domingo, 3 de março de 2019

Mechstermination Force é novo jogo dos criadores de Gunman Clive


Mechstermination Force foi um jogo revelado recentemente para o Nintendo Switch que não chamou muita atenção, até que uma amiga me mostrou e disse "É dos criadores de Gunman Clive" e isso me deu vontade de falar sobre ele. O primeiro Gunman Clive é um jogo sensacional apesar de curtíssimo e o segundo é razoável porque perde um pouco do charme do primeiro. Dá pra ver que tem gente boa nesse estúdio, a Hörberg Productions do desenvolvedor Bentil Hörberg, mesmo que nem sempre acertem.

De cara eu tomei um susto com Mechstermination Force, porque ele tem um design extremamente parecido com um projeto meu que nunca tirei do papel. Mesma ideia de um soldado de uma força de combate andando lateralmente e atirando em oito direções. A minha inspiração obviamente foi Earth Defense Force, algo como uma versão 2D do jogo mas com meu design próprio e acredito que em parte Mechstermination Force também se inspira neles, mas vai por um caminho diferente e é esse caminho que eu não gosto tanto.


O jogo é todo focado em batalhas contra chefes, robôs chamados de MegaMechs. Eu já não gosto muito desse estilo de jogo que ignora todo o resto para focar-se apenas em chefes, mas aqui o problema vai um pouco mais além. Cada luta contra chefe é basicamente um quebra-cabeça. Descubra a rotina, descubra onde você pode subir, quando desviar de certos ataques telegrafados e então ataque o ponto fraco brilhante exposto especialmente para você.

Por mais que eu possa reclamar de Cuphead por ser um pouco limitado ao se focar apenas em batalhas contra chefes, vamos ver como ele faz isso de uma forma muito melhor que Mechstermination Force. Claro, apesar de ambos serem Indies, Cuphead teve um investimento muito maior e ganhou incentivos da Microsoft, mas não é sobre custo de produção que eu vou falar, é sobre design.


Durante as batalhas em Cuphead o inimigo está sempre vulnerável. Você está sempre tentando arranjar um momento a mais pra atirar nele. Raramente eles se protegem ou ficam invencíveis aos seus tiros. Inclusive isso é verdade também para Hollow Knight. O desafio é não ser morto enquanto você os mata, não descobrir uma forma de matá-los (no máximo descobrir uma forma mais eficiente).

Quando batalhas se tornam quebra-cabeças, como muitas vezes acontece em Zelda, elas perdem a graça porque deixam de cumprir sua função como batalhas, ficam sem ritmo, não dá mais pra perceber a intenção do oponente de querer te matar. O mesmo acontece com Cuphead e Hollow Knight quando os chefes têm rotinas. Quando um chefe tem uma rotina eu chego a considerá-lo um amigo no jogo, já que ele está fazendo de tudo para que você mate ele.

Para quem gosta, Mechstermination Force parece um pacote pequeno e divertido. Um total de 14 chefes para enfrentar, cooperativo local e gráficos carismáticos com boas animações. Um ponto que não tem qualquer relevância é que os personagens atacam o ponto fraco do inimigo com bastões de baseball, algo que me lembrou muito o herói Metal Bat do anime One Punch-Man.


Ele vai ser lançado "em breve" para o Nintendo Switch por US$ 11,99, um preço razoável. Por ora ele é exclusivo, mas suspeito que este pode acabar sendo lançado em outros consoles também posteriormente. Bentil até comentou em uma entrevista: "Não tenho capacidade para um lançamento multiplataforma, mas nada me impede de lançar em mais plataformas depois, e é muito provável que eu vá eventualmente".

2 comentários:

  1. Mechstermination Force é um Shadow of Colossus, sem a profundidade de realmente estar enfrentando uma criatura gigante, esse jogo tem um traço muito cómico, e fica mais uma luta de sprites pequenos com sprites grandes.

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    1. Mas é transformar batalhas em quebra-cabeças que realmente tira toda a escala da coisa

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