sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Feliz Natal
Puxa, nem dá pra acreditar que já se passou um an... peraí, a gente criou o blog há alguns meses... hã, deixa pra lá então, Feliz Natal para todos ^^/
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Jay cobre o lançamento do livro "Calaboca Galvão"
Neste episódio veja minha mãe estragando meu vídeo, histórias em quadrinhos, o coletivo de borboleta e veja sempre o lado bom da vida
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Economia injusta e Jogo Justo
Provavelmente você já sabe, mas o Brasil tem uma das maiores cargas de impostos do mundo e ao importar um videogame ou um jogo não pagamos menos do que 60% sobre o valor do produto mais o frete. O Jogo Justo pretendia mudar isso.
Em meio ao frissôn inicial, qualquer um que levante um ponto contra algo, é automaticamente considerado um traidor do rei e deve ter sua cabeça cortada, mas esse não foi o motivo pelo qual não me meti, apesar de manifestar minha posição contrária ao projeto.
Primeiro porque conheço o idealizador da campanha, Moacyr, e segundo porque sei como é difícil juntar pessoas para um propósito sem ter outras gritando por perto como aquilo vai dar errado.
Não havia necessidade de fazer uma forte oposição ao projeto mesmo sabendo que daria errado. Quando se tem a possibilidade de fazer um forte argumento contra algo e você sabe que tem uma boa força de convencimento, uma boa opção pode ser o de não fazê-lo e deixar que as pessoas tentem chegar à conclusão sozinhas.
O tempo passou e acredito que a campanha já gastou todo o seu gás inicial. Os primeiros descontentes e manifestantes desapontados já surgiram, então pode-se dizer que o encanto já foi quebrado. Não vejo problema em mostrar os defeitos agora que alguns já os viram.
Para entender por que o Jogo Justo deu/dá/dará errado é necessário entender os conceitos básicos por trás do projeto e também da economia brasileira. Para quem baixar os impostos? Por que eles estão lá em primeiro lugar? São perguntas essenciais que passam despercebidas por instintos básicos de querer o que é melhor pra nós mesmos e de que o governo é só um bando de filhos da mãe.
O Brasil é um país rico, todos sabem, temos muitos recursos, mas também temos uma população incrivelmente numerosa. Esses recursos são divididos de forma muito desigual, criando pontos quentes e frios, com contrastes de qualidade de vida abismais. Basta comparar as maiores capitais como Rio de Janeiro e São Paulo com cidades afastadas do Nordeste.
A base da nossa economia está na matéria prima, minérios, agricultura, pecuária, mercados de commodities, além da manufatura e obviamente o turismo. É basicamente com estes que geramos riquezas a partir do "nada". Pedras no chão viram dinheiro, recursos renováveis como plantas, viram dinheiro, animais que se multiplicam viram dinheiro. Coisas que valiam menos antes, passam a valer mais após serem manufaturadas por pessoas, assim como estrangeiros nos visitam por entretenimento.
É curioso quando pensamos o quão essenciais nós somos. O Brasil está na base da matéria prima e ainda assim não é considerado tão importante quanto realmente é. Isso se deve a forma como o Capitalismo funciona.
O Capitalismo é um sistema baseado em escassez. Quanto menos de uma certa coisa houver, mais ela vale. São os conceitos básicos da Oferta e Procura. Trocando em miúdos, seria como se nós tivéssemos muito fubá, mas não tivéssemos nenhum bolo de fubá, então aceitamos comprar o bolo pagando mais do que ganhamos vendendo o fubá. Como há mais fubá que bolo, ele se valoriza e nós ficamos escravos desse ciclo.
É mais ou menos assim que o Brasil funciona. Nós não temos tradição tecnológica para fabricar aparelhos eletrônicos, mas fornecemos grande parte da matéria prima, comprando-os em seguida. O bolo não existe sem o fubá, mas ainda assim, pagamos mais por ele mesmo sendo parte essencial do processo.
Talvez você se pergunte por que isso é importante. Se é o conceito básico do Capitalismo, o que não tem remédio, remediado está. Seria necessário primeiro estabelecer que o Capitalismo está errado, o que definitivamente não é minha intenção aqui. Mas relevante para a nossa economia é necessário perceber que o Capitalismo é um sistema de pirâmide e nós fazemos parte da base.
Toda a função do Capitalismo é criar um ciclo de escravidão do indivíduo menos pensante em função do mais pensante. Estes termos facilmente se traduzem para indivíduos pobres em função dos ricos.
Sempre haverá uma larga base e um limitado topo na pirâmide. Nunca poderá haver mais pessoas no topo ou no centro do que na base, essa é uma ilusão do Capitalismo, de que todos poderiam subir com esforço e trabalho.
Hoje em dia essa ilusão se dá através do câmbio e do débito. Não quero explicar extensamente como dívidas escravizam, então pensem no seguinte resumo: se todo o dinheiro do mundo fosse $100 e você pegasse $10 em um empréstimo com o banco, você teria que pagar $12 por causa dos juros. Mas como isso seria possível se todo o dinheiro do mundo era $100? Como todo o débito do mundo poderia totalizar $102?
Esse é um sistema de escravidão lógico, é o motivo pelo qual todo o dinheiro circulando no mundo nos dias de hoje não pagaria todo o débito que existe no mundo atualmente. É também o motivo da crise financeira, já que os bancos só precisam ter uma ínfima porcentagem do dinheiro que emprestam, todo o resto dele é virtual.
As novas leis nos Estados Unidos dizem que os bancos agora precisam garantir 7% do que emprestam. Isso significa que pra te emprestar $100 eles só precisam ter $7. Não é preciso ser um gênio pra se perguntar: "Se eu não posso fazer isso, por que os bancos podem?", e menos ainda pra ver que é só uma questão de tempo até a próxima crise financeira, eles só colocaram um pavio mais longo na bomba.
Se você acha que isso não te afeta porque você não pega empréstimos, pense de novo. Aí entra a inflação. A inflação nada mais é do que a personificação do monstro dos conceitos básicos do Capitalismo. Lembra-se? Oferta e Procura. Quanto mais dinheiro há no mundo, menos ele vale.
Então temos o câmbio, que diz quanto a moeda de cada país vale em relação a outras bases. Ele se encarrega de manter os pobres e ricos separados. Constantemente o mundo se volta para o ouro e papéis da maior potência do mundo. Quando alguém perceber que o ouro não vale isso tudo nos dias de hoje, será divertido.
A força de cada país e de sua moeda é medida pela sua riqueza e aí revemos o bolo de fubá. Digamos que quem vende o fubá seja um brasileiro e quem vende o bolo seja um americano. Se o brasileiro vende o fubá por $5 e o americano nos revende o bolo por $10. Quem fica com o dinheiro?
Esse é o famoso jogo da economia. Quando exportamos, nos tornamos mais fortes. Quando importamos, nos tornamos mais fracos. A proporção entre exportação e importação basicamente determina a força do país e da moeda.
Isso significa que a menos que as pessoas parem de comprar bolo, não conseguiremos produzir fubá suficiente para pagar nossas dívidas. O bolo são os produtos industrializados e o imposto de 60% é o freio que o governo tenta botar na nossa economia.
Se você não for tão jovem, deve lembrar-se do Plano Real em seu início, onde foi adotatada uma política de igualdade ao dólar americano. Muitos países já tentaram esse tipo de estratégia e sempre acontece o mesmo. Quebram.
Durante essa época, 1 Real equivalia a 1 Dólar e podíamos comprar muitas coisas a preços "justos". Os eletrônicos estavam a preço de banana. Havia uma sensação ilusória de crescimento e melhora de vida.
Mas essa Maria Fumaça consumia carvão desesperadamente e esse carvão era a nossa reserva interna de dólares. Para manter a nossa moeda a todo vapor, nós queimávamos nossas reservas. Não podia dar em outra.
A bolha estourou e tivemos que ser resgatados pelo FMI, o Fundo Monetário Internacional, que nos emprestou 30 bilhões. Lembra-se sobre débitos? Ficamos escravos do FMI por um tempo. Vale lembrar que não há opção senão pagar, já que a Argentina deu um calote e o monstro da economia voltou para morder sua retaguarda. Se na época que estávamos endividados o Brasil estava fraco e a Argentina gozava de bons ventos, hoje o quadro se inverteu cruelmente.
Outras vezes vejo as pessoas compararem o Brasil com o México, que também era um país marginalizado mas que recebia produtos a preços acessíveis. O que talvez nunca tenham percebido é que eles tem uma vantagem geográfica. O México faz fronteira com os Estados Unidos e todos os anos milhares atravessam ilegalmente para lá.
Tentando combater o problema da imigração, ilegal ou não, os Estados Unidos fizeram um acordo com o México para melhorar a qualidade de vida lá, visando assim que seus habitantes não imigrassem para lá.
Enquanto por aqui houve a ALCA, a Área de Livre Comércio das Américas, que era mostrada como algo lindo, praticamente o sonho de Che Guevara, uma América sem fronteiras... de lá pra cá. Derrubando as tarifas alfandegárias, todos os produtos industrializados entrariam aqui sem impostos.
Os brasileiros que querem consumir esses produtos sofisticados, e tem direito de desejarem algo assim, adoravam o conceito da ALCA. Mas adivinhe só? Todas as barreiras dos Estados Unidos continuavam lá para proteger sua própria economia enquanto nos pintavam como os vilões.
Muitos já ouviram falar que os impostos sobre videogames protegem a indústria nacional e questionam como isso é possível se o Brasil não produz videogames, mas não estamos falando só de um setor da indústria, mas de toda ela.
E são necessários dois para dançar o tango. Outros países utilizam-se dessas mesmas barreiras, se não piores. A Argentina constantemente barra a entrada dos produtos brasileiros da "linha branca", como fogões, máquinas de lavar e geladeiras. Para não mencionar os inúmeros processos que temos na OMC, Organização Mundial do Comércio, contra barreiras impostas pelos Estados Unidos sobre o nosso "fubá".
Quando compramos videogames, jogos e eletrôncios em geral, estamos enviando nosso dinheiro em larga escala para o exterior, enfraquecendo nossa economia. Não pense que o Brasil nunca tentou reverter essa situação, pois foi incentivada a instalação de empresas aqui através de isenção de impostos, a famosa Zona Franca de Manaus.
Não pense também que as empresas são coitadinhas, pois por muito tempo elas adoraram essa proposta e viveram muito bem com ela. No entanto, o cinto apertou. Sabemos que Sega e Nintendo estavam no Brasil oficialmente e ambas as empresas estavam tomando uma surra da Sony na época do PlayStation 1 e 2 nos principais mercados, Estados Unidos, Japão e Europa.
De repente, vários problemas que sempre existiram começaram a virar causas para elas irem embora. Não coincidentemente também foi nessa época que produzir na China virou o padrão. Para cada produto eletrônico a um preço acessível que vemos hoje, há sangue de chineses trabalhando por um salário desumano. Não devemos ter vergonha nenhuma da proteção que o governo nos oferece no setor trabalhista.
As empresas visam o lucro a qualquer custo sem se importar conosco. Nunca admitiriam isso e sempre farão parecer que estamos fazendo o melhor pra nós mesmos. Por isso não me surpreende que tantas empresas famosas apoiem o Jogo Justo, é muito fácil pra elas. Assim como há muitas lojas envolvidas com a campanha e o objetivo delas transparece facilmente, como o das empresas citadas.
O primeiro grande evento que a campanha tentou foi um "Dia sem Imposto", algo que muitos setores fazem, um dia em que vendem seus produtos amargando o prejuízo do que pagaram de imposto em troca de mostrar para o governo como o aumento de consumo através do preço mais acessível poderia compensar a perda do imposto.
Com nenhuma surpresa as lojas limitaram-se a oferecer alguns jogos encalhados a preços nada impressionantes que foram superados nas semanas seguintes em promoções de final de ano. Quem mais foi prejudicado foram os usuários mais fiéis, que compraram só para demonstrar apoio à campanha.
A forma mais fácil de se descobrir as reais intenções de uma campanha é ver quem a apoia e quem mais vai ganhar com isso. As mesmas empresas que visam o lucro a todo custo. Longe de ser um ataque pessoal ao idealizador, pois com certeza Moacyr partilha o mesmo sonho que nós, um mundo em igualdade, e acredita estar tomando o melhor passo para tal.
Mas o mundo é injusto e não é pelos jogos que temos que começar a mudá-lo.
Quando tudo parou de ser excitante?
Quando tudo parou de ser excitante? Essa é uma pergunta fácil de responder, mas complicada de explicar. É fácil apontar quando paramos de nos animar com as coisas, o difícil é dizer o porquê isso aconteceu.
Há alguns anos atrás, tudo era mágico, tudo era possível, estávamos em uma era de imaginação da raça humana, nosso destino era incerto e imaginá-lo era emocionante. Esses eram os anos 80.
Eu diria que os anos 80 foram tão fortes que até os anos 90 foram anos 80. Foi a época das infâncias de ouro, tudo era novo, desconhecido. Era uma época onde até mesmo um desenho sobre tartarugas era excitante.
Mas os anos 80 acabaram (depois dos anos 90). O mundo não acabou no ano 2000, os carros voadores não chegaram, os alienígenas não invadiram, a guerra nuclear não estourou, o salto tecnológico não aconteceu.
Saímos da fase de achar tudo excitante, amadurecemos como civilização. Talvez esse seja o motivo pra nosso desânimo, é uma desilusão natural da maturidade após termos escolhido um caminho. Não mais imaginamos várias possibilidades sobre o que poderíamos ser, a raça humana parece caminhar em um rumo previsível e monótono.
Estamos no apogeu da nossa civilização, o pico tecnológico. Finalmente nos demos conta de que a tecnologia não vai ter o avanço necessário para chegarmos aos seriados de ficção científica onde o homem desbrava o espaço.
Podemos agradecer ao capitalismo por ter nos mostrado cada vez mais o quanto os recursos são limitados e quanto o poder é centralizado. Nunca veremos combustíveis renováveis e não poluentes enquanto o petróleo for lucrativo e ninguém vai querer um carro voador que cai no meio do caminho.
Qualquer anúncio envolvendo consequências globais, como a possível descoberta de vida alienígena pela NASA, nos deixa na pontinha das poltronas, prontos para pular. Não porque estamos interessados no assunto, mas ficaríamos satisfeitos com qualquer migalha. Gritamos para por favor nos tirarem do tédio da civilização! Nos façam pular da poltrona!
O momento nunca chega. Continuamos plugados em nossas paredes. Parece não haver qualquer esperança. Então falta luz. Por um momento estamos livres, a civilização foi desligada. Não mais sabemos o que está acontecendo do outro lado do mundo, mas finalmente percebemos o que está acontecendo ao nosso lado.
Por um instante temos nossas vidas de volta e tudo é novamente excitante. Mas deixa pra lá, a luz já voltou e estamos hipnotizados novamente.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
TRON e a semântica dos videogames
Mas diferente da maioria, eu saí do sistema, eu vejo de fora. Apesar de gostar de algumas coisas, eu tenho que admitir que elas não fazem bem para a indústria dos jogos como um todo.
Essas mesmas pessoas acreditam que não haja um jeito certo e um errado de fazer jogos, que ambos os estilos podem coexistir. Mas isso não é verdade.
Coincidentemente estamos na época do lançamento do filme TRON: O Legado (TRON Legacy no original), que é baseado em um filme de 1982 sobre um gênio da computação que entra em seu computador e de certa forma joga videogame dentro dele, entre outras coisas.
Caso você esteja por fora ou não conheça o original, aqui uns vídeos pra auxiliar:
Por que TRON me lembra desse assunto? Porque TRON é a vitória de um desses lados. Vamos chamá-lo de Lado da Imersão.
Há uma diferença nas duas formas de fazer jogos, que inicialmente parece apenas uma diferença de semântica, mas que analisada à fundo, vira uma variável determinante, uma ramificação, formando dois caminhos opostos. Em oposição aos jogos imersivos, teremos o Lado da Emersão.
O que podemos notar nos jogos de hoje em dia pelo lado da Sony e Microsoft é que eles desejam imersão. Imergir o jogador dentro de um mundo diferente do dele. Escape da sua vida para vir viver uma aventura em nosso mundo. Quanto mais imersivo for o jogo, mais você acredita naquele mundo.
Já a Nintendo não está nesse caminho, mas muitas pessoas ainda não vêem o caminho em que ela está, porque ele é um pouco menos visível. Jogos como Wii Fit ou Wii Sports não chamam você para um mundo diferente, não chamam você para escapar da sua vida. Eles oferecem um complemento. São experiências que você pode exportar do jogo, para sua vida cotidiana.
Mas os jogadores insistem que ambos os tipos de jogos podem coexistir. Eles estão satisfeitos com seus jogos imersivos. Por que não estariam? Cresceram com eles. O resto do público não concorda. O estigma continua. Dificilmente você achará alguém que não vê filmes ou lê livros, mas é fácil achar alguém que não joga.
Assim como o "Mercado Livre" corrompe o Capitalismo, a liberdade das empresas corrompe as propostas dos consoles. Nada impede que você lance jogos imersivos no Nintendo Wii, nada impede que você lance jogos emersivos no Xbox 360 e PlayStation 3. A questão é que eles não vendem e dissolvem a mensagem por trás desses consoles.
Nesse caso os jogos não coexistem, eles corrompem as propostas. Quando você compra um Wii você espera jogos emersivos, quando compra o Xbox 360 ou PlayStation 3, espera jogos imersivos. Até agora nada poderia impedir as empresas de fazer isso, já que não há um controle por parte das donas dos consoles e não há um bom senso das produtoras.
Por quanto tempo poderia se sustentar essa situação? Não muito se depender das fabricantes. Porque a ramificação que inicialmente era filosófica e só se estendia ao software, irá eventualmente chegar ao hardware.
Enquanto Sony e Microsoft querem colocar você dentro da tela, dentro do jogo, a Nintendo quer trazer o jogo para fora da tela. Parece uma diferença de semântica simples, puramente jogo de palavras. Até que você pensa bem a respeito.
A evolução do pensamento da Sony e Microsoft seria TRON. Entramos no mundo deles. Realidade Virtual. Ambas já usaram câmeras que nos colocaram na tela. Adicione um visor e veremos o que o personagem vê enquanto ele se move como nos movemos.
Para onde seria a evolução do pensamento da Nintendo? Quem sabe? Hologramas? Efeitos em 3D que fazem objetos saltarem da tela? Interação com esses objetos como se eles fossem reais?
Perceba que nenhuma das tecnologias está tão distante assim que não possa ser imaginada nos hardwares atuais, como o Kinect ou o Nintendo 3DS. A guerra já está começando a tomar uma forma.
Isso significa que eventualmente deixará de ser uma questão de qual tipo de jogo você prefere, mas em qual mundo você vive. O real ou o virtual? E para esta pergunta, haverá uma resposta certa.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
O que mudou do Cartucho pro CD?
Eu acredito em cada micro-decisão alterando tudo de maneira quase quântica e que cada jogo é produto de várias influências muitas vezes invisíveis e imperceptíveis. Isso é, até que você comece a procurar por elas.
Se procurarmos onde realmente a indústria desandou, podemos achar um ponto especifico onde jogar parou de ser tão importante, substituindo-se pelo assistir. Onde o conteúdo do jogo começou a ficar em segundo plano para que o criador do mesmo pudesse contar uma história.
Na época tudo era novidade e muita gente gostou dos jogos com história, mas a evolução desses jogos nos trouxe um grande tédio. Onde estavam os jogos que podíamos jogar e rejogar infinitamente sem perder a graça? De repente tudo que fazíamos era pegar um jogo, terminar sua história e encostá-lo para o resto da vida.
Agora veja que coincidência, quando esse movimento começou? Na época em que trocamos os cartuchos pelos CDs.
O habitat natural do cartucho é espalhado em pequenas pilhas em volta do videogame, pronto para ser trocado rapidamente quando cansamos de jogar um mesmo jogo. Jogávamos dez minutos de Alex Kidd, quinze de California Games e mais vinte de Wonder Boy.
Nenhum jogo era "terminado", simplesmente tínhamos pequenas sessões de jogo incrivelmente prazerosas que nos satisfaziam. Saíamos dali completamente felizes. Em segundos pulávamos de jogo em jogo, com a maior facilidade, surgindo logo de cara uma tela Press Start e começando a jogar.
Já os CDs, qual seria o habitat natural deles? A estante. É onde você guarda seus filmes, por exemplo. Você quer assistir algo? Você o tira dali, o coloca no aparelho e senta por quase duas horas assistindo.
Foi isso que aconteceu com os jogos em mídia ótica. Não podemos rapidamente trocar de um jogo pro outro, há telas de Loading, há longas sequências de abertura, cinco telas diferentes de logos de empresas com as quais não nos importamos.
E o fator mais determinante que altera a forma de se fazer jogos, ficamos com um único jogo por um longo período de tempo até terminá-lo e então encostar na estante. Filmes são assim, você não assiste pequenos trechos de vários filmes. Livros são assim, você não lê vários livros ao mesmo tempo. Jogos não são assim.
É um dos motivos pelo qual muitos portáteis despertam mais interesse que alguns consoles, o motivo pelo qual o PlayStation Portátil não decolou e um dos motivos para jogos em celulares venderem tanto. Às vezes você só quer matar quinze minutos, você não quer entrar em uma aventura épica de duas horas.
Um dos motivos pelo qual a MP3 causou uma ruptura ao mercado de CDs é que ninguém gostava de ficar pegando CDs só para ouvir uma música. Com a MP3 tínhamos uma lista de nossas músicas preferidas ao alcance de um clique. Podíamos fazer uma grande lista e simplesmente ligar a escolha aleatória. Por que você ouviria um CD?
Os jogos perderam valor pois enquanto podiam ser jogados vários vezes em cartuchos, normalmente só eram "jogassistidos" uma vez em CD. Os jogos perderam então grande parte do seu valor e a pirataria devorou vorazmente o mercado.
A falta de valor pelo que se paga é um dos grandes fatores da pirataria. O PlayStation não foi o primeiro videogame com CDs, mas foi sem dúvida o pirateado em maior escala. Quando o produto realmente oferece um valor excepcional, elas compram.
Já os jogos em mídia ótica fizeram o contrário. Trouxeram pra nós os filmes em forma de jogo, nos quais sentamos e assistimos os personagens fazerem tudo e nós somos meros marionetes dos desenvolvedores para contar suas histórias.
Eles presumem que, como filmes, sentaremos lá por duas horas assistindo tudo que eles jogarem em cima de nós. Sendo que os jogos-filme na verdade ocupam de oito a dez horas da nossa vida, quando poderíamos ter um prazer muito maior vendo um filme de verdade.
Antes dos CDs eles não conseguiam fazer isso, porque os cartuchos eram limitados. Os cartuchos eram pequenas Caixas de Pandora contendo todos os males dos egos dos desenvolvedores.
a Sony abriu essa caixa quando deu a eles os CDs. De repente um grande diferencial dos jogos era ter cenas em computação gráfica para serem assistidas. Por que você está assistindo um jogo e não jogando?
Ninguém sabia responder. O resto... é história.
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Jay joga Donkey Kong Country Returns - Primeiras impressões
Neste episódio veja que a Rare não está fazendo falta, ouça as músicas clássicas da série, lute com uma graminha maldita e se surpreenda com a falta de reclamações
Bom pessoal, meu patrocinador removeu o patrocínio sobre a série "Jay joga", ou seja, minha irmã pediu a câmera de volta. Então até eu comprar a minha própria, não teremos mais vídeos por um tempo
sábado, 27 de novembro de 2010
Os Yes Men Consertam o Mundo
Usando muito humor e inteligência, os dois se passam por figuras importantes de grandes empresas, e até o governo dos Estados Unidos, fazendo os anúncios que seriam ética e moralmente corretos por parte desses, criando um grande caos no mercado e na imprensa.
Eles denunciam muitas falhas do Capitalismo, entre elas a centralização do poder na mão dos bancos e sua capacidade de investir livremente, o Mercado Livre (não o site), o qual acaba por não atender a necessidade das pessoas.
Eu baixei o documentário, que é gratuito, através de Torrent, mas vocês podem ver com legendas em português diretamente do YouTube, dividido em partes:
Para saber mais sobre a ilusão do Capitalismo, você pode procurar também o documentário Zeitgeist Addendum.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Jay joga Epic Mickey - Primeiras impressões e mais
Neste episódio veja o poder das escolhas, cheire solvente até ficar doidão, aprenda a mestrar um bom RPG e fique quieto, estou caçando toelhos
Eu jogando Epic Mickey do Nintendo Wii, passando pelas primeiras horas e fazendo comentários sobre o jogo
Neste episódio brigue com a câmera, aperte a mão do primeiro chefe, perturbe uma velhinha inocente e vire o office boy da cidade
Eu jogando Castle of Illusion no Nintendo Wii, passando pelas primeiras fases e fazendo comentários sobre o jogo
Neste episódio aprenda sobre universos externos em franquias, como criar conteúdo relevante e veja que doces fazem mal pra sua saúde
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Primeiras impressões: Donkey Kong Country "4"
Finalmente vou escrever algo para esse blog, quem diria. Depois do Sheridan já bagunçar isso aqui, pra que eu servirei agora? :(
Para escrever as primeiras impressões de Donkey Kong Country 4 \o/... ou Returns como preferirem. Afinal o que seria da balada do Mario sem o Donkey Kong?

Depois de longos 15 anos de espera finalmente a Nintendo criou vergonha na cara e voltou a fazer Donkey Kong Country. Foram muitos anos obscuros com títulos de qualidade duvidosa do gorilão, como Donkey Konga (ok, jogo engraçadinho mas bizarro) Jungle Beat e King of Swing. Sem falar da fraca transição para o 3D, que assim como Mario virou outra coisa completamente diferente. E pior...bem pior.
Mas graças ao sucesso de New Mario no DS, uma força comutativa entre os fãs e os olhos de cifrão de Reggie e sua trupe, deram vida a um novo titulo do Donkey Kong, dessa vez sem bongos(graças a God!).
Assim como o velho guerreiro Super Nintendo a versão do Wii do Macaco Burro não foi feita pela Nintendo e sim por uma produtora ocidental, a mesma que reviveu e levou a série Metroid para o status de grande novamente: Retro Studios.
O palco estava armado, tínhamos uma grande produtora com uma grande série nas mãos, pronta para entregar um novo clássico dos vídeo games. Será que conseguiu? D:
Ao começar meu coração já batia acelerado, poxa sentimento de nostalgia é emocionante, todo mundo já teve e sabe como é lindo *-*. A história de inicio é podre mas bem feita, uma cena em computação gráfica mostrando umas mascaras tribais hipnotizando os animais da floresta, usando-os para roubar as bananas do lugar. Sabe-se la porque Donkey não se deixa hipnotizar, cabe a agora a ele salvar a floresta dessas criaturas misteriosas.
Tá...ninguém liga pra isso, dane-se a história. Vamos ao jogo \o/. Logo de inicio o jogo apresenta uma nova habilidade vinda de Jungle Beat: Batucadas no chão. Chacoalhando o nunchuck+wimote (ou apenas um dos dois...é...bem fail xD) o gorila sai tocando um samba lele aonde estiver. Com isso o jogador consegue interagir com o cenario quebrando pedras, chão ou paredes. É um elemento realmente novo que aumenta a exploração do jogo.
Fora essa novidade, pouca coisa mudou na jogabilidade de Donkey mas muito se alterou no desing das fases. Os inimigos são totalmente novos, entre eles passáros, sapos e etc. O cenario esta maior , no sentido de que há mais coisas para explorar. Há passagens secretas atrás de árvores e pedras que te levam as fases bonus, alem de itens escondidos, como as Coins e peças de quebra cabeça. Tudo é 3D, tudo!! Com muitos detalhes por todos os lados, graficamente impecavel. Arte fantástica, melhor que a dos antigos, perfeição total!

A unica coisa que me desanimou foi a ausencia dos inimigos antigos. Faziam parte do universo do jogo, sem eles nessa nova aventura ficou como se faltasse um pedaço desse mundo. Uma pena :(
Eu só joguei o primeiro mundo, então o jogo até agora foi muito facíl. Apenas para terminar as fases é claro, porque pegar todos os itens vai ser um grande desafio. Muita coisa do primeiro Country esta no jogo, alem de elementos de escalada do segundo, mesmo que bem mais modesto. Arremessos entre barris, montar em um rinoceronte e descer uma mina em um carrinho estão tão divertidos quanto antes.
O chefe do primeiro mundo que foi meio brochante, achei meio monótono, seila. Só que a mudança mais radical do jogo se deu por conta da troca de personagens. Como todos sabem, nos primeiros jogos o jogador podia alterar entre dois macacos, e caso um morria o outro assumia o lugar, tendo que encontrar novamente o ajudante mais a frente preso em um barril. Só em Returns no modo single player o jogador apenas controla Donkey, tendo o Diddy como um upgrade no pulo, ja que o macaquinho possui um jet pack nas costas e ao subir no gorilão ajuda a mante-lo no ar por mais um tempo, como Yoshi por exemplo. Não sei se vai agradar a todos, é uma mudança sutil mas parece bem radical. Ao meu ver não ficou melhor nem pior, ficou diferente.
Outro detalhe bem legal do jogo é o Cranky Kong. O velhinho rabugento também voltou. Vendendo seus itens como vidas extras e chaves. Ao trocar pelas Coins que o jogador coletou durante as fases, é possível destrancar caminhos alternativos e acessar fases novas, entre elas a Sunset, a fase toda em silhueta com um pelo por do sol. É uma bela recompensa.

Por fim, é isso aí mesmo, o jogo ta excelente, atingindo as expectativas criadas. Podem comprar de olhos fechados, porque o negócio ta bom demais! Ágil, envolvente, desafiador, Donkey Kong esta de volta como sempre deveria ser. Difícil dizer que está melhor, mas impossível dizer que está pior. Posso até usar a velha frase: "É igual só que diferente".