sábado, 13 de junho de 2020

Revelação do PlayStation 5 surpreendeu com alguns bons jogos


Nesta última quinta-feira a Sony apresentou um vídeo sobre o PlayStation 5 que foi basicamente como se a E3 tivesse começado apesar do evento ter sido cancelado. A maior diferença é que as conferências estão bem espaçadas. O evento começou com um túnel do tempo relembrando a história da marca PlayStation e seus primeiros jogos antes de embarcar nas novidades da próxima geração. Vimos jogos, o console (duas versões dele), mas nada de preço, o que é muito preocupante.

Vou separar alguns parágrafos aqui no início para falar algumas coisas generalizadas que se aplicam a vários dos jogos mostrados e assim não ficar me repetindo em cada um deles. Houve muito menos trailers com apenas um título e uma ceninha enigmática do que na apresentação anterior da Microsoft, porém ainda assim havia alguns desses.

Uma novidade no mundo desses trailers que não dizem nada é que havia alguns trailers de gameplay com trechos tão picotados que mesmo vendo o gameplay do jogo na nossa frente ficava difícil entender como ele era jogado e sobre o que era. Há muitos jogos nessa conferência que eu simplesmente não entendi sobre o que eram, como são jogados e como descrevê-los, o que não é muito bom.


Outro problema é que a maioria dos gráficos parecem demais com o PlayStation 4, o salto gráfico é praticamente imperceptível na maioria dos jogos. O aumento parece ser principalmente de resolução e FPS ao custo de visuais. Felizmente houve pelo menos um título com gráficos de dizer wow e o utilizaram para fechar a apresentação com uma nota positiva.

Assim que a animação do túnel do tempo da marca PlayStation terminou apareceu GTA 5 e foi uma bela decepção pra começar a apresentação. Sério, é um jogo do PlayStation 3 sendo requentado para o 5, acho que todos esperavam no mínimo que fosse algo novo. O que aplacou um pouco os ânimos foi anunciar que todos que têm PS Plus vão recebê-lo de graça no PS5.

Um novo jogo do Homem-Aranha com Miles Morales no lugar de Peter Parker veio logo em seguida e foi legal, porém os visuais não foram tão melhores. O jogo sairá já no final de 2020 e houve certa confusão após o anúncio de que seria um remaster, mas a Insomniac já confirmou que é um jogo original. Minha aposto é que seja um puxadinho do original, mas ainda deve ser bacana como o primeiro foi.


Gran Turismo 7... nossa, sempre tão chato. A Microsoft está anos-luz à frente da Sony com a série Forza enquanto continuarem insistindo em um simulador tão monótono. Há público para ele, mas até hoje a Sony não tem uma boa série de corrida para pegar quem não curte simulador.

Ratchet & Clank Rift Apart foi revelado em seguida com uma estrutura semelhante ao recente remake de Ratchet & Clank do PlayStation 4 porém com o que parece ser uma nova protagonista. O jogo introduz um conceito de viagem no tempo e conexões interdimensionais nos quais você pode instantaneamente se teleportar para outros planetas ou conectar partes distantes de um nível. Aparentemente haverá também uma nova protagonista, uma versão feminina de Ratchet do futuro, talvez parente dele.

Project Athia foi um dos trailers sem mostrar muito, me lembrando bastante o antigo Heavenly Sword do PlayStation 3. O próximo jogo foi o primeiro a me despertar um pouco de interesse: Stray, um jogo em que você controla gato em um tipo de futuro cyberpunk. Enquanto revelavam o jogo eu só pensava "se você jogar com o gato eu compro".


Após esses anúncios um rápido vídeo falou sobre as tecnologias envolvidas no PlayStation 5, como Ray Tracing, armazenamento rápido SSD, motores hápticos no Dual Sense, sensor de movimento, áudio 3D, etc. Achei um pouco estranho isso estar no meio e nesse momento já estava um pouco entediante o evento, quando começaram a surgir coisas realmente interessantes.

O próximo jogo, Returnal, mostrou algo um pouco cliché mas com bastante potencial. Uma astronauta em um planeta alienígena sendo atacada por um monstro e então tudo se repete. A mecânica de looping em si me parece cliché e chata, mas o resto do jogo traz uma jogabilidade de tiro em terceira pessoa que pareceu bem legal e ativa. Vou ficar de olho para ver como se desenvolve.

Sackboy Big Adventure foi o momento "Stop trying to make Sackboy happen! It's not gonna happen!" do evento. Parecia um misto de Super Mario 3D World com Sackboy e presumo que tenha elementos de criação e edição como LittleBigPlanet. No geral parecia algo voltado para um público mais novo porém sem realmente um grande apelo para esse público. Praticamente um novo Knack.


Destruction All Stars foi um jogo exibido que pareceu interessante com combates entre carros, mas não entendi totalmente sua jogabilidade. Parecia algo como um Rocket League mais ativo, o que pode ser divertido. Kena: Bridge of Spirits pareceu um jogo bem fofo de fantasia e aventura com umas criaturinhas estranhas que parecem os Adiposes de Doctor Who porém peludos. Há uma certa vibe Kameo na forma de jogar e imagino que deva ter alguns elementos em comum com Gods & Monsters da Ubisoft.

Um jogo estranho que eu simplesmente não entendi foi "Goodbye Volcano High" apresentado através de uma animação. Talvez eu pudesse descobrir mais sobre ele agora após o evento, mas o trailer mostrado não apresentou nada de interessante. Um novo Oddworld também surgiu, é uma série de resolução de quebra-cabeças que nunca gostei, mas tem um público de nicho que merece um novo jogo.

Ghostwire Tokyo... um minuto de silêncio porque Ikumi Nakamura não está mais na produção do jogo... esse realmente me surpreendeu porque eu não esperava gostar, achei que seria só um jogo de terror. No entanto é um tipo de jogo de ação em primeira pessoa com um cara caça criaturas sobrenaturais com base no folclore japonês e lendas urbanas. O gameplay parece um pouco frenético para um jogo em primeira pessoa, mas ainda é promissor.


Alguns jogos que não entendi direito como Far Shore da Superbrothers e Solar Ash que tem um visual meio cartoon com cara de Journey. E então a revelação de Hitman 3, uma série que tem feito um certo sucesso na mão da Square apesar de nunca atingir as vendas que eles queriam. Esse deve sair também na geração atual, já em janeiro de 2021.

Em seguida foi anunciado um jogo com os robozinhos de Astro Bot Rescue Mission, aparentemente para explicar as novas funcionalidades do controle Dual Sense. me parece que o nome é Astro's Playroom e virá gratuitamente com cada PlayStation 5, então não é de se esperar algo incrivelmente complexo. O PS Vita tinha um jogo semelhante que explicava suas funcionalidades.

Little Devil Inside foi outro jogo que pareceu bem promissor com um carinha caçando monstros com um visual bacana. Infelizmente não deu pra entender qual a real jogabilidade. NBA 2K21 com uma tech demo que parecem as da EA de antigamente e Bugsnax, um jogo em que insetos têm aparência de comida e quando você os come vai se transformando, um pouco bizarro. Não entendi o gameplay dele também, mas é dos criadores de Octodad, o que dá alguma credibilidade.


O remake de Demon's Souls parece muito bom e para fãs da série Souls pode ser uma ótima oportunidade, mas acho que um Bloodborne 2 teria sido uma ideia melhor. Deathloop também traz o cliché de looping temporal porém com dois asassinos rivais presos nesse looping. O jogo tem um visual meio BioShock meio We Happy Few e até parece interessante. Se não me engano foi apresentado pela Bethesda.

Resident Evil 8: Village, um novo Resident Evil com Ethan de Resident Evil 7 e... lobisomens? Foi bem esquisito mas deve ser legal e multiplataforma. Sempre é vantajoso pra Sony ser ela a mostrar novos Resident Evil em seus eventos mesmo que saiam nos concorrentes também, como aconteceu com Resident Evil 2 Remake. Seria mais vantajoso ainda se ela pagasse para ser um exclusivo temporário por 6 meses ou 1 ano.


Pragmata foi um jogo bem bacana que apareceu meio de surpresa na apresentação. Acho que é da Capcom e mostra algo que parece ser um astronauta e uma menina androide. Promissor dependendo de como se desenvolver nos próximos meses. O trailer foi seguido então por imagens de um futuro pós-apocalíptico e uau... isso ia valer a pena.

Horizon Zero Dawn 2: Forbidden West! Eu adorei o primeiro jogo, mas eu não esperava que fôssemos ver o segundo tão cedo e tão ambicioso em escopo. O mundo parece ser gigantesco, as criaturas robô ainda maiores e se eu puder domar um pteranodonte robô para voar pelos céus, há muito pouco que falte na minha vida. O visual do jogo realmente estava lindo e me pareceu o único título realmente de uma nova geração. Foi uma ótima ideia fechar a apresentação com ele.


Por último foi revelado o design do PlayStation 5, muito diferente dos kits de desenvolvimento com um V no meio. Também foi revelado que ele estará disponível em uma versão comum e uma só digital, sem leitor de disco, o que parece ser o futuro da indústria infelizmente. Eu não tive nada a favor nem contra do design, mas a internet parece ter odiado em geral, principalmente por ele ser branco.

Um grande erro da Sony é que não foi revelado o preço do novo console. É no final de uma boa apresentação com tudo que você tem que as pessoas vão se fazer a pergunta "vale a pena comprar?". Se não há o preço elas podem até pensar "eu quero isso" porque é fácil, mas esse pensamento não carrega poder de decisão sem saber o preço.

Apesar de alguns momentos de baixa a apresentação foi bastante positiva. Nem todos os jogos apresentados foram de dizer uau mas havia muita variedade e um pouquinho de tudo pra cada tipo de pessoa. O salto gráfico foi realmente a grande decepção e deve ter deixado a barriga exposta para a Microsoft apresentar algo muito mais impressionante com as especificações superiores do Xbox Series X.

Horizon Zero Dawn 2 foi sem dúvida o ponto alto do evento, mas um pteranodonte só não faz verão.

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