terça-feira, 9 de junho de 2020

State of Play: The Last of Us Part 2


Eu joguei The Last of Us em sua época, mas diferente da maioria dos fãs do jogo eu achei a experiência muito sem graça por ser excessivamente linear e focada na história, com uma jogabilidade limitada demais em segundo plano. Já The Last of Us Part 2 para o PlayStation 4 eu acho que tem potencial para ser bem mais legal, mesmo não fazendo tanto meu estilo.

Nas últimas semanas a Sony divulgou um State of Play de The Last of Us Part 2, acredito que para mostrar novidades que seriam apresentadas na feira de jogos GDC 2020 antes do cancelamento devido à pandemia. As novas informações foram mostradas por Neil Druckmann, diretor e escritor do jogo, além de vice-presidente da Naughty Dog, através de um vídeo com uns 20 minutos.


The Last of Us Part 2 segue os eventos do primeiro jogo alguns anos após Joel e Ellie terem passado por sua jornada. Eles estavam bem e tranquilos, até que o acampamento deles é atacado por fanáticos religiosos e Ellie parte em uma jornada por vingança. A raiva e crueldade dela às vezes parece um pouco desproporcional, como comparar Lara Croft no primeiro jogo do reboot da série e em Shadow of the Tomb Raider, mas às vezes isso justifica uma jogabilidade mais agressiva que é legal.

Visualmente acho que não é preciso dizer muito, o jogo está lindo, a Nughty Dog segue como uma das pioneiras em gráficos. Porém mais importante é que esse impacto visual não vem ao custo da jogabilidade. Os corredores artificiais do primeiro The Last of Us foram substituídos por áreas mais abertas onde você pode decidir o caminho que toma, como vai encarar inimigos ou até evitá-los. É algo que deu certo também em Uncharted 4: A Thief's End.

Foi comentado que haverá estações do ano durante o jogo, algo que aparece de maneira semelhante em Days Gone. Apesar de Days Gone não ser um jogo tão bem feito graficamente, ele traz alguns dos melhores efeitos de clima que já vi, com tempestades e neve realista alterando uma área previamente comum.


Visualmente algumas das melhores partes em The Last of Us como série são os locais onde a natureza retornou onde antes era espaço construído por humanos. Como já tem muito tempo que esses locais não são cuidados, eles agora contam com grama alta perfeita pra stealth, uma boa integração entre o mundo e a jogabilidade.

Além de as áreas serem mais abertas para combate elas permitem também um pouco de exploração, até usando cordas como em Death Stranding. Para atravessar essas novas áreas mais abertas é possível usar um cavalo e em alguns casos até um barco.

Eu vejo muita coisa de Days Gone no jogo. Por exemplo, há três forças principais de antagonistas: duas facções, uma de paramilitares e uma religiosa, além dos infectados do primeiro jogo, agora com algumas novas mutações. É possível causar conflitos entre facções diferentes para que elas se ataquem, assim como em Days Gone.

As partes de stealth e exploração de ambientes escuros estão bem mais interessantes e em alguns momentos me lembraram Resident Evil 2, assim como alguns tiroteios. A adição de cachorros que podem te farejar no meio do stealth é uma boa novidade, a qual eu acredito ter sido inspirada por Metal Gear Solid 5.


Nos combates há mais opções além de só atirar ou eliminar com stealth, há dodges com timing para desviar de ataques inimigos que lembram os de Resident Evil 3 e a possibilidade de usar inimigos como escudos humanos, algo que só faz sentido devido à violência que Ellie está disposta a cometer nesse jogo. A jogabilidade de combate parece muito a frente do primeiro The Last of Us.

Os upgrades também parecem interessantes e vão além da tradicional skill tree de jogos da Sony. Durante o jogo será possível encontrar manuais que ensinam certas habilidades ou como modificar armas com objetos coletados no mapa. Isso me parece que incentivará bastante a exploração e tornará o crescimento por novas habilidades bem mais orgânico do que só aprender algo novo a cada nível que se alcança.

O vídeo termina então com um trecho de gameplay inédito mostrando um pouco de stealth, um stealth bem feito que parece legal. Eu consigo olhar para The Last of Us 2 e ver que me divertiria com o jogo, algo que realmente não aconteceu com o primeiro. Eu não ligo para a "brilhante" história do jogo, o que é muito bom considerando que já vi spoilers dele na internet, mas simplesmente não liguei.


Acho que The Last of Us Part 2 vai ser um ótimo apanhado de tudo que significou o ápice essa geração de videogames e jogos antes de pular para a próxima. Isso também me incomoda um pouco porque tudo nele me lembra algo em outros jogos. Esse é meio que um defeito na fórmula da Sony, repetição do que dá certo. Alguns desses elementos teriam muito mais impacto se fosse a primeira vez que os vejo ao invés de já estar até enjoado de alguns deles.

Fico feliz que a sequência de The Last of Us avançou para se tornar um jogo mais completo do que apenas um jogo-filme, mas vale ressaltar que com certeza não será um dos meus jogo preferidos. Porém, diferente do primeiro, se alguém me disser que esse é seu jogo favorito, eu ao menos vou saber por que.

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