem sabe no futuro surjam mais personagens thiccs.
Dia 13 - Jogo mais assustador Corpse Party
Essa é uma série que poucas pessoas conhecem e menos ainda se envolvem. O primeiro Corpse Party é um jogo de RPG Maker muito linear e cheio de problemas que eu poderia criticar muito. Porém é também a coisa mais assustadora que eu já joguei na vida. A história é bem envolvente e os personagens extremamente perturbados, no melhor estilo terror japonês. Em outros jogos da série há mais jogabilidade, mas eles são menos assustadores.
Menção honrosa: Ouço falar muito bem de White Day: A Labyrinth Named School, um jogo de terror coreano se não me engano para PC e que ganhou uma versão para PlayStation 4. Soube que algumas pessoas na Coreia chegaram a devolver o jogo de tão assustador.
Dia 14 - Daria um bom filme Killer 7
Normalmente eu estou sempre falando para tirar a história do foco dos jogos porque em sua maioria elas são de segunda classe e acabam só atrapalhando a jogabilidade. Killer 7 é aquela rara exceção que faria valer a pena ter um filme. Escrito e dirigido por Goichi Suda, o "Suda 51", esse jogo traz uma história louca sobre um assassino com sete personalidades diferentes que desmascara uma grande conspiração internacional enquanto elimina seus alvos. Foi o primeiro jogo que ao terminar eu tive que procurar na internet "o que diabos eu acabei de jogar?".
Dia 15 - Pior jogo que já jogou Escape Dead Island
Muito provavelmente ao menos. Eu gosto de Dead Island em geral apesar de todos os seus defeitos, então eu fiquei animado de ver Escape, um jogo mais relaxado e com visual criativo. Aí me foi jogada esta coisa terrível na cara. O jogo é péssimo, com uma história terrível e cheio de bugs. O protagonista sofre de alucinações e flashbacks que fazem você nunca saber se está jogando algo real e toda hora volta ao mesmo lugar sem progredir como se estivesse tentando acordar de um episódio de paralisia do sono. É medonho de tão ruim.
Dia 16 - Ansioso pra jogar em breve Earth Defense Force 5
A essa altura meu pelotão já está matando insetos gigantes sem mim, mas infelizmente não tá fácil pegar lançamentos com o dólar tão alto. Eu sei que não será muito diferente do EDF 4, que por sua vez não era muito diferente do EDF 2017, mas mesmo com passos pequenos eles sempre andam um pouco pra frente e continua como uma ótima série para jogar em multiplayer online.
Para quem não conhece, Earth Defense Force é uma série sobre andar por aí com metralhadoras e bazucas matando insetos gigantes. Inicialmente é só divertido pela bizarrice e tosqueira, mas quanto mais você joga, mais o jogo se aprofunda com um sistema meio no estilo de Diablo onde dificuldades maiores trazem armas melhores e assim por diante.
Semana que vem voltamos com mais dias e mais jogos o/
Andei muito ocupado ultimamente, então não tive muita chance de comentar a última Nintendo Direct na qual foram anunciados títulos como Super Mario Maker 2, Fire Emblem: Three Houses, o estreante Astral Chain da Platinum e um remake de The Legend of Zelda: Link's Awakening para o Nintendo Switch. Então vou falar um pouco mais sobre esses principais anúncios agora.
Houve também uma série de jogos de thirds mais antigos que tiveram ports anunciados para o Switch. Me senti na E3 vendo a lista de trailers de jogos "exclusivos" da Microsoft.
Super Mario Maker 2
Lembram-se como mencionei que Super Mario Maker falhou? O jogo de criação de fases de Mario tinha como alvo os fãs de Mario 2D e para esses fãs ele era uma péssima escolha. Tratava-se de um jogo confuso, algumas vezes frustrante e sem a real experiência do que era Mario 2D, a qual poderia ser encontrada até mesmo em um New Super Mario Bros. U, apesar de diluída.
Por todos esses problemas o jogo não vendeu tão bem quanto um Mario 2D, ele atingiu 4 milhões no Wii U e quase 3 milhões no 3DS. Não sabemos o quanto esses números se sobrepõem para calcular quantas pessoas realmente jogaram, mas 4 milhões é um número muito fraco para um Mario 2D. Até mesmo o fraco New Super Mario Bros. 2 vendeu mais de 13 milhões.
Porém, o que muda com a sequência? Super Mario Maker falhou porque as pessoas comprariam o jogo pensando ser Mario 2D e se decepcionariam, porém ninguém comprará Super Mario Maker 2 ainda esperando Mario 2D. Quem comprar Super Mario Maker 2 é porque espera mais de Super Mario Maker.
Caso o segundo jogo venda mais que o primeiro, podemos ver o nascimento de uma nova série "Maker" da Nintendo, algo fora do universo de Mario 2D e de um universo próprio. Teria poder suficiente para se estender para outras séries como um The Legend of Zelda Maker, sem causar tanta confusão. Há desvantagens, claro, como ordenhar um pouco mais a franquia Mario.
Não achei uma ideia muito boa inserir o power-up de gato de Super Mario 3D World nem elementos 3D que saem do fundo da tela para a frente. Tudo isso parece um pouco deslocado no jogo.
Super Mario Maker 2 vai sair em junho de 2019 no Switch.
Fire Emblem: Three Houses
Basicamente, Fire Emblem encontra o sistema de casas de Harry Potter. Você poderá jogar com casas diferentes e será um professor que lidera alunos em batalha. Não parece ruim, não parece excepcional, porém não posso deixar de lamentar que a série perdeu um pouco sua identidade e não tem mais aquela simplicidade concisa pela qual era conhecida.
Não Rafael, este não são Harry, Hermione e Ron
Quanto mais Fire Emblem fica complicado, mais eu percebo que ele não é complicado o bastante. Quando a série oferece simplicidade, é valor excepcional, eu posso curtir isso. Mas quando ela começa a se complicar, fica difícil não compará-la com outros jogos de estratégia mais complexos como Disgaea ou Valkyria Chronicles.
Eu fico feliz que Fire Emblem tenha encontrado um público com seu foco maior em relacionamentos após tantos jogos que vendiam aquém do esperado. Já não gostei muito de Fire Emblem: Awakening e Fates torrou o resto da minha paciência com a franquia. Ainda assim é melhor do que ter sido engavetada para sempre como outras séries da Nintendo.
Fire Emblem: Three Houses sai em 26 de julho.
Astral Chain
Quando eu vejo um jogo como Astral Chain eu vejo que não é tão difícil assim me agradar. Eu vivo reclamando dos jogos que a Nintendo apresenta, que não são ambiciosos o suficiente, que não têm ideias novas. Basta um jogo como Astral Chain aparecer que eu já tou batendo palmas de pé. Se houvesse garantia de sempre receber jogos como Daemon X Machina e Astral Chain em um console Nintendo, eu os compraria no lançamento.
No entanto, aqui está a questão: eu não acho que Astral Chain vai ser tão bom assim e nem que vá vender muito. Tem cara de ser um jogo na casa das notas 8 e 8.5 e não mais puxado para os 9 e 10. Eu tenho certeza, porém, que não importa qual a qualidade do jogo, iria me satisfazer, simplesmente porque está fazendo um esforço para tentar.
Estou montado em um tigre robô, seu argumento é inválido
Para mim, um jogo como Astral Chain tem o peso de um The Legend of Zelda: Breath of the Wild ou um Horizon: Zero Dawn, mesmo que não chegue no nível desses jogos, simplesmente porque dá pra ver que ele almeja chegar lá. Esse tipo de ambição parece faltar nos jogos da própria Nintendo que muitas vezes parece fazer um gimmick qualquer e dizer "já tá bom".
Vale lembrar, a Platinum é excepcional em jogos de ação, mas sempre que sai um pouco disso, da pancadaria linear, ela meio que não se acerta. Okami tem muito charme e originalidade na jogabilidade, mas a aventura em si se estende e quase ninguém têm paciência para terminá-lo. Star Fox Zero... bom, não vamos nem entrar nesse vespeiro.
O principal que eu espero de Astral Chain é bom combate, um mundo aberto para explorar e algumas coisas para fazer upgrade. Não curto tanto a temática futurista nem o fato que seu personagem é de uma força policial, mas isso é o de menos. Tem monstros gigantes, tem uns robôs esquisitos que são praticamente Stands de Jojo, tem tigre cibernético pra montar, tem Kamiya, isso que importa.
Está marcado para 30 de agosto, mas... eu tou achando que vai atrasar. Vamos ver.
The Legend of Zelda: Link's Awakening
O remake de The Legend of Zelda: Link's Awakening do GameBoy para o Switch foi uma ótima surpresa, mas particularmente eu não gostei tanto. Primeiro, porque acho que Link's Awakening é um dos jogos que menos precisa de um remake, ele representa muito bem o GameBoy do seu jeito e refazê-lo com gráficos modernos tira um pouco de seu charme. Segundo, porque eu não acho que o estilo gráfico escolhido combine tanto com o jogo.
Link's Awakening é bem perfeito do jeito que é e acho que qualquer fã da Nintendo de respeito com vontade de rejogá-lo já deveria tê-lo feito no 3DS, como eu fiz com Link's Awakening e os dois Oracles. Tudo bem, poderia ser um jogo para atrair novos fãs, mas então... porque Link's Awakening? Que é um jogo relativamente curto e com jeito de portátil.
Presumo que haja algo mais no jogo além da campanha de Link's Awakening porque o que vimos até agora foi uma transposição de 1:1 do original com novos gráficos, o que não acredito que seja suficiente para justificar um novo produto. Seria interessante no mínimo ter um modo multiplayer ou um modo cooperativo como em Pokémon Let's Go.
Focando agora no estilo gráfico, vamos analisar um pouco. É um estilo muito fofo, eu achei o visual em si legal e se fosse outro jogo da série Zelda estaria ótimo. Um instante para sonhar: este jogo poderia ser The Legend of Zelda Maker, com esses gráficos, e de brinde um remake de Link's Awakening. Eu toparia muito isso.
O problema com os gráficos vem quando os comparamos com os originais do GameBoy. Apesar das limitações do portátil, não há dúvidas de que aquele é um Link adolescente estilo A Link to the Past ou forçando a barra um Link cartoon estilo Minish Cap.
Não combina então termos um Link que mais parece um boneco, um brinquedo percorrendo dioramas de plástico. Comparando então com a abertura estilo anime do jogo, combina menos ainda. Acredito que isso não prejudicará em nada a venda do jogo, até atrairá novo público, porém não é uma boa representação do jogo original do GameBoy e não é o remake que ele merecia.
The Legend of Zelda: Link's Awakening sai ainda em 2019.
Conclusão
Foi uma boa Direct com bons jogos anunciados e especialmente boas surpresas. Eu não acho que nenhum desses jogos vá fazer milagres pelo Switch, mas deve manter os fãs da Nintendo saciados e afirmando que esse foi o melhor ano de todos, mesmo que mais uma vez não esteja à altura do ano de lançamento com Breath of the Wild.
Eu não acho que a escolha do remake de Link's Awakening foi a esmo, acho que em breve veremos uma surpresa da Nintendo... sobre a qual eu vou falar uma outra hora. De resto, aguardarei pela E3 para ver se surgem mais jogos interessantes. Tenho ouvido rumores curiosos sobre um possível F-Zero.
Então... talvez eu tenha criado o gênero de LEGO Battle Royale por acidente...
Tudo começou quando o site IGN fez um post na sua conta de Twitter perguntando "Que jogos você gostaria que adicionassem um modo Battle Royale?" com sugestões como The Last of Us 2, Gears of War 5 ou Splatoon 2.
Para quem não sabe, Battle Royale é um novo gênero de tiro que explodiu ano passado com PlayerUnknown's Battlegrounds e desde então deu origem a vários outros como Fortnite, Black Ops 4, Free Fire, Knives Out, entre outros.
Então eu sugeri: LEGO Marvel Super Heroes
E parece que a internet gostou bastante da ideia, porque o tweet teve mais de mil curtidas D=
Foi divertido ver alguns comentários como "Arrumem uma equipe de produção" ou "LEGO, dê um emprego para esse homem", porém os que mais me interessavam eram os que diziam: "eu jogaria isso". Especialmente de pessoas que expressavam que não jogariam outros Battle Royale.
Eu gosto da ideia de LEGO multiplayer, experiências multiplayer simplificadas nesse meio de FPS complicados cheios de habilidades que se anulam, personagens que andam pelas paredes e monetização agressiva em itens cosméticos inseridos num sistema de progressão criado pra te viciar.
Alguns anos atrás tanto a Minecraft quanto LEGO parecem ter sido mal assessorados que o futuro de jogos para crianças seria o multiplayer de minigames, pois ambos foram na mesma direção. Não deu muito certo e hoje as pessoas mal lembram desses modos.
No entanto, eu e meu sobrinho sempre brincávamos com LEGO Marvel Super Heroes, testando os poderes de cada herói e formas de matar um ao outro em um jogo que era puramente cooperativo e que tentava evitar ao máximo que os jogadores se matassem.
Realmente espero ver uma evolução dos jogos de LEGO pois eles andam terrivelmente repetitivos. Não que Battle Royale seja realmente a direção que eu queira que eles vão, mas... se isso acontecer, já sabem de quem é a culpa =x