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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Análise do Ano Fiscal de 2019 da Nintendo


Recentemente a Nintendo divulgou os resultados de seu ano fiscal de 2020, o qual inclui o período entre março de 2019 até março de 2020, com alguns detalhes interessantes sobre o futuro da companhia... se ainda houver um futuro para o mundo a longo prazo. Como já mencionei no artigo sobre a pandemia, não dá mais pra saber como as coisas ficarão pela frente e muitas previsões podem sair erradas.

Olhando apenas o relatório fiscal do ano completo, poderia-se imaginar que está tudo bem na Nintendo. Os lucros apenas tem crescido ano a ano e a valorização de suas ações está atingindo os velhos ápices da época do Wii. Estas condições, no entanto, já são reflexo da pandemia e altas vendas do Switch e de jogos como Animal Crossing devido a quarentena.

Se retornarmos até janeiro, quando o mundo ainda estava um pouco mais normal, a Nintendo havia divulgado seu relatório de terceiro trimestre do ano com os seguintes fatos: não havia atingido sua meta de lucros de ¥175 milhões de Yens, ficando em ¥168,7 milhões, as ações da companhia caíram 4% devido a investidores insatisfeitos com esse resultado e o novo modelo do Nintendo Switch Lite teve vendas abaixo do esperado.


Apesar de tantas más notícias, este não é um cenário apocalíptico como costumávamos ter na época do Wii U e 3DS. Aquelas duas pedras puxavam muito a Nintendo pra baixo, a ponto da companhia mal ficar no azul. O que são ¥168,7 milhões comparados a uma época em que eles geravam ¥70 a ¥50 milhões. Isso para não mencionar o ano em que a Nintendo teve apenas ¥6 milhões e o fatídico ano de prejuízo causado pelo 3DS.

No entanto, também não é tudo céu azul para o Switch como os fãs da Nintendo gostam de imaginar. Quando fiz minha previsão inicial sobre o Nintendo Switch falei com certeza que ele não era um portátil e que veríamos a Nintendo lançar um portátil de verdade, o que aconteceu com o Switch Lite. O fato de que ambas as plataformas dividem nome e ecossistema, porém, complica muito para analisá-las.

Na minha previsão, o Switch estaria com no máximo 40 milhões de unidades vendidas quando a Nintendo lançasse seu novo portátil e foi isso que aconteceu, com vendas de 36,87 milhões em junho de 2019 e 41,67 em setembro de 2019, já com 1,95 milhões de unidades do Switch Lite. Onde as coisas começam a ficar complexas é que quando previ isso em 2017, estava certo de que uma vez que tivéssemos o portátil de verdade, não haveria mais motivos para comprar o modelo padrão.

Aconteceram no entanto duas coisas complicadas: primeiro, falava que a bateria fraca do Switch era um dos motivos de ele não poder ser tão portátil, mas logo após lançar o Lite a Nintendo lançou um novo modelo padrão do Switch com bateria melhor, sem mudar de nome. Ele é mais capaz de ser portátil que o Switch que tínhamos antes, porém ele ainda tem o mesmo nome do que era menos capaz, o que causa problemas de medição.


E segundo, algo que eu não costumo esperar da Nintendo, o Switch Lite não é bom o bastante. O Switch Lite deveria ser uma porta de entrada de custo menor para o mundo do Switch, na qual você pudesse se comprometer aos poucos. Comprar basicamente o mesmo aparelho, porém sem controles de movimento, sem o dock para conectar na TV e assim por diante.

Você deveria, no entanto, poder aos poucos comprar essas coisas e se comprometer cada vez mais com a plataforma. Você pode comprar Joycons para o Switch Lite, porém ele jamais poderá se conectar à TV pois a Nintendo não deu essa funcionalidade ao videogame. Esse foi um erro extremamente amador da empresa que não é algo que eu costumo esperar dela e acho que eles ainda nem perceberam que cometeram. Vou explicar a seguir qual o grande problema disso.

O Switch não é um portátil, o que significa que seu alcance de vendas é limitado. Mesmo que supostamente ele vendesse como um híbrido, estamos falando de 70% das vendas de um portátil de verdade. O lançamento de um portátil de verdade deveria ser capaz de pegar as vendas limitadas do Switch e levá-las além dos 120 milhões.

Como o Switch é uma plataforma unificada da Nintendo, presume-se que ela não lançará mais um console e um portátil por geração. Porém para que isso faça sentido para ela, essa plataforma única precisa ser bem lucrativa. No pior cenário da Nintendo, a geração do Wii U e do 3DS, console e portátil tinham vendas conjuntas de 75,77 milhões + 13,56 milhões. Isso significa que 90 milhões de Switch + Switch Lite, enquanto pode parecer um número alto, seria equivalente à pior época da Nintendo.


Em algum momento a Nintendo terá que considerar se valeu a pena ter apenas uma única plataforma. Em sua fase de ouro, a empresa vendeu 150 milhões de Nintendo DS + 100 milhões de Nintendo Wii. Seria possível uma plataforma unificada chegar a 250 milhões de unidades? Se não for, por que não lançar duas plataformas separadas e tentar alcançar novamente o topo com ambas? Qual o tamanho do risco de ter apenas uma plataforma caso ela falhe?

O fato do Switch Lite não ser bom o bastante vai criar uma dissonância bizarra nos números, pois vendas que deveriam ser do Switch Lite se converterão em vendas do modelo padrão do Switch. Ambas as plataformas irão se canibalizar e se prejudicar ao invés de ampliar o alcance da forma que um portátil de verdade deveria fazer.

Como o Switch Lite não pode aos poucos ser transformado na experiência padrão do Switch, com conexão à TV, significa que aqueles que escolherem pelo Lite estão abrindo mão dessa função ao comprá-lo. Um "Portátil de verdade" que deveria ser sucesso com os Tiers 2 e 3 do mercado, não tanto com o Tier 1 hardcore que preferirá o "console", acaba por deixar grande parte do seu público para trás porque eles não irão querer abrir mão disso.

Acidentalmente o Nintendo Switch Lite criou uma âncora de valor que faz as pessoas pensarem que gostariam de tê-lo, mas que é melhor pegar o Switch padrão. O Switch padrão, no entanto, exige um compromisso financeiro maior e nem todos irão se converter, muitos ficarão no meio do caminho entre não querer abrir mão das funções do modelo padrão e não terem o dinheiro extra para completarem.


Nos últimos anos quando uma plataforma Nintendo era lançada teria vendas de quase 18 milhões de unidades no ano, mas o Switch Lite teve vendas de apenas 6 milhões. Enquanto o Switch padrão vendeu mais que o Lite, 14 milhões. Ao invés de substituir o modelo padrão, o Lite está fazendo o Switch padrão parecer um negócio melhor e vender mais para algo em torno de 12 milhões de pessoas.

Bom, mas o que importa? Se for tudo Switch, não importa qual modelo fica com as vendas, certo? Não é bem assim. Um "portátil de verdade" teria como função expandir o mercado para jogadores que não são de console. Jogadores que não querem jogos grandes de console para jogar em qualquer lugar, mas querem jogos pequenos para sacar em momentos oportunos. Sem o apelo do Lite, a Nintendo perde essa capacidade de expansão.

Um analista famoso da Niko Partners, o Daniel Ahmad, comentou que a Nintendo atualmente é "completamente dependente do Switch" e que precisaria "focar em como expandir sua plataforma para 2021 e além", algo bastante semelhante ao que eu estou dizendo agora.

A Nintendo ainda não se encontrou nos projetos portáteis. O remake de The Legend of Zelda: Link's Awakening ficou caro demais para o consumidor, lado a lado com The Legend of Zelda: Breath of the Wild como se tivessem o mesmo valor. Pokémon que era um jogo de baixo custo para produzir teve que pular o equivalente a duas gerações e teve um desenvolvimento conturbado com resultados abaixo do nível de qualidade da franquia. No momento não há novos jogos portáteis anunciados para o console, mas isso pode mudar.


Fosse este um ano normal eu continuaria escrevendo sobre mais coisas, mas o que acontecerá com os videogames nos próximos meses tem bem pouca relação com sua qualidade e tudo a ver com coisas mais importantes no resto do mundo.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Nintendo Direct Mini de Março




Não pude fazer um post muito detalhado sobre a última Nintendo Direct Mini de março por questões contratuais, mas vou dar uma impressão rápida só pra não passar em branco. Como mencionei em um post anterior, os fãs da Nintendo estavam loucos por uma Nintendo Direct e essa "Mini" não matou tanto o apetite. Eu não sei se ainda teremos uma Direct de fato em breve, mas essa transmissão achei bem fraca.

O maior problema é a enorme quantidade de ports. O Nintendo Switch praticamente só está recebendo jogos requentados no momento, até mesmo um dos maiores lançamentos da Nintendo é Xenoblade Chronicles, um jogo que ela já relançou duas vezes. Coletâneas da 2K como Bioshock, Borderlands, Catherine, Saints Row IV, Burnout Paradise, são jogos já cansados em sua maioria. Burnout Paradise você pode achar por US$ 5 hoje em dia e deverá ser vendido por muito mais no Switch.

Há algum tempo falei sobre como a Nintendo estava com sua agenda atrasada, mas agora com a quarentena do coronavírus acho que é possível que esse ano acabe bem aquém do esperado. Sempre podemos torcer que já haja jogos prontos e não revelados que não seriam tão afetados pela quarentena, mas há uma chance real de vermos uma Nintendo extremamente lenta, sem conseguir botar seus produtos no ritmo natural.

Um jogo que eu gostei bastante e não entendi por que não estava na apresentação anterior de indies foi "Good Job", um jogo sobre realizar trabalhos simples porém de várias maneiras diferentes e cômicas.

Assim como na apresentação Indie World, precisaria de muito pouco para aplacar os fãs, bastava uma surpresa, um teaser de 30 segundos, algo inesperado para que todos tivessem sobre o que falar até junho. Nada do tipo foi mostrado, no entanto.


Por isso foi uma Nintendo Direct bem caída, mas acho que o clima geral por conta da quarentena já não era muito positivo. Vamos torcer que a Nintendo consiga manter seu ritmo nesse tempo de dificuldade para que nós também tenhamos coisas legais sobre o que falar.

sábado, 7 de março de 2020

Pokémon Mystery Dungeon tá bem lindão


Eu estava bem alheio a Pokémon Mystery Dungeon: Rescue Team DX para o Nintendo Switch, afinal era um remake de um jogo de Game Boy Advance e Nintendo DS com potencial bem limitado (afinal, é um Mystery Dungeon) pelo preço de US$ 60. Alguém deveria fazer um artigo sobre como a Nintendo está errando na precificação de seus jogos, só dizendo.

Uma coisa que eu ainda não havia prestado atenção no entanto é como ele estava bonito. O estilo utilizado para reproduzir mais ou menos o conceito do original mas em 3D faz parecer uma arte com lápis de cor bem simpática. Me fez imaginar como seria legal ver um jogo de Pokémon de aventura com esse mesmo estilo.


No Game Boy Advance e Nintendo DS o jogo usava tiles 2D, pedaços repetidos e meio enjoativos de cenário com uns 16x16 pixels. Nessa versão presumo que ainda haja um pouco de repetição, mas os efeitos visuais fazem os cenários parecerem desenhados à mão, muito bonitos. Teriam caído bem com algo estilo The Legend of Zelda também.

Pensando em como esses visuais tornam o jogo bem mais agradável de olhar, a ponto de aumentar pontos em uma nota de review, lembrei que eu mesmo fiz uma review do Pokémon Mystery Dungeon original em 2006 para o site CasaDosJogos.

Acho que ela ainda serve como uma análise do conceito do jogo, sem considerar possíveis mudanças que o tenham deixado melhor nessa nova versão. Editei também algumas partes datadas que falavam sobre as diferenças entre as versões do GBA e DS para não ficar confuso. Deem uma olhada:

Então você é fã de Pokémon? Talvez seja uma boa ser fã de Mystery Dungeon antes de pular neste aqui... O jogo é uma versão Pokémon da série Mystery Dungeon da produtora Chunsoft, com muito mais personalidade do que o comum. O esquema não é novidade e já ficou conhecido no PlayStation One com Chocobo, personagem da Square Enix em um jogo próprio da série. O universo Pokémon sem dúvida tem um bocado de conteúdo, e ele acaba por enriquecer um design um tanto quanto genérico.
O jogo conta a história de um humano que se tornou um Pokémon, você, e que abalou o equilíbrio do mundo, exigindo que ele parta em uma jornada para consertar tudo. Aproveitando sua condição, ele encontra um parceiro e monta um time de resgate para ajudar Pokémons que possam precisar de auxílio devido aos desastres naturais que servem de pano de fundo para o jogo. Apesar da história não ser ruim e ter lá seus momentos, muitas vezes ela é contada como se fosse vista por crianças, demorando para tirar conclusões óbvias, ou mostrando flashbacks de coisas que aconteceram dois minutos atrás, mesmo sem o jogador ter tido intervalos para salvar.
Virar Pokémon pode não ser uma escolha, mas qual deles você será, é. Há aproximadamente uma dúzia de Pokémons para você jogar, mas enquanto seu parceiro será uma escolha direta, o seu destino dependerá de perguntas que serão feitas no início do jogo. Muito calmo deverá lhe render um Bulbasaur, assim como muito corajoso, um Charmander, e muito esperto, um Squirtle. Há alguns outros, como Cubone para os solitários.
O resto do jogo se passa em uma pequena comunidade Pokémon, que particularmente, eu não gostei, achei que saiu bastante do que já foi mostrado sobre os monstrinhos até hoje. Sendo um Pokémon, você conversa com eles normalmente, e eles são tão espertos e vivem de forma tão organizada em sociedade que simplesmente destoa demais do clássico desenho que a maioria de nós assistia todas as manhãs.
Nesta pequena cidade também ficará sua base, onde você receberá pedidos de socorro, também gerados aleatoriamente, em maioria, pelo correio, entregues por um Pelipper. Fora dos labirintos a jogabilidade é mais livre, mas tenho que dizer que preferiria um mapa interligado do que o tradicional mapa central pelo qual você viaja entre pequenos pontos.
Sim, labirintos. A série Mystery Dungeon provavelmente ganhou esse nome com o genial conceito (ao menos devia ser há anos atrás) de labirintos gerados aleatoriamente, com fases que nunca são iguais, o que em teoria, e somente em teoria, traria diversão infinita. Como na prática, a teoria é outra, o jogo sofre de uma enorme falta de profundidade nas fases, sempre sendo muito monótonas e repetitivas, com Pokémons espalhados pela fase e às vezes delegando a sua sobrevivência puramente para sorte. Depois de um tempo surge um ou outro elemento novo, mas simplesmente não são suficientes para sustentar esse design.
A jogabilidade confia mais ou menos na grade de construção das fases, por assim dizer, blocos pelos quais os personagens se movem. Não há movimentação livre, ele sempre anda uma porção X de espaço com um toque na direção, e esse movimento em espaço X, é o equivalente a um turno. Conforme você anda, é montado um mapa na sua tela, e não é incômodo como pode parecer, até um pouco invisível se você não prestar atenção.
É justamente onde entra o elemento Pokémon que Mystery Dungeon consegue se segurar melhor. O sistema de batalhas pode não ser divertido ou profundo como na série principal, mas ele reproduz bem as mesmas características, desde as efetividades, até habilidades especiais e os golpes, aprendidos nos mesmos níveis. Ah sim, níveis, você ganha EXP normalmente nas lutas, mas eu realmente preferiria que não houvesse uma reprodução tão boa, pois subir de nível é um suplício sem igual. Não bastasse ser monótono, você terá que fazer isso várias vezes com outros Pokémons. Por que? Explico abaixo.
Após certos eventos da história, você terá a opção de recrutar novos membros para seu time de resgate, entrando novamente o Catch'em All, já que você pode realmente procurar e recrutar todos, mas eu não recomendo. O recrutamento é feito ao derrotar o personagem em um labirinto, ocasionalmente eles pedirão para entrar no seu time, e então você terá que cuidar dos níveis deles também. Não preciso dizer que as AIs são chatas, não? Mesmo sendo configuráveis e até mesmo podendo melhorá-las com itens, eu simplesmente não confiaria neles para não caírem no chão de nariz.
Devido aos desastres naturais, os Pokémons estão bem irritados, e você terá que enfrentá-los durante suas missões de resgate. Você pode selecionar seus golpes por um menu, o que no fundo lembra um pouco a série principal. Do Tackle ao Ember seus golpes gastarão um turno, um PP, e em seguida seu adversário atacará, o que de certa forma é entediante. Você não precisa sempre abrir o menu, pode selecionar um golpe para ficar acessível por um atalho.
Os PPs me parecem acabar muito rápido considerando o número de batalhas, mas como os labirintos são aleatórios mesmo, é uma questão de sorte para quanto tempo você leva para achar a próxima saída. No final dos labirintos você ainda costuma enfrentar alguns chefes, que não passam de Pokémons mais fortes para torrar sua paciência. Há mais coisas envolvidas nas lutas, como interligar golpes para atacar duas vezes no mesmo turno, disparar itens, mas tudo tenta disfarçar uma monotonia máxima de que você vai querer fugir das lutas depois de um tempo. A música é diferente para cada labirinto mas é igualmente repetitiva sempre, de uma forma que irrita com facilidade.
Para um jogo tão repetitivo, faltou algo que poderia tornar esse tipo de jogo um sucesso: um bom multiplayer cooperativo. A divisão em turnos tornaria possível até mesmo um fácil multiplayer online, mas não temos sequer multiplayer local, o que é bastante decepcionante.
Pokémon Mystery Dungeon não é ruim logo de início, é simplesmente a sensação de que nada acontece para mudá-lo que poderá desanimar o jogador. Assim como se você for um fã da série Mystery Dungeon, vai adorar essa mesmice característica da série, e há bastante espaço para continuar jogando, como recrutar todos os Pokémons existentes.
O ponto principal é que realmente esse jogo agradará muito mais aos fãs de Mystery Dungeon do que os fãs de Pokémon, estes com certeza preferirão esperar um jogo da série principal para capturar todos pra valer, e acho que nem encontrarão uma distração de qualidade aqui, mas os jogadores de GameBoy podem agradecer o lançamento pela escassez.
Nota: 7.5/10