sábado, 30 de novembro de 2019

Death Stranding no The Game Awards


Primeiramente, Fuck the Oscars!, o The Game Awards é um evento de premiação de jogos que acontece todo ano para exaltar alguns dos melhores games lançados e ajuda a gerar um pouco de hype e senso de coletividade pela indústria. O evento será realizado no dia 12 quando serão anunciados os vencedores, mas eu quero falar particularmente de um jogo que foi o que teve mais indicações: Death Stranding.

Como disse em minha review, Death Stranding é um dos jogos mais originais que joguei ultimamente, mas ele também é extremamente difícil de decifrar. Já tenho mais de 100 horas no jogo e ainda me pergunto tanto por qual motivo jogo quanto por qual motivo não parei de jogar. Dentro desta natureza enigmática eu gostaria de falar um pouco sobre o que acho dele concorrer em cada uma das categorias.

Jogo do Ano

Definitivamente Death Stranding não deve levar o prêmio de jogo do ano devido a sua natureza controversa. Se fosse Metal Gear Solid 5, eu acredito que seria fácil para ele ganhar e acredito que esse é um dos temas que Death Stranding toca sobre a não-violência. Eu acho que se o jogo ganhasse esse prêmio seria no tapetão, só pelo nome de Kojima e das celebridades envolvidas, o que não seria legal pra indústria.


Dentre os outros concorrentes Super Smash Bros. Ultimate tem bastante chance porque Nintendo também tem um nome de peso. O jogo tem alta qualidade de conteúdo e levanta massas, apesar de eu não gostar do conteúdo Single Player dele, algo que não costuma ser determinante em um jogo de luta, mas que faz falta pra mim.

Resident Evil 2 é o jogo que considero mais robusto, porém é também um remake, o que tira um pouco de seu impacto. Control eu não joguei mas tenho uma noção da qualidade e acho que ele irá surpreender em outras categorias. Não o vejo com força para levar Jogo do Ano. The Outer Worlds apesar de também parecer ótimo acredito que esteja abaixo dos já mencionados, sem desmerecê-lo. Sekiro: Shadows Die Twice não é meu estilo de jogo então não sei analisar seu peso aqui.

Jogo de Ação/Aventura

Esta é a categoria feita para Resident Evil 2 levar. Ele foi definitivamente o melhor jogo de ação do ano. Control e Borderlands 3 estão um pouco abaixo dele. The Legend of Zelda: Link's Awakening foi uma boa aventura, mas o fato de ser um jogo de Gameboy pesa na sua falta de complexidade quando comparado à atualização que Resident Evil 2 recebeu em relação à versão do PSOne. Também não acho que uma vitória de Death Stranding cairia bem aqui, ele não é uma aventura empolgante e sua ação é intermitente.


Direção de Arte

Aqui começamos com categorias que Death Stranding pode ganhar. A direção de arte do jogo é muito boa, mas é também muito melancólica e fria, não faz você se sentir bem e isso pode ser um ponto negativo. The Legend of Zelda: Link's Awakening, apesar de eu não gostar da escolhe de arte para o jogo, é um estilo de arte belíssimo e poderia facilmente ganhar se não for considerado o que ele deveria representar no jogo em si. Estranhamente Yoshi's Crafted World está ausente entre os indicados.

Control tem uma boa direção de arte, ao ponto que assim que você pensa no jogo, pensa em vermelho. Se criou uma identidade muito forte do visual do jogo. Acredito que ele pode competir ao lado de Death Stranding nessa, mas abaixo de Link's Awakening, dependendo dos parâmetros. Sekiro: Shadows Die Twice eu gosto da direção de arte, porém é um pouco mais sóbria e com menos riscos que algumas das outras. Alguns Indies como Gris e Sayonara Wild Hearts podem surpreender também.


Design de Áudio

Não sei também quais os parâmetros para essa categoria. Call of Duty: Modern Warfare destoa aqui, não aparecendo nas outras categorias. Se formos levar em consideração a capacidade de nos transportar para o jogo através do som, definitivamente os jogos da série Call of Duty são fortes nisso.

Entre os outros concorrentes não imagino situações tão marcantes como Control, Gears 5, Resident Evil 2 ou Sekiro: Shadows Die Twice. Há momentos em Death Stranding que ele poderia fazer frente a Call of Duty e até superá-lo, mas são momentos, não o padrão do jogo.

Melhor Trilha Sonora & Música

Não tive a chance de ouvir boa parte das músicas dos concorrentes. Death Stranding tem o mesmo problema de antes, músicas melancólicas que não são para ficar feliz. Devil May Cry 5 tem algumas músicas iradas e logo depois Kingdom Hearts 3 manda bem também. Sayonara Wild Hearts tem chance de surpreender novamente, mas um que tem muita força é Cadence of Hyrule, a versão The Legend of Zelda de Crypt of the Necrodancer. Remixes de clássicos atrelados à jogabilidade são coisas de outro mundo.


Direção de Jogo

Este é um prêmio que quero que vá para Death Stranding por sua ousadia em ser um jogo controverso ou Resident Evil 2 pela direção que o remake tomou para se tornar algo ainda maior que o original. Jogos como Control, Sekiro e Outer Wilds meio que já seguem fórmulas de sucesso repletos de pontos fáceis para firmar o pé. Death Stranding e Resident Evil 2 escalaram montanhas.

Melhor narrativa

Não vou dizer que Death Stranding tenha lá a melhor narrativa, pois ela pode ser conturbada às vezes, mas a história é boa e bem apresentada. Há momentos excepcionais que acho que superam os momentos excepcionais de outros jogos, mas talvez não toda uma narrativa coesa. Não joguei os outros jogos da lista, mas ouvi falar coisas boas de A Plague Tale e acho que ele pode despontar aqui. Control parece ter uma ótima história mas talvez com uma lacuna no final. Não poderia opinar sobre Disco Elysium ou The Outer Worlds.


Melhor performance

Bom... eu meio que fiz essa matéria só por causa dessa categoria. Eu não curti muito a Laura Bailey em Gears 5, mas acho que a culpa é da história mesmo. Não vi os outros competidores como Ashly Burch (Parvati Holcomb - The Outer Wilds) nem Courtney Hope e Matthew Porretta (Jesse Faden e Dr. Casper Darling - Control).

Norman Reedus está bem em Death Stranding, mas talvez não tão fácil de gostar devido ao personagem ser um herói relutante tradicional. Mas eu preciso falar de Mads Mikkelsen. O trabalho que ele fazia na série Hannibal era soberbo, mas eu já o vi em papéis fracos que não tinham muito a ver com ele como em Rogue One.


Agora, Mads em Death Stranding... é uma performance maior até mesmo do que o próprio jogo. Acho que é a melhor atuação que já vi em um jogo até hoje. Eu diria para jogarem toda a campanha apenas para ver Mads e sua história, mas como já disse antes, Death Stranding não é um jogo fácil de qualquer um digerir. Porém sempre que Mads está em cena é um show, é excepcional. É verdadeiramente emocionante ver o brilhantismo do ator independente da narrativa.

Mads Mikkelsen está tão fantástico em Death Stranding que eu fiz um artigo inteiro só pra falar como ele merece esse prêmio.



2 comentários:

  1. "Já tenho mais de 100 horas no jogo e ainda me pergunto tanto por qual motivo jogo quanto por qual motivo não parei de jogar."

    ._.

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    1. É um jogo misterioso, intriga e instiga, eu parei de jogar por obra do acaso, porque precisei fazer outras coisas, senão não sei o que aconteceria, talvez estivesse jogando até hoje.

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