quarta-feira, 13 de julho de 2016

Review: Inside é melhor aproveitado do lado de fora


Inside é o mais novo jogo da Playdead, criadores do aclamado jogo independente Limbo, para Xbox One e PC, com possibilidade de chegar a outras plataformas mais tarde. Assim como no jogo original, há uma atmosfera bem sombria e pouco da história é explicado, o que funciona tanto a favor do jogo como contra eles.

O jogo começa bem, com um garoto sendo largado no meio do nada e imediatamente começamos a controlá-lo. Não há qualquer contexto em Inside e o que de certa forma permitia interpretação em Limbo, aqui é um pouco mais confuso. Não sabemos quem é o garoto, qual sua motivação, por que ele é perseguido, entre outras questões.

Nenhuma questão é respondida diretamente em Inside e até certo ponto você pode tirar conclusões corretas sobre o jogo com o passar da história. Não há diálogos, narração nem nada do gênero. Apenas cenas e as conclusões que você tira a partir delas. Há obviamente também metalinguagem, com a palavra "Inside" (Dentro), que faz você se perguntar "Dentro de que?".

A história é repleta de momentos "Uau!", cenas marcantes que fazem sua cabeça explodir em ideias e perguntas, mas novamente, nenhuma delas têm resposta. Em certo momento Inside parece usar algumas das técnicas do seriado LOST, onde apenas importa criar o mistério, sem uma explicação, o que deixa as coisas meio preguiçosas.


A progressão no entanto, é extremamente linear. Você sempre se encontra andando da esquerda para a direita e então é interrompido por um ou outro quebra-cabeça. A maioria dos quebra-cabeças do jogo são simples e curtos, no entanto há um ou dois que se arrastam um bocado e exigem bastante raciocínio e persistência.

Você pode pular, empurrar caixas (claro), realizar algunas ações contextuais e até mesmo pilotar um veículo no meio da história. Os controle funcionam de maneira simples e se adaptam através do jogo conforme mudanças são apresentadas.

Graficamente o jogo impressiona mais do que a maioria dos jogos indies. Claro que Inside é bem escuro, mas ele dosa sua escuridão na medida, uma perfeita evolução estética sobre o estilo de Limbo. Há escuridão, há sombra, há luz e então há uma camisa vermelha que simboliza esta criatura deslocada neste mundo, você.

Uma das coisas mais legais é o sistema de animações do personagem, o qual aparentemente utiliza um pouco de física para deixar a movimentação mais natural. Raramente jogos possuem animações que fluem tão bem quanto as do menino de Inside e elas são realmente belas de se apreciar.


Se você achou Limbo um jogo sensacional, não se preocupe, para você Inside parecerá uma obra-prima. Trata-se claramente de um sucessor perfeito para Limbo em todos os sentidos. A questão é que, não há muito o que se jogar nele, você apenas segue uma história linearmente com alguns momentos marcantes e de repente acabou. Estes momentos são incríveis de ver? Sim, são.

Porém, por focar-se tanto na história, Inside é uma experiência que não parece valorizar o controle em suas mãos. Há poucos extras com pouco incentivo para buscá-los e não há motivo para jogar mais de uma vez. No fundo, não vejo motivo para jogar Inside quando é possível absorver todas as suas qualidades apenas assistindo. Talvez seja melhor apenas ver um gameplay completo no YouTube.

5/10

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