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sábado, 26 de outubro de 2019
Review: Earth Defense Force: Iron Rain é um cover sem um bom vocal
Earth Defense Force: Iron Rain é um jogo para PlayStation 4 e PC spin-off de uma das minhas séries favoritas, mas que sofreu um pouco por ser lançado muito pouco tempo após o mais recente capítulo numerado: EDF 5. Cmo um spin-off ele não foi produzido pelo estúdio Sandlot que faz a série principal e sim pela companhia Yuke's, a qual eu achei que talvez fosse acertar, porém acaba com um jogo muito perdido.
A ideia por trás do spin-off é tentar deixar EDF mais palatável para o público ocidental que talvez não curta tanto a aparência mais trash do jogo, que costuma sacrificar gráficos e seriedade em prol de uma jogabilidade mais divertida e uma atmosfera satírica "tão ruim que é bom". Essa também não é a primeira vez que a empresa tenta fazer isso.
Em 2011 tivemos o desastre Earth Defense Force: Insect Armageddon para Xbox 360, PlayStation 3 e PC, um jogo muito chato que não pegava nada da experiência original tirando os insetos gigantes. Se esse fosse o primeiro título da série que alguém jogasse, teria uma má impressão dela para sempre. O que me decepcionou é que Iron Rain tem pitadas de Insect Armageddon, apesar de não ser tão fraco assim.
Como em todo EDF tudo estava bem até que alienígenas chamados Aggressors invadem a Terra e assim como na maioria dos jogos da série é como se a história dos outros jogos não existisse, é sempre a primeira vez que o planeta está sendo invadido. Uma grande diferença é que nos outros você começa como um soldado desconhecido, enquanto aqui é um herói reconhecido desde o começo.
O jogador começa como esse herói, um soldado chamado Closer, que conseguiu destruir a nave alienígena em um rápido combate logo no início do jogo. No entanto após a vitória a nave caiu em cima dele e isso o deixou em coma por 7 anos, o que escrevendo agora confesso que é meio engraçado quando não deveria ser.
Ao acordar após esses 7 anos ele retorna para a EDF no time Blast (nada de Storms dessa vez) e começa a ser inteirado sobre o que o mundo se tornou durante esse tempo. Os alienígenas ainda estão por perto, porém a crise econômica praticamente privatizou a EDF, a qual agora depende de patrocinadores e apenas luta para defender áreas nobres consideradas importantes pelas pessoas que pagam a conta.
Há uma certa crítica sobre o capitalismo que passa longe de ser sutil e também não chega a ser satírica como a maioria dos temas de EDF. É quase como se tentassem falar sério, porém sem a seriedade necessária. Essa atmosfera também se reflete em vários outros pontos, como na existência de uma facção rebelde de humanos, a Kindred Rebellion, que acho que não combina muito com os valores da franquia de união da humanidade contra uma ameaça comum.
A jogabilidade parte do mesmo princípio dos EDFs tradicionais. Matar insetos gigantes e outras ameaças alienígenas com uma variedade de armas. Obviamente o jogo não segue a mesma direção de Earth Defense Force 5 e não tem várias das melhorias do mais recente capítulo, mas isso era esperado, afinal é um spin-off.
Logo nos primeiros instantes dá pra sentir a ideia de apelar para o público ocidental pois a câmera fica por cima do ombro do personagem, como nos mais populares jogos de tiro em terceira pessoa. É difícil de se acostumar inicialmente, mas até o fim do jogo eu estava ok com isso. Há a opção de jogar com uma câmera centralizada, mais semelhante a de outros EDFs. Nenhuma delas resolveu meu próximo problema.
Desde o começo há um sensação de que algo está fora do lugar, uma estranheza, uma claustrofobia que não sei explicar completamente. É como se as proporções do jogo estivessem erradas entre inimigos, jogador e o mapa, não apenas porque é diferente do que estou acostumado com outros títulos da série, mas porque não parecem se encaixar bem. Ao olhar para cima era ainda mais estranho pois os inimigos nunca pareciam estar à distância na qual eu esperava que eles estivessem.
Apesar de jogar com um herói lendário você pode personalizar seu soldado, mas eu não vi muito motivo para fazê-lo. O jogo tem uma certa ênfase nisso e online deve ser legal ver gente bem diferente, mas isso não ultrapassa os outros problemas. Na minha experiência, boa parte do tempo o rosto do seu soldado fica oculto por capacetes. Algo legal é que você pode escolher o gênero do seu personagem.
Você pode jogar com diferentes classes de soldado que usam exoesqueletos para lutar. São elas: o Trooper, que é o equivalente ao Ranger, um soldado raso comum; o Winged Trooper que é como uma Wing Diver, com capacidade de voar e não mais uma classe unicamente feminina; e um Heavy Trooper que apesar de parecer um Fencer na verdade é mais como um Trooper mais lento com o dobro de poder de fogo.
Não há Air Rider nesta versão, uma classe de suporte e que atacava primariamente por veículos, bombardeios e armas montadas. Não faria muito sentido porque os mapas são menores, mas foi uma perda significativa. Em troca temos o novo Prowl Rider, que foi minha maior decepção. Ele deveria ser capaz de montar em insetos, porém ele só pode fazer isso por um tempo limitado, uma vez por fase.
As imagens que apareciam nos trailers com um personagem se movimentando com cordas no estilo Attack on the Titan também eram na verdade o Prowl Rider. Ele pode se lançar pelas fases assim. Não é uma jogabilidade que funciona muito bem e acho que qualquer jogador ficaria melhor com o Trooper ou o Winged Trooper.
O movimento especial por tempo limitado é algo que todos os personagens têm, chamado Overdrive, o qual garante super habilidades por alguns segundos. No caso dos soldados é possível disparar e recarregar suas armas mais rapidamente, aumentando seu poder de ataque. Enquanto isso o Prowl Rider ganha a chance de montar em um inseto. A ideia do Overdrive em si é legal e eu gostaria que tivesse algo parecido na série principal.
Há muitos defeitos na estrutura em si do jogo. Enquanto normalmente EDF é só sobre eliminar todos os inimigos, Iron Rain constantemente inventa objetivos monótonos que me fazem lembrar muito de Insect Armageddon. Há missões de defender algum local nas quais é preciso eliminar os inimigos para que eles não destruam algo e quando chega no ponto de destruir meteoros para que os ricos não tenham suas casas destruídas, fica realmente chato. Muitas vezes a matança acaba ficando mecânica.
Ainda sobre capitalismo, normalmente em EDF você ganha novas armas e HP coletando caixas deixadas pelos inimigos mortos e uma das coisas mais legais do jogo é que seu HP sempre está aumentando. Isso permite lutar contra criaturas ainda mais fortes a cada nível de dificuldade para ganhar armas ainda melhores, como na série Diablo. Em Iron Rain você não coleta caixas e sim gemas, além de ganhar dinheiro no final da fase para comprar suas armas e liberar novos níveis de HP.
É uma mecânica que realmente não funciona bem. As armas de EDF são muito estranhas e muitas vezes uma arma que parece mais forte tem algum defeito que a torna quase inútil, mas você só saberá depois de comprar. Para não mencionar que o aumento de HP fica fácil demais e não exige muito esforço. Para piorar é preciso ter gemas para comprar as armas. Insetos deixam um tipo de gema, robôs deixam outro tipo, alienígenas outro... e você precisará delas para fazer compras, como se seu dinheiro não fosse bom o bastante.
Há veículos, os quais são tão ruins de pilotar quanto na série principal, se não forem piores. Veículos têm essa coisa estranha em EDF que são terrivelmente difíceis de controlar mas às vezes podem ajudar. Eu notei muitas fases com restrições a veículos e novamente neste mundo capitalista, eles custam dinheiro para serem invocados. O jogo é um pouco semelhante a Metal Gear Solid 5: The Phantom Pain nesse sentido.
Um detalhe em batalhas que me animou por um instante foi quando eu vi que era possível causar status de dano aos inimigos como eletrocutá-los ou fazê-los pegar fogo e achei bem interessante, pois não é algo que tem na série original. Porém, assim que percebi que meu personagem também podia sofrer com esses danos... perdeu a graça rapidamente. É insuportável pegar fogo, ser congelado ou ser envenenado e ficar inutilizado até passar. Há muitos momentos em que você fica parado sem poder reagir no jogo, seja por status ou por ser derrubado, o que não é legal.
Visualmente Iron Rain é mais bonito do que EDF 5 e acho que isso faz parte de tentar agradar a um novo público que pode não curtir o estilo dos outros jogos. No entanto as perdas são muito grandes. Os mapas são pequenos e não há mais batalhas contra um incontável número de inimigos. Há uma maior variedade de locais, o que é bem legal, e alguns deles são inesperados. Os prédios ainda podem ser destruídos e desmoronam ainda melhor nessa versão.
Eu gostei mais do design dos inimigos de Iron Rain que de EDF 5, o qual é mais baseado em Earth Defense Force 2, que não é o meu visual preferido. Aqui há robôs bem legais e criaturas alienígenas bem legais que não são baseadas em nada da Terra. Também há a tradicional criatura gigante para enfrentar e o chefão final é visualmente bem legal apesar de mecanicamente ser meio fraco.
O setor sonoro foi provavelmente o que eu mais gostei no jogo. Há músicas realmente fantásticas aqui que passam uma grande mensagem de ação, mesmo que as batalhas não sejam tão agitadas. Algumas delas são até melhores que as de Earth Defense Force 5 e eu adoraria ver remixes ou algo parecido em futuros jogos da série.
A dublagem tem altos e baixos. EDF costuma ter falas ridículas e uma dublagem um pouco exagerada, como um filme B, porém isso não é algo que dê pra fazer ruim de propósito, é preciso haver certa naturalidade. Senão fica só... ruim. Há um personagem extremamente irritante chamado Mike que testa sua paciência sem nenhuma redenção até o final do jogo, mas pelo menos há também um bom personagem, um cientista que dá apoio e parece estar sempre bêbado. Não há no entanto uma voz marcante como a do comandante da EDF na série principal.
Ainda há multiplayer local para tela dividida e algumas das grandes novidades estão no multiplayer online. Há um novo modo versus chamado Mercenary no qual jogadores competem por quem mata mais inimigos e as partidas tradicionais agora permitem até seis jogadores ao mesmo tempo ao invés de quatro como em EDF 5.
Eu acho que há um certo potencial no modo online para manter o jogo vivo a longo prazo se você tiver amigos dispostos a jogar, mas não há realmente motivo para fãs da franquia deixarem de jogar a série numerada para jogar Iron Rain. Eu não pude testar o multiplayer online porque não havia ninguém jogando.
Earth Defense Force: Iron Rain tenta ser como um cover da sua banda favorita. Eu adoro "The Evil That Man Do" do Iron Maiden na voz de Floor Jansen do After Forever, um vocal feminino dá um toque diferente. Esse é o ponto de ser um spin-off ou um cover, é preciso apresentar um ponto de vista interessante ou depois você apenas volta para o que estava ouvindo em primeiro lugar.
Há muitas boas ideias aqui e eu adoraria vê-las implementadas em um futuro jogo da saga EDF feito pela Sandlot para ter certeza de que a base também está boa. Não que eu tenha achado Iron Rain um jogo ruim, ele é razoável e há até mesmo momentos mais épicos do que no próprio EDF 5, porém ele não se mostra bom o bastante para tirar a canção original da cabeça.
7/10
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quarta-feira, 10 de abril de 2019
Earth Defense Force: Iron Rain - Nova esperança ou novo Armageddon
Mas pera aí Rafael, você não acabou de falar sobre Earth Defense Force 5? O combinado não é que só temos que aturar você falando sobre essa série uma vez por ano? Bom caro leitor, normalmente sim, mas tivemos aqui uma reviravolta que me leva a falar de um novo jogo na franquia: Earth Defense Force: Iron Rain, que será lançado essa semana, apenas 4 meses após o lançamento de EDF 5.
Começa pelo seguinte ponto: Earth Defense Force 5 e praticamente todos os outros jogos da série são desenvolvidos pela Sandlot, uma empresinha japonesa genial que eu quero apertar as bochechas sempre. Porém Earth Defense Force: Iron Rain foi desenvolvido por outra empresa, a também nipônica Yuke, com um objetivo totalmente diferente.
A intenção é tornar a série mais atraente para o ocidente, porém da última vez que isso foi tentado acabamos com o terrível Earth Defense Force: Insect Armageddon da Vicious Cycle Software que simplesmente não entendia nada do que fazia a série interessante. A Yuke olha para a Sandlot como um senpai e parece respeitar mais o que o jogo simboliza, então nesse ponto pelo menos eu tenho um pouco mais de esperança.
Um ponto que eu acho inevitável é que provavelmente o jogo não terá o sistema de danos aos membros de EDF 5 e Zangeki no Reginleiv. Por ser outra produtora que praticamente desenvolveu outro jogo ao mesmo tempo que a Sandlot, então não devem ter ido pela mesma direção que ela foi com o quinto jogo.
Aparentemente Iron Rain só terá umas cinquenta missões, o que é muito pouco para o padrão da série, mas pode trazer uma experiência diferente da campanha de cem missões tradicionais de EDF. O jogo utilizará um sistema estranho de créditos nos quais você junta dinheiro pra comprar suas armas novas e melhorar seu personagem. É um pouco estranho, mas não posso julgar no momento se melhor ou pior que o atual.
Don't stop me now! Cause I'm having a good time!
O visual do jogo é bem diferente pois Iron Rain tenta ser mais realista à primeira vista. Isso se reflete em vários conceitos. Nada é apresentado apenas como algo natural sem explicação. Por exemplo, os personagens só são super resistentes porque usam exoesqueletos, se suas armas fizerem coisas impressionantes o jogo vai detalhar qual a fonte de energia delas e assim por diante.
No entanto logo depois o realismo vai pra casa do... pelos ares, com a introdução de novidades totalmente loucas e aparentemente muito divertidas. Uma delas é a nova classe Prowl Rider que é basicamente uma cópia dos caçadores de Ataque dos Titãs. Outra loucura é a capacidade de montar um dos insetos de alguma forma bizarra que não consigo entender. Todas as classes agora têm variantes masculinas e femininas.
Um ponto que me divide é que os personagens genéricos de EDF são substituídos por personagens de verdade com nomes e histórias que você poderá seguir. Alguns são promissores, mas não sei se isso é uma boa coisa. O multiplayer também parece ter sido ampliado pra um total de seis pessoas segundo as imagens, ao contrário dos grupos com quatro de EDF 5.
No início eu fiquei bem empolgado com as novidades de Iron Rain, não com todas, mas com as grandes mudanças na jogabilidade já que EDF 5 já tinha sido um passo tão impressionante pra franquia. Por outro lado o fato de que não é o mesmo estúdio desenvolvendo e que algumas mudanças parecem estranhas me preocupa.
Infelizmente a menos que eu consiga mexer uns contatinhos para conseguir uma cópia de review de EDF: Iron Rain, eu não vou ter como falar sobre o jogo por um bom tempo, até que ele seja vendido em uma promoção já que a cotação do dólar está valendo quase 4 formigas gigantes.
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sexta-feira, 29 de março de 2019
Review: Earth Defense Force 5 surpreende como melhor jogo da série
Earth Defense Force 5 é o mais novo capítulo pra PlayStation 4 de uma série de games meio tosca e escrachada da produtora japonesa Sandlot que surgiu como um minigame simplista no PlayStation 2 e desde então vem tomando proporções maiores. Eu sou fã da franquia há algum tempo, explodir alguns alienígenas é incrivelmente divertido, mas ainda assim não esperava que EDF 5 fosse me surpreender tanto.
A primeira vez que eu vi EDF 5 não me parecia muito impressionante, estava muito parecido com EDF 4, que sim é um ótimo jogo, mas não precisa de uma sequência igual. Havia alguns novos inimigos humanoides e eu até tinha medo que eles talvez não combinassem muito com o estilo do jogo. Então eu finalmente tive a oportunidade de jogar e o choque foi enorme. É facilmente o melhor EDF da série.
Aliens estão invadindo... de novo
A história é uma espécie de reboot, algo que sempre acontece na franquia após alguns jogos. Para os personagens a Terra está sendo invadida pela primeira vez, é o primeiro contato da humanidade com aliens, a primeira vez que insetos gigantes invadem as ruas. Curiosamente eles nunca são chamados de "insetos gigantes" como em outros jogos da série, mas de "Monstros". Alguns inimigos e essa atmosfera lembram os de Earth Defense Force 2 (disponível no PS Vita).
Você encarna o papel de um civil que estava visitando a sede da EDF, uma organização militar preventiva cuja função é ser a última linha de defesa da Terra em casos de emergência. Durante sua visita subitamente uma emergência real acontece e o mundo começa a ser invadido por alienígenas, veja só que coincidência. Você se torna um recruta "noob" ao lado de soldados treinados e aos poucos mostra seu potencial. Vale lembrar que você não interpreta o herói "Storm 1" dos jogos anteriores, mas ainda há uma ligação conceitual com essa ideia.
Os inimigos da vez são os Primers, alienígenas humanoides cinzentos. Eles também utilizam numerosas formigas, aranhas e vespas gigantes, o que aparentemente são exércitos de baixo custo já que vários aliens diferentes os utilizam através da série. Há versões reimaginadas de inimigos anteriores como drones e robôs trípodes. Sapos-bois voadores substituem os antigos dragões... uma frase que eu não achei que ia dizer hoje. Há também uma espécie de barata gigante que vira bola, como se fosse um tatuzinho coró de Gião, a qual eu acho que vem de Earth Defense Force 2.
O destaque entre os inimigos fica para as duas novas criaturas humanoides. Uma delas parede um sapo gigante, acredito que uma espécie escravizada pelos Primers, e a outra são os próprios Primers, os aliens cinzentos. Diferente dos monstros, eles carregam armas, são inteligentes, se escondem nos prédios e agem de maneiras que surpreendem o jogador. Eles adicionam uma dose extra de desafio que realmente combina com EDF 5.
A grande sacada da série Earth Defense Force está na escala das batalhas. São sempre centenas de inimigos atacando ao mesmo tempo. Diferentes tipos, diferentes comportamentos, agitando a ação. Quando não são monstros numerosos são criaturas gigantes, capazes de pisotear o jogador e que normalmente exigem um robô gigante para serem enfrentadas.
EDF! EDF! EDF!
A estrutura básica de EDF 5 lembra bastante o da série Diablo, se o jogo da Blizzard fosse de ação. Inicialmente o jogador tem quatro classes para escolher: Ranger, o soldado raso e mais simples classe, a experiência mais pura de EDF, já que foi com ele que tudo começou; Wing Diver, uma classe de média complexidade com guerreiras voadoras que usam a mesma barra de energia para atirar e voar; Air Raider, outra classe complexa especialista em combate indireto com bombardeios e veículos; e por último o Fencer, a classe mais difícil de jogar, basicamente o tanque do time.
O game consiste de 111 missões, a maior campanha de EDF até hoje, com cinco níveis de dificuldade cada: Easy, Normal, Hard, Hardest e Inferno. Ao jogar em cada nível de dificuldade você ganha equipamentos melhores que permitem avançar para o próximo nível de dificuldade e ganhar equipamentos ainda melhores em um ciclo viciante. Além de novos equipamentos o jogador acumula também "armadura" que seria o HP do jogo. Todas as caixas vermelhas coletadas durante as missões aumentam um pouco seu HP permanentemente e com mais resistência você pode aguentar missões mais difíceis.
As duas principais diferenças que mudam muito o jogo e não dava pra ver nos vídeos é que o sistema de armas mudou. Agora além de receber novas armas as que você já tem sobem de nível. Isso significa que às vezes você não precisa de uma nova arma para conseguir passar de uma fase, um upgrade pode ser o empurrãozinho que faltava. A segunda diferença é que agora mesmo quando você morre, ainda ganha uma porcentagem dos itens, 75% no Normal, 50% no Hard 25% no Hardest e apenas no Inferno uma derrota significa não ganhar nada.
As maiores novidades foram para a classe Ranger, que agora tem uma corrida que permite tanto escapar do perigo quanto coletar mais itens por área, e a capacidade de invocar veículos. Anteriormente apenas o Air Raider podia invocar veículos, então muitas vezes ele era o herói da história com seus veículos poderosos. Agora eu também roubo os holofotes às vezes. Para invocar veículos é preciso matar uma certa quantidade de inimigos para cobrir seu "custo" e então chamá-los por suporte aéreo.
A adição de veículos realmente deixa o jogo mais leve e divertido. Em uma missão um personagem me diz que a cidade está infestada de inimigos e teremos que ser sorrateiros para que não nos vejam. Ao invés disso eu invoco uma moto e passo arrebentando todos eles sem que consigam me pegar. Vale dizer no entanto que os veículos ainda são um pouco difíceis de controlar.
Enquanto os inimigos bípedes são uma ótima adição ao jogo, há um detalhe que é simplesmente fenomenal e eu não imaginaria que seria adicionado nem nos meus sonhos mais loucos sobre EDF. A Sandlot trouxe para Earth Defense Force 5 o sistema de dano aos membros do jogo Zangeki no Reginleiv, um game desconhecido mas genial da produtora para o Wii que não saiu fora do Japão e era mais ou menos nos moldes de EDF.
Como funciona esse sistema? Os inimigos bípedes podem sofrer dano individualmente nos membros. Tiros são capazes de arrancar pernas e braços. O jogador pode diminuir a mobilidade de um inimigo ao lhe arrancar as pernas ou anular sua capacidade de atacar ao remover seu braço que segura a arma. Por último a cabeça sofre mais dano que o resto do corpo e ao atacá-la é possível matar um inimigo mais rápido. Isso adiciona belíssimas estratégias ao jogo e nunca me pareceu que os elementos dessas séries se cruzariam.
Monster! Giant monsters!
Visualmente, EDF 5 dá um upgrade na antiga engine de EDF 4.1. Basicamente, o EDF 4.1 parecia um jogo da geração passada com novos efeitos, rodava meio lento. Em EDF 5 dá pra ver que muita coisa foi refeita e o jogo começa rodando leve como se fosse da atual geração. Eventualmente há slowdowns, mas o lance em EDF é que eles são charmosos, como nos clássicos jogos de NES, o jogo está mais caótico do que nunca e há tanta coisa acontecendo na tela que você sente que o ele está no seu limite.
Formigas, aranhas e vespas agora tem um tipo de carapaça que você vê se despedaçar quando recebem tiros. Há um novo sistema de respingo de sangue que também pinta a cidade inteira de várias cores conforme você mata as criaturas, parece uma partida de Splatoon. Os Primeirs usam também armaduras, que podem ser despedaçadas para revelar os membros que podem ser danificados.
Há mais variedade no clima das batalhas, como estágios noturnos onde fica mais difícil enxergar. No entanto as cavernas onde era impossível enxergar sem luz foram removidas, uma decisão difícil que tem suas vantagens e desvantagens. Há mudanças climáticas como chuva, que não afeta muito, e um nevoeiro e tempestade de areia que prejudicam bastante a visibilidade e impossibilitam o uso de snipers.
A música está um pouco melhor, com uma atmosfera mais de filme classe B do que nunca. Me lembra um pouco a trilha sonora de EDF 2 também. Enquanto a dublagem está boa, eu senti falta de alguns personagens extremamente carismáticas de Earth Defense Force 4. Ainda assim ela consegue dar uns bons murros emocionais nas missões mais avançadas.
Multiplayer
Uma das maiores qualidade que cresceram com EDF conforme mais jogos da franquia foram sendo lançados é o multiplayer. É possível jogar em tela dividida com um amigo ou se unir a outros três defensores da Terra no modo online. Neste modo inimigos são mais fortes e normalmente há limites sobre qual equipamento pode ser usado de acordo com o nível de dificuldade.
Ainda assim é comum que jogadores mais experientes topem carregar novatos para que eles consigam melhores armas cedo no jogo. EDF tem uma comunidade online fantástica que parece se espelhar nos próprios temas da série de camaradagem e nunca desistir. Isso cria um espírito de equipe quase instantâneo que não se costuma ver em outros jogos.
Conclusão
Earth Defense Force 5 foi uma grata surpresa, mais do que eu poderia imaginar. Esperando apenas por um pacote de expansão do quarto jogo com mais do mesmo, certa acomodação e perda de tato da empresa, a Sandlot provou que ainda bate um bolão. Eu senti que faltou uma conclusão mais forte no fim do jogo, um final melhor, mas ainda houve momentos durante a campanha que foram de arrepiar e vão ficar tão marcados comigo quanto os finais dos outros jogos. Não importa o tamanho do inimigo ou das chances, the EDF deploys.
9,5/10
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