terça-feira, 11 de outubro de 2011

The Elder Scrolls V: Skyrim e o medo do Tio Zilla

Video feito por mim para aqueles que, como eu, acham que ler é coisa do século passado. XD

Enjoy!

Por que Fóruns de videogame deixam as pessoas mais burras?


Este é um artigo que estava querendo escrever há algum tempo, pois aponta um dos problemas com os jogadores hardcore e sua incapacidade de perceberem as coisas, o fato de que eles se reunem em grupo, em fóruns de videogame, para discutir. Isso os deixa mais burros. Mas por que?

Como é possível ver em outros artigos, sou um grande defensor da inteligência coletiva, que a massa é mais inteligente do que o indivíduo, porém, para isso ocorrer, é necessário que certas condições sejam cumpridas. Esse processo foi explicado melhor em "A Sabedoria das Multidões", de James Surowiecki (não que eu recomende a leitura).

No livro, encontram-se exemplos de inteligência coletiva e como ela funciona. Pega-se um grupo e dele se extrai respostas para uma pergunta. Une-se todas as respostas e tira-se uma média. Esta média será mais inteligente que a resposta do indivíduo mais inteligente do grupo, ela é a inteligência coletiva.

Um dos exemplos do livro é bem simples, contando de uma exposição de gado em 1906. O cientista britânico Francis Galton analisou a resposta de várias pessoas tentando adivinhar o peso de um boi gordo. Os fazendeiros que entendiam do assunto, erraram o peso por uma margem de erro maior do que a média de respostas das pessoas que não faziam a menor idéia do que estavam fazendo lá.

Mas a exposição de gado era um exemplo muito simples e pouco refinado, então Surowiecki cita outro, o desaparecimento do submarino Scorpion. Em maio de 1968 o veículo desapareceu quando voltava para o porto nos Estados Unidos após um último contato pelo rádio e ninguém sabia seu paradeiro.

As muitas possibilidades do que poderia ter acontecido, traçavam uma área de busca de trinta e sete quilômetros de diâmetro, impossivel de se cobrir por completo. A marinha procuraria então alguns especialistas que dariam uns três ou quatro pontos onde eles deveriam procurar e teriam que ficar satisfeitos com isso.


No entanto, um oficial da marinha tinha um plano diferente. Em Blind's Man Bluff (O Blefe do Homem Cego), John Craven comenta como resolveu essa situação. Chamou uma equipe da marinha e ao invés de pedir que ponderassem e chegassem a uma solução, começou um bolão, com uma garrafa de uísque Chivas Regal para aquele que vencesse.

Cada pessoa apostava no que teria acontecido e onde o submarino estaria, visando acertar por interesse próprio. O resultado final é que, a opinião coletiva do grupo, todos individualmente tentando acertar, apontou o campo de busca para pouco mais de 200 metros de onde o Scorpion estava, apesar de estar trabalhando praticamente sem informação.

Essa inteligência coletiva não só existe, como e valorizada, sendo utilizada no que chamamos de Mercados de Decisão, ou Mercados de Previsão, entre outros. No fundo, é também o que gerencia o mercado de ações, com todos individualmente tentando acertar o valor de uma empresa, temos maior chance de determinar qual o valor correto dela. (Não que o mercado de ações seja perfeito, mas isso não é assunto pra esse artigo)

Os sociólogos Jack B. Soll, que dá aula de Tomada de Decisão Gerencial, e Richard Larrick, que ensina várias disciplinas no ramo de liderança e organização, ambos da Fuqua School of Business, dizem que temos esse hábito errado de caçarmos o especialista.

No experimento de Asch (1955), um grupo de pessoas deve olhar para uma sequência de cartões, cada um contendo três linhas de tamanhos diferentes e dizer qual dessas três tem o mesmo tamanho de uma linha de controle designada no início. Começa parecendo um teste de visão.

Você é colocado em quinto lugar na fila e as pessoas vão fazendo o teste. Você consegue vê-las à sua frente e consegue ver a decisão delas. Todas elas acertam todos os cartões, exceto o último, onde você acha que a segunda linha é a mais semelhante à linha de controle, porém, todos os outros responderam ser a terceira.

O único objeto de estudo ali, é você. Os outros participantes são apenas atores, com ordens para escolher erroneamente a terceira linha. Três de cada quatro pessoas vão contra sua própria opinião para acreditar na opinião do grupo e dizem que a terceira linha é igual, ao invés da resposta correta, que seria a segunda.


Isto é pura evolução humana. Como grupo, somos mais inteligentes para assim garantir a melhor chance de sobrevivência possível. Porém, apenas quando somos individuais, nos tornamos mais inteligentes como grupo, caso contrário, produzimos cascatas de informação errada, como acontece no experimento de Asch e nos fóruns.

Para que um grupo seja realmente inteligente, os indivíduos do grupo não devem estar cientes de que fazem parte de um grupo. Todos dentro deste grupo devem agir individualmente buscando encontrar a melhor solução para que o conjunto de suas idéias seja a resposta mais inteligente para um problema.

Porém, quando um grupo toma ciência de que é um grupo, os indivíduos dentro dele param de buscar soluções e passam a buscar aceitação. Acreditam que é melhor errar com a maioria do que acertar sozinho, fenômeno descrito por John Maynard Keynes em "Teoria Geral do Emprego, do juro e da moeda".

Um indivíduo dentro de um grupo não vai querer impôr uma opinião muito diferente da maioria do grupo, pois será criticado. Por isso em fóruns ao invés de encontrarmos pessoas inteligentes com pontos de vista diferentes, encontramos um inconsciente coletivo do que é considerado o certo, o qual por sua vez é a opinião mais morna que ofenda ao menor número de pessoas possível.

O ser humano é imitador por natureza, e isso pode ser bom, quando aprendemos através dos outros, mas pode também ser ruim, quando somente fazemos o que os outros fazem por aprovação social. Temos medo de ir na direção contrária e sermos ridicularizados ou deduzimos que se ninguém o está fazendo, é porque não vale a pena.

Caso vocês se lembrem do vídeo da Brasil Game Show 2010, talvez tenham reparado em algum momento a fila do evento. Havia duas filas, uma gigantesca que virava a rua e uma com pouco menos de cinquenta pessoas. As pessoas da fila grande, não sabiam por que estavam lá, eu ao invés de entrar nela e esperar, dei a volta e entrei pela outra fila.

Essa imitação é exatamente o mesmo mecanismo de segurança que vemos nas formigas. Quando afastadas da colônia, elas têm uma regra básica de sobrevivência: "Siga a formiga da frente", e isso irá salvar suas vidas na maioria dos casos. Existe porém, um evento onde as formigas se prendem em círculos, cada uma seguindo a outra da frente, em looping, até morrerem de fome. São chamados de Circular Mills.



Fóruns de videogame entram em Circular Mills, onde continuam afirmando a mesma coisa e ridicularizando os pontos opostos, sem nunca considerar o que as pessoas falam. Isso leva a bolhas, como acharem que o Nintendo 3DS será um sucesso. E curiosamente, onde há um grupo de "especialistas", está a pior opinião possível.

Por exemplo, no post "Os primeiros meses do Nintendo 3DS", vemos como as pessoas foram agressivas e irônicas com uma opinião contrária, enquanto afirmavam com certeza que o portátil seria um sucesso, algo que claramente não aconteceu. Na verdade, onde esse artigo foi postado, as pessoas ainda reagem com agressividade e negação.

Em todas as comunidades que eu visitei, por volta de 90% das pessoas discordavam do artigo "Porque o Nintendo 3DS vai falhar", dizendo que ele seria um sucesso. Não precisei ir muito longe porém para achar um grupo mais inteligente.

Aqui mesmo, nos comentários do blog, 50% achavam que ele falharia, sendo que este número nem mesmo é confiável, já que parte dos comentários, vieram das comunidades mencionadas, mas já demonstra uma grande diferença de acerto.

Isso significa que quanto mais longe de um fórum de videogames, mais inteligente era o grupo.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Os primeiros meses do Nintendo 3DS


Não, esse não é um artigo de "Eu avisei!". Também não é um churrasco de línguas, apesar de parecer. Este é um artigo de referência para um outro futuro artigo que estará no Balada em breve. Por ora, a idéia é só demonstrar os fatos e determinar que o Nintendo 3DS não está nada bem, além de questionar uma coisa bastante óbvia que falarei a seguir.

Às vezes as pessoas subestimam a análise que fizemos no ano passado. Não foi fácil. Como um amigo me falou: "O Nintendo 3DS tinha tudo pra dar certo. A Nintendo vinha do sucesso do Nintendo DS e Wii, vários jogos de peso foram anunciados para ele, toda a opinião da mídia era positiva e havia grande expectativa por parte dos jogadores. Como você previu isso?".

Mas a verdadeira pergunta é "Por que ninguém mais previu?".

Agora, o site Eurogamer fez uma análise dos primeiros seis meses do portátil. Eles são um site mais focado no mercado europeu e isso é bom, pois lá havia uma peculiaridade, outro sinal positivo, o Nintendo 3DS quebrou vários recordes de pré-venda, os quais não se reverteram em vendas reais.

Todos os jornalistas que experimentaram o portátil durante a Electronic Entertainment Expo, E3, disseram que o 3D sem óculos era algo incrível e que seria o futuro. Várias empresas de peso anunciaram jogos de renome para ele.

Porém, Johnny Minkley, que escreveu o artigo, comentou algo sobre mostrar o portátil para sua mãe e ela ter dito: "O 3D é irritante. Qual o objetivo? E eu não gosto de nenhum desses jogos", depois dizendo que o portátil parecia um retrocesso quando comparado ao Nintendo DS.

Esta simples senhora estava mais sintonizada com o pensamento do mercado de jogos do que todos os jornalistas especializados e todos os frequentadores de fóruns de videogame. Não são eles que deveriam entender do assunto?


Após um lançamento até bom, as vendas caíram um bocado. No Japão, o Nintendo 3DS era o segundo pior portátil de todos os tempos em matéria de vendas, perdendo apenas para o WonderSwan, um aparelho da Bandai exclusivo do Japão.

Satoru Iwata afirmou em Março que esperava que o Nintendo 3DS vendesse mais que o Nintendo DS. Eles esperavam que ele atingisse 4 milhões mundialmente no final de março, sendo que ele apenas atingiu 5 milhões recentemente, após o corte de preço e mais devagar do que o PlayStation Portátil.

No eBay o aparelho era vendido abaixo do preço do mercado, isso porque pessoas compraram o portátil para revender e não encontraram demanda. O site de leilões é um ótimo termômetro para produtos. O Nintendo Wii, por exemplo, era vendido lá por um preço maior do que nas lojas.

O corte de preço, enorme corte, diga-se de passagem, veio em menos de seis meses de lançamento, o que a própria Nintendo reconheceu ser algo sem precedentes em sua história. Para compensar quem comprou antes, ela deu jogos de Nintendo 8 Bits e GameBoy Advance e os chamou de Embaixadores, ou seja, otários.

O lançamento de novas cores e o corte de preço aumentou um pouco as vendas, mas não é algo que irá durar. Terá pernas longas, pois como dito, foi um corte muito expressivo. Foi como empurrar várias pessoas que estavam à beira de um abismo de indecisão ao mesmo tempo.

Porém, ainda há muito mais pessoas afastadas do Nintendo 3DS, um público que ele não conseguirá conquistar. Então uma vez que esse novo grupo que o preço ajudou a alcançar, comprá-lo, as vendas voltarão a cair vertiginosamente.

Ainda no Japão, o aparelho está tendo uma dificuldade imensa para se manter à frente do PlayStation Portátil, que é da geração passada e já estaria morto, se a Nintendo não tivesse abandonado o Nintendo DS. As pessoas estão tendo dúvidas ao escolher entre o Nintendo 3DS e o PSP, imagine quando chegar o novo portátil da Sony, o PS Vita.

Algo que eu mencionei na recente análise do Wii U, dizendo que ele iria falhar como o Nintendo 3DS, era sobre a falta de diferenciação entre o Wii e o Wii U, da mesma forma que ocorre com o Nintendo DS e 3DS, um ponto que os jogadores não entendem que atrapalha.


No Reino Unido, lojas estão colando adesivos para diferenciar as caixas do 3DS, pois clientes estão comprando os jogos do novo portátil pensando que funcionarão no seu Nintendo DS. Estas pessoas não são idiotas, como a indústria quer que você pense.

Essas mesmas pessoas disseram que não tem interesse no efeito 3D. Em uma recente pesquisa, 51% das pessoas disseram que se sentiriam incomodadas se o efeito se tornasse padrão nos videogames. Já havíamos dito isso há muito tempo. Agora a Nintendo está se esforçando em demonstrar que o 3D pode ser desligado e mudar o foco do portátil, como indicam algumas propagandas europeias, mas isso não é mais possível.

Notem que a maioria dos sinais de fracasso estão vindo da Europa. O que eu reparei recentemente é que a Nintendo da Europa já notou que o Nintendo 3DS e o Wii U não vão dar certo. Eles prepararam uma versão mais barata do Wii para permanecer no mercado e expandiu sua linha de jogos, com Xenoblade Chronicles, The Last Story e Pandora's Tower, pois sabe que terá que apertar o cinto depois.

O repórter da Eurogamer encerra sua análise cometendo o mesmo erro que todos cometeram no lançamento do Nintendo 3DS, achando que basta esperar Super Mario 3D Land e Mario Kart 7 serem lançados. Assim como antes as pessoas achavam que bastava lançar The Legend of Zelda: Ocarina of Time, ou no tempo do PSP, esperavam Grand Theft Auto.

Mario 64 e Mario Kart 64 não impediram o Nintendo 64 de perder a liderança pro PlayStation, Mario Sunshine e Mario Kart: Double Dash!! não impediram o GameCube de perder a liderança para o PlayStation 2.


O aparelho tem sua própria identidade a qual se reflete nos jogos que serão lançados para ele. E se Super Mario 3D Land e Mario Kart 7 não farão nada por ele, Luigi's Mansion 2 e Kid Icarus também não, nem Tales of the Abyss ou Metal Gear Solid 3D. Nem mesmo Nintendogs+Cats ajudou, pois como vimos, não era para o público expandido.

Eu fui em vários fóruns, comunidades e blogs onde o artigo "Por que o Nintendos 3DS vai falhar" foi postado e colhi os comentários feitos, incluindo aqui no blog. Alterei um pouco e misturei para que as pessoas não pudessem ser identificadas, já que a ideia não é realmente caçoar delas, mas sim demonstrar que a imensa maioria (90%) das pessoas que deveriam ser os "especialistas" apontavam na direção errada.

Aposto que neste exato momento a mãe do repórter está dizendo que o Nintendo 3DS vai falhar, mas ele continua escrevendo coisas positivas sobre ele. Por que a mãe de Johnny parece saber mais sobre o mercado de jogos do que um jornalista de jogos e frequentadores de fóruns de videogame? Isso é assunto para o outro artigo.

Fiquem com a lista de respostas, posts e comentários. A minha preferida é "Vai falhar o sistema de tanto vender".
  • "Mesma declaração da Outerspace sobre o Nintendo DS: "O portátil errado na hora errada""
  • "Nem preciso ler, a Nintendo já fez o nome com o DS, agora vai continuar vendendo"
  • "Sei... lá vamos nós de novo..."
  • "Acredito que o 3DS terá apelo aos jogadores casuais"
  • "Pior coisa que já li nos últimos tempos"
  • "A pessoa tem que se informar antes de falar pra não dizer besteira. Nintendo DS e Wii são os maiores sucessos e 3DS será também"
  • "O achismo não leva a lugar nenhum. Melhor esperar os fatos"
  • "Ah sim! Vai ser um fracasso! Como o Wii e o DS *ironia*"
  • "Só achismo e prepotência"
  • "O cara cria um artigo desses só pra chamar atenção, deve ser Sonysta"
  • "Sou obrigado a ler uma coisas dessas..."
  • "A Nintendo voltará a se focar no público hardcore, sem esquecer o casual! É uma fusão perfeita!"
  • "O preço está um pouco alto, mas será um sucesso"
  • "Argumentos péssimos, o cara é muito mal informado"
  • "A Nintendo não abandonou o público casual"
  • "O preço é alto, mas os jogos estão ótimos!"
  • "Se você é tão bom assim de análise vai ser Presidente da Nintendo"
  • "Ri muito do artigo"
  • "Ah, claro! Vai falhar sim! Espera sentado *ironia*"
  • "Quando o 3DS estourar em vendas vou esfregar esse artigo na sua cara"
  • "Em que mundo você vive?"
  • "Um dos artigos mais idiotas que já li"
  • "Meu Deus, mas quanta bobeira"
  • "Tanta bobagem escrita num texto só..."
  • "Não vai falhar, disseram o mesmo do Wii"
  • "Nem li e já digo que está errado, não vai falhar, só por ser o sucessor do DS"
  • "Nunca houve um portátil da Nintendo que falhou"
  • "Não vai falhar, tem apoio das third parties"
  • "O cara se baseia em teorias universitárias e se esquece da prática. Todos estão apoiando o 3DS, vai ser sucesso"
  • "Às vezes me pergunto se liberdade de expressão é uma coisa boa..."
  • "Nunca li tanta idiotice na minha vida"
  • "O 3DS é a oportunidade perfeita de fundir os públicos hardcore e casual"
  • "Nintendo irá dominar todo o mercado, harcore e casual"
  • "É tão cheio de achismo que chegar a dar vergonha. Você não entende nada de jogos. Guarde sua opinião pra você"
  • "Duvido! No Japão só dá Nintendo!"
  • "O cara lê livro de Oceano Azul ou Oceano Vermelho e acha que é tudo exercício de escola"
  • "Nem preciso ler o texto pra saber que é um lixo"
  • "Nintendo sempre foi e sempre será líder nos portáteis. Agora mais do que nunca"
  • "Em pouco mais de seis meses já vai estar passando até o PSP"
  • "Confio em Shigeru Miyamoto"
  • "Análise prematura, as coisas ainda podem mudar"
  • "3DS será um sucesso! É inovador, tem uma biblioteca para hardcore e casuais e ainda conta com as franquias da Nintendo: Zelda, Mario, Pokémon"
  • "Não vai falhar de jeito nenhum. Não em vendas"
  • "Só falou besteira"
  • "Nintendo continuará expandindo o público. Satoru Iwata já disse isso"
  • "O único problema é o preço"
  • "Se fosse tão ruim não teria apoio de tantas empresas"
  • "3DS não é hardcore, vai ter Nintendogs, Mario Kart, Animal Crossing. Vai fundir hardcore com casual"
  • "O único incômodo do 3DS é a falta de um segundo analógico, só precisam resolver isso"
  • "Quanta besteira, a Nintendo não está abandonando os casuais"
  • "Isso é só medo da novidade, depois passa"
  • "Ah sim, o senhor excelentíssimo dono do blog "Na Balada do Mario Bros" deve saber mais de mercado do que a Nintendo *ironia*"
  • "Tem que ser muito burro pra apostar contra o Nintendo 3DS"
  • "Os jogadores casuais serão atraídos pelo 3D sem óculos"
  • "Viajou muito pra querer pagar de analista"
  • "Já cansei de falar o quanto este artigo está errado. 3DS será o maior lançamento da história dos videogames"
  • "A Nintendo não cometeria um erro desses"
  • "As pessoas diziam a mesma coisa do Nintendo DS"
  • "Não li, não lerei e afirmo que é impossível o 3DS falhar"
  • "Só vai falhar em atender toda a demanda gerada"
  • "3DS faz tudo que o antecessor fazia e ainda tem 3D. Quem escreveu esse artigo deve estar zuando"
  • "o 3DS é disruptivo, venderá muito, assim como o Wii e DS"
  • "Falou a Mãe Dináh"
  • "Claro que não vai falhar. A Nintendo continua no Oceano Azul"
  • "Nintendo domina os portáteis"
  • "Vou rir muito quando o 3DS for um sucesso estrondoso"
  • "Não consigo entender como existem pessoas que apostam contra o 3DS. A Line-Up inicial é uma das melhores que já vi"
  • "Li até a metade e não aguentei de tanta besteira. Em todos meus anos de vida nunca vi tanta aceitação quanto com o 3DS"
  • "Volto pra cobrar depois"
  • "Vai falhar que nem o Nintendo DS... oh wait *ironia*
  • "As mesmas previsões foram feitas contra o Nintendo DS. Não tem como não ser sucesso um aparelho desses"
  • "Vai vender muito mesmo sendo caro, como produtos da Apple"
  • "Só quem vai falhar é você"
  • "Estou muito satisfeito com o que a Nintendo apresentou. Acredito que o portátil será sucesso com o público e ditará tendências"
  • "Só a mãe do cara pra falar bem desse texto"
  • "Essa teoria toda é muito furada"
  • "Besteira, Nintendo não vai abandonar o mercado casual"
  • "Isso é choro de Sonysta"
  • "O DS fez um nome de força, o 3DS explodirá logo no lançamento"
  • "Para de pedir pra sua mãe elogiar o texto"
  • "Nem vou ler. Falavam a mesma coisa do Nintendo DS"
  • "Vai imprimir dinheiro"
  • "HAHAHAHA! Quem escreveu essa baboseira? Claro que o público está doido por 3D sem óculos"
  • "Muito fantasioso e cheio de suposições"
  • "Um portátil que terá The Legend of Zelda: Ocarina of Time não pode falhar"
  • "Só sua família pra dizer que gostou disso"
  • "Muita bobagem, não aguentei ler até o fim. 3DS não vai falhar, tem o nome do DS e tem ótimos jogos"
  • "O cara é vidente *ironia*"
  • "A Nintendo só vai falhar em produzir tanto 3DS. Como o Wii que faltava nas lojas"
  • "Você nem deve ter lido A Estratégia do Oceano Azul, ou se leu, não entendeu. Está muito errada essa análise"
  • "Como diz que um console que nem foi lançado vai falhar ou não?"
  • "Falou bobagem aí, campeão"
  • "Li e digo que o 3DS não vai falhar, tem muitos jogos bons"
  • "Não pode falhar, porque vai ter jogos como The Legend of Zelda, Resident Evil, Star Fox"
  • "Vou lembrar desse artigo quando o 3DS for um sucesso"
  • "Discordo. Não há motivo para se pensar que a Nintendo voltou para o público hardcore"
  • "Vai falhar trazendo uma tecnologia inovadora? Não mesmo"
  • "O cara só quis falar mal de algo que todos falam bem pra ganhar audiência. Depois que o 3DS for um sucesso, ninguém vai mais lembrar dele"
  • "Deviam proibir esse cara de escrever, nunca vi tanta besteira"
  • "Quase me convenceu"
  • "Coisa de Sonysta querendo que o portátil falhe"
  • "Viajou legal hein. O 3D é uma evolução natural"
  • "Analistas nunca acertam nada"
  • "Impossível dar credibilidade pra uma análise dessas. Não vai falhar porque tem The Legend of Zelda: Ocarina of Time"
  • "Diziam o mesmo do Nintendo DS e deu no que deu"
  • "Vai falhar o sistema de tanto vender"

Simples como morder uma maçã


Recentemente a morte de Steve Jobs tomou toda a internet e imprensa. Sabíamos que ele estava muito doente, sofrendo de um câncer no pâncreas, mas como um membro da família, ninguém esperava sua partida tão jovem.

É fácil se derreter em elogios hoje em dia, dizendo que ele era um grande administrador, mas comumente isso o reduz apenas a um gerenciador de sucessos e várias vezes atribui erroneamente suas vitórias apenas ao marketing e à marca. Afinal, o que era especial em Steve Jobs? Ele me lembra um outro grande visionário.

Assim como o Fundador e Presidente da Sony, Akio Morita, o Fundador e Presidente da Apple, Steve Jobs, vinha de uma outra geração de executivos, com grande capacidade de leitura do cliente individual, assim como do mercado como um todo, sagazes e disruptivos.

Pois inovar e ser original, é muito fácil, difícil é fazê-lo na medida certa para o público certo. Steve Jobs acertou strikes suficientes, um atrás do outro, para provar que não contava meramente com a sorte.

O iPod, assim como o Walkman de Akio Morita, atendia algo básico como a vontade de ouvir música a qualquer momento em um mundo onde as pessoas não queriam mais carregar fitas K7, mas sim arquivos MP3.

o iPhone oferecia às pessoas uma alternativa para quem não queria participar da corrida armamentista dos celulares, que a cada semana ficavam ultrapassados por modelos mais "modernos" que não faziam nada de interessante.

o iPad foi um disruptor, oferecendo às pessoas uma tela interativa que elas poderiam levar com elas para fazer qualquer coisa que estivessem acostumadas a fazer em telas, sem mais estarem presos a esses aparelhos.

Todos eles têm algo em comum, que Steve Jobs e Akio Morita percebiam: o público compra um produto para realizar um trabalho.

Eu posso carregar músicas no iPod que antes eu não podia, eu posso manter meu iPhone por mais tempo do que um Nokia e eu posso usar o iPad para fazer coisas que antes eu fazia no meu Netbook ou Laptop.

Por mais que as pessoas pensem que esses produtos vendiam apenas pelas marca da maçã, pois com outros aparelhos era possível fazer tudo que eles faziam e ainda mais, eles eram perfeitos para realizar os trabalhos que lhes eram atribuídos, logo eram a melhor opção para atender a necessidade do seu público. Simples como morder uma maçã.

Infelizmente, poucos executivos hoje em dia têm essa visão e eu duvido que Steve Jobs tenha conseguido explicar isso para seu sucessor na Apple. O mesmo aconteceu na Sony, após a morte de Akio Morita, a empresa nunca mais recuperou seu espírito disruptor.

Hoje em dia, os muitos modelos de iPhone e iPad, como o recentemente anunciado iPhone 4S e o iPad 2, afastam as pessoas, e já são erros que irão alienar a base de usuários da Apple a longo prazo. O mercado de ações será implacável e logo a empresa perderá boa parte de seu valor, enquanto manterá sua forte estrutura tecnológica, como a Sony.

Sem Steve Jobs o destino da Apple é deixar de ser uma grande empresa para se tornar apenas uma empresa grande.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Indústria de Jogos como uma Praga de Gafanhotos



Muitas vezes eu falo que a indústria de jogos é uma vilã, uma verdadeira praga para os jogadores e muitos acreditam que não há um motivo para toda essa revolta, alguns até simpatizam com ela. Vamos entender um pouco qual a motivação da indústria e por que isso é uma coisa ruim.

Porém, só comparar a indústria a uma praga é muito fácil, o importante é vermos o porquê. E por que não dar alguns nomes aos bois? A indústria nesse caso é representada por algumas das grandes publicadoras de jogos, como Electronic Arts, Ubisoft, Activision e THQ, apesar de vários outros pequenos estúdios participarem também.

Obviamente o objetivo principal de uma empresa é ganhar dinheiro, e isso por si só não é ruim. Pessoas que defendem a parte criativa acreditam que o dinheiro suja a arte, mas não há maior júri da qualidade do seu produto do que o público que paga por ele.

Não adianta uma empresa fazer jogos que a crítica idolatra, e que talvez até você goste, se eles não vendem para o público. Esses jogos se tornam comercialmente inviáveis e você nunca mais verá uma sequência dele e sua empresa favorita pode ir à falência.

O problema está justamente na medida. Ganância e egocentrismo faz com que a indústria veja o jogador apenas como uma carteira a ser ordenhada. A única maneira correta de se fazer um negócio crescer é criando mais clientes, vendendo para mais pessoas.

A indústria se recusa a vender para mais pessoas, pois não quer mudar seu jeito de fazer as coisas. É fácil vender sempre o mesmo jogo de tiro com nova roupagem ou o mesmo jogo de esporte ano após ano, difícil é conquistar novos clientes com qualidade excepcional e fazendo o que o público deseja.

Se eles não pretendem criar mais clientes, como eles querem crescer? A resposta só poderia ser uma, eles querem extrair cada vez mais dos mesmos clientes. Nunca se pagou tanto por um jogo na história da indústria.

Os títulos ficaram mais caros, de US$ 50 para US$ 60, e você ainda tem que pagar por conteúdos por download, que vão desde a itens opcionais até novos capítulos de história. E não adianta comprar usado, pois agora existem os Online Pass, que exigem que para jogar online você pague uma taxa.

O jogador hardcore, com frequência é feito de bobo por essas empresas, pois elas se aproveitam do seu vício. Ele não é como o consumidor casual, ele não pode ficar sem seus videogames, ele é obrigado a pagar esse preço.


Você já pensou por que se referem aos gafanhotos como uma praga? Isso se deve ao fato do apetite voraz do inseto o obrigar a devorar o equivalente a seu próprio peso diariamente. E quanto mais come, maior fica, é insaciável, devastador e ainda por cima anda em grupo. Em grandes quantidades podem consumir toneladas.

Existe essa loucura máxima no capitalismo que é uma busca por eterno crescimento nas empresas. Se sua empresa vale 1 milhão em ações, é bom que ao final do ano ela valha 1 milhão e 250 mil para que os investidores fiquem satisfeitos. O mercado investe em empresas esperando seu crescimento, caso isso não ocorra, eles tiram seu dinheiro de lá.

O que Clayton M. Christensen comenta tanto é que para uma empresa de 1 milhão, crescer 25% não é uma questão tão impossível conseguir 250 mil, mas para uma empresa de 1 bilhão, é bem mais complicado conseguir 250 milhões. Não só isso, é necessário manter um ritmo constante.

Daí a analogia do gafanhoto, as empresas precisam manter seu tamanho e ainda crescer, constantemente, são insaciáveis. Isso significa que não importa quanto você esteja pagando por um jogo, nunca será suficiente para elas.

Quando uma empresa encontra uma nova plantação, uma nova febre do ouro, como jogos musicais, jogos de dança ou coletâneas de minigames, elas avançam em massa para devorá-la rapidamente até que não sobre nada.

A moral da história é que nada pode florescer nesse ambiente.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Morre a ultima esperança


Se havia alguma série que não tinha se entregado ao ciclo da decadência era a série de RPG japonês Dragon Quest. No Super Nintendo enquanto todos clamavam por gráficos 2D impecáveis, Dragon Quest IV e V tinham personagens pixelados um pouco acima do Nes. Mas o jogo compensava com uma trilha sonora sublime, mundos fantásticos, batalhas épicas e muito desafio. O mesmo ocorreu no Play Station 1. Com a Square "monopolizando" o mercado de computação gráfica,a Enix com Dragon Quest VII chegou com gráficos modestos e desbancou Final Fantasy IX. A série só foi ganhar um visual caprichado com o oitavo jogo da série graças a fusão da Square e a Enix. Quando finalmente todos achavam que a série perderia a mão, foi onde nos surpreendemos novamente e nem mesmo os recursos visuais avançados tiraram a simplicidade da série. A mecânica do jogo permaneceu inalterada. Enquanto os críticos de longa da da série xingavam, os fãs ovacionavam a atitude ousada da Square-Enix. O nono foi um passo ainda mais ousado: o primeiro para um portátil. Mais reboliços por parte dos críticos de plantão e foram calados mais uma vez. Dragon Quest provava de uma vez por todas que uma boa mecânica e um excelente conteúdo era suficiente para agradar o publico.

Só que algo mudou...e pra pior. Essa semana foi anunciado Dragon Quest X para o Wii e não foi nada como nós esperávamos. Existe uma mania besta na industria de jogos de que jogos com mecânicas repetidas enjoam e os jogadores tendem a buscar coisas novas. Eles só acertaram a segunda parte. O publico realmente quer novas coisas, mas elas não são mecânicas novas e sim conteúdo novo. Querem novas terras paras explorar, novos monstros pra derrotar, novas armas e itens para coletar. Mudar a mecânica de um jogo significa ter que aprender tudo novamente. Algumas mudanças estratégicas são bem vindas, como em Super Mario Bros 3 onde mudaram a física do pulo de Mario para que os jogadores se adaptarem novamente a dificuldade do jogo. Mas em um RPG não há necessidade de mudanças drásticas.

Dragon Quets X chega com uma missão ousada como os dois antecessores, mas nessa vez da pior forma possível. Transformaram Dragon Quest em MMO, ou seja, um RPG massivo online. Uma clara tentativa de cobrar mensalidade dos japoneses viciados na série e a Square lucrar horrores. Eles não estão errados nisso, é perfeitamente compreensivel e a idéia é boa. O problema é mudar o foco da série principal. Dragon Quest era uma série que mantinha os elementos da velha escola e agora tudo foi pro ralo. Expandir o publico é importante, mas manter o antigo é tão quanto. Se fosse um spin off ninguém estaria reclamando, mas matar a aventura principal para mudar o modelo de negócios é dar um tiro no pé.

Ainda acredito que a aventura principal single player possa ser tão divertida quanto os anteriores mas acho difícil. Da pra notar pelos vídeos que o sistema de batalha foi desenvolvido todo no foco online e não há mais como controlar NPCs nas batalhas. Os cenários estão gigantescos porém vazios, típico de MMOs.

Uma pena que a ultima chama esteja prestes a se apagar.

sábado, 27 de agosto de 2011

Qual o segredo de Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion?



Ou título alternativo: "Por que há tantos jogos de mundo aberto ultimamente?"

Qualquer um acompanhando a indústria ultimamente vai reparar uma nova moda, jogos "sandbox", que ocorrem em um mundo aberto, mas eles não são o tipo de "sandbox" de Grand Theft Auto, então vamos chamá-los de Open World ou mundo aberto mesmo.

Quem liderou o movimento foi a Bethesda Softworks, com Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion, jogos que após publicados criaram um efeito cascata. Agora temos, The Elder Scrolls V: Skyrim, Dragon's Dogma, RAGE, Red Dead Redemption, entre vários outros jogos que deixam você em um mundo aberto para se aventurar.



Mas eu não preciso dizer que tem algo errado aqui, não? Sempre que a indústria se encaminhar em massa em uma direção, desconfie. Este é mais um caso de uma empresa tropeçando em ouro e outras cavando em volta. Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion fizeram algo certo, mas não o suficiente.

Sabemos que os jogos de hoje em dia perderam os valores de antigamente, os que nos faziam nos divertir por longas horas. Um jogo de aventura antigamente realmente nos prendia por muito tempo e não apenas seguindo uma história.

Pense em The Legend of Zelda do NES. Não há objetivo no jogo, eles te dão uma espada e deixam você vagar pelo mundo. Eventualmente você descobrirá os dungeons e todos os seus segredos, cada vez ficando mais poderoso.

Nos dias atuais ninguém consegue mais fazer um jogo como o primeiro The Legend of Zelda, mas títulos de mundo aberto são uma simulação dessas antigas sensações. Por isso estão vendendo feito água no deserto, os jogadores estão sedentos por algo assim.

Eles ainda não são "The Real Thing", eles são apenas uma simulação. Isso porque os jogos de antigamente eram feitos com um extremo cuidado que já não existe mais.

Não basta ter um mundo aberto, ele tem que ser convincente e relevante. Não basta ter escolhas, elas tem que ser interessantes. Jogos como Fallout 3 e The Elder Scrolls IV: Oblivion raspam a superfície desses elementos, como no ditado, "em terra de cego, quem tem um olho é rei". Não existe mais algo como os jogos de antigamente nos dias de hoje, eles não tem competição.

The Legend of Zelda seria o exemplo ideal de mundo aberto. Nada está lá deliberadamente, você não pode retirar parte alguma de Zelda e ao mesmo tempo não precisa passar por parte nenhuma específica para se divertir. Há algo maior ali do que explorar aquele mundo.

Nos jogos da Bethesda você tem um grande mundo para explorar e evoluir, mas é tudo muito artificial, não natural como antigamente. Você pode retirar um pedaço inteiro do jogo e ele ainda pareceria o mesmo. Você consegue apontar um momento que diz: "esta foi a melhor parte do jogo".


Você não consegue fazer isso no primeiro The Legend of Zelda porque há uma experiência, maior do que o mundo a ser explorado, maior do que a evolução do seu personagem, há algo acontecendo do lado de fora da tela, um sentimento de aventura.

Atualmente os jogos só conseguem reproduzir um ou outro elemento dessas grandes jornadas de outrora. Jogos como Minecraft nos dão medo e sensação de aventura pois não é seguro sair à noite. Mundos abertos nos dão a impressão de que pode haver qualquer coisa lá fora e nos permitem usar nossa imaginação.

Mas no fundo, só existem as mesmas coisas que estamos cansados de ver no mundo dos jogos, pois só mudou-se a forma que elas são dosadas. A atitude na criação de conteúdo ainda é a mesma. Eles não respeitam a nossa imaginação, eles não querem que façamos parte do jogo, apenas nos deixam percorrê-lo.

O verdadeiro segredo por trás dos jogos da Bethesda é que eles não brilham com a mesma intensidade das aventuras de antigamente, mas para quem está na escuridão por muito tempo, até mesmo uma fraca luz pode ser confundida com o sol.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

NÃO

DEFINITIVAMENTE NÃO!


Mas que merda é essa meu deus?!!! Não é uma satira, é verdadeiro. Isso daí é um jogo pro Wii. A Nintendo permite um lixo desses, mas trazer Xenoblade nada. Na boa... chega!

domingo, 14 de agosto de 2011

Nintendo vai falir... Sério!




Quantas vezes já não ouvimos isso antes? "Nintendo vai falir", se tornou uma piada interna entre fóruns. Oras, era impossível a Nintendo falir, eles sempre ganharam muito dinheiro com seus jogos, consoles, portáteis.

Era fácil discernir um noob por essa frase, um cara que não manjava nada de videogames de vez em quando soltaria essa pérola "Nintendo vai falir" pois ele e as pessoas que conhecia, não ligavam muito pros jogos da empresa. Obviamente a Nintendo continuava faturando horrores e essa afirmação não tinha nenhuma base.

O problema é que agora não é mais um noob que está dizendo isso, o risco é real. Recentemente a Nintendo tem feito escolhas estúpidas e inexplicáveis. Não dá pra colocar de qualquer outra forma, são erros grosseiros que a tem levado para um caminho terrível.

No entanto, só isso não faria a empresa correr um risco. Eu cheguei a pensar como seria impossível a Nintendo falir e eu não tinha por que me preocupar. Eles são uma empresa japonesa inteligente, não abocanham mais do que podem engolir, não colocam a cabeça pra fora da terra antes de ter certeza que está seguro.

Não importava se havia um grande concorrente chegando, eles não seriam varridos do mapa. Mas aí eles simplesmente perderam toda a noção. A Nintendo fez tudo que você não espera que a Nintendo faça.

Aliás, eu ainda não falei quem é o grande concorrente. A Apple. Claro que agora a maioria das pessoas não acha que a Apple é um problema, não acha que jogos de celular são um problema e que o iPad ou o iPhone sejam plataformas de verdade, mas não é o agora que importa, é o amanhã. E o amanhã da Nintendo não promete um passeio na praia.

Dessa vez eu farei algo diferente. Normalmente eu me foco no livro "A Estratégia do Oceano Azul", o qual Satoru Iwata anunciou publicamente ter lido para conceber o Nintendo DS e o Nintendo Wii.

No entanto, ele também disse ter lido "The Innovator's Dilemma", e é nesse que vamos nos focar para mostrar como a Nintendo está seguindo um script completamente previsível que a levaria para sua própria destruição. E o mais irônico é que ela já leu esse script antes.



A Queda

Satoru Iwata, presidente da Nintendo, cortou seu próprio salário em 50% do valor (supostos US$ 2 milhões), com outros executivos cortando 30% e um terceiro grupo, 20%. Hiroshi Yamauchi, ex-presidente da Nintendo, tecnicamente perdeu por volta de US$ 300 milhões em desvalorização dos seus 10% de ações da empresa.

Se você tem acompanhado as notícias a respeito da Nintendo e do Nintendo 3DS, sabe que as coisas andam bem mal para a companhia. Mas quão mal? A queda das ações e os cortes de salário são um sinal nível laranja. A empresa ainda não está em risco, mas está com medo. E ainda vai piorar.

No momento eles estão em extrema confusão. Eles não sabem por que as pessoas não estão comprando o Nintendo 3DS, não sabem que a filosofia dele está completamente errada, então gastarão todas as suas forças (dinheiro) nadando contra a correnteza.

Mas a Nintendo é (era) inteligente. Eles sempre conseguiram lucrar muito, até mesmo na época do Nintendo 64 e GameCube quando as pessoas erroneamente pensavam que ela estava falindo, pois sua popularidade estava em baixa. Na verdade, muitas vezes a Nintendo faturou mais do que a Sony, que era líder de mercado.

Como vencedora da geração com o Nintendo Wii, a empresa fez mais dinheiro do que jamais se imaginou ser possível na indústria. Custos de produção baixos e lucros altíssimos. Fotos com os consoles dizendo "It Prints Money" (Imprime dinheiro), eram uma onda na internet. As reservas deles estão em alta, como eles poderiam falir?

Erros custam caro, mas custam especialmente mais quando você não se prepara para eles. E pra piorar, o que come dinheiro de verdade é você persistir no erro. O fato do Nintendo 3DS ter falhado não custará tanto para a Nintendo quanto continuar tentando torná-lo um sucesso.

E é aí que a Nintendo está se arriscando demais. Ela abaixou o preço do Nintendo 3DS de US$ 250 para US$ 170. Até aí, um erro de A Estratégia do Oceano Azul, pois como sabemos, cortes de preço só demonstram desvalorização, o que não é nada bom para seu produto.

Porém, segundo a Bloomberg Japan, a Nintendo está subsidiando o portátil. Isso significa que ela tem prejuízo para cada unidade vendida. Esse é o tipo de estratégia que veríamos Sony ou Microsoft usando.

Esse é o grande erro da Nintendo. A Sony conseguiu queimar todo o seu lucro com o PlayStation 2 tentando alavancar o PlayStation 3, e o que ganhou com isso? Ele não liderou, fica lutando ferrenhamente por um segundo lugar e está muito mal das pernas. Não fosse o console um cavalo de Tróia para o Blu-Ray, seria um fracasso.

A Nintendo pode acabar queimando todo o seu lucro do Nintendo Wii e Nintendo DS tentando fazer o Wii U e o Nintendo 3DS ganharem alguma projeção. É uma possibilidade real e é simplesmente assustadora.


A Disrupção

Imagine que você pudesse usar uma peça de teatro para reger sua vida e escolhesse então a tragédia romântica Romeu & Julieta de Shakespeare. Você leu todo o script, leu a parte em que os jovens morrem e ainda assim decide interpretar o papel de Romeu. Então você diz: "Mas quando eu beber o veneno, não vou morrer". Parece uma idéia lógica?

Em The Innovator's Dilemma, livro que Satoru Iwata disse ter lido, então eu espero que ele não esteja mentindo, há todo um script que conta da morte da Nintendo, só não com o nome dela. A empresa tomou o veneno e acredita que não vai morrer. Você começa a se perguntar se eles realmente leram o script.

Este script no livro de Clayton M. Christensen fala sobre um fenômeno chamado Disrupção (Disruption), que é quando uma empresa cria uma ruptura no modelo de negócios de outra empresa, nem sempre concorrente direta, seja tecnológica ou culturalmente.

A concorrente da Nintendo hoje em dia não é a Sony ou a Microsoft, mas empresas que estão criando uma disrupção em seu modelo de negócios, como Apple com os Apps nos iPhones e iPads e empresas como a Zynga com seus jogos sociais para o Facebook. Elas estão mudando o mercado de baixo para cima.

Hoje elas não parecem uma ameaça, não parecem um modelo de negócios interessante, não parecem algo que os jogadores de videogames queiram e esse é o real problema. São todas características clássicas de disrupção.

Eles não parecem competidores diretos. As margens de lucro não parecem atraentes no início. Seus clientes de mais alto nível não podem utilizá-las. Imagine que agora o script é de Davi e Golias. Você sabe como a história acaba e ainda assim você aposta em Golias, só porque ele é maior.

Tanto em The Innovator's Dilemma, quanto na continuação, The Innovator's Solution, Christensen descreve em detalhes o que acontece com empresas quando enfrentam uma disrupção. A maioria delas é completamente destruída, enquanto outras se tornam apenas uma sombra do que já foram.

Você se lembra quem eram os líderes de mercado na produção de televisões à válvula antes da tecnologia dos transistores popularizada pela Sony? Provavelmente não. O script coloca a Nintendo no papel de uma dessas companhias.

Quando a disrupção surgiu, as companhias que produziam TVs à válvula encararam assim: Não parecia uma ameaça, os lucros não eram atraentes pois não podiam fazer televisores melhores com eles, logo seus clientes exigentes não iriam querer um produto inferior.

Por um tempo essas companhias tiveram grandes lucros, bateram seus recordes de rentabilidade e foram às alturas. Antes de serem completamente esmagadas pelo mesmo elemento que eles descartaram como sendo desinteressante.

Um exemplo semelhante e mais obscuro que Christensen cita, que eu já vou explicar por que é relevante, é sobre escavadeiras hidráulicas contra escavadeiras de cabo de aço. A história se repete, a versão hidráulica foi descartada por não ser uma ameaça, não aguentava tanto peso quanto as de cabo de aço e os clientes não as queriam.

A relevância desses dados é que nessa época, quarenta empresas produziam escavadeiras de cabo de aço. Uma empresa introduziu escavadeiras hidráulicas. Dessas quarenta, quatro empresas conseguiram sobreviver. É contra esta força que a Nintendo está lutando.



O Veneno

De tudo isso dito, o mais impressionante é que Satoru Iwata leu The Innovator's Dilemma e ainda assim está seguindo tudo que diz no script para acabar morto ao lado de sua amada Julieta.

A Nintendo olhou para o modelo da Apple e disse: "Não é uma ameaça, os lucros não são atraentes para nós e nossos usuários não estão interessados nesse tipo de experiência".

O que todas as empresas que apresentam uma disrupção tem em comum é que elas começam de baixo para cima. Elas realizam um movimento chamado "upmarket", onde vão subindo até se tornarem uma concorrente e vencerem. Quando as companhias percebem, é tarde demais.

É quase impossível sobreviver à uma disrupção, é uma reviravolta de mercado muito agressiva. Se você se preparar extremamente bem para tal, pode conseguir. Ao invés disso, o que a Nintendo irá fazer? Gastar muito em dois consoles que não deram/darão certo.

O Nintendo Wii e o Nintendo DS foram disrupções de sua própria maneira, mas agora a Nintendo acredita estar fazendo um movimento upmarket, quando não está, e isso irá deixá-la fragilizada, pois está cega para a disrupção que os Apps e jogos sociais estão trazendo.

Pessoalmente eu acredito que a Nintendo vá falir? Não. Mas eu sou um fã. Eu não quero acreditar em um mundo dos jogos sem a Nintendo. Quero acreditar que em algum momento eles despertarão e conseguirão se salvar. Acredito na capacidade de recuperação deles.

Mas como analista, o risco existe. Depende apenas de qual caminho ela vai decidir tomar daqui pra frente.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Tudo sobre o novo video game da Nintendo

Recentemente na E3 a Nintendo revelou seu video game de nova geração. Surpreendendo grande parte dos jogadores do mundo, seu novo console terá um controle totalmente reformulado e gráficos de ultima geração.

Foram apresentados poucos jogos, mas uma coisa é certa, não faltarão títulos nos próximos anos. Uma fantástica apresentação gráfica foi mostrada juntamente com um excitante video da série Legend of Zelda com super gráficos.

A principal critica recebida por seu antecessor foi a falta de apoio das thirds. Mas dessa vez a Nintendo não cometerá o mesmo erro e logo de inicio anunciou parceria com empresas grandes como Eletronic Arts para lançamentos de títulos multiplataform.

Muitas empresas já estão gritando aos berros que a Nintendo voltou a ser grande denovo, e que terão uma grande plataforma de jogos para desenvolver.

A midia também será de ultima geração. Nada de cartuchos ou CDs, agora temos uma midia muito parecida com o da rival Sony, espaço não será problema.

O controle é outro ponto de destaque. Com uma forma única e criada para todo tipo de jogador, o seu designer Shigeru Miyamoto disse em entrevista a jornalistas "É o melhor controle já feito".

Podemos dizer que a Nintendo finalmente está nos trilhos denovo. Com gráficos incríveis para as suas franquias e apoio massivo das thirds, nada vai impedir de seu novo console ser um grande sucesso.

Abaixo segue a foto do novo console e seu incrível controle:




















Neste post estamos em 2001.