quinta-feira, 6 de outubro de 2011
Simples como morder uma maçã
Recentemente a morte de Steve Jobs tomou toda a internet e imprensa. Sabíamos que ele estava muito doente, sofrendo de um câncer no pâncreas, mas como um membro da família, ninguém esperava sua partida tão jovem.
É fácil se derreter em elogios hoje em dia, dizendo que ele era um grande administrador, mas comumente isso o reduz apenas a um gerenciador de sucessos e várias vezes atribui erroneamente suas vitórias apenas ao marketing e à marca. Afinal, o que era especial em Steve Jobs? Ele me lembra um outro grande visionário.
Assim como o Fundador e Presidente da Sony, Akio Morita, o Fundador e Presidente da Apple, Steve Jobs, vinha de uma outra geração de executivos, com grande capacidade de leitura do cliente individual, assim como do mercado como um todo, sagazes e disruptivos.
Pois inovar e ser original, é muito fácil, difícil é fazê-lo na medida certa para o público certo. Steve Jobs acertou strikes suficientes, um atrás do outro, para provar que não contava meramente com a sorte.
O iPod, assim como o Walkman de Akio Morita, atendia algo básico como a vontade de ouvir música a qualquer momento em um mundo onde as pessoas não queriam mais carregar fitas K7, mas sim arquivos MP3.
o iPhone oferecia às pessoas uma alternativa para quem não queria participar da corrida armamentista dos celulares, que a cada semana ficavam ultrapassados por modelos mais "modernos" que não faziam nada de interessante.
o iPad foi um disruptor, oferecendo às pessoas uma tela interativa que elas poderiam levar com elas para fazer qualquer coisa que estivessem acostumadas a fazer em telas, sem mais estarem presos a esses aparelhos.
Todos eles têm algo em comum, que Steve Jobs e Akio Morita percebiam: o público compra um produto para realizar um trabalho.
Eu posso carregar músicas no iPod que antes eu não podia, eu posso manter meu iPhone por mais tempo do que um Nokia e eu posso usar o iPad para fazer coisas que antes eu fazia no meu Netbook ou Laptop.
Por mais que as pessoas pensem que esses produtos vendiam apenas pelas marca da maçã, pois com outros aparelhos era possível fazer tudo que eles faziam e ainda mais, eles eram perfeitos para realizar os trabalhos que lhes eram atribuídos, logo eram a melhor opção para atender a necessidade do seu público. Simples como morder uma maçã.
Infelizmente, poucos executivos hoje em dia têm essa visão e eu duvido que Steve Jobs tenha conseguido explicar isso para seu sucessor na Apple. O mesmo aconteceu na Sony, após a morte de Akio Morita, a empresa nunca mais recuperou seu espírito disruptor.
Hoje em dia, os muitos modelos de iPhone e iPad, como o recentemente anunciado iPhone 4S e o iPad 2, afastam as pessoas, e já são erros que irão alienar a base de usuários da Apple a longo prazo. O mercado de ações será implacável e logo a empresa perderá boa parte de seu valor, enquanto manterá sua forte estrutura tecnológica, como a Sony.
Sem Steve Jobs o destino da Apple é deixar de ser uma grande empresa para se tornar apenas uma empresa grande.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
A Indústria de Jogos como uma Praga de Gafanhotos
Muitas vezes eu falo que a indústria de jogos é uma vilã, uma verdadeira praga para os jogadores e muitos acreditam que não há um motivo para toda essa revolta, alguns até simpatizam com ela. Vamos entender um pouco qual a motivação da indústria e por que isso é uma coisa ruim.
Porém, só comparar a indústria a uma praga é muito fácil, o importante é vermos o porquê. E por que não dar alguns nomes aos bois? A indústria nesse caso é representada por algumas das grandes publicadoras de jogos, como Electronic Arts, Ubisoft, Activision e THQ, apesar de vários outros pequenos estúdios participarem também.
Obviamente o objetivo principal de uma empresa é ganhar dinheiro, e isso por si só não é ruim. Pessoas que defendem a parte criativa acreditam que o dinheiro suja a arte, mas não há maior júri da qualidade do seu produto do que o público que paga por ele.
Não adianta uma empresa fazer jogos que a crítica idolatra, e que talvez até você goste, se eles não vendem para o público. Esses jogos se tornam comercialmente inviáveis e você nunca mais verá uma sequência dele e sua empresa favorita pode ir à falência.
O problema está justamente na medida. Ganância e egocentrismo faz com que a indústria veja o jogador apenas como uma carteira a ser ordenhada. A única maneira correta de se fazer um negócio crescer é criando mais clientes, vendendo para mais pessoas.
A indústria se recusa a vender para mais pessoas, pois não quer mudar seu jeito de fazer as coisas. É fácil vender sempre o mesmo jogo de tiro com nova roupagem ou o mesmo jogo de esporte ano após ano, difícil é conquistar novos clientes com qualidade excepcional e fazendo o que o público deseja.
Se eles não pretendem criar mais clientes, como eles querem crescer? A resposta só poderia ser uma, eles querem extrair cada vez mais dos mesmos clientes. Nunca se pagou tanto por um jogo na história da indústria.
Os títulos ficaram mais caros, de US$ 50 para US$ 60, e você ainda tem que pagar por conteúdos por download, que vão desde a itens opcionais até novos capítulos de história. E não adianta comprar usado, pois agora existem os Online Pass, que exigem que para jogar online você pague uma taxa.
O jogador hardcore, com frequência é feito de bobo por essas empresas, pois elas se aproveitam do seu vício. Ele não é como o consumidor casual, ele não pode ficar sem seus videogames, ele é obrigado a pagar esse preço.
Você já pensou por que se referem aos gafanhotos como uma praga? Isso se deve ao fato do apetite voraz do inseto o obrigar a devorar o equivalente a seu próprio peso diariamente. E quanto mais come, maior fica, é insaciável, devastador e ainda por cima anda em grupo. Em grandes quantidades podem consumir toneladas.
Existe essa loucura máxima no capitalismo que é uma busca por eterno crescimento nas empresas. Se sua empresa vale 1 milhão em ações, é bom que ao final do ano ela valha 1 milhão e 250 mil para que os investidores fiquem satisfeitos. O mercado investe em empresas esperando seu crescimento, caso isso não ocorra, eles tiram seu dinheiro de lá.
O que Clayton M. Christensen comenta tanto é que para uma empresa de 1 milhão, crescer 25% não é uma questão tão impossível conseguir 250 mil, mas para uma empresa de 1 bilhão, é bem mais complicado conseguir 250 milhões. Não só isso, é necessário manter um ritmo constante.
Daí a analogia do gafanhoto, as empresas precisam manter seu tamanho e ainda crescer, constantemente, são insaciáveis. Isso significa que não importa quanto você esteja pagando por um jogo, nunca será suficiente para elas.
Quando uma empresa encontra uma nova plantação, uma nova febre do ouro, como jogos musicais, jogos de dança ou coletâneas de minigames, elas avançam em massa para devorá-la rapidamente até que não sobre nada.
A moral da história é que nada pode florescer nesse ambiente.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Morre a ultima esperança
Se havia alguma série que não tinha se entregado ao ciclo da decadência era a série de RPG japonês Dragon Quest. No Super Nintendo enquanto todos clamavam por gráficos 2D impecáveis, Dragon Quest IV e V tinham personagens pixelados um pouco acima do Nes. Mas o jogo compensava com uma trilha sonora sublime, mundos fantásticos, batalhas épicas e muito desafio. O mesmo ocorreu no Play Station 1. Com a Square "monopolizando" o mercado de computação gráfica,a Enix com Dragon Quest VII chegou com gráficos modestos e desbancou Final Fantasy IX. A série só foi ganhar um visual caprichado com o oitavo jogo da série graças a fusão da Square e a Enix. Quando finalmente todos achavam que a série perderia a mão, foi onde nos surpreendemos novamente e nem mesmo os recursos visuais avançados tiraram a simplicidade da série. A mecânica do jogo permaneceu inalterada. Enquanto os críticos de longa da da série xingavam, os fãs ovacionavam a atitude ousada da Square-Enix. O nono foi um passo ainda mais ousado: o primeiro para um portátil. Mais reboliços por parte dos críticos de plantão e foram calados mais uma vez. Dragon Quest provava de uma vez por todas que uma boa mecânica e um excelente conteúdo era suficiente para agradar o publico.
Só que algo mudou...e pra pior. Essa semana foi anunciado Dragon Quest X para o Wii e não foi nada como nós esperávamos. Existe uma mania besta na industria de jogos de que jogos com mecânicas repetidas enjoam e os jogadores tendem a buscar coisas novas. Eles só acertaram a segunda parte. O publico realmente quer novas coisas, mas elas não são mecânicas novas e sim conteúdo novo. Querem novas terras paras explorar, novos monstros pra derrotar, novas armas e itens para coletar. Mudar a mecânica de um jogo significa ter que aprender tudo novamente. Algumas mudanças estratégicas são bem vindas, como em Super Mario Bros 3 onde mudaram a física do pulo de Mario para que os jogadores se adaptarem novamente a dificuldade do jogo. Mas em um RPG não há necessidade de mudanças drásticas.
Dragon Quets X chega com uma missão ousada como os dois antecessores, mas nessa vez da pior forma possível. Transformaram Dragon Quest em MMO, ou seja, um RPG massivo online. Uma clara tentativa de cobrar mensalidade dos japoneses viciados na série e a Square lucrar horrores. Eles não estão errados nisso, é perfeitamente compreensivel e a idéia é boa. O problema é mudar o foco da série principal. Dragon Quest era uma série que mantinha os elementos da velha escola e agora tudo foi pro ralo. Expandir o publico é importante, mas manter o antigo é tão quanto. Se fosse um spin off ninguém estaria reclamando, mas matar a aventura principal para mudar o modelo de negócios é dar um tiro no pé.
Ainda acredito que a aventura principal single player possa ser tão divertida quanto os anteriores mas acho difícil. Da pra notar pelos vídeos que o sistema de batalha foi desenvolvido todo no foco online e não há mais como controlar NPCs nas batalhas. Os cenários estão gigantescos porém vazios, típico de MMOs.
Uma pena que a ultima chama esteja prestes a se apagar.
sábado, 27 de agosto de 2011
Qual o segredo de Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion?
Ou título alternativo: "Por que há tantos jogos de mundo aberto ultimamente?"
Qualquer um acompanhando a indústria ultimamente vai reparar uma nova moda, jogos "sandbox", que ocorrem em um mundo aberto, mas eles não são o tipo de "sandbox" de Grand Theft Auto, então vamos chamá-los de Open World ou mundo aberto mesmo.
Quem liderou o movimento foi a Bethesda Softworks, com Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion, jogos que após publicados criaram um efeito cascata. Agora temos, The Elder Scrolls V: Skyrim, Dragon's Dogma, RAGE, Red Dead Redemption, entre vários outros jogos que deixam você em um mundo aberto para se aventurar.
Mas eu não preciso dizer que tem algo errado aqui, não? Sempre que a indústria se encaminhar em massa em uma direção, desconfie. Este é mais um caso de uma empresa tropeçando em ouro e outras cavando em volta. Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion fizeram algo certo, mas não o suficiente.
Sabemos que os jogos de hoje em dia perderam os valores de antigamente, os que nos faziam nos divertir por longas horas. Um jogo de aventura antigamente realmente nos prendia por muito tempo e não apenas seguindo uma história.
Pense em The Legend of Zelda do NES. Não há objetivo no jogo, eles te dão uma espada e deixam você vagar pelo mundo. Eventualmente você descobrirá os dungeons e todos os seus segredos, cada vez ficando mais poderoso.
Nos dias atuais ninguém consegue mais fazer um jogo como o primeiro The Legend of Zelda, mas títulos de mundo aberto são uma simulação dessas antigas sensações. Por isso estão vendendo feito água no deserto, os jogadores estão sedentos por algo assim.
Eles ainda não são "The Real Thing", eles são apenas uma simulação. Isso porque os jogos de antigamente eram feitos com um extremo cuidado que já não existe mais.
The Legend of Zelda seria o exemplo ideal de mundo aberto. Nada está lá deliberadamente, você não pode retirar parte alguma de Zelda e ao mesmo tempo não precisa passar por parte nenhuma específica para se divertir. Há algo maior ali do que explorar aquele mundo.
Nos jogos da Bethesda você tem um grande mundo para explorar e evoluir, mas é tudo muito artificial, não natural como antigamente. Você pode retirar um pedaço inteiro do jogo e ele ainda pareceria o mesmo. Você consegue apontar um momento que diz: "esta foi a melhor parte do jogo".
Atualmente os jogos só conseguem reproduzir um ou outro elemento dessas grandes jornadas de outrora. Jogos como Minecraft nos dão medo e sensação de aventura pois não é seguro sair à noite. Mundos abertos nos dão a impressão de que pode haver qualquer coisa lá fora e nos permitem usar nossa imaginação.
O verdadeiro segredo por trás dos jogos da Bethesda é que eles não brilham com a mesma intensidade das aventuras de antigamente, mas para quem está na escuridão por muito tempo, até mesmo uma fraca luz pode ser confundida com o sol.
Marcadores:
Análise,
Bethesda,
Fallout,
Game Design,
The Elder Scrolls
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
NÃO
DEFINITIVAMENTE NÃO!
Mas que merda é essa meu deus?!!! Não é uma satira, é verdadeiro. Isso daí é um jogo pro Wii. A Nintendo permite um lixo desses, mas trazer Xenoblade nada. Na boa... chega!
Mas que merda é essa meu deus?!!! Não é uma satira, é verdadeiro. Isso daí é um jogo pro Wii. A Nintendo permite um lixo desses, mas trazer Xenoblade nada. Na boa... chega!
domingo, 14 de agosto de 2011
Nintendo vai falir... Sério!
Quantas vezes já não ouvimos isso antes? "Nintendo vai falir", se tornou uma piada interna entre fóruns. Oras, era impossível a Nintendo falir, eles sempre ganharam muito dinheiro com seus jogos, consoles, portáteis.
Era fácil discernir um noob por essa frase, um cara que não manjava nada de videogames de vez em quando soltaria essa pérola "Nintendo vai falir" pois ele e as pessoas que conhecia, não ligavam muito pros jogos da empresa. Obviamente a Nintendo continuava faturando horrores e essa afirmação não tinha nenhuma base.
O problema é que agora não é mais um noob que está dizendo isso, o risco é real. Recentemente a Nintendo tem feito escolhas estúpidas e inexplicáveis. Não dá pra colocar de qualquer outra forma, são erros grosseiros que a tem levado para um caminho terrível.
No entanto, só isso não faria a empresa correr um risco. Eu cheguei a pensar como seria impossível a Nintendo falir e eu não tinha por que me preocupar. Eles são uma empresa japonesa inteligente, não abocanham mais do que podem engolir, não colocam a cabeça pra fora da terra antes de ter certeza que está seguro.
Não importava se havia um grande concorrente chegando, eles não seriam varridos do mapa. Mas aí eles simplesmente perderam toda a noção. A Nintendo fez tudo que você não espera que a Nintendo faça.
Aliás, eu ainda não falei quem é o grande concorrente. A Apple. Claro que agora a maioria das pessoas não acha que a Apple é um problema, não acha que jogos de celular são um problema e que o iPad ou o iPhone sejam plataformas de verdade, mas não é o agora que importa, é o amanhã. E o amanhã da Nintendo não promete um passeio na praia.
Dessa vez eu farei algo diferente. Normalmente eu me foco no livro "A Estratégia do Oceano Azul", o qual Satoru Iwata anunciou publicamente ter lido para conceber o Nintendo DS e o Nintendo Wii.
No entanto, ele também disse ter lido "The Innovator's Dilemma", e é nesse que vamos nos focar para mostrar como a Nintendo está seguindo um script completamente previsível que a levaria para sua própria destruição. E o mais irônico é que ela já leu esse script antes.
A Queda
Satoru Iwata, presidente da Nintendo, cortou seu próprio salário em 50% do valor (supostos US$ 2 milhões), com outros executivos cortando 30% e um terceiro grupo, 20%. Hiroshi Yamauchi, ex-presidente da Nintendo, tecnicamente perdeu por volta de US$ 300 milhões em desvalorização dos seus 10% de ações da empresa.
Se você tem acompanhado as notícias a respeito da Nintendo e do Nintendo 3DS, sabe que as coisas andam bem mal para a companhia. Mas quão mal? A queda das ações e os cortes de salário são um sinal nível laranja. A empresa ainda não está em risco, mas está com medo. E ainda vai piorar.
No momento eles estão em extrema confusão. Eles não sabem por que as pessoas não estão comprando o Nintendo 3DS, não sabem que a filosofia dele está completamente errada, então gastarão todas as suas forças (dinheiro) nadando contra a correnteza.
Mas a Nintendo é (era) inteligente. Eles sempre conseguiram lucrar muito, até mesmo na época do Nintendo 64 e GameCube quando as pessoas erroneamente pensavam que ela estava falindo, pois sua popularidade estava em baixa. Na verdade, muitas vezes a Nintendo faturou mais do que a Sony, que era líder de mercado.
Como vencedora da geração com o Nintendo Wii, a empresa fez mais dinheiro do que jamais se imaginou ser possível na indústria. Custos de produção baixos e lucros altíssimos. Fotos com os consoles dizendo "It Prints Money" (Imprime dinheiro), eram uma onda na internet. As reservas deles estão em alta, como eles poderiam falir?
Erros custam caro, mas custam especialmente mais quando você não se prepara para eles. E pra piorar, o que come dinheiro de verdade é você persistir no erro. O fato do Nintendo 3DS ter falhado não custará tanto para a Nintendo quanto continuar tentando torná-lo um sucesso.
E é aí que a Nintendo está se arriscando demais. Ela abaixou o preço do Nintendo 3DS de US$ 250 para US$ 170. Até aí, um erro de A Estratégia do Oceano Azul, pois como sabemos, cortes de preço só demonstram desvalorização, o que não é nada bom para seu produto.
Porém, segundo a Bloomberg Japan, a Nintendo está subsidiando o portátil. Isso significa que ela tem prejuízo para cada unidade vendida. Esse é o tipo de estratégia que veríamos Sony ou Microsoft usando.
Esse é o grande erro da Nintendo. A Sony conseguiu queimar todo o seu lucro com o PlayStation 2 tentando alavancar o PlayStation 3, e o que ganhou com isso? Ele não liderou, fica lutando ferrenhamente por um segundo lugar e está muito mal das pernas. Não fosse o console um cavalo de Tróia para o Blu-Ray, seria um fracasso.
A Nintendo pode acabar queimando todo o seu lucro do Nintendo Wii e Nintendo DS tentando fazer o Wii U e o Nintendo 3DS ganharem alguma projeção. É uma possibilidade real e é simplesmente assustadora.
A Disrupção
Imagine que você pudesse usar uma peça de teatro para reger sua vida e escolhesse então a tragédia romântica Romeu & Julieta de Shakespeare. Você leu todo o script, leu a parte em que os jovens morrem e ainda assim decide interpretar o papel de Romeu. Então você diz: "Mas quando eu beber o veneno, não vou morrer". Parece uma idéia lógica?
Em The Innovator's Dilemma, livro que Satoru Iwata disse ter lido, então eu espero que ele não esteja mentindo, há todo um script que conta da morte da Nintendo, só não com o nome dela. A empresa tomou o veneno e acredita que não vai morrer. Você começa a se perguntar se eles realmente leram o script.
Este script no livro de Clayton M. Christensen fala sobre um fenômeno chamado Disrupção (Disruption), que é quando uma empresa cria uma ruptura no modelo de negócios de outra empresa, nem sempre concorrente direta, seja tecnológica ou culturalmente.
A concorrente da Nintendo hoje em dia não é a Sony ou a Microsoft, mas empresas que estão criando uma disrupção em seu modelo de negócios, como Apple com os Apps nos iPhones e iPads e empresas como a Zynga com seus jogos sociais para o Facebook. Elas estão mudando o mercado de baixo para cima.
Hoje elas não parecem uma ameaça, não parecem um modelo de negócios interessante, não parecem algo que os jogadores de videogames queiram e esse é o real problema. São todas características clássicas de disrupção.
Eles não parecem competidores diretos. As margens de lucro não parecem atraentes no início. Seus clientes de mais alto nível não podem utilizá-las. Imagine que agora o script é de Davi e Golias. Você sabe como a história acaba e ainda assim você aposta em Golias, só porque ele é maior.
Tanto em The Innovator's Dilemma, quanto na continuação, The Innovator's Solution, Christensen descreve em detalhes o que acontece com empresas quando enfrentam uma disrupção. A maioria delas é completamente destruída, enquanto outras se tornam apenas uma sombra do que já foram.
Você se lembra quem eram os líderes de mercado na produção de televisões à válvula antes da tecnologia dos transistores popularizada pela Sony? Provavelmente não. O script coloca a Nintendo no papel de uma dessas companhias.
Quando a disrupção surgiu, as companhias que produziam TVs à válvula encararam assim: Não parecia uma ameaça, os lucros não eram atraentes pois não podiam fazer televisores melhores com eles, logo seus clientes exigentes não iriam querer um produto inferior.
Por um tempo essas companhias tiveram grandes lucros, bateram seus recordes de rentabilidade e foram às alturas. Antes de serem completamente esmagadas pelo mesmo elemento que eles descartaram como sendo desinteressante.
Um exemplo semelhante e mais obscuro que Christensen cita, que eu já vou explicar por que é relevante, é sobre escavadeiras hidráulicas contra escavadeiras de cabo de aço. A história se repete, a versão hidráulica foi descartada por não ser uma ameaça, não aguentava tanto peso quanto as de cabo de aço e os clientes não as queriam.
A relevância desses dados é que nessa época, quarenta empresas produziam escavadeiras de cabo de aço. Uma empresa introduziu escavadeiras hidráulicas. Dessas quarenta, quatro empresas conseguiram sobreviver. É contra esta força que a Nintendo está lutando.
O Veneno
De tudo isso dito, o mais impressionante é que Satoru Iwata leu The Innovator's Dilemma e ainda assim está seguindo tudo que diz no script para acabar morto ao lado de sua amada Julieta.
A Nintendo olhou para o modelo da Apple e disse: "Não é uma ameaça, os lucros não são atraentes para nós e nossos usuários não estão interessados nesse tipo de experiência".
O que todas as empresas que apresentam uma disrupção tem em comum é que elas começam de baixo para cima. Elas realizam um movimento chamado "upmarket", onde vão subindo até se tornarem uma concorrente e vencerem. Quando as companhias percebem, é tarde demais.
É quase impossível sobreviver à uma disrupção, é uma reviravolta de mercado muito agressiva. Se você se preparar extremamente bem para tal, pode conseguir. Ao invés disso, o que a Nintendo irá fazer? Gastar muito em dois consoles que não deram/darão certo.
O Nintendo Wii e o Nintendo DS foram disrupções de sua própria maneira, mas agora a Nintendo acredita estar fazendo um movimento upmarket, quando não está, e isso irá deixá-la fragilizada, pois está cega para a disrupção que os Apps e jogos sociais estão trazendo.
Pessoalmente eu acredito que a Nintendo vá falir? Não. Mas eu sou um fã. Eu não quero acreditar em um mundo dos jogos sem a Nintendo. Quero acreditar que em algum momento eles despertarão e conseguirão se salvar. Acredito na capacidade de recuperação deles.
Mas como analista, o risco existe. Depende apenas de qual caminho ela vai decidir tomar daqui pra frente.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Tudo sobre o novo video game da Nintendo
Recentemente na E3 a Nintendo revelou seu video game de nova geração. Surpreendendo grande parte dos jogadores do mundo, seu novo console terá um controle totalmente reformulado e gráficos de ultima geração.
Foram apresentados poucos jogos, mas uma coisa é certa, não faltarão títulos nos próximos anos. Uma fantástica apresentação gráfica foi mostrada juntamente com um excitante video da série Legend of Zelda com super gráficos.
A principal critica recebida por seu antecessor foi a falta de apoio das thirds. Mas dessa vez a Nintendo não cometerá o mesmo erro e logo de inicio anunciou parceria com empresas grandes como Eletronic Arts para lançamentos de títulos multiplataform.
Muitas empresas já estão gritando aos berros que a Nintendo voltou a ser grande denovo, e que terão uma grande plataforma de jogos para desenvolver.
A midia também será de ultima geração. Nada de cartuchos ou CDs, agora temos uma midia muito parecida com o da rival Sony, espaço não será problema.
O controle é outro ponto de destaque. Com uma forma única e criada para todo tipo de jogador, o seu designer Shigeru Miyamoto disse em entrevista a jornalistas "É o melhor controle já feito".
Podemos dizer que a Nintendo finalmente está nos trilhos denovo. Com gráficos incríveis para as suas franquias e apoio massivo das thirds, nada vai impedir de seu novo console ser um grande sucesso.
Abaixo segue a foto do novo console e seu incrível controle:

Neste post estamos em 2001.
Foram apresentados poucos jogos, mas uma coisa é certa, não faltarão títulos nos próximos anos. Uma fantástica apresentação gráfica foi mostrada juntamente com um excitante video da série Legend of Zelda com super gráficos.
A principal critica recebida por seu antecessor foi a falta de apoio das thirds. Mas dessa vez a Nintendo não cometerá o mesmo erro e logo de inicio anunciou parceria com empresas grandes como Eletronic Arts para lançamentos de títulos multiplataform.
Muitas empresas já estão gritando aos berros que a Nintendo voltou a ser grande denovo, e que terão uma grande plataforma de jogos para desenvolver.
A midia também será de ultima geração. Nada de cartuchos ou CDs, agora temos uma midia muito parecida com o da rival Sony, espaço não será problema.
O controle é outro ponto de destaque. Com uma forma única e criada para todo tipo de jogador, o seu designer Shigeru Miyamoto disse em entrevista a jornalistas "É o melhor controle já feito".
Podemos dizer que a Nintendo finalmente está nos trilhos denovo. Com gráficos incríveis para as suas franquias e apoio massivo das thirds, nada vai impedir de seu novo console ser um grande sucesso.
Abaixo segue a foto do novo console e seu incrível controle:

Neste post estamos em 2001.
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Porque o Wii U vai falhar
Oi pessoal, voltando da ressaca da E3 2011, eu não acompanhei tanto quanto queria pois fiquei doente, mas estive presente nas conferências de imprensa principalmente e tive a oportunidade de ver o novo console da Nintendo, o Wii U.
E assim como avisei sobre o Nintendo 3DS antes, não será diferente com o Wii U, o caminho que a Nintendo está tomando a levará a inevitavelmente falhar em atingir seus objetivos. Objetivos de expansão e de dominação de mercado.
O Wii U venderá menos que o Nintendo Wii. Talvez não muito menos pois o próprio Nintendo Wii foi abandonado no meio da vida pela Nintendo e não realizou tanto do seu potencial quanto foi com o Nintendo DS, mas ainda assim, não atingirá o mesmo nível.
Enquanto o teto de vendas do Nintendo Wii atingiria fácil os 150 milhões, sendo que ele parou por volta dos 85 milhões, veja quanto potencial desperdiçado, o teto do Wii U será basicamente o mesmo do Xbox 360 e PlayStation 3, consoles que ele está tentando mimetizar, por volta de 60 milhões.
A diferença pode parecer pequena pelo potencial realizado, mas é bem impactante quanto comparamos os tetos de vendas. O Nintendo DS chegou mais perto do seu teto que o Nintendo Wii pois a Nintendo demorou mais a abandoná-lo.
Desde o anúncio do Nintendo Wii U, na E3 2011, as ações da Nintendo já caíram 10%, 5,7% em um dia e 5,2% em outro, levando-a aos níveis pré-Wii (era do GameCube). Mas vamos ser sinceros, parte disse se deve também ao fracasso do Nintendo 3DS.
A falta de uma resposta à altura para o novo portátil da Sony, o PS Vita, foi uma grande falha. Seu concorrente anuncia um produto mais parrudo, no mesmo preço, com jogos de peso e você anuncia Luigi's Mansion 2? Acabou de chamar seu produto de GameCube 2.
Mas voltando ao novo elefante branco... Vamos analisar por que o Nintendo Wii U irá falhar.
O novo controle tablet. Não importa que mantenha-se o Wii Remote e ele seja só uma adição, como diziam do 3D, como se você não gostasse pudesse apenas não usar. Ele é o "valor excepcional", ele é o que passa como destaque do novo console. Mesmo sendo opcional, ele se mistura e cria uma mensagem não clara.
A Nintendo afirmou que não irá utilizá-lo como um Tablet, o que eu acredito pois ele não é multi-touch, o que o tornará bem desconfortável de usar para outras coisas além de jogar.
A filosofia. Minha namorada olhou para o Wii U e soltou uma frase que resume bem: "Nintendo voltou com a filosofia do 'sentar o traseiro no sofá'", e é isso que qualquer um vendo esse vídeo vai sentir. Não é o vídeo de divulgação do produto oficial, mas é a aura impregnada nele.
Após cinco anos com o Nintendo Wii vencendo a sala de estar, levando videogames para o centro do entretenimento da família, o Wii U simplesmente pede licença e sai de fininho de volta pro cantinho dos jogos.
O nome. Note uma coisa curiosa, as pessoas estão com tanta vergonha alheia do Wii U, que enquanto muitas chamam o Wii de Nintendo Wii, ninguém quer atribuir o nome Nintendo ao novo console. Ninguém está falando Nintendo Wii U. Essa vergonha se estenderá ao Wii original a ponto de parar suas vendas por completo. Wii U é um nome bem parecido com Wii, o que causará confusão, assim como todo o resto das semelhanças.
A mensagem. O novo console passa uma mensagem tão confusa que as pessoas não viram que o console do vídeo era o Wii U até que foi mostrado separado. Isso porque ele não só é parecido com o Wii original, como ainda utiliza o Wii Remote como controle também, além do seu tablet.
Os jogos. O analista Michael Pachter, conhecido por só dar dicas erradas pra Nintendo durante anos, disse antes da conferência da empresa que ela tinha que conseguir as grandes Thirds Parties no barco, com títulos como Darksiders, Assassin's Creed, Batman: Arkham Asylum, Ninja Gaiden, etc., todos que foram anunciados na conferência da Nintendo.
Vamos analisar por um instante, o Nintendo Wii precisou da ajuda das Thirds Parties pra vencer no mercado? Claro que não, e era justamente isso que as irritava tanto sobre o console, elas o boicotavam com seus melhores jogos enquanto não se incomodavam de ganhar dinheiro com títulos de tranqueiras, era a garota feia que pegavam mas não apresentavam pros amigos.
Agora vamos analisar as vendas desses títulos: Darksiders: 1,7 Milhões; Assassin's Creed: 9,7 Milhões; Ninja Gaiden: 1,63 milhões; Batman: Arkham Asylum: 2,9 milhões.
Comparemos então com estes títulos: wii Sports Resort: 26,7 milhões; Mario Kart Wii: 27 milhões, New Super Mario Bros. Wii: 21,8 milhões, Wii Fit: 22,7 Milhões.
O Wii U conseguirá vender mais se focando no primeiro tipo de título ao invés do segundo? Ele não pode misturar os dois, como sabemos, o Oceano Roxo é um mito, se ele tentar captar os dois tipos de público, ele automaticamente perde o segundo, pois ele deixa de transmitir uma mensagem clara e direta.
Mas os jogos do primeiro grupo são considerados "melhores", não é mesmo? Acontece que este primeiro grupo continua não gostando da Nintendo.
A Nintendo é como aquele garoto gordinho que não sabe dizer quem são seus amigos de verdade, que quando tem dinheiro para comprar sorvete aparecem os garotos legais para acompanhá-lo e a largam assim que a vantagem pra eles acaba. A Nintendo ainda não percebeu que não tem amigos neste mercado.
Por que o segundo grupo de jogos é na verdade o melhor? Porque aumenta a penetração do seu videogame, faz com que mais pessoas o tenham em casa para a partir dali aproveitar qualquer outro jogo que sair para ele. O princípio do First Party, software desenvolvido pela fabricante do videogame, é vender o hardware, para que então as Third Parties possam vender mais de seus jogos nele.
No entanto, como rapidamente a indústria classificou todos que compraram o Wii de idiotas, ficou bem difícil pra que eles produzissem jogos que o público dele também gostasse.
Isso porque todos esses jogos do primeiro grupo, não tinham como atrativo nada que o Nintendo Wii não pudesse dar, mas ainda assim, boicotavam o console da Nintendo, pelo simples fato que não gostavam dele. Todos os estúdios colocaram seus piores times para trabalhar com o console e ainda culpavam elementos externos para seu jogos não venderem, como o público ser casual.
Yoshinori Kitase, produtor de Final Fantasy XIII, de longe o pior capítulo da série até hoje, afirmou que o que o público espera de Final Fantasy, são gráficos top de linha, apesar da performance recorde de Dragon Quest IX no Nintendo DS, ele vai insistir no mesmo esquema para Final Fantasy Xv, linear e com bons gráficos. Venderá mal em qualquer plataforma que for, inclusive o Wii ou o Wii U.
A iminente morte. Atualmente o Wii U tem um hardware mais potente que o Xbox 360 e PlayStation 3, permitindo que ele ganhe versões superiores de jogos dos dois consoles já estabelecidos no mercado há anos. Ou seja, o Wii U é o Dreamcast 2.
Reginald Fils-Aime, presidente da Nintendo of America, disse que as Third Parties queriam mais potência no Wii, para assim poderem preguiçosamente converter seus jogos das outras plataformas para ele.
Ele receberá suporte por algum tempo, sem decolar nas vendas, mesmo com versões superiores dos jogos, porque obviamente ter os mesmos jogos de outros consoles com gráficos superiores não é o que faz o público escolher um videogame.
Reggie parece ter esquecido do GameCube, onde havia a potência e as Third Parties abandonaram a Nintendo do mesmo jeito, só porque não gostavam dela. Acontecerá novamente, e acontecerá depois como no Wii, quando os próximos PlayStation 4 e Xbox 720 forem mais potentes que o Wii U.
O abandono dos casuais. O público que comprou o Wii e simplesmente foi largado pela Nintendo desde 2009, nunca mais confiará na empresa, pois se antes ela não sabia que estava deixando público para trás, como foi com a evolução do NES -> Super NES -> Nintendo 64 -> GameCube, com a retomada do Nintendo Wii e evolução para o Wii U, a empresa olhou nos olhos deles e deu as costas. Agora a Nintendo pensa que eles são tão idiotas quanto as produtoras.
A impossível recuperação. Quando falei do Nintendo 3DS cheguei a dizer que haveria solução para o portátil se ele oferecesse outro valor excepcional além do 3D e lançasse os jogos certos, mas eu estava errado nessa época pois ainda não tinha percebido que os produtos tem uma identidade por si só.
Não são os jogos que fazem o videogame, é a filosofia dele, os jogos só fortalecem ou enfraquecem essa filosofia. Jogos como Wii Sports e God of War estão de acordo com a filosofia de seu videogame e repelem o consumidor que não esteja de acordo com ela.
Isso significa que não há salvação para o Nintendo 3DS ou para o Wii U. A Nintendo está numa sinuca de bico maior do que em sua época pré-Wii, pois dessa vez não há um novo público para ela conquistar, pois ele se sente traído.
O mercado de jogos ficará bem menos interessante nos próximos anos.
E assim como avisei sobre o Nintendo 3DS antes, não será diferente com o Wii U, o caminho que a Nintendo está tomando a levará a inevitavelmente falhar em atingir seus objetivos. Objetivos de expansão e de dominação de mercado.
O Wii U venderá menos que o Nintendo Wii. Talvez não muito menos pois o próprio Nintendo Wii foi abandonado no meio da vida pela Nintendo e não realizou tanto do seu potencial quanto foi com o Nintendo DS, mas ainda assim, não atingirá o mesmo nível.
Enquanto o teto de vendas do Nintendo Wii atingiria fácil os 150 milhões, sendo que ele parou por volta dos 85 milhões, veja quanto potencial desperdiçado, o teto do Wii U será basicamente o mesmo do Xbox 360 e PlayStation 3, consoles que ele está tentando mimetizar, por volta de 60 milhões.
A diferença pode parecer pequena pelo potencial realizado, mas é bem impactante quanto comparamos os tetos de vendas. O Nintendo DS chegou mais perto do seu teto que o Nintendo Wii pois a Nintendo demorou mais a abandoná-lo.
Desde o anúncio do Nintendo Wii U, na E3 2011, as ações da Nintendo já caíram 10%, 5,7% em um dia e 5,2% em outro, levando-a aos níveis pré-Wii (era do GameCube). Mas vamos ser sinceros, parte disse se deve também ao fracasso do Nintendo 3DS.
A falta de uma resposta à altura para o novo portátil da Sony, o PS Vita, foi uma grande falha. Seu concorrente anuncia um produto mais parrudo, no mesmo preço, com jogos de peso e você anuncia Luigi's Mansion 2? Acabou de chamar seu produto de GameCube 2.
Mas voltando ao novo elefante branco... Vamos analisar por que o Nintendo Wii U irá falhar.
O novo controle tablet. Não importa que mantenha-se o Wii Remote e ele seja só uma adição, como diziam do 3D, como se você não gostasse pudesse apenas não usar. Ele é o "valor excepcional", ele é o que passa como destaque do novo console. Mesmo sendo opcional, ele se mistura e cria uma mensagem não clara.
A Nintendo afirmou que não irá utilizá-lo como um Tablet, o que eu acredito pois ele não é multi-touch, o que o tornará bem desconfortável de usar para outras coisas além de jogar.
A filosofia. Minha namorada olhou para o Wii U e soltou uma frase que resume bem: "Nintendo voltou com a filosofia do 'sentar o traseiro no sofá'", e é isso que qualquer um vendo esse vídeo vai sentir. Não é o vídeo de divulgação do produto oficial, mas é a aura impregnada nele.
Após cinco anos com o Nintendo Wii vencendo a sala de estar, levando videogames para o centro do entretenimento da família, o Wii U simplesmente pede licença e sai de fininho de volta pro cantinho dos jogos.
O nome. Note uma coisa curiosa, as pessoas estão com tanta vergonha alheia do Wii U, que enquanto muitas chamam o Wii de Nintendo Wii, ninguém quer atribuir o nome Nintendo ao novo console. Ninguém está falando Nintendo Wii U. Essa vergonha se estenderá ao Wii original a ponto de parar suas vendas por completo. Wii U é um nome bem parecido com Wii, o que causará confusão, assim como todo o resto das semelhanças.
A mensagem. O novo console passa uma mensagem tão confusa que as pessoas não viram que o console do vídeo era o Wii U até que foi mostrado separado. Isso porque ele não só é parecido com o Wii original, como ainda utiliza o Wii Remote como controle também, além do seu tablet.
Os jogos. O analista Michael Pachter, conhecido por só dar dicas erradas pra Nintendo durante anos, disse antes da conferência da empresa que ela tinha que conseguir as grandes Thirds Parties no barco, com títulos como Darksiders, Assassin's Creed, Batman: Arkham Asylum, Ninja Gaiden, etc., todos que foram anunciados na conferência da Nintendo.
Vamos analisar por um instante, o Nintendo Wii precisou da ajuda das Thirds Parties pra vencer no mercado? Claro que não, e era justamente isso que as irritava tanto sobre o console, elas o boicotavam com seus melhores jogos enquanto não se incomodavam de ganhar dinheiro com títulos de tranqueiras, era a garota feia que pegavam mas não apresentavam pros amigos.
Agora vamos analisar as vendas desses títulos: Darksiders: 1,7 Milhões; Assassin's Creed: 9,7 Milhões; Ninja Gaiden: 1,63 milhões; Batman: Arkham Asylum: 2,9 milhões.
Comparemos então com estes títulos: wii Sports Resort: 26,7 milhões; Mario Kart Wii: 27 milhões, New Super Mario Bros. Wii: 21,8 milhões, Wii Fit: 22,7 Milhões.
O Wii U conseguirá vender mais se focando no primeiro tipo de título ao invés do segundo? Ele não pode misturar os dois, como sabemos, o Oceano Roxo é um mito, se ele tentar captar os dois tipos de público, ele automaticamente perde o segundo, pois ele deixa de transmitir uma mensagem clara e direta.
Mas os jogos do primeiro grupo são considerados "melhores", não é mesmo? Acontece que este primeiro grupo continua não gostando da Nintendo.
A Nintendo é como aquele garoto gordinho que não sabe dizer quem são seus amigos de verdade, que quando tem dinheiro para comprar sorvete aparecem os garotos legais para acompanhá-lo e a largam assim que a vantagem pra eles acaba. A Nintendo ainda não percebeu que não tem amigos neste mercado.
Por que o segundo grupo de jogos é na verdade o melhor? Porque aumenta a penetração do seu videogame, faz com que mais pessoas o tenham em casa para a partir dali aproveitar qualquer outro jogo que sair para ele. O princípio do First Party, software desenvolvido pela fabricante do videogame, é vender o hardware, para que então as Third Parties possam vender mais de seus jogos nele.
No entanto, como rapidamente a indústria classificou todos que compraram o Wii de idiotas, ficou bem difícil pra que eles produzissem jogos que o público dele também gostasse.
Isso porque todos esses jogos do primeiro grupo, não tinham como atrativo nada que o Nintendo Wii não pudesse dar, mas ainda assim, boicotavam o console da Nintendo, pelo simples fato que não gostavam dele. Todos os estúdios colocaram seus piores times para trabalhar com o console e ainda culpavam elementos externos para seu jogos não venderem, como o público ser casual.
Yoshinori Kitase, produtor de Final Fantasy XIII, de longe o pior capítulo da série até hoje, afirmou que o que o público espera de Final Fantasy, são gráficos top de linha, apesar da performance recorde de Dragon Quest IX no Nintendo DS, ele vai insistir no mesmo esquema para Final Fantasy Xv, linear e com bons gráficos. Venderá mal em qualquer plataforma que for, inclusive o Wii ou o Wii U.
A iminente morte. Atualmente o Wii U tem um hardware mais potente que o Xbox 360 e PlayStation 3, permitindo que ele ganhe versões superiores de jogos dos dois consoles já estabelecidos no mercado há anos. Ou seja, o Wii U é o Dreamcast 2.
Reginald Fils-Aime, presidente da Nintendo of America, disse que as Third Parties queriam mais potência no Wii, para assim poderem preguiçosamente converter seus jogos das outras plataformas para ele.
Ele receberá suporte por algum tempo, sem decolar nas vendas, mesmo com versões superiores dos jogos, porque obviamente ter os mesmos jogos de outros consoles com gráficos superiores não é o que faz o público escolher um videogame.
Reggie parece ter esquecido do GameCube, onde havia a potência e as Third Parties abandonaram a Nintendo do mesmo jeito, só porque não gostavam dela. Acontecerá novamente, e acontecerá depois como no Wii, quando os próximos PlayStation 4 e Xbox 720 forem mais potentes que o Wii U.
O abandono dos casuais. O público que comprou o Wii e simplesmente foi largado pela Nintendo desde 2009, nunca mais confiará na empresa, pois se antes ela não sabia que estava deixando público para trás, como foi com a evolução do NES -> Super NES -> Nintendo 64 -> GameCube, com a retomada do Nintendo Wii e evolução para o Wii U, a empresa olhou nos olhos deles e deu as costas. Agora a Nintendo pensa que eles são tão idiotas quanto as produtoras.
A impossível recuperação. Quando falei do Nintendo 3DS cheguei a dizer que haveria solução para o portátil se ele oferecesse outro valor excepcional além do 3D e lançasse os jogos certos, mas eu estava errado nessa época pois ainda não tinha percebido que os produtos tem uma identidade por si só.
Não são os jogos que fazem o videogame, é a filosofia dele, os jogos só fortalecem ou enfraquecem essa filosofia. Jogos como Wii Sports e God of War estão de acordo com a filosofia de seu videogame e repelem o consumidor que não esteja de acordo com ela.
Isso significa que não há salvação para o Nintendo 3DS ou para o Wii U. A Nintendo está numa sinuca de bico maior do que em sua época pré-Wii, pois dessa vez não há um novo público para ela conquistar, pois ele se sente traído.
O mercado de jogos ficará bem menos interessante nos próximos anos.
Marcadores:
Análise,
Nintendo,
Nintendo Wii U,
Por que vai falhar
Pixel Clip: We Come Together
Tamo junto ^^\/
A Filosofia Hacker e a Indústria de Jogos
Recentemente a indústria de jogos iniciou uma guerra contra os hackers e eles tem respondido à altura. Se por um lado temos processos contra alguns hackers individualmente, por outros temos ataques como os que tiraram a PlayStation Network do ar por tanto tempo. Sabemos por quais motivos as empresas se defendem, mas por que os hackers as atacam?
Hacker é a classificação dada a qualquer pessoa que tenta subverter os processos dos computadores, fazendo com que eles realizem funções que não deveriam. No entanto, isso não significa necessariamente fazer algo errado, um hacker pode até melhorar a performance de um computador "enganando-o" para fazer coisas de maneira diferente.
A palavra hacker já tem um peso negativo pois normalmente só é ouvida quando se fala de algum crime cometido por um hacker. Ter o conhecimento não significa usá-lo de forma errada. A palavra hacker seria como a palavra "armado". Bandidos armados cometem crimes, mas forças de ordem e até cidadãos também andam armados. Hackers são pessoas armadas de conhecimento.
Quando todos andam armados na Internet, ela torna-se um velho-oeste, e é daí que vem as classificações dos hackers. Como nos filmes antigos de bang-bang em preto e branco, você tem os mocinhos de chapéu branco, os White Hats, e os bandidos de chapéu preto, os Black Hats.
Black Hats são hackers considerados criminosos, que utilizam seus conhecimentos para roubo de dados, fraudes, invasões e todo tipo de atividade danosa à terceiros. White Hats no entanto, poderiam ser divididos em outras duas categorias.
Há hackers que visam estar sempre dentro da lei e da ética, estes normalmente trabalham em firmas de segurança para combater hackers Black Hats. Estes estão completamente dentro do sistema e de suas regras.
No entanto, questionavelmente dentro dos White Hats, há hackers que quebram a lei, desde que acreditem estar agindo com uma moral por trás. Enquanto os Black Hats claramente são criminosos e os White Hats dentro da lei são obviamente pessoas de bem, este terceiro grupo fica numa área cinzenta.
O terceiro grupo segue princípios da filosofia hacker, como liberdade de pensamento e programação, obtenção de conhecimento gratuitamente, defesa de direitos constitucionais, entre outros.
Enquanto fora da lei, muitas das ações desses grupos nos fazem questionar se a lei está com a razão. Sempre podemos nos lembrar da história de Robin Hood como um exemplo de desobediência civil, quando as leis páram de estar de acordo com as necessidades da população.
Por exemplo, enquanto estão errados por violarem a lei, poderíamos considerar hackers anti-éticos quando derrubam os sistemas de governos ditatoriais?
Grupos desse terceiro tipo, como o grupo hacker Annonymous, costumam alegar ataques para chamar a atenção para questões importantes, como protestos ou brechas de segurança das quais Black Hats possam se aproveitar.
Eles foram os primeiros a tirar a PlayStation Network do ar por quarenta e oito horas, apenas para depois alegarem que não prosseguiriam com o ataque pois viram que os maiores prejudicados por isso eram os usuários da rede.
Mais tarde a PSN foi atacada por hackers Black Hats que roubaram dados de usuários. O grupo Annonymous negou autoria desse ataque, dizendo que não era condizente com sua filosofia.
Muitas alegações desses grupos são realmente válidas, como quando a Sony removeu a função Other OS do PlayStation 3 deliberadamente, ação pela qual ela sofre processos hoje em dia, já que uma empresa não pode remover a função de um produto, ou como quando a empresa teve acesso à milhares de endereços de IP em um processo civil contra o hacker George "Geohot" Hotz, direito concedido pela corte da Califórnia, ação que pode ter violado dezenas de leis sobre privacidades e tratados internacionais.
Muitas vezes os hackers tem como alvo essas grandes empresas, quando afirmam que elas praticam "Feudalismo Corporativo", pois devido ao seu tamanho e recursos acabam conseguindo escapar com atitudes que prejudicam o consumidor, o qual fica preso sem opção, pois todas as empresas praticam isso em algum nível, não apenas a Sony.
Independente de concordar ou não com os motivos desse terceiro grupo, é necessário saber que não são eles, nem os outros White Hats, que prejudicam os jogadores e roubam seus dados, mas sim os Black Hats, os quais são realmente criminosos e nem mesmo partilham dos ideais da filosofia hacker.
Hacker é a classificação dada a qualquer pessoa que tenta subverter os processos dos computadores, fazendo com que eles realizem funções que não deveriam. No entanto, isso não significa necessariamente fazer algo errado, um hacker pode até melhorar a performance de um computador "enganando-o" para fazer coisas de maneira diferente.
A palavra hacker já tem um peso negativo pois normalmente só é ouvida quando se fala de algum crime cometido por um hacker. Ter o conhecimento não significa usá-lo de forma errada. A palavra hacker seria como a palavra "armado". Bandidos armados cometem crimes, mas forças de ordem e até cidadãos também andam armados. Hackers são pessoas armadas de conhecimento.
Quando todos andam armados na Internet, ela torna-se um velho-oeste, e é daí que vem as classificações dos hackers. Como nos filmes antigos de bang-bang em preto e branco, você tem os mocinhos de chapéu branco, os White Hats, e os bandidos de chapéu preto, os Black Hats.
Black Hats são hackers considerados criminosos, que utilizam seus conhecimentos para roubo de dados, fraudes, invasões e todo tipo de atividade danosa à terceiros. White Hats no entanto, poderiam ser divididos em outras duas categorias.
Há hackers que visam estar sempre dentro da lei e da ética, estes normalmente trabalham em firmas de segurança para combater hackers Black Hats. Estes estão completamente dentro do sistema e de suas regras.
No entanto, questionavelmente dentro dos White Hats, há hackers que quebram a lei, desde que acreditem estar agindo com uma moral por trás. Enquanto os Black Hats claramente são criminosos e os White Hats dentro da lei são obviamente pessoas de bem, este terceiro grupo fica numa área cinzenta.
O terceiro grupo segue princípios da filosofia hacker, como liberdade de pensamento e programação, obtenção de conhecimento gratuitamente, defesa de direitos constitucionais, entre outros.
Enquanto fora da lei, muitas das ações desses grupos nos fazem questionar se a lei está com a razão. Sempre podemos nos lembrar da história de Robin Hood como um exemplo de desobediência civil, quando as leis páram de estar de acordo com as necessidades da população.
Por exemplo, enquanto estão errados por violarem a lei, poderíamos considerar hackers anti-éticos quando derrubam os sistemas de governos ditatoriais?
Grupos desse terceiro tipo, como o grupo hacker Annonymous, costumam alegar ataques para chamar a atenção para questões importantes, como protestos ou brechas de segurança das quais Black Hats possam se aproveitar.
Eles foram os primeiros a tirar a PlayStation Network do ar por quarenta e oito horas, apenas para depois alegarem que não prosseguiriam com o ataque pois viram que os maiores prejudicados por isso eram os usuários da rede.
Mais tarde a PSN foi atacada por hackers Black Hats que roubaram dados de usuários. O grupo Annonymous negou autoria desse ataque, dizendo que não era condizente com sua filosofia.
Muitas alegações desses grupos são realmente válidas, como quando a Sony removeu a função Other OS do PlayStation 3 deliberadamente, ação pela qual ela sofre processos hoje em dia, já que uma empresa não pode remover a função de um produto, ou como quando a empresa teve acesso à milhares de endereços de IP em um processo civil contra o hacker George "Geohot" Hotz, direito concedido pela corte da Califórnia, ação que pode ter violado dezenas de leis sobre privacidades e tratados internacionais.
Muitas vezes os hackers tem como alvo essas grandes empresas, quando afirmam que elas praticam "Feudalismo Corporativo", pois devido ao seu tamanho e recursos acabam conseguindo escapar com atitudes que prejudicam o consumidor, o qual fica preso sem opção, pois todas as empresas praticam isso em algum nível, não apenas a Sony.
Independente de concordar ou não com os motivos desse terceiro grupo, é necessário saber que não são eles, nem os outros White Hats, que prejudicam os jogadores e roubam seus dados, mas sim os Black Hats, os quais são realmente criminosos e nem mesmo partilham dos ideais da filosofia hacker.
Assinar:
Postagens (Atom)