quinta-feira, 6 de junho de 2019

O potencial de Death Stranding


Eu sou um fã de Hideo Kojima mas diferente da maioria, sou um fã apenas por Metal Gear Solid. Eu não cresci com um MSX na época para ter jogado os primeiros Metal Gear e as versões do Nintendo 8 Bits não faziam o menor sentido, então só fui conhecê-lo no PSOne. Eu também não gostei do que a série virou depois de Metal Gear Solid 2, tudo extremamente scriptado e com um fator bizarro que muitas vezes parecia só por ser. Por isso minhas expectativas para Death Stranding estavam um pouco baixas.

No entanto, eu também sabia que Hideo Kojima estava em processo de evolução. Após Metal Gear Solid 4 acabar muito limitado frente a sua visão inicial, ele começou a olhar para jogos ocidentais como Grand Theft Auto 5 e prestar atenção em seu sucesso. Assim tivemos Metal Gear Solid 5, um jogo que evoluiu bastante a franquia mas teve lá seus problemas com a Konami. Por conta desse processo de evolução de Kojima eu ainda achava que Death Stranding poderia surpreender... e me surpreendeu.

Após vários trailers bizarros que não ajudavam muito em vender o jogo, finalmente tivemos um trailer de gameplay e as coisas começaram a fazer sentido. O ator Norman Reeedus interpreta uma espécie de viajante que acredito precisar reconectar comunidades, uma jornada extremamente perigosa desde que alguma coisa invadiu o mundo (ou ficou presa nesse mundo?).


O inimigo principal é algum tipo de criatura de outra dimensão, invisíveis para o jogador, o qual pode detectá-las com a ajuda de um bebê bizarro. Estes inimigos são normalmente morte certa para o jogador e trazem um elemento de stealth e suspense/terror. No entanto há outros inimigos menores humanos que parecem caçar o jogador por outros motivos.

Kojima disse que Death Stranding não é um jogo Stealth, mas eu discordo um pouco porque é exatamente isso que eu vejo, mas ao mesmo tempo não é o Stealth de sempre, parece uma evolução do Stealth atual. Normalmente jogos de Stealth são sobre tentar entrar em uma base inimiga, realizar uma missão sem ser detectado ou eliminar alguém. É atacante silencioso versus defensor poderoso.

Em Death Stranding você não tem um local para invadir, não tem guardas mantendo um perímetro, você está sendo caçado por esse mundo. A qualquer momento algum desses inimigos caçadores podem aparecer em veículos e você precisa se esconder para não ser detectado ou correr enquanto eles jogam lanças em você. O combate é uma opção, mas claramente não a melhor, como em jogos Stealth.


Eu não sou fã de jogos Stealth, porque acho que é melhor quando um jogo te dá opções diferentes de resolver problemas, o que é um sinal de bom game design. Porém certos gêneros ecoam melhor com certos públicos ao impor limitações às opções do jogador, como é o caso dos jogos de stealth e dos jogos de terror, tornando-se às vezes meramente um gosto pessoal.

Meu principal receio com Death Stranding era que ele fosse um The Last of Us, uma história muito bonita, gráficos muito bem trabalhados e a jogabilidade linear de uma batata. Felizmente não é o caso, dá pra ver um grande mundo aberto para explorar, apesar de ele parecer meio vazio como em Shadow of the Colossus, e dá pra usar uma moto para se locomover rapidamente, mas isso não significa que ele vá ser um jogo de mundo aberto tradicional.

Pode ser uma impressão, mas eu acho que ainda falta algum grande elemento de jogabilidade para ser revelado. Acredito que Kojima liberou esse trailer para pensarmos "agora entendi" para só depois nos surpreender de novo. Vale ressaltar que os atores estão fantásticos em seus papéis e podem ter um ótimo papel complementar para o resto da ideia do jogo.


Eu gostei do que eu vi com Death Stranding e acho que o jogo pode chegar longe dependendo das decisões que tomar daqui pra frente. Talvez eu ainda não goste dele pessoalmente, mas se torne um dos grandes clássicos e o próximo passo na evolução de Hideo Kojima.

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